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ESTADOS UNIDOS. As polémicas à volta de Donald Trump teimam em não parar. Enquanto o presidente norte-americano se vira contra a imprensa, os filhos são acusados de suborno no Brasil. O líder norte-americano promete ainda voltar ‘à carga’ com a lei contra os imigrantes.

Quando os líderes do G20 estiverem reunidos no final deste ano em Hamburgo, na Alemanha, o investimento no futuro de África vai estar na agenda como uma das prioridades. A chanceler alemã, Angela Merkel, já se comprometeu a usar a presidência do fórum para promover “o crescimento sustentável e o emprego” no continente, com o foco em “investimentos nas infra-estruturas e nas energias renováveis”. A energia não é uma necessidade nova para muitos africanos. Enquanto partes de África são ricas em energia, a oferta continua frustrantemente pobre na maior parte do continente. Na verdade, o Banco Africano de Desenvolvimento calcula que cerca de 620 milhões de africanos vivem sem acesso a uma electricidade confiável.

Com as economias avançadas agora a mostrar vontade em dar apoio aos esforços para ampliar a disponibilidade desta necessidade humana básica, talvez tenha chegado a hora de se inverterem as estratégias para abraçarmos um dos maiores desafios de desenvolvimento e de sociedade de África. De acordo com a Agência Internacional de Energia, África representa 13% da população mundial, mas apenas 4% usa energia. Enquanto os moradores de Londres ou de Nova Iorque se podem queixar de uma banda larga lenta ou de comunicações móveis de má qualidade, muitas pessoas em cidades, vilas e aldeias africanas ainda lutam pelo acesso à electricidade básica que possa iluminar as suas casas e alimentar os negócios. Em 36 países africanos, apenas duas em cada cinco pessoas têm electricidade ao longo do dia. Nos restantes países, essa média é de menos de um por cada dez habitantes.

Não é de surpreender que tantos jovens africanos acreditem que a esperança resida em viajar para a Europa. Ter uma electricidade confiável é mais do que apenas alimentar escolas, hospitais e casas. Uma fonte confiável de energia pode permitir que os jovens desenvolvam capacidades, encontrem emprego e criem negócios - e podem permitir que as empresas possam competir em condições de igualdade nos mercados regionais e internacionais. Como a electricidade é fundamental para o desenvolvimento económico, dar às comunidades e às empresas acesso a uma energia confiável, limpa e acessível será a minha prioridade máxima durante a presidência da União Africana.

Como sugere a agenda do G20 em Hamburgo, os países africanos e ocidentais têm agora um incentivo comum para trabalhar em conjunto para resolver as deficiências de desenvolvimento de África. O continente não pode perder gerações de jovens talentos para países como Alemanha, França e Itália e os europeus não podem continuar a lutar contra o fluxo de migrantes. Entre as melhores maneiras de reverter essas tendências está a cooperação com as economias desenvolvidas, particularmente na energia.

As oportunidades para as parcerias abundam. De acordo com um relatório de Fevereiro de 2015, elaborado pela McKinsey & Company, África tem uma extraordinária reserva energética inexplorada, incluindo cerca de 10 terawatts potenciais de energia solar, 350 gigawatts de energia hidroeléctrica, 110 gigawatts de energia eólica e 15 gigawatts adicionais de energia geotérmica. Considerando que, uma vez que é demasiado caro para explorar os vastos recursos renováveis de África, a tecnologia fornece soluções que promovem novas empresas e novas oportunidades. Com investimentos internacionais suficientes, África terá a oportunidade de aproveitar e utilizar esses recursos.

Já vimos o impacto que as novas fontes de energia podem ter nas cidades africanas. Há dois anos, os moradores de Conakry, capital da Guiné, não podiam ter luz em casa durante mais de seis horas por dia e as empresas não tinham electricidade necessária para trabalhar. Agora, graças à construção da hidroeléctrica de Kaleta pela China International Water & Electric Corporation, as empresas têm energia confiável durante 24 horas por dia.

E não é apenas na Guiné. Desde os vastos projectos pan-africanos de energia eólica e solar de Lekela, até parques eólicos no Quénia e projectos solares no Ruanda e na Tanzânia, grandes e pequenos países africanos estão a aproveitar os recursos naturais para criar empregos e produzir energia limpa e acessível.

O que é ainda mais emocionante é que esses projectos não surgem isoladamente. Estão a ser planeados juntamente com um impulso mais amplo para criar uma rede de capacidade de geração de energia em escala industrial em todo o continente.

A colaboração e os investimentos internacionais são essenciais para esses esforços. Graças aos parceiros internacionais, na África Ocidental, uma interligação eléctrica inovadora vai permitir exportar energia da Costa do Marfim para a Libéria, Serra Leoa e Guiné. E esta será a primeira de várias novas iniciativas público-privadas destinadas a transformar o modo como os países africanos encaram as políticas energéticas.

Se conseguirmos este objectivo, não só reforçaremos a capacidade das economias africanas de proporcionar empregos, como estamos a dar um futuro aos nossos jovens. Vamos abrir novas oportunidades comerciais tanto em África como no Ocidente.

Tendo passado o último ano a coordenar a política energética na União Africana, tivejj um crescente sentimento de impaciência dos líderes políticos africanos, que é partilhado por muitos dos nossos cidadãos. Mas os líderes africanos estão a demonstrar uma nova determinação para melhorar as perspectivas das gerações mais jovens, inclusive para electrificar as nossas economias. Nunca vi os líderes políticos de África tão concentrados em superar alguns dos desafios que têm imobilizado o nosso continente por tanto tempo. Trabalhando com parceiros internacionais nos sectores público e privado, podemos traçar um caminho novo e próspero para África e um futuro esperançoso para a nossa juventude. Se os líderes africanos juntarem a sua determinação com a promessa do G20 de investir em parcerias para a construção de infra-estruturas, o futuro de África será brilhante.

 

Presidente da Guiné-Conacky e presidente da União Africana.

A Ernest&Young realiza anualmente um estudo sobre os riscos de negócio enfrentados pelas empresas do sector mineiro, a nível mundial. O estudo de 2016/2017 revela significativas alterações face ao de 2015/2016, com uma clara preponderância dos riscos financeiros.

Assim, no Top 10 dos riscos enfrentados por este sector encontramos: a Optimização de ‘Cash Flow’, a Angariação de Capital, a Produtividade, a Licença Social para Operar, Transparência, a Orientação para o Crescimento, o Acesso à Energia, as ‘Joint Ventures’, a Ciber-Segurança e, por último, a Inovação.

As empresas do sector mineiro, internacionalmente, têm vindo a reforçar a sua atenção na área financeira, procurando manter as folhas de balanço sólidas e positivas e planeando a rentabilidade a longo prazo.

Por esta razão, a optimização de ‘cash flow’ é o risco nº 1 no ‘ranking’ das empresas do sector mineiro para 2016/2017, reforçado pela procura limitada dos bens produzidos, derivada do contexto económico internacional, que penaliza fortemente os preços de venda, tornando o mercado muito volátil.

A optimização de ‘cash flow’ engloba, assim, as questões relacionadas com a volatilidade de preços e também com a volatilidade da moeda. Este risco tem já sido identificado como um dos riscos mais relevantes do sector para 2015/2017, mas passou de número 6 para número 1.

No contexto actual, assegurar financiamento e condições de crédito favoráveis tem-se revelado particularmente desafiante. Assim, a angariação de capital é o risco número 2 deste Top, com uma cada vez maior exigência por parte dos bancos para a obtenção de financiamento, de forma a controlarem o risco de crédito.

A Produtividade está identificada como o risco número 3. Muitas companhias mineiras continuam em processo de implementação de medidas para a melhoria da sua produtividade. Acreditamos que será necessário, neste campo, as empresas enveredarem por práticas sustentáveis a longo prazo de forma a minimizarem as perdas na cadeia produtiva, nomeadamente promovendo o compromisso dos seus trabalhadores e olhando para os seus processos de produção de A a Z. Estas medidas terão de ser consideradas de longo prazo, de forma a promoverem uma melhoria contínua em termos de produtividade.

A Licença Social para Operar é o risco número 4. Está relacionado com questões de imagem, de salubridade e de sustentabilidade.

A Transparência aparece como risco número 5. Com uma preocupação cada vez maior de assegurar uma cadeia de valor segura no sector, as empresas e os governos de cada país reforçam as exigências e os controlos. Em 2015/2016 o risco número 1 foi a Orientação para o Crescimento.

Em 2016/2017 desceu para número 6. Esta descida deve-se ao aumento significativo que os riscos de carácter financeiro tiveram no contexto mundial.

No entanto, as empresas do sector mineiro continuam cientes de que os ciclos de mercado se alternam e de que, apesar de não haver perspectiva de aumento de preços num horizonte de curto prazo, é necessário continuar a apostar numa gestão eficaz, que tenha um controlo efectivo dos custos de produção, mas que seja simultaneamente promotora da produtividade, para que sejam capazes de responder aos desafios do próximo ciclo de crescimento.

No número 7 encontramos o risco de Acesso à Energia. Representando em média entre 15% e 40% dos custos de uma empresa mineira a nível mundial, este é sem dúvida um risco permanente. Definir o tipo de energia a utilizar é um factor decisivo na cadeia de produção.

O risco número 8 identificado são as ‘Joint Ventures’. São consideradas como risco dado que se tem verificado a entrada no sector, através de processos de ‘Joint Venture’ de empresas e grupos sem experiência mineira e que, como tal, não têm a mesma capacidade de influência e decisão nomeadamente no que respeita às operações mineiras.

A Ciber-Segurança está no número 9. Com uma cada vez maior preocupação em termos da segurança das suas infra-estruturas tecnológicas, as empresas do sector mineiro têm vindo a realizar investimentos significativos para proteger os seus dados num ambiente cada vez mais complexo.

O último risco que encontramos no Top 10 deste ano é a Inovação. Apesar dos constrangimentos financeiros que impedem investimentos mais significativos nesta área, as empresas reconhecem a importância da inovação para a produtividade actual e futura, para a capacidade de se tornarem competitivas no longo prazo. Em Angola, a EY realizou em 2016 o primeiro Estudo de Compensações e Benefícios no Sector Mineiro.

Com uma elevada pressão no sentido de optimizar as suas operações locais, tanto em termos de custos, como em termos de resultados, as empresas do sector mineiro debatem-se com uma elevada taxa de rotatividade dos trabalhadores. Na verdade, a competição pelo talento está cada vez mais renhida, sendo necessário reforçar a capacidade de retenção de talentos, que passa, necessariamente, pela política retributiva de cada empresa.

Com a finalidade de suplantar a lacuna na informação disponível sobre as práticas de compensação, realizamos o Estudo de Compensação e Benefícios do sector mineiro em Angola.

O Governo pretende vender nos próximos dois meses cinco aeronaves de propriedade do Estado, que se encontram avariadas no aeroporto internacional de Luanda, tendo já nomeado uma comissão técnica para conduzir o processo.

COOPERAÇÃO. O ministro da Agricultura, Marcos Nhunga, inicia hoje, quinta-feira, uma visita de trabalho a Portugal, onde prevê assinar um protocolo de cooperação bilateral que inclui o apoio para melhorar a produção de arroz e trigo em Angola.