A Ernest&Young realiza anualmente um estudo sobre os riscos de negócio enfrentados pelas empresas do sector mineiro, a nível mundial. O estudo de 2016/2017 revela significativas alterações face ao de 2015/2016, com uma clara preponderância dos riscos financeiros.
Assim, no Top 10 dos riscos enfrentados por este sector encontramos: a Optimização de ‘Cash Flow’, a Angariação de Capital, a Produtividade, a Licença Social para Operar, Transparência, a Orientação para o Crescimento, o Acesso à Energia, as ‘Joint Ventures’, a Ciber-Segurança e, por último, a Inovação.
As empresas do sector mineiro, internacionalmente, têm vindo a reforçar a sua atenção na área financeira, procurando manter as folhas de balanço sólidas e positivas e planeando a rentabilidade a longo prazo.
Por esta razão, a optimização de ‘cash flow’ é o risco nº 1 no ‘ranking’ das empresas do sector mineiro para 2016/2017, reforçado pela procura limitada dos bens produzidos, derivada do contexto económico internacional, que penaliza fortemente os preços de venda, tornando o mercado muito volátil.
A optimização de ‘cash flow’ engloba, assim, as questões relacionadas com a volatilidade de preços e também com a volatilidade da moeda. Este risco tem já sido identificado como um dos riscos mais relevantes do sector para 2015/2017, mas passou de número 6 para número 1.
No contexto actual, assegurar financiamento e condições de crédito favoráveis tem-se revelado particularmente desafiante. Assim, a angariação de capital é o risco número 2 deste Top, com uma cada vez maior exigência por parte dos bancos para a obtenção de financiamento, de forma a controlarem o risco de crédito.
A Produtividade está identificada como o risco número 3. Muitas companhias mineiras continuam em processo de implementação de medidas para a melhoria da sua produtividade. Acreditamos que será necessário, neste campo, as empresas enveredarem por práticas sustentáveis a longo prazo de forma a minimizarem as perdas na cadeia produtiva, nomeadamente promovendo o compromisso dos seus trabalhadores e olhando para os seus processos de produção de A a Z. Estas medidas terão de ser consideradas de longo prazo, de forma a promoverem uma melhoria contínua em termos de produtividade.
A Licença Social para Operar é o risco número 4. Está relacionado com questões de imagem, de salubridade e de sustentabilidade.
A Transparência aparece como risco número 5. Com uma preocupação cada vez maior de assegurar uma cadeia de valor segura no sector, as empresas e os governos de cada país reforçam as exigências e os controlos. Em 2015/2016 o risco número 1 foi a Orientação para o Crescimento.
Em 2016/2017 desceu para número 6. Esta descida deve-se ao aumento significativo que os riscos de carácter financeiro tiveram no contexto mundial.
No entanto, as empresas do sector mineiro continuam cientes de que os ciclos de mercado se alternam e de que, apesar de não haver perspectiva de aumento de preços num horizonte de curto prazo, é necessário continuar a apostar numa gestão eficaz, que tenha um controlo efectivo dos custos de produção, mas que seja simultaneamente promotora da produtividade, para que sejam capazes de responder aos desafios do próximo ciclo de crescimento.
No número 7 encontramos o risco de Acesso à Energia. Representando em média entre 15% e 40% dos custos de uma empresa mineira a nível mundial, este é sem dúvida um risco permanente. Definir o tipo de energia a utilizar é um factor decisivo na cadeia de produção.
O risco número 8 identificado são as ‘Joint Ventures’. São consideradas como risco dado que se tem verificado a entrada no sector, através de processos de ‘Joint Venture’ de empresas e grupos sem experiência mineira e que, como tal, não têm a mesma capacidade de influência e decisão nomeadamente no que respeita às operações mineiras.
A Ciber-Segurança está no número 9. Com uma cada vez maior preocupação em termos da segurança das suas infra-estruturas tecnológicas, as empresas do sector mineiro têm vindo a realizar investimentos significativos para proteger os seus dados num ambiente cada vez mais complexo.
O último risco que encontramos no Top 10 deste ano é a Inovação. Apesar dos constrangimentos financeiros que impedem investimentos mais significativos nesta área, as empresas reconhecem a importância da inovação para a produtividade actual e futura, para a capacidade de se tornarem competitivas no longo prazo. Em Angola, a EY realizou em 2016 o primeiro Estudo de Compensações e Benefícios no Sector Mineiro.
Com uma elevada pressão no sentido de optimizar as suas operações locais, tanto em termos de custos, como em termos de resultados, as empresas do sector mineiro debatem-se com uma elevada taxa de rotatividade dos trabalhadores. Na verdade, a competição pelo talento está cada vez mais renhida, sendo necessário reforçar a capacidade de retenção de talentos, que passa, necessariamente, pela política retributiva de cada empresa.
Com a finalidade de suplantar a lacuna na informação disponível sobre as práticas de compensação, realizamos o Estudo de Compensação e Benefícios do sector mineiro em Angola.
“A Sonangol competia só com as empresas estrangeiras. Agora está a competir...