Trump: cercado por ‘quase’ todos
ESTADOS UNIDOS. As polémicas à volta de Donald Trump teimam em não parar. Enquanto o presidente norte-americano se vira contra a imprensa, os filhos são acusados de suborno no Brasil. O líder norte-americano promete ainda voltar ‘à carga’ com a lei contra os imigrantes.
As autoridades judiciais brasileiras estão a investigar um investimento dos filhos do presidente dos EUA num hotel no Rio de Janeiro, suspeitando de benefícios para o grupo Trump através de “pagamentos ilícitos e subornos”.
De acordo com a investigação das autoridades brasileiras, citada pela agência financeira Bloomberg, “os investigadores dizem que o Grupo Trump, num negócio feito pelos filhos Ivanka e Donald Junior, acabaram por gerir um hotel financiado por pessoas duvidosas, um fundo de pensões devasso e assente na corrupção”.
Em causa, está a ligação do Grupo Trump a um hotel na linha da praia do Rio de Janeiro e a possibilidade de o fundo FIP LSH, que é o dono do hotel, ter subornado dois fundos de pensões em troca de 41 milhões de dólares em investimento e de ter artificialmente inflacionado o valor da propriedade.
Ninguém do Grupo Trump ou da própria empresa foi visado na investigação, mas o gabinete da procuradoria federal brasileira questiona o nível de profundidade da ‘due dilligence’ [conjunto de investigações sobre os parceiros e a proveniência do financiamento dos negócios] levada a cabo pelo Grupo Trump. “É curioso que os Trump pareciam não saber que o seu maior negócio no Brasil era financiado por investidores duvidosos”, comentou Ricardo Ayres, um deputado no estado de Tocantins, que lidera uma investigação sobre o fundo de pensões dos funcionários públicos.
O advogado do Grupo Trump, por seu lado, diz que a ‘due dilligence’ foi realizada no projecto do Rio, e que o desconhecia “quaisquer irregularidades”. O desconhecimento, assegura o parceiro de negócios local, era verdadeiro: “eles estavam muito preocupados” em cumprir a lei que regula os negócios das empresas norte-americanas no exterior, o U.S. Foreign Corrupt Practices Act, disse Paulo Figueiredo Filho, que negociou o acordo com os Trump em 2013.
As autoridades que falaram à Bloomberg sob anonimato consideram que o Grupo devia saber que a ‘due dilligence’ não termina quando o acordo é assinado, e que as discrepâncias entre os custos de investimento e o valor das avaliações são um sinal de corrupção, que pode ter beneficiado o grupo do presidente dos EUA. Enquanto no exterior, Trump se debate com estas acusações, internamente solicitou o apoio do bilionário Stephen Feinberg, da Cerberus Capital Management, para analisar os vários serviços de informações e para fazer recomendações para melhorar a sua eficiência.
Donald Trump prometeu reprimir as fugas de informação e aumentar o controlo sobre os serviços de informações. A decisão, no entanto, não foi bem recebida e tem sido interpretada como uma retaliação contra a investigação de alguns dos seus assessores pelas ligações à Federação Russa.
O líder dos EUA acusa os democratas de plantarem “notícias falsas” sobre as relações com a Rússia, como retaliação por terem perdido a eleição.
VOLTA À CARGA
Depois de ter visto chumbado o primeiro projecto, Donald Trump promete apresentar um novo decreto sobre imigração. O texto anterior impedia a entrada nos EUA de cidadãos de sete países muçulmanos, mas foi recusado pelo Tribunal. A Casa Branca recorreu da decisão, mas um tribunal de recurso de São Francisco manteve a suspensão do decreto.
Donald Trump promete um novo texto mais completo e mais “certeiro” para impedir a entrada de refugiados desses países.
“A Sonangol competia só com as empresas estrangeiras. Agora está a competir...