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Valor Económico

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RESOLUÇÃO. Saída do Reino Unido da União Europeia (EU) pode acabar com a integração e prejudicar os países africanos membros da Commonweath, segundo especialistas em Relações Internacionais, que abordaram o tema ao VALOR.

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Osvaldo Mboco acredita que “se o Reino Unido for bem-sucedido na sua decisão de ‘romper’ com a União Europeia (EU) vai encorajar outros países a tomar o mesmo rumo”. Acrescenta que, por si só, a “provável saída” do Reino Unido “deixará a UE enfraquecida” uma vez que se trata de “uma peça importante na manobra dos estados membros” por ser “um potencial financiador de projectos”.

“Estamos a falar da terceira maior economia europeia. Logo, com a sua retirada, perde-se um grande aliado financeiro, sobretudo para alavancar programas de países menos evoluídos do bloco que precisam de dinheiro fresco para impulsionar as respectivas economias”, afirmou.

Mboco indicou ainda que, com o ‘Brexit’, se abre a oportunidade para uma pauta aduaneira independente, além de decidir e manter negócios com outros Estados sem passar pelo crivo da integração. Na sua óptica, este ambiente “pode ser aproveitado pelos países africanos para escoar os seus produtos”, propiciando “uma salutar disputa do mercado”.

Por sua vez, Francisco Ramos da Cruz entende que o plano da primeira ministra britânica, Theresa May, “não foi bem calculado daí as dificuldades no consenso”. E acredita que “se o ‘Brexit’ não vincar, cai o governo” de May.

Em relação aos países africanos da Commonweath, Ramos da Cruz tem opinião contrária à de Osvaldo Mboco. Admite que, se a ideia avançar, esses países enfrentarão sérias dificuldades nos negócios com a UE.

“Esta associação de países africanos tinha vantagens comerciais que podem ser afectadas com a anunciada ruptura do Reino Unido, porque os produtos poderão sofrer aumento de taxas”, reforçou, apontando um conjunto de aspectos como a problemática do pedido de vistos para entidades da UE a residir no país, “uma situação que pode levar à fuga de empresas para outros países”.

Segundo Ramos da Cruz, a provável fuga de empresas de uma das maiores praças financeiras para ‘paraísos’ fiscais pode afectar o mundo. Concorda com Mboco, quanto ao “colapso” da UE se o ‘plano May’ arrancar no próximo ano. “O que pode acontecer se outras potências como a França e a Alemanha seguirem pelo mesmo caminho é o colapso da integração europeia”, sublinhou.

O especialista defende que o RU tem uma “extrema importância” na UE, visto ser dos maiores contribuintes, mas “mais prejudicados” em termos de receitas.

“Quem mais facturou e teve benefícios é Portugal, Espanha e a Grécia”, explicou, acrescentando que a nulidade em benefícios terá precipitado o ‘Brexit’. “Mas a juventude que mais votou a favor é a mesma que agora pede um novo referendo. As coisas não estão nada fáceis para o governo britânico”, lembrou Ramos da Cruz.

Consequências à vista

Segundo nota do G20, a mudança poderia causar uma “quebra na economia mundial”. Apesar disso, o ministro alemão das Finanças, Wolfgang Schäuble, informou que ainda não é hora de falar em crise económica mundial, porque os dados económicos estão melhores que as previsões.

Uma semana antes da votação, as bolsas da Europa tiveram forte queda. Conforme o economista sénior da KBC, Koen De Leus, “as preocupações com a saída do Reino Unido da UE estão a elevar o índice de volatilidade e particularmente afectam o sector financeiro.”

Ignazio Visco, membro do conselho director do Banco Central Europeu (BCE) e presidente do Banco Central italiano, informou que os bancos centrais estão prontos para intervir em caso de saída. “O risco de saída do Reino Unido é o mais temido entre as autoridades monetárias”, reconheceu, indicando os “desdobramentos já perceptíveis nos mercados de câmbio e bonds”.

Após a aprovação, no passado dia 25 de Novembro, em Bruxelas, do acordo sobre o ‘Brexit’, a partir de 29 de Março de 2019, Theresa May defendeu-o de forma intransigente no parlamento, enquanto o líder trabalhista, Jeremy Corbin, afirmou que o acordo é um “acto de automutilação nacional”.

Em resposta, Theresa May insistiu que as negociações para o ‘Brexit’ podem voltar à “estaca zero”, se o acordo aprovado por Bruxelas for rejeitado, avançando mais: “ninguém sabe o que aconteceria se o acordo não fosse aprovado. Isso abriria as portas a mais discórdia e mais incerteza, com todos os riscos que isso acarretaria”.

O documento negociado durante dois anos e validado pelos outros 27 países europeus deverá ser votado pelo Parlamento britânico este mês.

O Partido Trabalhista e restantes partidos da oposição prometeram votar contra, ao lado de muitos dos deputados conservadores do partido do governo.

A primeira-ministra já faz campanha pelo país para tentar ganhar este combate, que pode ser crucial para a sua permanência em funções. Theresa May vai apostar em convencer os cidadãos que, fartos da análise dos detalhes jurídicos do documento e das brigas políticas, querem pôr um ‘ponto final’ numa discussão que se arrasta há anos.

A opinião dos eleitores pode ser importante para fazer muitos deputados mudarem de opinião e aprovarem um acordo imperfeito, mas que concretiza o ‘Brexit’.

Antecedentes

Os partidos eurocépticos procuraram capitalizar politicamente o resultado. Em França, Marine Le Pen veio defender a realização de um referendo equivalente.

Em Portugal, os partidos que fornecem apoio parlamentar ao governo em funções defenderam a realização de um referendo equivalente ao ‘Brexit’ caso a União Europeia não pare imediatamente com as políticas de austeridade exigidas a Portugal e as constantes ameaças de sanções.

Também em Espanha alguns partidos com representação na Câmara dos Deputados defenderam a realização de um referendo pelos mesmos motivos que os portugueses.

Dias após a aprovação do ‘Brexit’, a Escócia indicou que gostaria de realizar um novo referendo para deixar o Reino Unido. Na Irlanda do Norte, um movimento também existe para abandonar Londres.

O Mercado dos Combustíveis, localizado no Cazenga e conhecido pela comercialização de peças usadas de automóvel, é um dos locais que foi encerrado pela `Operação Resgate´, que arrancou a 6 de Novembro.

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Cerca de um mês depois, desde o encerramento do mercado, onde operavam cerca de 670 comerciantes, a administração e os vendedores manifestam opiniões diferentes sobre o procedimento.

O administrador do mercado, João Baptista, nega as informações postas a circular, segundo as quais o encerramento se deveu à venda de peças roubadas. Garante que o encerramento é temporário e que as peças apreendidas serão devolvidas, assim que os proprietários consiguiram provar que tiveram origem lícita.

Sem precisar para quando a reabertura, João Baptista assegura que, quando for reaberto, o mercado será “mais bem higienizado” e que as bancadas serão substituídas por pequenas lojas. Segundo explicou, numa primeira fase, serão priorizados os vendedores de bebidas e alimentação, e a posterior os comerciantes de acessórios e peças para viaturas, que consigam provar a sua origem legal.

“Os vendedores têm de cultivar o hábito de pagar impostos. O funcionário público paga IRT, porque é que quem trabalha de modo individual não pode pagar?”, questiona o administrador, considerando que a “organização dói, mas que tem de ser feita”.

Para Henrique Fernando, antes do encerramento do mercado, o “Governo devia transferir” os operadores para outro local. “É assim que se governa pensando nas pessoas”, avaliou o mecânico, que conta ter todas as ferramentas apreendidas. “É nesta praça onde sai o pão para as nossas famílias. O que vou fazer agora?”, questiona.

Opath Kima, comerciante há cinco anos, à semelhança de muitos, garante depender exclusivamente daquele mercado. O jovem entende “não fazer sentido” que o Governo encerre o local por “registar vendas de peças de ocasião” para as viaturas, quando “as lojas dos nigerianos que nos vendem o material continuam abertas”.

O conselho de administração da Endiama assinou um memorando de entendimento com as empresas TSG Global Holdings e a RSG Group Holdings, para a implementação de um projecto de plantações de palma.

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O projecto a ser implantado nas províncias da Lunda Norte, Lunda Sul e Moxico, assume como principais metas, a criação de 15 mil postos de trabalho directos, bem como 90 mil indirectos, segundo o membro da TSG, Rubar Sandi.

Assinaram o memorando, pela Endiama, o presidente do conselho de administração, José Ganga Júnior, pela TSG, Ruben Sandi, e Momade Aquil Riajahunssen, pela RGS Group Holdings.

Durante o encontro foi feita uma apresentação da empresa Turca, Souz Group, especializada no fabrico de células fotovoltaicas para o fornecimento de energia solar e que tem interesse em 18 empresas espalhadas pelo mundo.

Fora do sector diamantífero, a Endiama tem interesses na hotelaria, (hotéis Diamante em Luanda e Lunda e o Complexo Hoteleiro CHE). Na saúde, controla a clínica Sagrada Esperança e, na segurança patrimonial, a empresa ALFA5.

A Endiama é uma empresa pública vocacionada para o exercício de prospecção, reconhecimento, exploração, lapidação e comercialização de diamantes, criada a 15 de Janeiro de 1981, e que actua como concessionária exclusiva dos direitos mineiros no domínio dos diamantes.

Director do sistema de pagamento do banco central, CEO da EMIS e demais gestores de startups são convidados a discutir, nesta Quarta-Feira, 28, a ‘transformação digital na banca’. Organização justifica encontro com a preocupação dos bancos em implementar soluções tecnológicas que reduzam custos operacionais.

Revolução digital na banca

Um fórum sobre ‘transformação digital na banca’ é realizado amanhã, 28, em Luanda, e vai juntar altos quadros do sistema bancário e vários de sectores não bancários, com destaque para as presenças do CEO da Empresa Interbancária de Serviços (EMIS), José Gualberto Matos, e do director do departamento do sistema de pagamentos do Banco Nacional de Angola (BNA), Edgar Bruno.

Organizado pela revista ‘Economia e Mercado’, o certame espera ainda reunir gestores de empresas em início de marcha, as também designadas 'Startups', como é o caso do CEO da Soba E-Store, Cláudio Kiala, além de representantes da banca privada, dos ministérios, empresários, académicos e jovens empreendedores.

De acordo com a organização, a razão do tema em debate cinge-se no facto de já haver uma preocupação dos bancos angolanos com os elevados custos operacionais, que consideram que uma das formas de reduzir as despesas é apostar em soluções tecnológicas, ou seja, na banca digital.

O fórum terá lugar no Hotel Trópico, em Luanda, e está previsto para 8h30.

Estão restabelecidas as chamadas internacionais na Movicel, passados quase um semestre privada do serviço. Solução deriva de acordo de parceria com congénere local. Administração não avança quanto a companhia móvel desembolsou para solucionar avaria, nem com qual entidade nacional das 'Telecoms' fechou acordo.

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Um acordo de parceria entre a Movicel e uma congénere das telecomunicações nacional ajudou a desbloquear, no último fim-de-semana, a limitação de chamadas internacionais aos clientes da operadora móvel, que ficaram quase um semestre privados deste serviço. A solução foi avançada ao VALOR pelo director-geral da empresa, Gianvittorio Maseli.

O gestor não diz com qual entidade do ramo das ‘Telecoms’ nacional chegou a acordo. Entretanto, fonte ligada ao processo garante que foi com a Angola Telecom, operadora de rede fixa, que a Movicel fechou negócio para a retoma dos serviços de chamadas para o exterior.

A solução surge 24 horas depois de o VALOR ter noticiado, na sua edição impressa (nº137), que a companhia ficou privada do serviço por dívida de 50 mil dólares a dois prestadores de serviços internacionais.

“O regresso à normalidade foi possível devido à adopção de uma parceria local com uma empresa do ramo”, destacou Maseli, que, no entanto, não detalha quanto foi necessário, em dinheiro, para dar solução ao bloqueio de chamadas internacionais.

Gianvittorio Maseli sublinha ainda que a operadora recorre, “normalmente”, a dois grandes operadores internacionais para estabelecer as várias conexões internacionais a quem não consegue pagar os serviços prestados. “A empresa não tem problema de liquidez, mas o banco não está a pagar aos fornecedores internacionais”, explicou Maseli.

Este gestor lembra ainda que o valor da dívida “até é bastante irrisório para a dimensão da Movicel”, apontando para os 50 mil dólares em dívida a prestadores de serviços.

Apesar disto, a empresa “continua à espera que o banco desbloqueie a questão das transferências, por forma a honrar com os compromissos financeiros com os seus parceiros” mesmo tendo já tenha ultrapassado a falha técnica limitava a “plena prestação de serviços” aos clientes.

A Movicel possui 1,5 milhões de clientes, número que pretende duplicar até à chegada dos novos operadores, como definido no plano estratégico da empresa, já em implementação, segundo garantias de Gianvittório Maselli