PR reconhece que o país não tem sido "bem-sucedido" na recuperação de activos e aponta o dedo a outros países
O Presidente da República, João Lourenço, admitiu que Angola "nem sempre" tem sido "bem-sucedida" na recuperação de activos localizados no exterior. Em entrevista à Televisão Pública de Angola (TPA), Lourenço acusou os países onde esses activos estão domiciliados de utilizarem "subterfúgios" para evitar a devolução de bens que "pertencem ao povo angolano".

Em entrevista à Televisão Pública de Angola (TPA), o Presidente da República explica que os mesmos países que encorajam Angola a lutar contra a corrupção são os mesmos que quando os tribunais angolanos julgam e condenam alguém e determinam que os bens desse alguém, quer estejam dentro do país, quer estejam fora, devem reverter a favor do Estado arranjam formas de não devolverem os activos. “Nós estamos neste momento a enfrentar uma situação muito concreta, de um caso de avultadas somas recuperadas de um cidadão angolano, por via de sentença de um tribunal angolano, e que o país europeu onde estes activos estão domiciliados, julga-se no direito de realizar também, digamos, uma espécie de julgamento lá, para confirmar ou não confirmar a sentença do nosso tribunal. Isso é inaceitável, inadmissível!”, considera.
João Lourenço foi mais longe e considerou que não considerar a decisão dos tribunais angolanos é colocar em causa a “idoneidade” destas instituições. “Os nossos tribunais não são instituições políticas, são tribunais, e como tal, as sentenças dos tribunais são simplesmente para serem cumpridas”.
Apesar de nem tudo estar a correr como esperado na recuperação de activos no exterior, o Presidente da República fez um balanço "positivo", salientando que essa recuperação não ocorre "num dia". "No curto espaço de tempo em que estamos envolvidos e empenhados nesta luta, acreditamos que fizemos aquilo que foi possível. A justiça, bem ou mal, tem estado à altura deste combate."
Durante a entrevista, na qual alguns assuntos actuais ficaram de fora, João Lourenço abordou as comemorações dos 50 anos da independência, afirmando que "não excluiu ninguém", e criticou a oposição, que, segundo ele, sabota muitas das iniciativas do executivo. "Infelizmente, nem sempre somos bem entendidos, sobretudo pela oposição, que acha que, para atingir os seus objetivos, deve procurar dificultar, até mesmo sabotar, alguns projectos que o Executivo tem e que são em benefício do povo."
Viva aos prémios que celebram o que não temos e honram o...