ANGOLA GROWING
António Miguel

António Miguel

ENTREVISTA. Os empresários do sector da distribuição só vão parar de importar quando Angola atingir grandes escalas em termos de produção. A observação é do presidente executivo do grupo SODOSA, que controla o supermercado Mangolê e a empresa grossita Mercadão. António Saores fala de outros desafios do sector, colocando os condicionamentos da banca entre os factores decisivos.

DISTRTIBUÇÃO ALIMENTAR. Ancorado na importação (mais de 85% da mercadoria importada), o sector da distribuição é dos que mais cresce em Angola, com um volume de negócios a ultrapassar os dez mil milhões de dólares anualmente. Os números até podem ser animadores para os protagonistas do negócio, mas observadores consideram que “não satisfazem o interesse do Estado”, tendo em conta que não se reflectem no aumento da produção nacional.

Criou, há 20 anos, um grupo que hoje movimenta negócios em volumes que evita precisar: “Sobre isso vamos abrir um parêntese para a próxima oportunidade”, mas revela que já perdeu quase 50 milhões de dólares, com a desvalorização cambial. Frontal, o presidente executivo do grupo Bongani critica a intervenção do Estado em sectores como a distribuição, considerando o ‘Nosso Super’ e o PAPAGRO como “um recuo histórico”, logo “um erro”. E observa que a distribuição de divisas deixou de parte o sector industrial.