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Valor Económico

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CONSUMO. Apenas 11 mil 642 habitantes dos 537 mil 587 da província beneficia de energia eléctrica o que representa pouco mais de 10%, considerando a média de cinco pessoas por agregado familiar.

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O VIII Conselho Consultivo do Ministério da Energia e Águas arranca, hoje, em Saurimo, Lunda Sul, depois de sucessivos adiamentos que a organização do evento justifica com as “constantes deslocações” do ministro João Baptista Borges ao estrangeiro, para acompanhar as visitas do Presidente da República, que, recentemente, esteve na Alemanha e na China.

João Baptista Borges orienta o ‘conselho’, que termina amanhã, numa província que deve colmatar o défice de energia eléctrica a médio prazo com recurso a construção de centrais térmicas. Dados da direcção provincial da Empresa Nacional de Distribuição de Energia (ENDE) revelam que dos 537 mil 587 habitantes da província, apenas 11 mil 642 mil habitantes beneficiam deste bem público. Estes, por sua vez, devem à ENDE cerca de 600 milhões de kwanzas.

A cidade de Saurimo está no ‘top’ do consumo com 17 megawatts 13 dos quais de duas centrais térmicas. Outros quatro megawatts são fornecidos pela barragem hidroeléctrica do Chicapa que tem uma potência total de 16 megawatts que ‘alimentam’ Catoca – a quarta maior mina de diamantes do mundo.

Os municípios de Cacolo e Muconda possuem grupos geradores com dois a três megawatts cada. Já o município do Dala conta com um megawatt do aproveitamento hidroeléctrico do Chilumbwe com capacidade de 12 megawatts.

Em construção está uma bateria de mais duas centrais térmicas com 19,6 megawwats cuja conclusão está prevista para Dezembro deste ano e 2019, respectivamente, para atender consumidores de nove bairros periféricos às escuras.

Os problemas da energia na Lunda-Sul são extensivos a outras províncias do centro, sul e leste do país. E estarão à mesa dos debates do VIII Conselho Consultivo que reúne mais de 300 participantes entre a nata de quatros do sector no país e convidados.

O bilionário Bill Gates, conhecido por partilhar com o público os seus conhecimentos e as respectivas fontes de busca, resolveu indicar, na semana passada, na sua página de Linkedln, quatro sites aos quais recorre frequentemente e que lhe servem para “continuar a aprender”. Na sugestão, sublinha que “ser curioso é a melhor forma de as pessoas se sentirem vivas” e lembrou que, quando era criança, quando quisesse aprender o melhor que tinha a fazer era abrir a sua Enciclopédia World Book. Hoje, tudo o que precisa fazer é ir à internet. “Existem muitos recursos bons por aí, mas essas são algumas das minhas maneiras favoritas de continuar a aprender”, reforçou para depois indicar os sites e o que se pode encontrar em cada um deles.

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Khan Academy

“Os vídeos curtos da Khan Academy são uma óptima maneira de ficar mais inteligente em apenas alguns minutos. Os meus filhos usam-nos nas as aulas e eu para actualizar conceitos que não estudei desde o ensino médio. Estes vídeos são um tremendo recurso sobre tópicos que variam da aritmética básica a assuntos complicados, como a engenharia eléctrica.”

Code.org

“Todos podem beneficiar aprendendo a escrever até mesmo alguns códigos básicos . Mesmo que não se use, no dia-a-dia, a ciência da computação obriga a que pense abstractamente para resolver problemas concretos. O Code.org é um óptimo recurso para alunos de qualquer nível de capacidade.”

Grandes cursos da Companhia de ensino

“Uma das minhas fontes favoritas para conseguir fazer palestras interessantes é a The Teaching Company . O site tem professores incríveis que ministram cursos sobre praticamente todos os tópicos que se possa imaginar. Levo sempre, pelo menos, um dos seus DVDs para assistir quando viajo. Agora, estou a dedicar-me a alguns cursos sobre oceanografia, estado de vigilância e fisiologia.”

Big History Project

“Posso ser um pouco tendencioso em relação a este site, desde que ajudei a financiá-lo. Se se considera um aprendiz vitalício, precisa de estar sempre a conferir com o Big History Project . Este curso on-line gratuito oferece uma visão abrangente da história do universo, desde o ‘Big Bang’ até aos nossos dias.”

REDES SOCIAIS. Lançamento de uma nova aplicação vai permitir aos utilizadores comprarem os produtos em que estão interessados directamente através da rede social.

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Pelo menos, quatro em cada cinco utilizadores do Instagram seguem um negócio na rede social. Do lado dos vendedores, são mais de 25 milhões de contas criadas para promover os produtos, disse Sheryl Sandberg, directora de operações do Facebook.

É a pensar nestes resultados que o Instagram estará a trabalhar numa app para fazer compras (que poderá chamar-se IG Shopping), avançou o ‘The Verge’, que consultou fontes próximas à rede social.

A app, que actualmente funciona também como forma de divulgação dos produtos, vai permitir que os utilizadores naveguem pelas colecções de produtos dos comerciantes que seguem e possam comprá-los directamente, sem intermediários, concorrendo assim com plataformas como o Shopify. A empresa, refere o The Verge, recusou comentar ou confirmar a novidade, não sendo ainda conhecida a data do lançamento do novo projecto.

Esta não é a primeira aposta que o Instagram faz no ramo do comércio electrónico. Na rede social, é possível saber o preço de um produto e ir directamente ao ‘website’ em que ele é vendido através de um simples toque na fotografia publicada.

O Instagram está também, desde Junho, a testar compras através dos Instagram Stories. A funcionalidade, para já, só está disponível para determinados negócios, mas prevê-se que, nos próximos meses, consiga chegar a mais vendedores.

CAÇA FURTIVA. Herbívoros mortos foram descobertos nos arredores de uma reserva natural perto de Angola. Incidente é considerado o “maior” de que há memória em África. Terão sido mortos por caçadores de marfim.

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Pelo menos, 90 elefantes foram encontrados mortos perto do Botsuana, num incidente de caça furtiva considerado o “maior” de que há memória em África. Os animais foram encontrados ao longo de várias semanas durante as operações aéreas de levantamento do número de elefantes realizadas na região, na mesma área onde foram encontrados três rinocerontes brancos nos últimos três meses.

“A escala da caça ao elefante é, de longe, a maior que já vi ou li em África até hoje”, disse na passada semana, à AFP, Mike Chase, director da ‘Elephants Without Borders’, organização que está a conduzir as operações de contagem em conjunto com o Departamento de Vida Selvagem e Parques Naturais do Botsuana. “Começámos a voar para fazer a contagem a 10 de Julho, e contámos 90 carcaças de elefantes desde então”, afirmou. “Estamos a contar elefantes mortos a cada dia.”

Segundo a organização sem fins lucrativos, os animais foram encontrados junto a pontos de água nas imediações do Santuário da Vida Selvagem do Delta de Okavango — na fronteira com Angola, uma zona que atrai muitos turistas devido à sua biodiversidade. De acordo com a Siyabona Africa, uma empresa de turismo que opera na região, a área apresenta uma elevada concentração de elefantes por ter cursos de água permanentes.

Os animais foram mortos com espingardas de calibre elevado e, de acordo com o relatório elaborado por Chase a que a NPR teve acesso, há indícios que apontam para a caça furtiva motivada pelo marfim. “Todas as carcaças foram presumidamente caçadas, porque todas tiveram os crânios cortados para remover os seus dentes”, lê-se no documento. “Os caçadores tentaram esconder o crime ao ocultarem os montes de carne a apodrecer com arbustos secos”, acrescenta.

A caça ao marfim causa a morte a cerca de 30 mil elefantes anualmente. Este produto é altamente requisitado na Ásia para fins medicinais ou como ornamento, podendo chegar a ser vendido a 864 euros por quilo.

Até agora, o Botsuana tinha passado à margem deste problema devido à política de ‘tolerância zero’ para com a caça furtiva, que, segundo a AFP, permitia aos ‘rangers’ da unidade anti-caça “atirar-a-matar” contra caçadores. O pico na caça furtiva coincidiu com o desarmamento desta unidade, em Maio, cerca de um mês após a tomada de posse do novo presidente, ?Mokgweetsi Masis. Segundo a BBC, apesar de ter confirmado ter retirado as armas e equipamento militar à unidade, o gabinete do presidente não apresentou os motivos para a decisão.

Para Mike Chase, esta tolerância para com caçadores furtivos está na origem do pico no número de elefantes encontrados mortos, que teme poder atingir grandes proporções. “Os caçadores estão agora a virar as suas armas para o Botsuana. Temos a maior população de elefantes o mundo e é temporada aberta para os caçadores. Claramente temos de fazes mais para parar a escala do que estamos a registar no nosso levantamento”, disse à BBC. “A variação da classificação e idade das carcaças é um indicador do frenesim de caça que está a acontecer na mesma área há muito tempo”, afirmava o relatório.

O presidente da ‘Elephants Without Borders’ criticou ainda o novo presidente. “O nosso novo presidente [do Botsuana] precisa de defender o nosso legado e atacar este problema rapidamente. O turismo tem uma importância vital para a economia, trabalhos, e também para a nossa reputação enquanto bastião seguro para os elefantes, que está em risco”, defende. “Isto requer acção urgente e imediata por parte do governo do Botsuana.”

Com 130 mil espécimes, o país tem a maior população de elefantes do continente africano. Muitas vezes considerado como o último santuário para estes animais, o Botsuana reúne cerca de 37% da população ameaçada de elefantes de África — que segundo a Great ‘Elephant Census’ perdeu cerca de 30% dos espécimes entre 2007 e 2014.

TARIFAS. Tecnológicas e retalhistas escreveram ao Departamento de Estado para travar tarifas, com o argumento de que estão a ser prejudicadas. Casa Branca não responde. China ameaça com retaliações.

Empresas querem travar guerra comercial 2

As empresas Cisco System e Hewlet-Packard Entreprise, entre outras do ramo tecnológico, e retalhistas enviaram, na quinta-feira, uma carta ao representante do Comércio dos EUA, Robert Lighthizer, pedindo que a administração norte-americana não imponha mais tarifas à China.

As tecnológicas e retalhistas uniram-se numa última tentativa de convencer o presidente dos EUA de que não deve impor novas tarifas às importações chinesas. Em vez disso, defendem o regresso do presidente norte-americano, Donald Trump, à mesa de negociações com a China.

Os EUA impuseram novas tarifas sobre importações chinesas no valor de 200 mil milhões de dólares.

A entidade que representa os retalhistas também afirmou, numa outra carta enviada ao representante norte-americano, que as pequenas e médias empresas não vão conseguir ajustar-se rapidamente e que as tarifas impostas até agora “não levaram a quaisquer concessões significativas”. “O governo deve desistir de impor mais tarifas e tentar novamente negociar com a China”, defendem.

Contactado pela Bloomberg, o gabinete do representante do Comércio norte-americano não respondeu.

Na quinta-feira terminou o período de consulta pública sobre o plano de Donald Trump de impor novas tarifas, sendo que o líder da Casa Branca já tinha avisado que pretendia mesmo avançar com esta medida assim que o período de consulta encerrasse. Contudo, Trump não adiantou se o plano segue em frente ou não.

A China já alertou que será forçada a retaliar se os EUA ignorarem a resistência na consulta pública e impuserem mais tarifas, afirmou Gao Feng, porta-voz do Ministério do Comércio chinês, numa conferência de imprensa, também na quinta-feira.

Queda de Wall Street

Espera-se que Donald Trump anuncie em breve novas taxas aduaneiras sobre importações da China, dando mais um passo na ‘guerra’ comercial com Pequim. Mas falta saber qual será a taxa a aplicar e como vão os mercados accionistas reagir. A expectativa sobre a decisão já tem gerado desvalorizações nos mercados accionistas globais, sendo que o UBS estimou uma queda de 5% no S&P500 caso os EUA optem pela taxa máxima de 25%.

O estratega do banco suíço, Keith Parker, considera que, no mercado, ainda não está descontado o cenário de tarifas máximas, daí estimar uma desvalorização de 5% no índice que reúne as 500 maiores cotadas norte-americanas.

Economistas do UBS esperam que Trump opte, para já, pelo ponto mais baixo do intervalo pré-definido, implementando uma tarifa de 10% sobre cerca de nove mil produtos chineses. Keith Parker adverte que, no pior cenário, de tarifas de 25%, pode ocorrer um ‘sell off’ nos mercados, até porque acontecerá num período em que as cotadas não podem recomprar acções, o que constitui a perda de um importante suporte em fases negativas nas acções.

“Uma tarifa de 25% pode ser entendida como uma escalada na guerra comercial e terá um forte impacto nos resultados”, referiu o responsável do UBS numa nota a clientes, citada pela Bloomberg.

Apesar de a escalada da guerra comercial ser um cenário em perspectiva nos mercados, as bolsas norte-americanas apresentam retornos elevados em 2018 e atingiram máximos históricos. O Nasdaq é o índice ‘estrela’ de Wall Street, com uma valorização de 15% este ano. O Dow Jones ganha mais de 5% e o S&P avança perto de 8%, pelo que mesmo sofrendo a correcção estimada pelo UBS continuará em terreno positivo no ano.