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Valor Económico

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INDÚSTRIA. Falta de divisas esteve na base do atraso no arranque da unidade. E continua a ser principal receio no mercado.

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A importação poderá deixar de ser o único meio de aquisição de perfis de alumínio, com o início de produção da fábrica Extrulider, que arranca com dois anos de atrasos, devido à crise de divisas.

Como resultado do arranque atrasado, a unidade está, simultaneamente, em fase de afinações do equipamento, formação dos técnicos e de produção comercial, segundo David Pires, director-geral da empresa. “Em 2017, as coisas progrediram um pouco, mas ainda sentimos muita dificuldade. É mais um desafio e esperamos conseguir o nosso principal objectivo, que é a produção de perfis de alumínio no país”, declarou, insistindo que a falta de divisas é dos principais receios do mercado, assim como a burocracia.

Para o arranque da unidade, a Extrulider importou 500 toneladas de lingote de alumínio, a principal matéria-prima da unidade, com stock actual que assegura uma produção de três meses. “Temos de jogar com esta segurança porque a importação é morosa e as transferências, complicadas”, justificou.

Os constrangimentos iniciais motivaram, entretanto, a empresa a reajustar as metas de produção, perspectivando agora atingir rapidamente 500 toneladas por mês, a capacidade máxima de produção. Actualmente, a produção não vai além de um terço da capacidade instalada. “Temos uma prensa com capacidade para produzir uma tonelada por hora, o que permite a um turno sensivelmente 180 toneladas por mês. Mas o nosso objectivo é passar dentro de um mês, a um segundo turno e depois ao terceiro, para assegurar as 500 toneladas mês, garantindo a sustentabilidade e a recuperação do investimento.”

A estrutura física da unidade está, entretanto, preparada para receber uma segunda linha de produção, o que duplicaria a actual capacidade instalada. “Sabemos que a economia não está nos seus melhores dias. Estamos com alguma esperança para que o início do próximo ano traga alguma pujança, daí haver uma segunda nave para instalar outro equipamento de produção. Esperamos lá chegar, estamos dependentes do que será a procura de alumínio no mercado angolano”, indicou David Pires, apontando a exportação para os “apetecíveis” vizinhos Congos como outra meta.

A unidade, segundo o gestor, está apta para produzir todo o tipo de perfis, não se resumindo à caixilharia, e conta também com uma linha de lacagem de perfis, além de prever uma unidade de refusão ou reciclagem do alumínio que está em fase de acabamento.

Presidente do Tribunal Constitucional recordou ao novo Presidente as suas promessas de campanha, em particular o combate à corrupção generalizada no país. Rui Ferreira ficará na história como a figura que empossou dois Presidentes da República.

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No veemente apelo a João Lourenço para que este cumpra as suas promessas de campanha, o magistrado referiu que o novo líder angolano dispõe de uma “via expressa” para o fazer.

No seu apelo, o presidente do Tribunal Constitucional, que também faz de Tribunal Eleitoral, referiu-se ao lema de campanha do MPLA e destacou a luta contra a corrupção, o fortalecimento do Estado democrático e de Direito, a diversificação da economia e melhoria da qualidade de vida dos angolanos como parte dos desafios do PR.

A “via expressa” e o combate à corrupção mereceram enfase nas reacções avulsas ao pronunciamento, com várias sensibilidades lembrando a questão sobre um suposto mandato fora de prazo de Rui Ferreira, ou seja, numa situação em que a sua continuação configurará não apenas uma ilegalidade, mas o resultado de algum arranjo político.

Com efeito, a Constituição angolana estabelece um mandato único de sete anos para os 11 juízes do TC, sendo que Ferreira consta entre os quatro magistrados indicados pelo Presidente da República em Junho de 2008.

A aparente violação da Constituição tem sido objecto de debates desencontrados. O deputado do MPLA João Pinto, por exemplo, nega qualquer ilegalidade na permanência do antigo advogado de José Eduardo no cargo, o argumento de que o princípio da nomeação diferida dos juízes conselheiros, que barra a substituição simultânea de todos os juízes daquele órgão, é suficiente para justificar a continuação.

Cumpridos nove anos de mandato, resta saber se o novo Presidente da República tomará à letra o apelo para combate à corrupção, pondo fim a uma situação que diferentes sectores encaram como exemplo de corrupção política no país.

A multinacional angolana de telecomunicações, Angola Cables, dedicada à comercialização de circuitos internacionais de voz e dados por cabos submarinos de fibra óptica, apresenta importantes novidades sobre os grandes projectos internacionais de telecomunicação na Futurecom 2017.

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Para isso, a empresa conta com um stand de 50 metros quadrados na rua E12 e vai participar num painel dedicado ao tema cabos submarinos. O evento decorre a partir de hoje até sábado, no Transamérica Expo Center, em São Paulo, Brasil.

A rede de conectividade internacional da Angola Cables vai estar concluída com a entrada em serviço dos três sistemas submarinos que atravessam o Oceano Atlântico e os seus “datacenters” instalados em Luanda e Fortaleza.

Os sistemas submarinos são compostos pelo WACS (West African Cable System), que actualmente conecta 11 países da costa ocidental africana a três europeus e encontra-se em processo de ampliação; SACS (South Atlantic Cable System), que vai fazer a conexão entre o continente africano e a América Latina, ligando Luanda e Fortaleza, previsto para entrar em operação em Julho de 2018; e o Monet, cabo responsável pela ligação entre o Brasil e os Estados Unidos da América (EUA), com a conclusão prevista para Novembro deste ano.

A Angola Cables ainda possui o Angonap, “datacenter” localizado em Luanda, já operacional e em processo de expansão, e o “datacenter” de Fortaleza, em fase de construção. Este último, juntamente com o SACS e o Monet, exigiram um investimento de cerca de 300 milhões de dólares norte-americanos.

De acordo com Artur Mendes, director comercial e marketing da Angola Cables, “os projectos dos ‘datacenters’ e dos cabos são passos importantes na afirmação da empresa, que servirá de ponte digital para os principais centros de produção e alojamento de conteúdos, produtos e serviços de telecomunicações.

Com esta rede transatlântica em operação, os agentes do mercado terão rotas de maior eficiência e alternativas de troca de conteúdos”.

A Angola Cables vai participar num painel que abordará os factores essenciais que viabilizam o uso de cabos submarinos. Em apenas dois anos, o uso da capacidade instalada de banda larga no Mundo praticamente duplicou.

Considerando apenas a América Latina, o crescimento anual da procura ultrapassa os 40 %. A região é a que mais deve receber investimentos em cabos submarinos de fibra óptica, entre 2016 e 2018.

O painel, que acontece no Auditório Argentina, na quarta-feira, às 17h15, conta com as participações de Artur Mendes, em representação da Angola Cables, assim como representantes de outros sistemas de cabos submarinos.

A Organização das Nações Unidas (ONU) instou no fim-de-semana, em Genebra, a República Democrática do Congo (RDC) a publicar “rapidamente” um calendário eleitoral “realista”, tendo em vista a aproximação da data limite para organizar as eleições gerais no país, que devem culminar com a sucessão do actual Presidente congolês Joseph Kabila, noticiou a agência de notícias France Press.

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Uma resolução sobre essa matéria, depositada pela Tunísia em nome dos países africanos, foi adoptada pelo Conselho dos Direitos Humanos por 45 votos, um contra (EUA) e uma abstenção (Coreia do Sul).

A resolução aprovada insta as autoridades congolesas a “publicar, o mais depressa possível, um calendário eleitoral realista”, em conformidade com o acordo de 31 de Dezembro de 2016, e encoraja o Governo congolês a “criar sem delongas as condições necessárias à realização de eleições livres, transparentes, abertas e pacíficas, em particular na perspectiva das eleições legislativas e presidenciais”.

A ONU analisou, em Nova Iorque, à margem da sua 72.ª Assembleia-Geral, que terminou recentemente, o impasse na RDC, quando se aproxima o 31 de Dezembro, fim do prazo para, à luz do acordo de São Silvestre, serem realizadas as eleições presidenciais.

O encontro decorreu à porta fechada, sem a presença do Chefe do Estado congolês, mas com a dos seus principais opositores, Félix Tshisekedi e Moïse Katumbi, que exigiram uma “transição” sem Joseph Kabila para a preparação das eleições e apontam àquele responsabilidades “no desrespeito da Constituição e do acordo de 31 de Dezembro de 2016”.

Kinshasa prometeu publicar em breve um calendário eleitoral “realista”, após ter recenseado mais de 40 milhões de eleitores, sem incluir a região do Kasai.

A Comissão Eleitoral Independente considerou que a publicação do calendário estava ligada aos vários pré-requisitos, nomeadamente o voto de algumas leis no Parlamento.

Um segundo consórcio público-privado foi autorizado pelo Governo a procurar ouro numa área de concessão de mais de 195 quilómetros quadrados do enclave de Cabinda, num investimento superior a 4,2 milhões de dólares.

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Conforme um segundo despacho do género deste mês, assinado pelo ministro da Geologia e Minas (antes da posse do novo Presidente, João Lourenço), aprova este contrato de investimento mineiro com a sociedade Mongo Mongo Mineração Limitada, participada pela Ferroangol (20%), Grupo Southwind Limitada (65%) e Sofispa (20%), atribuindo os direitos mineiros para a prospeção de ouro na área a concessionar.

A concessão, segundo o documento assinado pelo agora ex-ministro Francisco Queiroz, é feita por até cinco anos, prorrogáveis até 35 anos, ficando aquela sociedade responsável por pagar um taxa de superfície durante o tempo que durar a fase de prospeção, entre os cinco e os 35 dólares (do primeiro ao quinto ano de prospeção).

Duas das empresas envolvidas nesta sociedade - a Ferroangol e os privados da Sofispa - estão envolvidos numa outra, a Lombe Mining Limitada, que neste caso vai procurar ouro mais de 381 quilómetros quadrados também do enclave de Cabinda, prevendo um investimento superior a 5,6 milhões de dólares.

A extração de ouro já acontece em Cabinda, mas de forma artesanal e por vezes ilegal, o que levou à abertura, por parte do ministério da Geologia e Minas, de algumas lojas para a "captação" desse ouro.

A aposta neste subsetor mineiro motivou a criação, em maio de 2014, da Agência Reguladora do Mercado do Ouro de Angola.