Valor Económico

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A Amnistia Internacional (AI) denunciou hoje (18) que as forças de segurança da Birmânia mataram centenas de pessoas numa campanha sistemática para expulsar os muçulmanos rohingyas, e pediu um embargo de armas ao país, informou a Lusa.

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Em relatório, a organização não-governamental de defesa dos direitos humanos AI afirmou que pelo menos centenas de pessoas foram mortas pelas forças de segurança, que cercaram localidades, atingiram a tiro residentes em fuga e incendiaram edifícios, onde se encontravam idosos, doentes e deficientes que não puderam fugira.

Nalgumas localidades, mulheres e meninas foram violadas ou sujeitas a violência sexual, de acordo com o relatório da AI para o qual foram entrevistados mais de 120 rohingyas.

Testemunhas descreveram repetidamente uma insígnia nos uniformes dos atacantes que corresponde à usada pelas tropas do Comando Ocidental da Birmânia, segundo a AI. Mais de 580 mil refugiados chegaram ao Bangladesh desde 25 de agosto, quando as forças de segurança da Birmânia iniciaram uma ofensiva contra as aldeias rohingya.

O governo birmanês disse estar a responder a ataques de rebeldes muçulmanos, mas as Nações Unidas disseram que a resposta foi desproporcionada. Matthew Wells, investigador da AI que passou várias semanas na fronteira entre a Birmânia e o Bangladesh, disse que centenas de rohingyas apresentaram ferimentos causados por balas e que os médicos afirmaram que estes eram consistentes com um cenário em que alguém é baleado nas costas enquanto foge.

Segundo Wells, a indicação de várias centenas de mortos refere-se a apenas cinco aldeias onde a AI esteve a investigar, o que levou a organização a acreditar que o número é muito superior. Imagens de satélite, confirmadas por testemunhas, mostraram casas de rohingyas e mesquitas totalmente queimadas em aldeias da minoria, enquanto outras zonas a apenas 100 ou 200 metros ficaram intocadas. "Isto mostra o quão organizada e bem planeada é esta campanha incendiária do exército birmanês e quão determinado tem sido o esforço de expulsar a população rohingya do país", disse.

A AI pediu ao Conselho de Segurança da ONU que imponha um embargo de armas alargado no país e implemente sanções financeiras contra os dirigentes responsáveis por violações que a organização afirmou corresponderem aos critérios de crimes contra a humanidade.

Antes da operação militar de 25 de agosto, que motivou a actual fuga de rohingyas para o Bangladesh, estimava-se que cerca de um milhão de rohingyas vivia no estado de Rakhine, onde são alvo de crescente discriminação desde a violência sectária de 2012 que causou pelo menos 160 mortos.

A Birmânia não reconhece a cidadania aos rohingya e há vários anos que lhes impõe severas restrições, incluindo a privação de liberdade de movimentos.

Três novos assessores foram nomeados ontem (17) pelo Vice-Presidente da República, Bornito de Sousa, refere uma nota de imprensa dos Serviços de Apoio ao Vice-Presidente da República.

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A nota informa que foram nomeados Dionísio Manuel da Fonseca, Evandra Luísa de Jesus Martins e Alcino dos Prazeres Izata Francisco da Conceição. Dionísio Manuel da Fonseca foi nomeado para o cargo de assessor Jurídico, de Modernização Administrativa e Intercâmbio do Vice-Presidente da República.

Evandra Luísa de Jesus Martins foi nomeada para o cargo de assessora para a Governação Local e Autarquia do Vice-Presidente da República. Alcino dos Prazeres Izata Francisco da Conceição foi nomeado para o cargo de assessor Económico e Social do Vice-Presidente da República.

As nomeações foram feitas ao abrigo dos poderes delegados pelo Presidente da República e do Decreto Legislativo Presidencial n.º 3/17, de 13 de Outubro.

Angola passa amanhã a presidência da Conferência Internacional sobre a Região dos Grandes Lagos à República do Congo, durante a Cimeira dos Chefes de Estado e de Governo da organização que decorre em Brazzaville.

Joao Lourenco

O Presidente da República, João Lourenço, faz a entrega do testemunho ao seu homólogo congolês, Dennis Sassou Nguesso, depois do país ter exercido dois mandatos consecutivos.

A cimeira marca também a primeira participação internacional de João Lourenço como Presidente da República.

O ministro das Relações Exteriores, Manuel Augusto, que confirmou a deslocação do Presidente da República a Brazzaville, lembrou que a região dos Grandes Lagos é das regiões mais em foco no continente africano e das mais conhecidas no mundo, apesar de não ser pelas melhores razões, pela quantidade de conflitos de grassam na região.

Nos últimos quatro anos, Angola assumiu a Presidência da organização criada em 1994 e que integra igualmente o Burundi, República Centro Africana, República do Congo, República Democrática do Congo, Quénia, Uganda, Ruanda, Sudão, Sudão do Sul, Tanzânia e Zâmbia.

O Chefe de Estado, João Lourenço, exonerou na terça-feira (17), Josefina Perpétua Pitra Diakité, do cargo de embaixadora extraordinária e plenipotenciária da República de Angola na África do Sul.

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Uma nota da Casa Civil do Presidente da República recorda que a diplomata, que agora cessa missão, havia sido nomeada para aquelas funções a 7 de Junho de 2011.

Pelo menos 22 pessoas morreram e outras 85 ficaram feridas, na sua maioria membros das forças de segurança, num ataque talibã ocorrido nesta terça-feira (17) contra uma instalação da polícia na província de Paktia, no leste do Afeganistão, indica a AFP.

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"Temos mais de uma centena de vítimas entre mortos e feridos. A informação inicial mostra mais de 15 mortos e o restante, cerca de 85 feridos, na sua maioria membros das forças de segurança", afirmou o vice-governador de Paktia, Abdul Wali Sahi.

O Ministério do Interior confirmou num comunicado o fim do ataque com a morte de sete talibãs, depois que dois deles detonaram os explosivos que levavam em dois veículos na porta do quartel, abriu passagem aos outros cinco, que iniciaram um tiroteio que se prolongou durante três horas.

"Neste incidente, o general Toryalai Abyani, chefe da polícia de Paktia, morreu", explicou o Ministério de Interior, sem divulgar mais detalhes sobre o número total de vítimas entre as forças de segurança.

O ataque aconteceu por volta das 9h30 (hora local), no quartel de Gardiz, capital de Paktia, e onde a polícia tem a sua sede principal para as províncias de Paktia, Paktika, Khost e Logar.

O porta-voz dos talibãs, Zabihullah Mujahid, reivindicou o ataque em um comunicado, no qual confirmou que empregaram dois veículos cheios de explosivos no início da operação contra o quartel: um caminhão e um carro de polícia que tinham roubado antes. "Em ambos ataques dezenas de polícias morreram e houve edifícios que ficaram destruídos", assegurou Mujahid.

Este mesmo quartel já foi alvo de um ataque talibã, no mês de Junho, quando 11 pessoas morreram e 20 ficaram feridas. Nos últimos dois anos e meio, o governo afegão foi perdendo terreno perante os talibãs até controlar apenas 57 por cento do país, segundo o inspector especial geral para a reconstrução do Afeganistão (SIGAR) do Congresso dos Estados Unidos.

Segundo dados dessa mesma fonte, entre Janeiro e Novembro de 2016 pelo menos 6.785 membros das forças de segurança afegãs morreram e outros 11.777 ficaram feridos, em linha com o recrudescimento do conflito.