Valor Económico

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A petrolífera norte-americana Chevron, através da sua subsidiária Cabinda Gulf Oil Company (Gabgoc), foi autorizada pelo Governo a adiar para Agosto de 2019 a primeira extracção de petróleo na área de desenvolvimento de Lucapa, no bloco 14.

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A informação consta de um decreto executivo assinado pelo ministro dos Recursos Minerais e Petróleos, Diamantino Pedro Azevedo, de 22 de Novembro e ao qual a Lusa teve acesso, tendo o Governo acolhido os argumentos da Gabcoc, operadora do bloco 14, no ‘offshore' de Cabinda.

O documento refere que na origem do pedido de adiamento da data para início da exploração petrolífera naquele campo estão riscos como a "fuga de hidrocarbonetos do reservatório para o leito do mar", como resultado da presença de "uma enorme falha na estrutura e sobrecarga fina", devido ao desfiladeiro do rio Congo, entre outros.

No bloco 14, a Chevron tem como associados a Sonangol Pesquisa e Produção (20%), além dos franceses da Total (20%), a italiana ENI (20%) e a portuguesa Galp Energia Overseas (9%).

O prazo do primeiro levantamento de ramas de petróleo da área de desenvolvimento do Lucapa, no bloco 14, é assim prorrogado para 15 de Agosto de 2019. PR angolano quer estancar imigração ilegal associada ao tráfico e garimpo de diamantes

Um grupo de militares angolanos partiu ontem (30), para o Reino do Lesoto, onde vai participar numa missão de paz com vista à estabilidade daquele país da região austral do continente.

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Trata-se de um contingente do batalhão de apoio à paz, na composição de uma companhia de infantaria, enviado ao Lesoto no quadro da Força de Alerta da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC).

O ministro da Defesa Nacional, Salviano de Jesus Sequeira, afirmou que Angola, na qualidade de presidente do Órgão para a Política, Defesa e Segurança da SADC, integra a referida missão, contribuindo assim para a estabilidade política e de segurança no Lesoto, país que vive uma situação de instabilidade político-militar, depois do assassinato do então chefe das forças de defesa e segurança.

Salviano de Jesus Sequeira, que presidiu ao acto de despedida do contingente militar, afirmou que o Lesoto enfrenta uma situação político-militar delicada, que requer a solidariedade institucional e o apoio de todos os Estados-membros da SADC, para a sua normalização.

O ministro lembrou que Angola também beneficiou da solidariedade de outros países, na luta pela conquista da sua liberdade e afirmação no concerto das nações.

Por isso, disse, agora também está disponível a colaborar nos esforços para o alcance da paz e de um ambiente que propicie o desenvolvimento. Salviano Sequeira disse ser neste âmbito que os países membros da SADC decidiram criar a missão de prevenção para o Lesoto, integrada pelas componentes militar, policial e civil, a fim de cumprirem com o mandato que, dentre outros, tem como objectivo apoiar na consolidação da paz e segurança daquele país.

Esta é a primeira missão de operações de apoio à paz que Angola cumpre no quadro de uma organização regional, no âmbito da Carta das Nações Unidas.

O ministro da Defesa Nacional pediu aos militares para honrarem a nação com o mais elevado sentido do dever, observando o rigor, a competência, o espírito de entre-ajuda e disciplina. A ideia, segundo Salviano de Jesus Sequeira, é que, no final da missão, o país se orgulhe do efectivo cumprimento da missão.

A tropa angolana, composta por 164 efectivos, está preparada para o desafio, que passa por restabelecer a situação no Lesoto.

“Vamos cumprir com algumas questões técnicas militares no que diz respeito à reestruturação das forças de defesa do Lesoto, assim como cooperar com outras organizações não governamentais no que concerne ao apoio humanitário”, garantiu Sabino Saara.

Dirigentes de nove países europeus e africanos, entre eles a Líbia, assim como a ONU, a União Europeia, a União Africana, decidiram realizar operações de urgência, nos próximos dias, para os migrantes vítimas de traficantes de pessoas na Líbia, anunciou o presidente francês, Emmanuel Macron, nesta quarta-feira (29).

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“Esta decisão foi tomada durante uma reunião com a UE, a UA, a ONU, Alemanha, Itália, Espanha, Chade, Níger, Líbia, Marrocos e Congo”, afirmou Macron à imprensa, à margem da cúpula Europa-África em Abidjan.

O presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, deplorou a fraca participação dos Estados-membros no Fundo Fiduciário de Emergência de África fixado em mil milhões e 800 mil euros.

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“Até agora, a participação dos Estados-membros apenas se estima em 175 milhões de euros neste Fundo destinado a satisfazer as necessidades do desenvolvimento nos países africanos de onde partem o maior número de migrantes”, frisou Junker momentos antes de deixar Bruxelas rumo a Abidjan, na Cote d'Ivoire.

Com efeito, o valor estimado deve servir para criar milhões de empregos para os jovens africanos desejosos de emigrar por falta de trabalho nos países de origem a fim de se exilarem na Europa, declarou o chefe duma delegação dos comissários europeus que participa na Cimeira União Europeia-União Africana, iniciada ontem em Abidjan.

O presidente da Comissão Europeia faz-se acompanhar por Federica Mogherini, alta representante da UE para a Política Externa e Segurança Comum (PESC) e de Neven Mimica, comissário encarregue do Desenvolvimento.

Em Abidjan, os dirigentes africanos e europeus vão, também, focar o regresso da escravidão à Líbia, onde a cadeia de televisão americana, CNN, revelou a existência de mercados de escravos, com jovens africanos a serem vendidos em leilão, a cerca de 20 quilómetros de Tripoli, zona controlada por milícias armadas.

A cimeira deve adoptar uma nova parceria estratégica entre a Europa e África, cujo eixo central é o futuro da juventude africana. Jean-Claude Juncker advertiu que apenas uma postura solidária dos Estados-membros pode ajudar a Europa a lhe dar com a situação dos migrantes de maneira ordeira e humana, como determinam os “valores europeus”. Juncker mostrou-se bastante agastado com a situação.

O Presidente da República, João Lourenço, reuniu-se nesta quarta-feira (29), em Abidjan, Côte d'Ivoire, com o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, à margem da 5.ª cimeira entre a União Africana e a União Europeia.

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No encontro, António Guterres sublinhou o papel de Angola nos esforços de manutenção de paz e da estabilidade na África Austral, bem como e na região dos Grandes Lagos, afirmou à imprensa, no final do encontro, o chefe da diplomacia angolana, Manuel Augusto.

Por sua vez, o Presidente João Lourenço, segundo o ministro Manuel Augusto, manifestou ao secretário-geral da ONU a sua indignação pelo facto de migrantes africanos estarem a ser vendidos como escravos na Líbia. Trata-se de uma situação desagradável cujos responsáveis devem ser punidos, referiu.

Ainda nesta quarta-feira e à margem da cimeira que é realizada pela primeira vez num país da África subsaariana, o Chefe de Estado angolano manteve encontros separados com o presidente do Parlamento Europeu, António Tajani, primeiro-ministro de São Tomé e Príncipe, Patrice Trovoada, e com o primeiro-ministro de Portugal, António Costa.

A 5.ª cimeira entre a União Africana e a União Europeia, que conta com a presença de pelo menos 80 chefes de Estado e de Governo, incluindo o Presidente João Lourenço, decorre de 29 a 30 na capital económica da Côte d'Ivoire, Abidjan.

O lançamento de um Plano Marshall para África e a criação de um programa de Erasmus (apoio inter-universitário) para jovens empreendedores são algumas das propostas para a cimeira.O encontro marca dez anos de parceria entre os dois blocos.

Está a ser encarado como um ponto de viragem, cujo ponto de partida é a vertente demográfica. Em 2050, África terá o mesmo número de pessoas que tem hoje a Índia e a China juntas, e mais de metade da população terá menos de 25 anos.