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Valor Económico

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O ex-presidente da comissão executiva do Banco de Fomento Angola (BFA), que saiu de Luanda em 2016 para integrar a administração do Caixa Geral de Depósitos, é apontado como o próximo presidente da comissão executiva da Sonangol.

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Enquanto se aguarda pela nomeação dos ministros do Governo de João Lourenço, antecipam-se mudanças na administração da maior empresa pública. Emídio Pinheiro, o banqueiro que liderou o BFA entre 2005 e a primeira metade de 2016, está a caminho da Sonangol para ocupar o cargo de presidente da comissão executiva da empresa, substituindo Paulino Jerónimo que, desde Junho de 2016, assume o posto.

O VALOR sabe de fontes conhecedoras do processo que o despacho de nomeação já está assinado e, a qualquer altura, o gabinete de João Lourenço deve tornar a informação pública. Desde já, fontes do VALOR asseguram que, com Emídio Pinheiro, devem entrar na Sonangol mais dois administradores, nomeadamente Ivan Almeida e Suzana Brandão de Almeida.

O primeiro é um quadro angolano do sector petrolífero, com passagem profissional pela Exxon, ao passo que a segunda é uma gestora portuguesa. Com a entrada dos três novos administradores, além do actual CEO Paulino Jerónimo, devem sair César Paxi Pedro e Jorge de Abreu, este último que sai a seu pedido. Emídio Pinheiro esteve à frente do BFA por cerca de 11 anos, tendo saído em 2016 na sequência do convite que recebeu do então presidente do português Caixa Geral de Depósitos para integrar a administração do banco.

Pinheiro acabou, entretanto, por não ficar no banco público luso, na sequência de uma polémica sobre declaração pública de patrimónios que envolveu alguns administradores do Caixa, liderados pelo então presidente António Dominguês, e o Governo português.

O presidente UNITA, Isaías Samakuva, afirmou hoje (27) que pretende abandonar a liderança do maior partido da oposição, colocando o seu lugar à disposição no arranque de um novo ciclo político em Angola.

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"Afirmei aos angolanos, antes e durante a campanha eleitoral, que, depois das eleições, deixaria o cargo de presidente da UNITA para servir o partido numa posição diferente [concorria a Presidente da República]. Mantenho e reafirmo esta decisão", disse hoje Isaías Samakuva, na abertura da quarta reunião ordinária da Comissão Política do Comité Permanente da UNITA, que decorre em Viana, Luanda. Isaías Samakuva foi eleito presidente do partido em 2003, na sequência da morte, em combate, no ano anterior, do líder e fundador da UNITA, Jonas Savimbi.

Na terça-feira (26), João Lourenço foi empossado como terceiro Presidente da República de Angola, após a vitória (com 61%) do MPLA nas eleições gerais de 23 de Agosto, sucedendo a José Eduardo dos Santos, que esteve 38 anos no poder. Para o líder da UNITA, o segundo mais votado nas eleições gerais, que viu o número de deputados eleitos quase duplicar, para 51, "é chegado o momento de se desencadear um novo processo conducente à materialização da sua decisão", propondo, por isso, a realização de um congresso extraordinário.

"Esta reunião deverá hoje proceder à definição da data em que a Comissão Política do Partido vai reunir, para que, além de analisar o relatório da campanha eleitoral, possa também, nos termos dos estatutos, ser ouvida quanto à realização de um congresso extraordinário para a eleição do novo presidente do partido", observou.

O líder do ‘galo negro considerou ainda, na sua intervenção, que os angolanos conferiram à UNITA novas responsabilidades, muito mais abrangente do que os números eleitorais parecem transmitir - o partido contesta os resultados oficiais divulgados pela Comissão Nacional Eleitoral -, Samakuva afirmou que o partido se tornou “um património nacional depositário fiel das aspirações de liberdade e dignidade dos angolanos".

"O nosso partido está e vai estar à altura desta confiança, vamos, por isso, assumir as nossas responsabilidades e continuar a servir o povo, ao lado do povo e ao serviço do povo", concluiu.

O Presidente da República, João Lourenço, empossado na terça-feira (26), nomeou hoje (27) a equipa do seu Gabinete de Trabalho.

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De acordo com o comunicado emitido pela Presidência da República, João Lourenço nomeou com Edeltrudes Maurício Fernandes Gaspar da Costa ao cargo de ministro e director do Gabinete do Presidente da República, Félix de Jesus Cala para o cargo de secretário-geral do Presidente da República e Edson Ulisses de Carvalho Alves Barreto para o cargo de director do Gabinete de Quadros do chefe de Estado.

Igualmente por decreto presidencial assinado por João Lourenço, foi hoje nomeado Marcy Cláudio Lopes para o cargo de secretário para os Assuntos Políticos, Constitucionais e Parlamentares do Presidente da República, Victor Manuel Rita da Fonseca Lima para secretário para Assuntos Diplomáticos de Cooperação Internacional, Itiandro Slovan de Salomão Simões, para secretário para os Assuntos Judiciais e Jurídicos do Presidente da República.

Luís Fernando foi nomeado por João Lourenço para o cargo de secretário para os Assuntos de Comunicação Institucional e de Imprensa do Presidente da República e Flávio Saraiva de Carvalho da Fonseca, para secretário para os Assuntos Regionais e Locais.

O anterior Governo contava com mais de 30 ministérios, mas, na posse, na terça-feira, João Lourenço reafirmou a intenção de promover a redução do executivo, no âmbito de uma reforma do Estado, prevendo a "descentralização de poderes, a implementação gradual das autarquias e a municipalização dos serviços em geral".

"A estrutura do executivo será reduzida de modo a garantir a sua funcionalidade sem dispersão de meios e evitando o esbanjamento e o desperdício de recursos que são cada vez mais escassos", apontou Lourenço, que encabeçou a lista do MPLA e venceu as eleições de 23 de Agosto.

TELEMÓVEIS. Com este investimento, a Mountain View, nos EUA, reforça a aposta em áreas como a realidade aumentada e as comunicações móveis.

Google compra HTC por 12c1 mil milhoes de dolares

A Google anunciou, na passada semana, a aquisição de parte da equipa de desenvolvimento de celulares e no licenciamento de propriedade intelectual da HTC por 1,1 mil milhões de dólares. Os pesquisadores vão trabalhar na área responsável pelo smartphone Pixel, o alto-falante inteligente Google Home e o Chromecast.

“Com esse acordo, uma equipa de talentos da HTC irá juntar-se à Google como parte da área de hardware”, afirmou Rick Osterloh, vice-presidente de aparelhos do Google, em nota.

Peter Shen, director financeiro da HTC, afirmou ao ‘New York Times’ que irá empregar mais de dois mil pesquisadores no acordo.

Responsável pelo sistema operacional móvel mais usado do mundo, o Android, e de populares serviços conectados, como Gmail, YouTube e Maps, a Google tenta engrenar como fabricante de aparelhos.

A primeira investida nessa linha foi o lançamento do smartphone Nexus One, em 2010. O sucesso só veio mesmo, no entanto, com o Chromecast, em 2013. Do tamanho de uma pen-drive, o aparelho transformava TV normais em inteligentes.

A Google e a taiwanesa HTC já trabalharam juntos no desenvolvido do tablet Nexus 9, lançado em 2014.

Esta é a segunda negociação do Google que envolve uma fabricante de smartphones. Em 2011, a empresa comprou a Motorola Mobility por 12,5 mil milhões. Após três anos de insucessos, a empresa foi vendida à Lenovo por um quarto desse valor. Ainda assim, a Google reteve algumas das patentes essenciais da empresa.

OCEANOS. Em 540 milhões de anos ocorreram cinco extinções em massa na Terra, cada uma marcada pela perturbação do ciclo do carbono pela atmosfera e oceanos. E coincidem com as marcas da extinção de espécies marinhas.

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A quantidade de carbono nos oceanos poderá atingir em 2100 o limite acima do qual aconteceram extinções em massa no passado, avisam investigadores norte-americanos que usaram um modelo matemático para prever o que chamam ‘limiar da catástrofe’.

Segundo o professor de Geofísica Daniel Rothman, 310 gigatoneladas é o máximo de carbono que os oceanos aguentam antes de a libertação súbita deste gás alterar o meio ambiente de modo a provocar extinções em massa que podem decorrer ao longo de centenas de anos.

“Isto não quer dizer que o desastre acontecerá no dia seguinte ao limite ser atingido”, salientou, indicando que “o ciclo do carbono passaria a estar instável e comportar-se-ia de uma maneira imprevisível, o que, no passado geológico, está associado com extinções em massa.”

Rothman estima que, ao ritmo a que a actividade humana produz carbono, as 310 gigatoneladas serão atingidas por volta do virar do século. Ao longo de 540 milhões de anos aconteceram na Terra cinco extinções em massa, cada uma marcada pela perturbação do ciclo do carbono que passa pela atmosfera e pelos oceanos. Estas perturbações foram ocorrendo ao longo de milhares ou milhões de anos e coincidem com as marcas da extinção de espécies marinhas em todo o planeta.

Num estudo publicado na revista Science Advances, o investigador do Instituto de Tecnologia de Massachusetts afirma ter identificado um “limiar de catástrofe” nas extinções que já aconteceram, estabelecendo que o que importa não é a quantidade de tempo que demoram as perturbações no ciclo do carbono, mas a quantidade de carbono em causa.

No ciclo normal do carbono, que depende de um vaivém constante entre consumo e produção, há sempre uma quantidade adicional de carbono que é depositada nos fundos oceânicos. Quando há um excesso de produção de dióxido de carbono, como a que caracteriza a actividade humana desde a industrialização, esse excesso leva ao aquecimento global e à acidificação dos oceanos, o que desencadeia as extinções globais.

Segundo as piores previsões, o nível de carbono nos oceanos poderá ser muito superior ao limite definido por Rothman e chegar às 500 gigatoneladas. “Deve ser possível recuar nas emissões de dióxido de carbono”, afirmou Rothman, salientando que a sua investigação “aponta razões pelas quais é preciso ter cuidado”.