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Valor Económico

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RANKING. Marca de relógios possui receitas anuais avaliadas em 4,7 mil milhões de dólares, mas, no ano passado, chegou a atingir o valor de 8,05 mil milhões de dólares. Este ano, a Rolex assume a liderança do ‘ranking’ pelo terceiro ano consecutivo.

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A Rolex, uma empresa suíça fabricante de relógios de pulso e acessórios, com sede em Genebra, foi considerada, pelo terceiro ano consecutivo, como a companhia mais respeitável do mundo em 2018, indica o mais recente ‘ranking’ do Reputation Institute (RI), uma firma de serviços de medição e gestão de reputações.

A marca já tinha sido distinguida como a mais valiosa, em 2017, pela BrandZ Top 100, um relatório elaborado pelo consultor de pesquisa Kantar Millward Brown, que classifica as principais marcas do mundo pelo seu valor estimado de mercado.

Fundada em 1905 pelo alemão Hans Wilsdorf, a Rolex possui, em média, receitas anuais avaliadas em 4,7 mil milhões de dólares, mas, no ano passado, a marca chegou a atingir o valor de 8,05 mil milhões de dólares. É uma companhia que dedicou todos os seus esforços para redefinir o que é vencer”, afirma o director de pesquisa do RI, Hahn-Griffiths, sobre a campanha da marca de relógios de luxo.

Ainda assim, ao longo dos anos, a nota da marca diminuiu para 79,3 no ‘ranking’, muito próximo de 80, que é a marca de excelência da RI. Desde 2006, o RI publica o ‘Global RepTrak 100’, um estudo anual da reputação corporativa. O ‘ranking’ deste ano revelou um declínio de, em média, 1,4 na pontuação do Top 100, a primeira regressão significativa desde o fim da Grande Recessão.

Para determinar as companhias mais reputadas do mundo, o RI, segundo a revista Forbes, entrevistou mais de 230 mil pessoas em 15 países entre Janeiro e Fevereiro de 2018. Segundo os critérios do ‘ranking’, todas as empresas devem ter receita superior a cinco mil milhões de dólares, presença em todos os países pesquisados e 40% da população geral dessas nações devem estar familiarizadas com a marca.

Comportamento ético, justiça, valor do produto e transparência são, entre outros, os factores mais importantes para determinar a reputação de uma empresa. Terá sido por essa razão, segundo a Forbes, que a Apple caiu 38 posições no ‘ranking’, estando agora posicionada em 58.º lugar.

O declínio, que não representou qualquer surpresa para os analistas, é explicado por incidentes como o conflito de criptografia com o FBI, as acusações de evasão fiscal, número decepcionante de vendas do iPhone X e as controvérsias sobre a adulteração de baterias.

LEGO PERSISTE NOS LUGARES CIMEIROS

Outros destaques incluem a Lego, a fábrica de brinquedos dinamarquesa, que surge em segundo lugar pela segunda vez consecutiva com uma nota de 77,9, graças à transparência e iniciativas sustentáveis como a produção de peças com materiais naturais.

Apesar de o grupo dinamarquês ter reportado, em Março, uma quebra de 8% nas receitas do ano passado, para 34.995 milhões de coroas dinamarquesas (5.792 milhões de dólares), a companhia conseguiu conservar o segundo lugar em 2018.

Segundo a empresa dinamarquesa, “enquanto as receitas nos mercados estáveis da América do Norte e da Europa desceram em 2017, o total de vendas ao consumidor em alguns destes mercados cresceu, particularmente nos últimos meses do ano”, sendo que o grupo “vê oportunidades de voltar a crescer nestas regiões e vai trabalhar de perto com os retalhistas”.

“O grupo vê também um grande potencial no mercado chinês, onde as receitas cresceram aos dois dígitos percentuais em 2017”, refere a Lego, recordando ter recentemente assinado um acordo de parceria “com uma das maiores companhias de Internet do país, a Tencent”, com o objectivo de “expandir ainda mais a presença neste mercado estratégico”.

Também prevista para o final de 2018 está a abertura de um escritório da Lego no Dubai “para apoiar o crescimento das operações no Médio Oriente e em África”.

O Presidente da República, João Lourenço, viajou, no princípio da tarde desta terça-feira, para Kigali, capital do Rwanda, onde vai participar na X Cimeira Extraordinária de Chefes de Estado da União Africana, noticia a Angop.

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A reunião de Kigali, que arranca nesta quarta-feira, 21, terá como ponto alto a assinatura pelos estadistas africanos do acordo que cria a Zona de Comércio Livre Continental (ZLEC).

A ZLEC perspectiva criar um mercado de 1,2 biliões de consumidores, com a elevação do comércio intra-africano de 16% para 53%, sendo que Angola é um dos países que defende a existência desta comunidade.

A União Africana (UA) é uma organização internacional que promove a integração entre os países do continente africano nos mais diferentes aspectos, com destaque para a unidade e a solidariedade entre os povos de África.

Fundada em 2002 e sucessora da Organização da Unidade Africana, criada em 1963, defende a eliminação do colonialismo, a soberania dos Estados africanos e a integração económica, além da cooperação política e cultural no continente.

ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS. Animais e plantas de áreas naturais podem desaparecer, caso as emissões de CO2 não sejam controladas, conclui estudo da organização WWF.

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As alterações climáticas colocam em risco metade das espécies vegetais e animais de ecossistemas importantes como a Amazónia, o sudoeste da Austrália e as florestas de miombo da África Austral.

De acordo com um estudo das universidades de East Anglia (Reino Unido) e James Cook (Austrália) e da organização não-governamental internacional World Wide Fund for Nature (WWF), publicado a 10 dias da ‘Hora do Planeta’ (a 24 de Março, o maior evento ambiental do mundo), se as emissões de dióxido de carbono não forem controladas, metade das espécies de animais e plantas de áreas naturais do mundo, como a Amazónia ou as ilhas Galápagos, podem extinguir-se até ao fim do século. E conclui que, mesmo que se consiga evitar a subida da temperatura global, a perda de espécies pode chegar a 25%.

Os investigadores examinaram o impacto das alterações climáticas em quase 80.000 espécies de plantas e animais de áreas ricas em biodiversidade e vida selvagem. Cada área estudada foi escolhida pela sua singularidade e pela variedade de plantas e animais que contém.

E concluíram que as florestas de miombo, o maior bioma da África Austral e Central que abrange oito países (Angola e Moçambique incluídos), o sudoeste da Austrália e a Amazónia serão as áreas mais afectadas.

Com um aumento médio da temperatura global em 4,5 graus Celsius, as florestas de miombo na África do Sul perderiam até 90% dos anfíbios, 86% das aves e 80% dos mamíferos, a Amazónia perderia 69% das espécies de plantas e no sudoeste australiano 89% dos anfíbios seriam extintos. O aumento das temperaturas médias e a precipitação mais errática podem reduzir as chuvas no Mediterrâneo, em Madagáscar e no Cerrado-Pantanal da Argentina, dizem também os investigadores, acrescentando que os elefantes africanos terão menos água disponível, que 96% das áreas de reprodução dos tigres de Sundarbans (região entre a Índia e o Bangladesh, na Baía de Bengala) podem ficar submersas, e que a população de tartarugas marinhas também diminuirá.

“A nossa investigação quantificou os benefícios de limitar o aquecimento global a dois graus Celsius no que respeita a espécies de 35 das mais ricas áreas em vida selvagem do mundo. Estudamos 80 mil espécies de plantas, mamíferos, aves, répteis e anfíbios e descobrimos que 50% das espécies podiam perder-se nessas áreas sem uma política climática. No entanto, se o aquecimento global for limitado a dois graus acima dos níveis pré-industriais, a perda pode reduzir-se para 25%”, disse a investigadora principal, Rachel Warren, do Centro Tyndall de Investigação das Alterações Climáticas, Universidade East Anglia, em Norwich, Inglaterra.

Em geral, a investigação mostra que a melhor forma de proteger as espécies contra a extinção é manter a temperatura global o mais baixo possível.

A 24 de Março, milhões de pessoas reúnem-se na iniciativa ‘Hora do Planeta’, para mostrar o compromisso de reduzir as emissões globais de gases com efeito de estufa.

Na vida dos nossos filhos, alerta Tanya Steele, da WWF, locais da Amazónia ou as ilhas Galápagos podem tornar-se irreconhecíveis, “com metade das espécies que aí vivem a serem extintas pelas alterações climáticas causadas pelo homem”.

E depois, diz ainda, animais icónicos do mundo, como o tigre siberiano ou o rinoceronte-de-java, estão em risco de desaparecer, além de dezenas de milhar de plantas e pequenas criaturas que são as bases da vida na Terra.

RANKING. Françoise Bettencourt Meyers, apesar de se estrear no ‘ranking’ da Forbes há poucos meses, já é a segunda mais bem cotada na lista das mulheres mais ricas do mundo, sendo superada somente pela herdeira da Walmart, Alice Walton.

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A nova herdeira da L’Oréal, Françoise Bettencourt Meyers, entra directamente como uma das mais ricas na estrita lista de multimilionárias da Forbes, em 2018, ostentando uma riqueza avaliada em 42,2 mil milhões de dólares.

Mesmo ao nível das já consideradas ‘veteranas’ no ‘ranking’ da Forbes, Françoise Bettencourt Meyers figura em segundo lugar, ficando somente atrás de Alice Walton, que possui uma fortuna avaliada em 46 mil milhões de dólares.

Herdeira da Walmart, Alice Walton chega ao título de mulher mais rica do mundo, após a morte da herdeira da L’Oreal, Liliane Bettencourt – mãe de Françoise Bettencourt Meyers –, ocorrida em Setembro de 2017, aos 94 anos.

Filha única de Liliane, Françoise Bettencourt Meyers é agora detentora de um património que supera o que a sua mãe tinha há um ano, mas ainda tímido se comparado aos ganhos da herdeira da Walmart. A fortuna de Françoise Meyers tem como base a sua participação de 33% na ‘gigante’ dos cosméticos.

Neta do fundador da L’Oréal, Bettencourt Meyers, Françoise já liderava a propriedade da empresa por via da sua participação accionista, bem como a do seu marido e dos dois filhos. É ainda autora de três livros, incluindo um sobre mitologia grega.

O avô, Eugene Schueller, fundou a antecessora da L’Oreal em 1909, dois anos depois que o jovem químico começou a criar tinturas para cabelos com a marca Oréal.

Sob a sua liderança, vendia tinturas a cabeleireiros parisienses de uma marca conhecida. Mas depois, Eugene Schueller passou a participação para a filha Liliane, que entrou na empresa como aprendiz, quando tinha apenas 15 anos e foi ela que acabou por constituir a fortuna da família.

OS SEGUIDORES

Entre os estreantes, na lista da Forbes, os ganhos de Françoise Bettencourt Meyers superam, em grande medida, os seus mais próximos seguidores. O alemão Alexander Otto, com uma fortuna avaliada em 11,8 mil milhões de dólares, aparece em segundo lugar no ‘ranking’.

Alexander Otto é o filho mais novo do fundador do grupo Otto. Com sede em Hamburgo, na Alemanha, o grupo actua numa série de sectores, entre os quais o ‘e-commerce’, logística e prestação de serviços.

Já Wu Shaoxun, um fornecedor de licor chinês, surge em terceiro lugar, com um património estimado em sete mil milhões de dólares.

A lista da Forbes inclui ainda outros estreantes, sendo de destacar o espanhol Alberto Palatchi, com uma fortuna avaliada em 1,1 mil milhões de dólares. Para integrar o ‘ranking’ da Forbes, o milionário espanhol vendeu, em Outubro, 90% da empresa de vestidos de noiva Pronovias, fundada pelo pai em 1922, por estimados 655 milhões de dólares.

Outro estreante é o suíço Thomas Flohr, que possui uma riqueza estimada em 2,3 mil milhões de dólares. O seu grande salto para o mundo dos multimilionários iniciou-se com a fundação da Vista Jet, uma empresa de aviação privada de luxo, líder mundial e operadora exclusiva de aeronaves executivas da Bombardier.

Da lista, constam ainda os norte-americanos Niraj Shah e Steve Conine, cujos patrimónios estão calculados em 1,6 mil milhões de dólares cada um. Ambos são co-fundadores da retalhista online de artigos para casa Wayfair.

RECURSOS ESTRATÉGICOS. Gigantes internacionais de exploração mostram-se contra ao aumento das taxas e avisam que a medida poderá desacelerar investimento estrangeiro no sector. Minerais em causa são utilizados na produção de telemóveis, veículos eléctricos e energias renováveis.

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O governo da República Democrática do Congo (RDC) declarou o cobalto e o coltan -minerais utilizados na indústria das tecnologias - como “mineiros estratégicos”, aumentando as taxas de exploração de dois para 10%, com a apresentação de um novo código.

A decisão governamental está a provocar mal-estar no seio das gigantes internacionais de exploração mineira instaladas no país africano. E, pelo menos, cinco empresas (Randgold, AngloGold Ashanti, Glencore, Ivanhoe Mines e a China Molybdenum Company, principais actores do sector mineiro congolês) decidiram abandonar a Federação das Empresas Congolesas (FEC), organização patronal da RDC por, supostamente, não estarem adequadamente representadas.

A medida do governo de Joseph Kabila surge numa altura em que as referidas empresas foram instada, em Fevereiro, a procederem a uma próxima renegociação das suas parceiras com a empresa mineira estatal (GECAMINES), presidida por Albert Yuma.

Num comunicado conjunto, as cinco empresas que representam 85% da produção de cobre, do cobalto e do ouro do país, explicam que a FEC não representa de forma adequada os seus interesses. Embora não o tenham citado, a crítica visa directamente o presidente da FEC, Albert Yuma, que está à frente da federação há 13 anos, e também, presidente da GECAMINES.

Kinshasa mantém-se, no entanto, inflexível, apesar da resistência dos operadores internacionais e depois de ter promulgado um novo código mineiro, em que, além do cobalto e o coltan, classifica o litio e o germânio, como “minerais estratégicos”.

O agravamento das taxas daqueles minérios acontece numa altura em que a procura aumenta, por causa da sua utilização nas indústrias de automóveis, de telefonia móvel e de fabrico de aparelhos de energias renováveis.

Com o novo código mineiro, promulgado a 9 de Março, por Joseph Kabila, o objectivo de Kinshasa passa pelo aumento das receitas públicas.

A manobra vai fazer passar as taxas pagas ao governo de 2% a 10%, para a extracção do cobalto e do coltan, e dos minérios que não foram classificados como estratégicos viram as suas taxas fixadas a 3,5% pelo novo código.

O recurso ao novo código mineiro visa permitir o governo a aumentar as suas receitas tiradas da extracção dos minerais “mais rentáveis”, para injectar mais fundos públicos nos orçamentos alocados à industrialização e aos programas sociais. “Devemos fazer mais dinheiro antes que os minerais escasseiem, por isso, são estratégicos para o país. Isso vai continuar a crescer e vamos continuar a aumentar as taxas sobre os nossos minerais”, explicou à imprensa, um alto funcionário do governo congolês.

As empresas de mineração internacionais entendem que o novo código irá impedir o investimento estrangeiro, mas concordam em iniciar negociações com o governo sobre medidas para implementá-lo. No entanto, o anúncio governamental parece antecipar essas negociações, que deveriam determinar, entre outras coisas, como os metais seriam classificados.

Os baixos preços das ‘commodities’, nos últimos anos, atingiram a economia congolesa, fazendo com que a inflação aumentasse para quase 50% em 2017. A RDC é a maior fonte de cobalto do mundo.