Valor Económico

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A liderança e as características que um grande líder deve possuir acompanhando a evolução da actualidade são temáticas que se encontram no centro das preocupações das organizações.

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O líder do futuro será alguém capaz de desenvolver uma cultura ou um sistema baseado em princípios, mostrando a coragem e a humildade de aprender e crescer continuamente com a sua equipa, alguém capaz de mobilizar e inspirar, construindo um caminho partilhado.

O gosto pelo desafio, a curiosidade pelo desconhecido, a procura de inovação e a vontade de arriscar e experimentar caracterizam os futuros líderes.

A liderança não é uma característica inata nem exclusiva de uma determinada cultura. Ela existe e desenvolve-se em todos os patamares sociais, em todas as culturas e até em todas as profissões, e por isso é importante considerar duas perspectivas: a existência das pessoas na relação com os seus líderes e o que as organizações realmente necessitam.

Assim, indo ao encontro das características dos líderes do futuro, ressalvamos o modelo de cinco práticas de Kouzes & Posner (2008) assente em cinco práticas capazes de dar resposta às necessidades de um ‘innovative leader:’

1) “Modelam o Caminho”: situam os princípios e as regras do jogo e dão o exemplo;

2) “Inspiram uma Visão Comum”: visionam o futuro, comunicam, informam e motivam;

3) “Desafiam o Processo”: procuram oportunidades, experimentam e correm riscos e aprendem com os erros;

4) “Dão suporte à Acção”: promovem a colaboração e desenvolvem e fortalecem os outros; e 5) “encorajam o coração”: reconhecem as contribuições e celebram as vitórias.

De modo a compreender e a identificar as práticas que os líderes utilizam no seu dia-a-dia e com base numa liderança transformacional, os mesmos autores desenvolveram o ‘Leadership Practice Inventory’ (LPI®), um instrumento desenhado para obter ‘feedback’ acerca de comportamentos de liderança que pode ser utilizado como instrumento de 360º para que o líder obtenha informação acerca do seu comportamento, como está no presente e como pode evoluir e também fornecer ‘feedback’ baseado nos dados de diferentes perspectivas. O estudo revelou (ver exemplo imagem 1) que a produtividade e o ‘empowerment’ têm uma correlação significativa com os resultados do LPI®, bem como os líderes que adoptam as cinco práticas, são vistos como indivíduos que: são mais eficazes em alcançar resultados; têm mais sucesso a defender os seus departamentos; criam equipas de elevado desempenho; promovem lealdade e o compromisso. Revelou também que as cinco Práticas de Liderança de Excelência estão significativamente correlacionadas com a satisfação no trabalho, a produtividade e o comprometimento organizacional. O estudo foi realizado em líderes de todo o mundo, tem uma fidelidade acima dos .90 e o índice de desejabilidade social não foi significativo. As correlações foram encontradas em organizações do sector público, privado, sem fins lucrativos, e os resultados são consistentes em organizações em todo o mundo. Após a aplicação do estudo, foi possível obter depoimentos de alguns dos líderes que participaram no mesmo, vejamos o caso de Ron Crossland, vice-presidente,Tom Peters Company que afirma:

“Utilizo o LPI® nos meus clientes há mais de 15 anos, em mais de 20 países em todo o mundo. Nunca falhou em ajudar os gestores a ganharem consciência acerca do que realmente põem em prática. Recomendo fortemente este instrumento universal e acessível a qualquer pessoa que queira melhorar a sua capacidade de liderança.”

Steve Coats, Sócio Gerente, International Leadership Associates diz: “Utilizo o LPI® com os meus clientes há mais de uma década. É elegantemente simples, no entanto, profundamente poderoso. Mas, mais importante, as pessoas que o adoptam no seu desenvolvimento como líderes tornam-se efectivamente melhores líderes. Conclusão: o LPI® funciona.”

Assim, partindo da aplicação do LPI® e dos resultados obtidos, ressalvamos a importância da aplicação do modelo das cinco práticas de liderança aos líderes actuais e que serão também em simultâneo os líderes do futuro e que, por isso, devem formar uma visão impulsionadora do alcance de objectivos, desafios e sucessos.

O ‘workshop’ “As cinco práticas de liderança de excelência”, que iremos dinamizar em Luanda, em parceria com a Human Skills, será um dia de partilha e prática deste modelo, que tem como objectivo uma liderança transformacional e inspiradora, pois é através das cinco práticas e dos seus comportamentos que o líder transforma a realidade e consegue mobilizar e inspirar a sua equipa.

DIFICULDADES. Escassez de recursos materiais e financeiros compromete igualmente trabalhos de extensão universitária em unidades orgânicas no Huambo, Bié e Moxico. A crise já forçou a redução de vagas no presente ano académico.

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O reitor da Universidade José Eduardo dos Santos (UJES), Cristóvão Simões, admitiu, na semana passada, no Huambo, que a instituição que dirige desde 2009 está com “dificuldades” para realizar trabalhos de investigação científica, devido à “falta de quadros suficientemente qualificados”.

Na base do problema, segundo o académico que falava em conferência de imprensa, está igualmente a “escassez de recursos materiais e financeiros”, o que tem limitado a UJES a desenvolver apenas actividades ligadas ao ensino. É por este motivo, justifica Cristóvão Simões, que também “não estão a ser realizados trabalhos de extensão universitária” naquela instituição do ensino superior pública que conta, para além da sede no Huambo, com unidades orgânicas no Bié e no Moxico.

“É difícil falar em termos de pesquisa, investigação e extensão universitária, já que temos mais dificuldades, porque envolvem meios materiais e humanos mais sofisticados que nem sempre possuímos”, justificou.

O médico avançou ainda que a publicação de artigos e obras literárias e científicas é bastante escassa na UJES, apesar dos esforços contínuos que têm sido feitos para se ultrapassar o quadro actual.

Apesar das dificuldades, o reitor esclareceu que, para garantir a extensão universitária, têm sido realizadas algumas acções, essencialmente nos cursos de saúde, em que são desenvolvidos actos positivos junto dos hospitais e das comunidades.

Para o presente ano académico, a UJES disponibilizou 2.200, contra as 2.745 do ano passado, uma redução de 545 lugares, que, segundo o reitor em declarações à Angop em Dezembro, se deveu à “insuficiência de infra-estruturas”.

Localizada na V Região Académica, a UJES tem nove unidades orgânicas, nomeadamente as Faculdades de Ciências Agrárias, Medicina Humana, Medicina Veterinária, Economia, de Direito, o Instituto Superior Politécnico (ISP), todas localizadas no Huambo, e as Escolas Superiores Politécnicas (ESP) no Bié e no Moxico.

ESP Bié quer formar mestres

O chefe de departamento para os assuntos académicos da Escola Superior Pedagógica do Bié, afecta à UJES, Aristides Jaime Yandelela Cambuta, garantiu que estão criadas as condições para a abertura do Instituto de Formação de Mestrado. Para já, segundo o responsável, a instituição está a negociar, desde o mês passado, junto do Ministério do Ensino Superior para a materialização do projecto.

A ESP conta com nove professores doutores, formados nos últimos três anos, estando 10 em formação, além dos 14 mestres e 30 em formação no país e no estrangeiro, tendo como foco incentivar licenciados que queiram dar continuidade à formação.

CONSERVAÇÃO AMBIENTAL. Implementação inicial do plano de protecção deverá durar dez anos. Até 2022, pretende-se, em todo o país, que haja um aumento de 12% para 17% de áreas protegidas.

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O Huambo, Kwanza-Sul, Malanje e Uíge poderão, ainda este ano, contar com novas áreas de conservação, a serem criadas no âmbito do Plano Estratégico para o Sistema de Áreas Protegidas de Angola (PESAP), noticiou a Angop.

O referido plano, apresentado na passada semana às instituições do Estado e da sociedade civil para auscultação, orienta a expansão, a longo prazo, dos sistemas de áreas de conservação em Angola, de forma a materializar uma rede nacional de conservação da biodiversidade, que conduza à estabilidade ecológica, à resiliência às alterações climáticas e ao bem-estar das comunidades.

A iniciativa visa clarificar o papel das áreas de conservação na protecção das espécies e diversificação da economia, promovendo uma gestão eficiente e sustentável dos recursos humanos, bem como assegurar a existência de condições que permitam que as áreas de conservação sejam geridas de maneira eficaz de modo a que possam dar resposta aos objectivos da sua criação.

De acordo com o director-geral do Instituto Nacional da Biodiversidade e Áreas de Conservação (INBAC), Aristófanes Pontes, o plano terá inicialmente duração de 10 anos (2018 e 2028), sendo que se prevê, até 2022, o aumento de cerca de 12,98% para 17% de áreas protegidas em todo o território nacional.

Além das novas áreas terrestres, em coordenação com o Ministério das Pescas e do Mar, pretende-se criar 10% de áreas marinhas protegidas ao longo da costa com aproximadamente 1.650 quilómetros, actualmente sem nenhuma protecção.

Numa primeira fase, o PESAP sugere a criação de zonas protegidas nos parques nacionais da Quiçama (Luanda) e do Iona (Namibe), com vista a garantir a protecção e a gestão eficaz da linha de costa da Baía dos Trigres, estuário do Cunene, entre outras zonas.

Constam do plano o estuário do rio Chiloango (Cabinda), a península Sereia, no Soyo (Zaire), a zona costeira da foz do rio Longa e a área do Ombaca (Kwanza-Sul) e Bentiaba (Namibe).

De acordo com Vladmir Russo, director executivo da Fundação Kissama para a Área Ambiental e Administração que também participou da apresentação do projecto, um dos objectivos é “fomentar a criação de áreas marinhas protegidas com o intuito de permitir a sustentabilidade aos recursos”.

“E esta sustentabilidade deve estar assente numa gestão que privilegie as opções naturalizadas e adaptativas para salvaguardar os recursos e valores naturais patrimoniais e paisagísticos”, defendeu o ambientalista. Angola dispõe de nove parques nacionais, um parque natural regional e quatro reservas naturais integrais, que compõem os 12,98% do território nacional.

O processo de inspecção da madeira apreendida pelas autoridades em vários municípios do país, no âmbito da cessação da campanha florestal/2017, que foi prorrogada até o dia 31 de Janeiro de 2018, começa nenesta segunda-feira.

Madeira

A acção, a ser conduzida pela Comissão Ministerial, criada na última sexta-feira pelo Ministério da Agricultura e Florestas, visa aferir a legalidade de exploração da madeira retida e fazer o balanço do grau de cumprimento do Decreto Presidencial n.º 274/17, de 10 de Novembro, que prorrogou a campanha florestal/2017 até 31 de Janeiro de 2018, em vez de Novembro ou Dezembro, época que habitualmente termina o ano florestal que começa no mês de Maio de cada ano.

A comissão, composta pelos ministérios da Agricultura e Florestas, Defesa, Indústria, do Interior, Comércio, bem como pelo Banco Nacional de Angola (BNA) e a Administração Geral Tributária (AGT), tem trinta dias, a contar desta segunda-feira, para apresentar um relatório ao ministro da Agricultura.

Após a inspecção desta comissão, a madeira que estiver legal poderá ser transaccionada pelos proprietários no mês de Maio próximo, período em que começa a campanha florestal anual, enquanto a madeira explorada ilegalmente será confiscada pelo Estado, segundo o director nacional de Florestas, Nazaré Veloso.

Em declarações à Angop, a fonte explicou que a comissão vai procurar, essencialmente, saber as razões que levaram os madeireiros a transaccionar o produto depois do término da campanha florestal/2017, aferir o estado técnico dos caminhões, assim como o licenciamento das empresas exploradoras.

A falta deste mecanismo de financiamento, segundo o Chefe de Estado, tem sido um dos maiores constrangimentos da prática da investigação científica em Angola.

JLO

O Presidente da República, João Lourenço, anunciou hoje, em Saurimo, Lunda-Sul que o Executivo vai dotar o Sistema Nacional de Ciência e Tecnologia e Inovação de um mecanismo de financiamento, a ser instituído em breve, para que as instituições e actores singulares possam se candidatar à execução de projectos, acções e actividades de suporte ao Plano de Desenvolvimento Nacional 2018-2022.

A falta deste mecanismo de financiamento, segundo o Chefe de Estado, tem sido um dos maiores constrangimentos da prática da investigação científica em Angola, onde se verifica uma falta gritante de quadros altamente qualificados e com experiência comprovada.

Para o Presidente da República o que se investe em investigação científica no país está longe do valor mínimo de um porcento do PIB (Produto Interno Bruto), tal como foi recomendado pela UNESCO e adoptado pela SADC.

O Titular do Poder Executivo deslocou-se na manhã desta segunda-feira à cidade de Saurimo, para uma visita de algumas horas, onde orientou a cerimónia de abertura do ano académico 2018. Antes do acto de abertura do ano lectivo no ensino superior, que decorreu no Cine Chicapa, João Lourenço manteve um encontro com o governador provincial, Ernesto Kiteculo.