E agora pergunto eu...
Seja bem-vindo querido leitor a este seu espaço onde perguntar não ofende, depois de uma semana em que o chefe foi aos BRICS em vez de à Casa Branca acompanhar os outros cinco presidentes africanos que foram assinar o acordo de paz entre a RDC e o Ruanda. Um acordo que levanta perguntas várias, a começar com “quanto tempo irá durar?” E “será que o Ruanda vai cumprir este acordo e retirar tropas de uma zona mina que é um evidente alicerce financeiro para a economia e para o regime ruandês?” É claro que o nosso 'voador' não escolheu ficar de fora apesar de ter ficado amuado com a forma como Kagame ridicularizou os seus esforços pacificadores, Trump é que provavelmente não efectivou o convite informal que havia feito em frente às câmaras há umas semanas.

Durante o encontro em Washington, Trump deu mais um show de insultuosa ignorância ao perguntar ao presidente da Libéria como é que falava inglês tão bem – ignorando que a Libéria que foi fundada por ex-escravos vindos precisamente da América e tem por essa partilha histórica laços de proximidade com os EUA e deixando encabulado Joseph Boakai, mas que dizer? Alguém atribua ao homem o Prémio Nobel da geografia, da História, ou da diplomacia, já que os encontros na Casa Branca da sua vigência andam cada vez mais circenses. Foi aquele festival com Cyril Ramaphosa com o sul africano a tentar ser pedagógico ao explicar que o genocídio de brancos a que Trump fazia referência não existiu, mas que o diga também o presidente ucraniano que já saiu de lá quase expulso e maltratado entre outras coisas por não usar fato e gravata.
Durante a cimeira dos BRICS o nosso 'funcionário voador' voltou a apelar a mais kilapes (ultimamente anda muito pedinchão lá fora) ao elogiar a vontade dos BRICS de falar sobre o financiamento para o desenvolvimento de África e das infraestruturas, e fez referência a “financiamento em moldes menos onerosos para os mais necessitados.” E perguntas não faltam... Será o país que dirige e que representa no seu Dreamliner um dos que se refere como mais necessitado? O que tornaria o país um dos mais necessitados? Não será a gente que o governa? E o tipo de política e de governação que escolhem, bem como o tipo de infraestrutura em que investem?
Para ler o artigo completo no Jornal em PDF, faça já a sua assinatura, clicando em 'Assine já' no canto superior direito deste site.

Quando a diplomacia jornalística encontra a realidade