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Valor Económico

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AVIAÇÃO. Avião já começa a ‘marcar os primeiros passos’. Os testes iniciais serão feitos em breve e vão começar com o abastecimento de combustível.

 

O maior avião do mundo saiu à rua para testes de combustível e as imagens exprimem bem a sua grandiosidade do aparelho. Para já, o Stratolaunch vai voltar a ficar guardado no hangar do deserto de Mojave, na Califórnia, Estados Unidos, mas os primeiros voos podem ser feitos nos próximos meses. Com duas fuselagens, unidas por uma asa de 117 metros, 72 metros de comprimento e 15 de altura, o Stratolaunch tem de passar por estes testes primários antes de se lançar aos céus.

O avião gigante tem seis motores e um peso de 227 toneladas. Aguenta até uma carga de 590 toneladas. Para descolar, vai precisar de ganhar velocidade, com as suas 28 rodas, ao longo de 3.6 quilómetros (um avião ‘normal’ necessita de apenas dois quilómetros).

Uma vez no ar, pretende-se que coloque a carga em órbita e regresse. Porque o objectivo é exactamente esse: a lançar satélites (e futuramente humanos) em órbitas baixas da Terra.

Em comunicado, a Stratolaunch Systems diz que esta etapa marca o “fim da fase inicial de construção da aeronave e o inicio da fase de testes em terra (…) antes do primeiro voo”.

Marca um passo histórico no nosso trabalho para alcançar a visão que teve Paul G. Allen de facilitar no acesso à órbita baixa da terra”, completa Jean Floyd, presidente e CEO da empresa.

O primeiro ‘voo’ é esperado precisamente para 2019, com o lançamento do foguete Pegasus XL, usado normalmente para transportar satélites.

O Pegasus XL irá no meio das duas cabines. O projecto é da Stratolaunch Systems de Paul Allen, o multimilionário filantropo e também co-fundador da Microsoft.

A empresa começou por adquirir dois Boeings 747 usados e montou-os num só aparelho. O Stratolaunch também é conhecido por ‘Roca’, a ave persa mitológica capaz de levantar um elefante. Nos próximos meses são esperadas as primeiras provas em terra e no ar, adiantou a empresa.

CRESCIMENTO. A convicção de que «não existem desastres completamente naturais, de que os desastres são frequentemente resultado de falhas no planeamento do desenvolvimento urbano» serviu de mote para a iniciativa do Banco Mundial reunir diferentes parceiros institucionais e da sociedade civil, juntamente com as autoridades tanzanianas para promover um Programa de Resiliência Urbana. e debater os desafios da urbanização acelerada no continente africano.

 

 

Promover um Programa de Resiliência Urbana, e debater os desafios da urbanização acelerada no continente africano foi o objectivo do Banco Mundial que reuniu desde o passado dia 31 de Maio a 2 de Junho, na capital tanzaniana vários funcionários governamentais, parceiros internacionais de desenvolvimento e representantes de organizações da sociedade civil para o arranque do denominado Programa de Resiliência Urbana na Tanzânia – sugerido por especialistas como modelo para enfrentar a crise do rápido crescimento populacional e concomitante urbanização em África.

O conceito de «resiliência urbana» na abordagem da crise da urbanização acelerada e demais problemas conexos baseia-se em três vectores principais: primeiro, a identificação dos riscos; segundo a redução dos riscos e finalmente a organização de processos de preparação e antecipação dos desastres e gestão das emergências nas cidades.

Paralelamente aos debates técnicos, a conferência incluiu um simpósio regional de alto nível sobre o tema «Tornar verdes as Cidades Africanas, fortalecendo a relação entre Urbanização, Património Ambiental e Serviços de Ecossistemas».

O encontro debateu o impacto da urbanização no ambiente e as medidas que devem ser tomadas para promover uma relação mais harmoniosa entre a expansão urbana e o meio ambiente.

Pesquisas das Nações Unidas estimam que metade da Humanidade vive nas cidades e que nos próximos 90 anos mais de 95% do crescimento urbano global devera ocorrer nos países em desenvolvimento e nas economias emergentes.

Apesar deste ‘boom’ populacional estar associado ao alívio da pobreza, gerar crescimento e incentivar a prosperidade ao nível global, as cidades confrontam-se com graves problemas devido à extrema concentração de populações e património, sujeitos a grandes riscos.

Presentemente, as áreas urbanas em África concentram 472 milhões de habitantes. Um número que vai duplicar nos próximos 25 anos, à medida que a migração do campo para a cidade crescer, segundo dados das Nações Unidas relativos ao ano 2014.

As maiores cidades apresentam uma taxa de crescimento de 4% ao ano. 55% das famílias africanas enfrentam custos mais elevados em relação ao PIB per capita do que as famílias noutras regiões do globo, cabendo a culpa ao sector da habitação que representa um total de 55% nesta comparação. 20% das cidades africanas são mais fragmentadas que as asiáticas ou latino-americanas. Por exemplo, em matéria de transportes, em oito das cidades africanas representativas, as estradas ocupam uma percentagem de terrenos urbanos muito inferior à de outras cidades no resto do mundo.

Deste modo, o estudo do Banco Mundial dita que as cidades africanas devem ultrapassar a chamada “armadilha do baixo desenvolvimento, com economias urbanas reduzidas a bens e serviços não-comercializáveis”.

Mudar o paradigma urbano

Segundo estudos do Banco Mundial divulgados no documento «Cidades Africanas, Abrindo as Portas para o Mundo» as cidades típicas do continente compartilham três características que limitam o desenvolvimento urbano e criam desafios diários aos seus residentes.

Superpovoadas; sem densidade económica, com investimentos em infraestruturas e estruturas comerciais e industriais, assim como falta de habitação económica formal e acessível que tenha acompanhado o ritmo de concentração populacional; aliados ao fosso entre o crescente acumulo de pessoas e os custos daí derivados.

Desconectadas; são geralmente cidades que se expandiram a partir de pequenos bairros fragmentados, com ausência de sistemas de transportes e consequentes limitações na criação e acesso ao emprego; em paralelo com os obstáculos para que as empresas se possam beneficiar das vantagens das economias de escala e de aglomeração.

Dispendiosas, tanto para as famílias como para as empresas – custos de transação e salários nominais elevados que afastam os investidores e parceiros comerciais, especialmente nos sectores comercializáveis regional e internacionalmente; com custos igualmente altos nos domínios da alimentação, habitação e transportes, especialmente para os trabalhadores, com o consequente aumento dos encargos laborais das empresas, reduzindo assim as expectativas de retorno sobre o investimento.

CLIMA. Estados Unidos da América deixa Acordo de Paris, assinado por ?Barack Obama em 2015. Presidente norte-americano pretende alcançar um acordo “mais justo” por meio de novas ‘conversas’.

 

Donald Trump confirmou, na passada semana, a saída dos Estados Unidos do Acordo de Paris sobre as alterações climáticas, tornando-o num dos três países, a par da Síria e da Nicarágua, que ficam fora do entendimento e distanciando-se dos seus aliados. “Os Estados Unidos vão sair do Acordo de Paris para o Clima, mas iniciar negociações para reentrar ou no Acordo de Paris, ou um negócio inteiramente novo, em termos que sejam justos para os Estados Unidos, as suas empresas, os seus trabalhadores, o seu povo, os seus contribuintes”, afirmou Donald Trump, que lidera a segunda nação mais poluidora do mundo, a seguir à China. “Se conseguirmos, óptimo. Se não, tudo bem”, acrescentou. Esta saída do acordo não será imediata: Trump terá de dar início a um longo processo de desvinculação que não ficará concluído antes de Novembro de 2020, o mesmo mês em que deverá ir a votos para a sua reeleição.

“Os EUA vão cessar imediatamente toda a implementação não vinculativa do Acordo de Paris”, afirmou o presidente norte-americano, acrescentando que isso inclui o fim da implementação dos objectivos da redução do carbono estabelecidos por Obama e o fim das contribuições para o Fundo Verde do Clima da ONU, que, diz Trump, estava a “custar uma fortuna aos EUA”. Esta decisão foi criticada por Barack Obama, que acusou o seu sucessor de “rejeitar o futuro”, sublinhando que esta decisão reflecte “a ausência de liderança americana”.

As grandes empresas americanas não ficaram também satisfeitas com o anúncio de Trump. Os líderes de 25 grandes empresas, num apelo de última hora, haviam endereçado uma carta ao presidente para que este mantivesse os EUA no acordo – entre eles estavam os CEO de gigantes como Apple, Google, Facebook, Microsoft e Unilever. Já o CEO da petrolífera ExxonMobil, Darren Woods, escreveu uma carta pessoal ao presidente dos EUA, na qual garantia que o país estava “bem posicionado para competir” com o estabelecido no acordo.

Num comunicado apoiado por todos os 28 Estados membros, a UE e a China comprometem-se com a total implementação do Acordo de Paris, adiantaram oficiais europeus e chineses. “A UE e a China consideram a acção climática e a transição para a energia limpa um imperativo mais importante do que nunca”, irá constar do comunicado, assinado por Donald Tusk, presidente do Conselho Europeu, Jean-Claude Juncker, líder da Comissão Europeia, e Li Keqiang.

Acordo “catastrófico”

A desvinculação dos Estados Unidos do Acordo de Paris foi uma das promessas eleitorais de Trump, que sempre se mostrou céptico em relação ao aquecimento global. Já depois das eleições, a actual administração deixou claro que iria abandonar todas as metas de emissões estabelecidas pelo governo de Barack Obama, o compromisso de ajudar os países mais pobres a combater o aquecimento global e reduzir o investimento na investigação de novas soluções. “O acordo é muito injusto para os Estados Unidos — ao mais alto nível”, disse, explicando que este limita o poder de decisão do governo norte-americano e se intromete nos assuntos internos.

“Os líderes mundiais não devem ter mais poder de decisão sobre o que se passa nos Estados Unidos do que os seus cidadãos. A nossa constituição é única no mundo e é minha obrigação — e grande honra — protegê-la. E fá-lo-ei”, afirmou, salientado que o Acordo de Paris impede “os Estados Unidos de conduzir os seus assuntos internos”, sem explicar exactamente em que é que esta intromissão consistia.

REDES SOCIAIS. Explicação está no facto de ser a rede social que provoca níveis mais elevados de ansiedade. YouTube foi o único com nota positiva.

 

As redes sociais têm tanto de bom como de mau. Fazem parte do dia-a-dia de (quase) todas as pessoas, mas são os mais novos aqueles quem mais uso lhes dão, seja para publicarem uma selfie ou para falarem com os amigos. No entanto, uma utilização constante pode provocar danos no utilizador e, segundo um estudo britânico levado a cabo pela Royal Society of Public Health (RSPH) e pela Universidade de Cambrige, o Instagram é a rede social que mais afecta a saúde mental dos mais jovens, provocando grandes níveis de ansiedade e levando, em especial as raparigas, a ter problemas com o próprio corpo.

Os jovens que passam mais tempo por dia em redes sociais como o Facebook, Twitter ou o Instagram são mais propensos a sofrer problemas de saúde mental, sobretudo angústia e sintomas de ansiedade e depressão – pode ler-se no estudo levado a cabo pela RSPH. O estudo contou com a análise das reacções de 1.500 britânicos, entre os 14 e os 24 anos, aos conteúdos das diversas redes sociais. Foram avaliados 14 factores, positivos e negativos, nos quais estas redes podem ter influência na vida das pessoas. O estudo concluiu que os jovens consideram o Instagram como algo negativo para a sua auto-estima, para as horas de sono e no medo de exclusão por não estarem em determinado evento.

O Instagram surge em último lugar da lista, uma vez que provoca, em maior número, vários sentimentos e preocupações que não são saudáveis. Os problemas relacionados com a imagem corporal são dos factores mais marcados na rede social. A partilha de corpos considerados perfeitos pode levar a que muitas pessoas, em especial do sexo feminino, se sintam pior com o seu próprio corpo. Logo depois vem os problemas de sono, seguidos pelo bullying, ansiedade e depressão.

Das cinco redes sociais (YouTube, Twitter, Facebook, Snapchat e Instagram), apenas a plataforma de vídeos conseguiu alcançar resultados positivos para a saúde, uma vez que permite uma maior expressão por parte do utilizador, proporciona mais entretenimento, companhia (semelhante à televisão), entre outros factores.

O Twitter e o Facebook afectam sobretudo o sono e provocam o aumento do cyberbullying, aliado ao medo de se sentir excluído de algum evento. Sendo que ambas são plataformas onde são partilhadas diversas informações e pensamentos, permitem um grande nível de expressão e que as pessoas se relacionem umas com as outras; no entanto, facilitam o lado negativo, oferecendo a protecção atrás de um ecrã.

O Snapchat aparece logo de seguida com o maior factor de risco a ser apontado para o medo de exclusão e a falta de sono, uma vez que esta rede social permite a divulgação de pequenos vídeos e fotos de um evento que está a decorrer e leva os utilizadores a sentir um aumento de ansiedade por não poderem estar presentes no evento. Também o cyberbulling e os problemas ligados à imagem corporal são factores aumentados pela utilização do Snapchat. Segundo dados avançados pelo estudo britânico, cerca de 90% dos jovens entre os 16 e os 24 anos utilizam a Internet maioritariamente para estarem nas redes sociais. Os valores de ansiedade e depressão aumentaram cerca de 70% nos últimos 25 anos, e um factor que está directamente ligado a estes valores são as redes sociais. Além disso, também o sono é afectado devido a uma espécie de círculo vicioso.

Se a pessoa se sentir preocupada, ansiosa ou stressada, vai ter dificuldades em descansar em condições. A falta de sono vai provocar um cansaço acima do normal que gera dificuldades em cumprir as tarefas do dia-a-dia. O facto de não conseguir realizar determinadas tarefas vai afectar a auto-estima do utilizador e isso vai gerar mais preocupação. Concluí-se que o cyberbullying está a crescer cada vez mais, com sete em cada 10 jovens a admitirem que já o experienciaram. No entanto, nem tudo é mau. Nas redes sociais, recebe-se um maior apoio emocional através dos contactos online.

CLIMA. Google revela a existência de 467 milhões de novos hectares florestais em terras áridas, equivalente a 60% da Austrália e que pode ser decisiva para travar as mudanças climáticas.

 

Imagens do Google e da Bing revelaram a existência de 467 milhões de novos hectares de floresta em terras áridas, uma área que equivale a 60% da Austrália e que pode ser crucial para impedir as transformações climatéricas. Estas novas florestas foram descobertas pelo levantamento das ‘Dry Lands’, em português Terras Secas. Elas recebem muito menos água em precipitação do que aquilo que perdem pela transpiração das plantas, relata a revista Science. Pesquisas anteriores não revelaram nem 45% das florestas agora encontradas nestas terras secas.

O projecto de investigação foi promovido pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO) e envolveu mais de 200 cientistas, estudantes e investigadores de 15 organizações diferentes, incluindo o professor da Universidade Politécnica de Madrid (UPM), Luis Gonzaga Garcia Sentinel. O estudo utilizou imagens de alta resolução do Google Earth Engine, capturadas pelo satélite Digital Globe.

Importa referir, no entanto, que os 467 milhões de hectares não são contínuos. Eles representam a soma de todas as áreas descobertas nos vários continentes, mas principalmente na África Subsariana, em torno do Mediterrâneo, a região central da índia, Austrália literal, oeste da América do Sul, nordeste do Brasil, norte da Colômbia e Venezuela e regiões do norte florestal do Canadá e Rússia.

Com todos os avanços tecnológicos no que toca ao mapeamento, é incrível como é que estas florestas ficaram escondidas durante tanto tempo. Porém, devido à baixa densidade das árvores, a sua medição era difícil.

“Esperávamos menos”, reconhece a directora do Instituto Argentino de Investigação de Zonas Áridas e co-autora do estudo, Elena María Abraham. “O importante é que, através da identificação de uma maior área florestal seca, estamos a redesenhar o mapa das terras secas. Perante um cenário de alterações climáticas e desertificação nas terras secas, é crucial saber o recurso mais importante que temos, como é o caso destas terras”, acrescentou.

As ‘Dry Lands’

Este tipo de terras compõe 40% do planeta terrestre. Têm mais capacidade para suportar árvores e florestas do que aquilo que antes se pensava e são uma oportunidade única para combater as alterações climáticas através da sua preservação, até agora ignorado.

Alguns dos ecossistemas mais ameaçados encontram-se em terras secas e muitos deles enfrentam a pressão das alterações climáticas e da actividade humana, que as tornarão ainda mais quentes e secas. Podem aumentar entre 11% e 23% até ao final deste século, o que significaria que cobririam mais de metade do nosso planeta.

É essencial monitorizar a saúde destas florestas que são agora conhecidas e aproveitar as potencialidades destas regiões para lutar contra a desertificação e contra as alterações climáticas.

Estas zonas contam com 1.327 milhões de hectares de arvoredo, o que representa 9% da superfície florestal do planeta. Assim está realçada a necessidade de conservação e crescimento das florestas nestas áreas.

Esta descoberta irá mudar a precisão dos modelos utilizados para calcular a quantidade de carbono armazenado na Terra, o que ajudará na definição do carbono dos vários países, que têm como meta o cumprimento do acordado no Protocolo de Quioto e no Acordo de Paris.

Embora ninguém se questione sobre o aumento das emissões de CO2 (dióxido de carbono) para a atmosfera, a capacidade da biosfera para absorver carbono ainda apresenta muitas dúvidas. “Os nossos resultados mostram que essa capacidade é maior do que aquilo que esperávamos”, explicou Jean-François Bastin, o investigador da FAO e o principal autor do estudo.