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Coloquemos o enquadramento. Um major das Forças Armadas com antigas ligações à Casa de Segurança do Presidente da República acabou condenado a 14 anos de prisão por ter desviado avultadas somas do erário. Pelo menos foi esta a conclusão da justiça, embora – diga-se de passagem – os valores em causa nunca tinham ficado suficientemente quantificados aos olhos da opinião pública. Ao longo das sessões de julgamento, o major Lussaty resume a sua defesa com dois argumentos centrais.

Tulinabo Mushingi, o embaixador dos Estados Unidos em Angola, é, ao que tudo indica, um diplomata de convicções inabaláveis. Mais do que isso, insinua-se também como um homem sem modéstia nem arrependimentos. Pelo menos quando se trata de ver na liderança de João Lourenço uma governação esclarecida. As comparações são inevitáveis. No pós-guerra, não há memória de algum embaixador norte-americano que se tenha colocado ao serviço do poder angolano como aquilo que se vê em Tulinabo Mushingi. Pelo menos em matéria de elogios públicos, a parte visível do seu ‘encanto’ com o poder.