ANGOLA GROWING
Nelson Rodrigues

Nelson Rodrigues

CRÉDITO. Instituição avisa que vai accionar execução de garantias a clientes com crédito malaparado saído do antigo BESA. Banco não explica quem são devedores, mas antecipa que especialistas da ‘casa’ já iniciaram avaliação dos processos, caso a caso. Estratégia visa recuperar mais de cinco mil milhões USD na posse de clientes.

NOVAS APLICAÇÕES. Dinheiro tem origem na unidade de investimento para infra-estruturas Private Equity, capitalizado com 1,1mil milhões USD. O desembolso deve sair em duas fases, com a construção de terminal de 630 metros de comprimento e um estaleiro naval moderno. Os activos do Fundo valem hoje 4,7 mil milhões de dólares.

BANCA. Balanço mensal da Emis coloca levantamentos de notas na primeira linha das operações realizadas nos multicaixas no último mês de 2016, com 11 mil transacções registadas. Consulta de saldo de conta e recargas são o segundo e terceiro da lista dos movimentos mais realizado no período.

INDÚSTRIA EXTRACTIVA. Cooperativas diamantíferas com melhor ‘performance’ na exploração poderão saltar para a categoria de empresas, num projecto da Endiama que pretende acabar com o garimpo de diamantes nas zonas de exploração. A medida prevê substituir exploradores imigrantes por nacionais. Geologia e Minas vai apoiar.

A Empresa Nacional de Diamantes de Angola (Endiama) vai elevar à categoria de empresa as cooperativas diamantíferas com melhor desempenho no processo de exploração, revelou o presidente do conselho de administração (PCA) da companhia, António Carlos Sumbula.

De acordo com a administração, que balanceava os 36 anos de actividades da empresa, na semana passada, o projecto é parte de uma estratégia da Endiama e do Ministério da Geologoia e Minas que prevê acabar com a exploração diamantifera artesanal e promover a actividade formal no sector, assim como incluir operadores nacionais em detrimento de imigrantes ilegais.

“Estamos a notar que as cooperativas estão, de facto, a combater a pobreza e este método está adoptado. E estamos a trabalhar com o Minsitério da Geologia e Minas no sentido de fazer com que aquelas coooperativas que revelarem uma melhor ‘performance’ sejam transformadas em pequenas empresas”, garantiu Carlos Sumbula.

Nas Lundas Norte e Sul, o anunciado mecanismo de combate ao ‘garimpo’ de diamante parece estar já em curso e a dar resultados, a avaliar pelos sinais apontados pela administração. Segundo o gestor, as cooperativas revelaram-se “um bom meio” para impedir que os imigrantes [ilegais] furassem as fronteiras angolanas.

“Vamos continuar a implementar os métodos das cooperativas, já que se revelou ser um meio que funciona como um facto de dissuasão. As áreas que antes eram ocupadas por estrangeiros, estamos a atribuí-las a angolanos. E isso é bom”, regozija-se o gestor.

Em 2013, uma missão conjunta do Ministério da Geologia e Minas e vários técnicos da Endiama e Sodiam trabalhou no Bié com o objectivo de avaliar a prática da exploração e comercialização ilegal de diamantes.

Actualmente, a estratégia de controlo vem reforçada com a ideia da promoção de cooperativas a pequenas empresas, que também “ajudará na redução da pobreza”, segundo defendeu o ‘número um’ da diamantífera estatal.

PERDAS EM 2016

Do balanço das actividades desenvolvidas no ano passado, Carlos Sumbula destacou o facto de a empresa ter produzido mais diamantes, mas sem reflexos no volume de receitas entradas nos cofres da entidade face a 2015.

A Endiama facturou, no exercício financeiro de 2016, menos 130 milhões de dólares, apesar de a produção anual nacional ter aumentado para nove milhões de quilates. No ano anterior, as contas de balanço registavam uma produção anual de oito milhões de quilates.

Assim, e para o aumento das receitas, Sumbula antevê uma estratégia que privilegia a redução da produção. “Quando dissemos que pretendemos reduzir a produção para melhorar o preço, é justamente por o aumento da produção estar a reduzir as receitas. O aumento da produção aumenta a oferta e, consequentemente, reduz o preço e, por consequência, as receitas”, justificou.

Ao projectar 2017, Carlos Sumbula adiantou que as receitas para o ano corrente estão dependentes de conversas que a sua entidade deve manter com técnicos do sector. Quando questionado sobre quanto poderá entrar para os cofres, Sumbula prefere não se referir aos números. “Indicámos a estratégia que vamos adoptar. O valor que vai ser arrecadado é um cálculo que tem de ser feito”, resumiu o gestor.

LUACHI ESPERA MAIS DOIS ANOS

Das projecções para 2017, integra o Kimberlito do Luachi, na Luanda Sul, um novo potencial nacional de exploração mineira, mas que não deverá arrancar este ano, segundo o PCA da Endiama, para quem a zona ainda “carece de estudo”.

Para já, deve arrancar a “amostragem do grande volume que nos iria permitir o estudo de grande viabilidade técnico-económico”, considera Carlos Sumbula, indicando que este processo de amostragem deve durar até dois anos.