Valor Económico

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Aos 82 anos, o empresário Américo Amorim, o homem mais rico de Portugal, morreu nesta quinta-feira (13). O empresário tinha uma fortuna avaliada em 4,4 mil milhões de dólares.

 

A morte não foi uma surpresa para a família, uma vez que Américo Amorim foi operado seis vezes ao coração nos últimos anos e teve apoio médico permanente em casa ao longo dos últimos meses, disse ao PÚBLICO uma fonte da família. Américo Amorim fez carreira no sector da cortiça.

O negócio de família, em que ingressou aos 18 anos depois de terminar o curso Geral do Comércio, deu-lhe espaço para crescer. Fundou com os irmãos a Corticeira Amorim, onde se fez ‘rei da cortiça’. Mais tarde, diversificou os seus investimentos e dedicou-se também à energia, ao turismo e às finanças.

A sua riqueza garantiu-lhe o 385.º lugar na lista das pessoas mais ricas do mundo de 2017 (elaborada pela revista norte-americana Forbes), posicionando-se à frente do Presidente dos EUA, Donald Trump.

Para além de Américo Amorim — que, entre 2016 e 2017, aumentou a sua fortuna em cerca de 280 milhões de euros No ano passado, o empresário passou a liderança do grupo Amorim à filha mais velha, Paula Amorim, assim como a liderança da Galp, a maior exportadora portuguesa. A herdeira fez o seu próprio percurso no mundo dos negócios e recebeu o testemunho sem sobressaltos.

Américo Ferreira de Amorim nasceu em Mozelos, Santa Maria da Feira, a 21 de Julho 1934. Era comendador desde a década de 1980. A 24 de Novembro de 1983, foi agraciado com a Ordem Civil do Mérito Agrícola e Industrial Classe Industrial.

A 30 de Janeiro de 2006, foi honrado com a Grã-Cruz da Ordem do Infante D. Henrique.

O empresário e coleccionador de arte congolês Sindika Dokolo, genro do chefe de Estado angolano, foi condenado a um ano de prisão num processo imobiliário na República Democrática do Congo (RDC) e responsabilizou o Presidente Joseph Kabila pela condenação.

 

 

Sindika Dokolo acusou o presidente da RDC, Joseph Kabila, pela condenação a um ano de prisão num processo imobiliário.

A denúncia foi feita por Sindika Dokolo, casado com Isabel dos Santos, filha do Presidente José Eduardo dos Santos, na sua conta na rede social twitter, precisamente depois de inaugurar, ontem, em Luanda, uma nova fábrica de cimento, a Nova Cimangola.

"Quando inauguro uma fábrica de 400 milhões de dólares [cimenteira em Luanda], JKabila [Joseph Kabila] faz-me condenar a um ano de prisão por um bocado de terra. Senhor Kabila! Vai-se perder na sua Justiça", escreveu. Publicamente crítico do regime de Joseph Kabila, Sindika Dokolo, relata a imprensa local, foi condenado, à revelia, a 12 meses de prisão por fraude imobiliária por um tribunal de Kinshasa, capital da RDC.

Num outro ‘tweet’, o empresário congolês, que tem vindo a colocar em Luanda a sua colecção internacional de arte africana, volta a aludir ao investimento em Angola para atacar a condenação em Kinshasa. "Investi 400 milhões de dólares numa fábrica. Querer condenar-me por roubar um milhão [de dólares] não é credível", apontou.

Os pormenores deste processo não foram revelados, mas, em Junho último, o principal rival político do presidente congolês, o ex-governador Moise Katumbi, foi igualmente condenado por fraude imobiliária, pouco depois de ter anunciado a sua candidatura às eleições presidenciais no país, previstas para Dezembro.

"Devemos encorajar os congoleses na diáspora que são capazes de reconstruir a RDC e não enviá-los para o exílio, no medo", atirou Dokolo, num outro ‘tweet’. Este caso, que pode colocar em causa as relações entre Angola e a RDC, acontece numa altura em mais de 30 mil refugiados congoleses fugiram para o leste de Angola, tentando escapar à violência étnico-política na região do Kasai.

O Governo aprovou a compra, à China, de equipamentos e meios militares para a Força Aérea Nacional, por mais de 237,9 milhões de dólares, segundo despacho presidencial a que a Lusa teve hoje (13) acesso.

 

De acordo com o documento, assinado pelo Presidente da República, José Eduardo dos Santos, de 11 de Julho, a compra destina-se ao "reforço" do controlo do espaço aéreo e assim "salvaguardar os objetivos estratégicos nacionais".

Esta compra, em material não especificado no documento, será feita através da empresa Simportex, em representação do Ministério da Defesa Nacional, à China National Aero-Technology Import & Export Corporation (CATIC). Entre outros produtos militares, a estatal chinesa CATIC comercializa drones, aviões e helicópteros, para várias utilizações.

O ministro da Defesa da China, Chang Wanquan, iniciou na quarta-feira (12) uma visita de 48 horas a Angola, para reforço da cooperação no domínio militar. Para esta manhã estava previsto o início das conversações bilaterais, em Luanda, na sede do Ministério da Defesa Nacional.

Os três ramos das Forças Armadas Angolanas contam com mais de 100.000 militares, sector que representa 7,24% de todas as despesas do Estado previstas no Orçamento Geral do Estado de 2017, equivalentes a 535.128 milhões de kwanzas.

A Sonangol garantiu hoje (13) que não há falta de combustíveis nas províncias como indicam relatos dos últimos dias, mas admite pontuais constrangimentos na venda face às especulações e rumores.

 

Em comunicado distribuído à imprensa, a concessionária esclarece que não se verificou redução significativa no fornecimento de combustíveis, concretamente de gasolina e gasóleo, nos postos de abastecimento do país. No entanto, a empresa que ocasionalmente têm surgido constrangimentos operacionais que impactam no aprovisionamento e distribuição em tempo oportuno em determinadas regiões do país.

A nota da Sonangol adianta que "vários rumores infundados aos quais a empresa é completamente alheia levaram muitos cidadãos, particularmente das províncias de Benguela, Huambo, Bié e Malanje a acorrer aos postos de combustíveis, formando por vezes longas filas". Devidos aos rumores, acrescenta, os consumidores dessas províncias procuraram reforçar o abastecimento de viaturas, tentando ainda açambarcar combustíveis.

"Esta situação, por vezes, causa dificuldades ao consumidor final e dá origem a uma especulação oportunista dos preços", salienta o comunicado. Este facto provocou uma situação temporária de rutura de ‘stock’ em vários postos de combustível, tendo a Sonangol reforçado o abastecimento nas províncias e limitado a venda de gasolina e gasóleo.

Acrescenta que "não existe qualquer risco de a empresa não ter meios suficientes para fornecer combustíveis, especialmente gasolina e gasóleo a todos os postos de abastecimentos espalhados pela vasta extensão do território angolano".

Sobre a província de Cabinda, enclave a norte, a Sonangol considera "uma situação particular e específica", tendo em conta que aquela região, devido à sua situação geográfica, separada do resto do território angolano e apenas com ligações marítimas, apenas pode ser abastecida por mar.

"O que nem sempre é possível devido às condições climatéricas, como as que se têm registado nos últimos dias em várias zonas do litoral angolano", refere a petrolífera, admitindo "ações especulativas por parte de cidadãos estrangeiros" em Cabinda. Estes, acusa a Sonangol, "tentam adquirir grandes quantidades de combustível para as transportar ilegalmente para outros países".

Para mitigar estes efeitos, a petrolífera refere que está a tomar medidas, trabalhando de forma próxima e concertada com as autoridades competentes, para "erradicar de vez este tipo de práticas lesivas dos interesses" da empresa e do país.

O ex-presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, foi condenado ontem (12) a nove anos e meio de prisão pelos crimes de corrupção passiva e branqueamento de capitais, num dos processos da operação Lava Jato, anunciou fonte judicial.

 

A sentença foi dada pelo juiz Sérgio Moro, responsável pelos julgamentos da operação Lava Jato na primeira instância. Lula da Silva foi condenado por ter recebido vantagens ilícitas da construtora OAS num processo que investigava a propriedade de um apartamento de luxo no Guarujá, cidade do litoral de São Paulo. A condenação de nove anos e meio diz respeito à somatória das duas penas aplicadas ao ex-presidente Lula da Silva.

"Entre os crimes de corrupção e de lavagem [branqueamento de capitais], há concurso material, motivo pelo qual as penas somadas chegam a nove anos e seis meses de reclusão, que reputo definitivas para o ex-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva", lê-se na sentença.

O juiz também destacou que "a prática do crime de corrupção envolveu a destinação de 16 milhões de reais a agentes políticos do Partido dos Trabalhadores, um valor muito expressivo. Além disso, o crime foi praticado em um esquema criminoso mais amplo no qual o pagamento de propinas havia se tornado rotina". Noutro trecho, o juiz classifica a culpabilidade de Lula da Silva como "elevada".

"O condenado recebeu vantagem indevida em decorrência do cargo de Presidente da República, ou seja, de mandatário maior. A responsabilidade de um Presidente da República é enorme e, por conseguinte, também a sua culpabilidade quando pratica crimes", diz.

"Isso sem olvidar que o crime se insere em um contexto mais amplo, de um esquema de corrupção sistémica na Petrobras e de uma relação espúria entre ele o Grupo OAS. Agiu, portanto, com culpabilidade extremada, o que também deve ser valorado negativamente", completou. Apesar da condenação, o juiz Sérgio Moro informou na sentença que não pediu a prisão do ex-presidente brasileiro, permitindo que ele recorra da condenação em liberdade.

A sentença complica as intenções do ex-presidente de concorrer às presidenciais de 2018, mas, até ser julgado em segunda instância, o político, que lidera as intenções de votos em diversas sondagens divulgadas no Brasil, ainda está apto a candidatar-se já que a lei brasileira só proíbe candidaturas de políticos condenados em segunda instância.

Os advogados de Lula da Silva ainda não se manifestaram sobre a sentença, mas, desde o início do processo, eles negam que o seu cliente seja proprietário do apartamento de luxo no Guarujá e têm alegado publicamente que este e os outros processos contra o ex-presidente são fruto de uma perseguição judicial por parte do Ministério Público Federal e da Lava Jato.

Sem citar directamente a linha de argumentação dos advogados de Lula da Silva, o juiz Sérgio Moro disse na sentença que "a presente condenação não traz a este julgador qualquer satisfação pessoal, pelo contrário. É de todo lamentável que um ex-presidente da República seja condenado criminalmente, mas a causa disso são os crimes por ele praticados e a culpa não é da regular aplicação da lei".

Neste processo, também foram condenados os executivos da construtora OAS José Adelmário Pinheiro, Agenor Franklin Medeiros. Sérgio Moro absolveu os executivos da OAS, Paulo Roberto Valente Gordilho, Fábio Hori Yonamine e Roberto Moreira Ferreira, e o presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto, do crime de branqueamento de capitais.

Lula da Silva responde ainda noutro processo que será julgado por Sérgio Moro e é réu em outras três acções judiciais que tramitam noutros tribunais do Brasil.