ZUNGUEIRA
Valor Económico

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O Presidente da República, João Lourenço, empossado na terça-feira (26), nomeou hoje (27) a equipa do seu Gabinete de Trabalho.

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De acordo com o comunicado emitido pela Presidência da República, João Lourenço nomeou com Edeltrudes Maurício Fernandes Gaspar da Costa ao cargo de ministro e director do Gabinete do Presidente da República, Félix de Jesus Cala para o cargo de secretário-geral do Presidente da República e Edson Ulisses de Carvalho Alves Barreto para o cargo de director do Gabinete de Quadros do chefe de Estado.

Igualmente por decreto presidencial assinado por João Lourenço, foi hoje nomeado Marcy Cláudio Lopes para o cargo de secretário para os Assuntos Políticos, Constitucionais e Parlamentares do Presidente da República, Victor Manuel Rita da Fonseca Lima para secretário para Assuntos Diplomáticos de Cooperação Internacional, Itiandro Slovan de Salomão Simões, para secretário para os Assuntos Judiciais e Jurídicos do Presidente da República.

Luís Fernando foi nomeado por João Lourenço para o cargo de secretário para os Assuntos de Comunicação Institucional e de Imprensa do Presidente da República e Flávio Saraiva de Carvalho da Fonseca, para secretário para os Assuntos Regionais e Locais.

O anterior Governo contava com mais de 30 ministérios, mas, na posse, na terça-feira, João Lourenço reafirmou a intenção de promover a redução do executivo, no âmbito de uma reforma do Estado, prevendo a "descentralização de poderes, a implementação gradual das autarquias e a municipalização dos serviços em geral".

"A estrutura do executivo será reduzida de modo a garantir a sua funcionalidade sem dispersão de meios e evitando o esbanjamento e o desperdício de recursos que são cada vez mais escassos", apontou Lourenço, que encabeçou a lista do MPLA e venceu as eleições de 23 de Agosto.

TELEMÓVEIS. Com este investimento, a Mountain View, nos EUA, reforça a aposta em áreas como a realidade aumentada e as comunicações móveis.

Google compra HTC por 12c1 mil milhoes de dolares

A Google anunciou, na passada semana, a aquisição de parte da equipa de desenvolvimento de celulares e no licenciamento de propriedade intelectual da HTC por 1,1 mil milhões de dólares. Os pesquisadores vão trabalhar na área responsável pelo smartphone Pixel, o alto-falante inteligente Google Home e o Chromecast.

“Com esse acordo, uma equipa de talentos da HTC irá juntar-se à Google como parte da área de hardware”, afirmou Rick Osterloh, vice-presidente de aparelhos do Google, em nota.

Peter Shen, director financeiro da HTC, afirmou ao ‘New York Times’ que irá empregar mais de dois mil pesquisadores no acordo.

Responsável pelo sistema operacional móvel mais usado do mundo, o Android, e de populares serviços conectados, como Gmail, YouTube e Maps, a Google tenta engrenar como fabricante de aparelhos.

A primeira investida nessa linha foi o lançamento do smartphone Nexus One, em 2010. O sucesso só veio mesmo, no entanto, com o Chromecast, em 2013. Do tamanho de uma pen-drive, o aparelho transformava TV normais em inteligentes.

A Google e a taiwanesa HTC já trabalharam juntos no desenvolvido do tablet Nexus 9, lançado em 2014.

Esta é a segunda negociação do Google que envolve uma fabricante de smartphones. Em 2011, a empresa comprou a Motorola Mobility por 12,5 mil milhões. Após três anos de insucessos, a empresa foi vendida à Lenovo por um quarto desse valor. Ainda assim, a Google reteve algumas das patentes essenciais da empresa.

OCEANOS. Em 540 milhões de anos ocorreram cinco extinções em massa na Terra, cada uma marcada pela perturbação do ciclo do carbono pela atmosfera e oceanos. E coincidem com as marcas da extinção de espécies marinhas.

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A quantidade de carbono nos oceanos poderá atingir em 2100 o limite acima do qual aconteceram extinções em massa no passado, avisam investigadores norte-americanos que usaram um modelo matemático para prever o que chamam ‘limiar da catástrofe’.

Segundo o professor de Geofísica Daniel Rothman, 310 gigatoneladas é o máximo de carbono que os oceanos aguentam antes de a libertação súbita deste gás alterar o meio ambiente de modo a provocar extinções em massa que podem decorrer ao longo de centenas de anos.

“Isto não quer dizer que o desastre acontecerá no dia seguinte ao limite ser atingido”, salientou, indicando que “o ciclo do carbono passaria a estar instável e comportar-se-ia de uma maneira imprevisível, o que, no passado geológico, está associado com extinções em massa.”

Rothman estima que, ao ritmo a que a actividade humana produz carbono, as 310 gigatoneladas serão atingidas por volta do virar do século. Ao longo de 540 milhões de anos aconteceram na Terra cinco extinções em massa, cada uma marcada pela perturbação do ciclo do carbono que passa pela atmosfera e pelos oceanos. Estas perturbações foram ocorrendo ao longo de milhares ou milhões de anos e coincidem com as marcas da extinção de espécies marinhas em todo o planeta.

Num estudo publicado na revista Science Advances, o investigador do Instituto de Tecnologia de Massachusetts afirma ter identificado um “limiar de catástrofe” nas extinções que já aconteceram, estabelecendo que o que importa não é a quantidade de tempo que demoram as perturbações no ciclo do carbono, mas a quantidade de carbono em causa.

No ciclo normal do carbono, que depende de um vaivém constante entre consumo e produção, há sempre uma quantidade adicional de carbono que é depositada nos fundos oceânicos. Quando há um excesso de produção de dióxido de carbono, como a que caracteriza a actividade humana desde a industrialização, esse excesso leva ao aquecimento global e à acidificação dos oceanos, o que desencadeia as extinções globais.

Segundo as piores previsões, o nível de carbono nos oceanos poderá ser muito superior ao limite definido por Rothman e chegar às 500 gigatoneladas. “Deve ser possível recuar nas emissões de dióxido de carbono”, afirmou Rothman, salientando que a sua investigação “aponta razões pelas quais é preciso ter cuidado”.

TROCAS COMERCIAIS. Anunciada saída do Reino Unido do bloco europeu terá várias implicações para o resto do mundo, mas um responsável britânico assegura que estão salvaguardadas as ligações com a região austral de África.

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O secretário para o Comércio Internacional do Reino Unido, Liam Fox, disse, na passada sexta-feira, 22, esperar que a saída da União Europeia (EU) não afecte as relações comerciais com os países da África Austral. “Esperamos que não haja impacto nenhum”, referiu, citado pela Lusa, no final de uma visita a Moçambique, no âmbito de uma deslocação que incluiu também a África do Sul.

Liam Fox reuniu-se com o presidente de Moçambique, Filipe Nyusi, e com o ministro do Comércio, Max Tonela, com vista à revisão dos acordos comerciais entre os dois países devido ao ´Brexit’. Segundo referiu, há, primeiro, um trabalho técnico a realizar para rever os textos dos acordos, por exemplo, substituindo as referências à UE, e num segundo momento haverá negociações com os países parceiros para tentar alcançar novos acordos.

“Agora é só uma questão técnica, para garantir legalmente a continuidade do comércio”, detalhou, numa declaração a jornalistas em Maputo.

“No momento de saída vamos continuar com as mesmas preferências. Depois podemos até querer fazer mais do que fazemos hoje, mas isso é outro momento de negociação”, referiu.

A indústria açucareira de Moçambique anunciou, na última semana, recear que, depois do ‘Brexit’, o Reino Unido, seu principal cliente, renegoceie a compra de açúcar com outros parceiros, incluindo a própria Europa.

Liam Fox disse que não haverá mudanças, mas admitiu que o Reino Unido possa querer encorajar o investimento para acrescentar valor à matéria-prima antes que deixe Moçambique, algo que, segundo referiu, é mais taxado pela UE, que prefere mercadorias no estado puro.

“Queremos encorajar investimento para acrescentar valor” antes que a matéria-prima “deixe Moçambique”, o que acarreta também uma maior qualificação da mão-de-obra moçambicana, referiu. Sobre as conversações de paz em curso entre o governo moçambicano e a Renamo, maior partido da oposição, o político britânico chama a atenção para a necessidade de só haver paz com distribuição de riqueza pela população.

“Sabemos pela experiência da Irlanda do Norte que não basta ter as políticas e segurança alinhadas. Também é preciso que haja prosperidade, o que, no caso, se conseguiu, captando investimento”, referiu.

“O meu encontro com o Presidente da República [moçambicano] foi longo e ele entendeu claramente que os desenvolvimentos políticos, de segurança e da economia estão todos interligados e não nos podemos focar num sem os outros”, disse.

“O que acontece no espaço político tem mais a ver com os partidos, mas nós podemos ajudar na área económica”, sublinhou.

Fox expressou interesse em ter mais empresas do país a investir em Moçambique, realçando a capacidade das autoridades britânicas em apoiarem projetos externos, nomeadamente se entidades do país tiverem um envolvimento mínimo de 20%.

Para que Moçambique atraia investidores, o governante considerou importante haver estabilidade macroeconómica, regulação e garantias legais. Entretanto, as negociações entre o Reino Unido e Bruxelas estão num impasse desde há alguns meses, devido à cláusula que prevê o pagamento, pelos britânicos, de uma taxa pelo “divórcio”. O governo de TheresaMay pretende desembolsar 20 mil milhões de euros, mas o governo europeu exige, no mínimo, o dobro desse valor.

O diário britânico Financial Times escreveu recentemente que a primeira-ministra se iria comprometer a pagar a totalidade das contribuições britânicas para o actual orçamento da EU (em vigor até 2020), ou seja, 20 mil milhões de euros.

O novo Presidente da República de Angola, João Lourenço, assumiu o compromisso de "tratar" dos "problemas da nação" ao longo do mandato de cinco anos que hoje (26) iniciou, com uma "governação inclusiva".

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"Neste novo ciclo político que hoje se inicia, legitimado nas urnas, a Constituição será a nossa bússola de orientação e as leis o nosso critério de decisão", apontou João Lourenço, durante a cerimónia de investidura, que decorreu em Luanda, falando pela primeira vez como novo Presidente de Angola.

"Uma vez investido no meu cargo, serei o Presidente de todos os angolanos e irei trabalhar na melhoria das condições de vida e bem-estar de todo o nosso povo", afirmou o chefe de Estado, que na mesma cerimónia recebeu simbolicamente o poder das mãos de José Eduardo dos Santos, que estava no cargo há 38 anos. "Cumpriu a sua missão com um brio invulgar", reconheceu João Lourenço, referindo-se ao Presidente cessante. Numa intervenção de quase uma hora, perante milhares de pessoas, duas dezenas de chefes de Estado e do Governo e centenas de convidados nacionais e internacionais, João Lourenço enfatizou a melhoria das condições de vida dos angolanos será prioritária.

"Para corresponder à grande expectativa criada em torno da minha eleição e a confiança renovada no MPLA, governarei usando todos os poderes que a Constituição e a força dos votos dos cidadãos expressos nas urnas me conferem", disse ainda. Recordando que a "construção da democracia deve fazer-se todos os dias", apontou que essa missão "não compete apenas aos órgãos do poder do Estado", sendo antes "um projeto de toda a sociedade, um projeto de todos nós". "Vamos por isso construir alianças e trabalhar em conjunto para podermos ultrapassar eventuais contradições e engrandecer, assim, o nosso país", exortou.

Numa aparente crítica aos partidos da oposição, que questionam os resultados oficiais das eleições gerais de 23 de agosto, João Lourenço afirmou, perante os aplausos do público. "O interesse nacional tem de estar acima dos interesses particulares ou de grupo, para que prevaleça a defesa do bem comum". João Lourenço, general na reserva, de 63 anos, foi hoje investido, pelas 12:15, no cargo de Presidente da República de Angola, o terceiro que o país conhece desde a independência, em novembro de 1975.

O acto, presenciado por convidados nacionais e internacionais e milhares de populares, decorreu no Memorial António Agostinho Neto, em Luanda, no mesmo local e dia (26 de setembro) em que José Eduardo dos Santos foi investido pela última vez como chefe de Estado Angolano, após as eleições de 2012.

A cerimónia iniciou-se pelas 12:00, orientada pelo juiz conselheiro presidente do Tribunal Constitucional, Rui Ferreira, que proclamou a eleição de João Lourenço e de Bornito de Sousa para os cargos, respetivamente, de Presidente e vice-Presidente angolanos.

Pelas 12:10, João Lourenço prestou juramento à nação, com a mão direita sobre a Constituição da República de Angola, assinando o termo de posse, cinco minutos depois. Já investido nas funções de novo presidente da República, João Lourenço deslocou-se ao local onde se encontrava o Presidente cessante, José Eduardo dos Santos, para este lhe colocar o colar presidencial e lhe ceder o lugar, o que aconteceu pouco depois.

O acto marcou a saída do poder de José Eduardo dos Santos, que liderava o país desde 1979 - o segundo Presidente há mais tempo no poder em todo o mundo - e que não se recandidatou ao cargo nas eleições de 23 de agosto último. A cerimónia terminou com o desfile dos três ramos das Forças Armadas Angolanas, seguindo-se a execução do hino nacional e disparos de 21 salvas de canhão.