231 mil milhões de kwanzas é o valor da carteira de crédito malparado que Banco de Poupança e Crédito (BPC) prevê vender à Recredit, no âmbito do plano de recapitalização da instituição financeira.
O processo de reestruturação do BPC vai implementar o programa de aumento do capital social por subscrição de acções ordinárias pelos accionistas, no montante de 90 mil milhões de kwanzas, assim como a emissão de instrumentos de dívida subordinada convertível elegíveis para fundos próprios base, avaliada em 72 mil milhões de kwanzas, respectivamente, segundo o presidente do conselho de administração do BPC, Ricardo Viegas d’Abreu.
O gestor, que falava durante uma conferência de imprensa sobre os 100 dias de trabalho deste conselho, considerou o plano de recapitalização do BPC um conjunto de iniciativas que visam assegurar a manutenção de uma posição financeira sólida e de um nível de rentabilidade sustentável e adequado ao perfil de risco do banco.
Ainda em relação ao crédito malparado, o responsável sublinhou que a recuperação deste valor depende, grandemente, da aceleração económica, tendo em conta que a maior parte dos credores perdeu a capacidade financeira devido à situação conjuntural que o país atravessa.
Apontou, por outro lado, o Plano de Acções Integrado, que visa a operacionalização do negócio bancário e a revitalização de toda a actividade comercial do banco como uma das acções desenvolvidas ao longo dos primeiros 100 dias do conselho de administração.
Deste plano, intitulado Plano de Acções Imediatas (PAI), fazem parte a organização e o capital humano, a gestão da mudança e das operações, bem como a melhoria dos níveis de serviço, a optimização dos processos de sistemas de informação, a dinamização e reorganização comercial, entre outras acções, referiu o também presidente da Comissão Executiva do BPC.
"Nestes primeiros 100 dias em funções decidimos centrar o nosso trabalho em torno de três grandes áreas, nomeadamente, a relação de excelência com o Banco Central, apostando cada vez mais na adopção das melhores práticas de governo e de compliance defendidas e aceites por toda a comunidade financeira mundial, assim como a segmentação dos clientes do BPC e foco na actividade comercial do banco", referiu.
De acordo com o gestor, as questões relativas ao funcionamento, créditos e especifidades dos créditos, montantes e outros aspectos relativos a este processo, serão comunicados e partilhados a partir da Recredit (sociedade anónima de capitais públicos que visa recuperar o credito malparado da banca pública, criada em 2016).
Apontou também o III trimestre de 2018 como período que será reinaugurado o edifício sede do BPC, que se encontra em reabilitação. A estabilização, reestruturação, dinamização e controlo da actividade comercial do BPC prevê-se ser concluídas em 2018, garantiu o responsável.
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