ANGOLA GROWING
Agência Lusa

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O Fundo Monetário Internacional (FMI) reviu em alta a perspectiva de crescimento de Angola, prevendo que a economia cresça 2,2% este ano e 2,4% no próximo ano, segundo as Previsões Económicas Mundiais, hoje (17) divulgadas em Washington, EUA, citadas pela Lusa.

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De acordo com o FMI, o crescimento em Angola deverá subir de 0,7%, em 2017, para 2,2% em 2018 e 2,4% em 2019, o que mostra uma melhoria de 0,6 pontos percentuais e de 1 ponto percentual, respectivamente, face às Previsões Económicas Mundiais de Outubro do ano passado.

A recuperação económica em Angola, segundo esta organização financeira internacional, baseia-se essencialmente na subida dos preços do petróleo face aos baixos valores dos últimos anos, que "aumentam o rendimento disponível e melhoram o sentimento económico".

O relatório sobre as Previsões Económicas Mundiais (World Economic Outlook, no original em inglês), hoje divulgado na sede da instituição, em Washington, refere ainda que Angola deverá acelerar o crescimento, mas, no entanto, continua a ver a economia a expandir-se abaixo da média da África subsaariana.

Esta região, segundo as previsões do FMI, deverá registar um crescimento de 3,4%, este ano, e acelerar para 3,7% no próximo ano, o que revela uma melhoria sustentada desde 2017, ano em que estes países cresceram, em média, 2,8%.

Uma agência britânica de combate ao crime vai devolver 500 milhões de dólares ao Banco Nacional de Angola (BNA), cuja transferência está a ser investigada no Reino Unido, noticiou hoje (20) a Lusa.

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A Agência Nacional de Crime (NCA) britânica confirmou hoje à agência Lusa que a Unidade Internacional de Corrupção está a investigar uma possível fraude de 500 milhões de dólares contra o BNA. "Em Dezembro de 2017 e Janeiro de 2018, a NCA utilizou as novas disposições da Lei de Finanças Criminais de 2017 para impedir a transferência de activos.

A autorização necessária para que os fundos sejam devolvidos às autoridades angolanas foi obtida agora", indicou.

Um porta-voz da Agência adiantou que a investigação "está em curso” e saudou a “cooperação até à data com as autoridades angolanas para chegar a uma conclusão satisfatória para este assunto".

Embora as autoridades britânicas não tenham confirmado o nome das pessoas envolvidas, deverá tratar-se do ex-governador do BNA, Valter Filipe, que foi interrogado e indiciado pelo crime de peculato e branqueamento de capitais pela Procuradoria-Geral da República (PGR) na semana passada.

Valter Filipe é acusado de estar envolvido na transferência ilícita de 500 milhões de dólares para uma conta no exterior do país.

O procurador-geral adjunto e coordenador da Direcção Nacional de Investigação e Acção Penal (DNIAP), João Luís de Freitas Coelho, confirmou a existência de outras pessoas no processo, "que também têm alguma responsabilidade na saída ilegal deste dinheiro" de Angola, mas que não identificou.

Valter Filipe foi ouvido um dia depois de ter regressado a Angola, proveniente da África do Sul, e a suposta transferência de 500 milhões de dólares foi realizada em Setembro de 2017, um mês antes da sua demissão do cargo a seu pedido, para uma conta do banco Credit Suisse de Londres.

Ex-Chefe de Estado francês foi convocado pela polícia judicial de Nanterre, nos arredores de Paris, para explicar os fundos da campanha eleitoral em 2007.

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O antigo presidente francês, Nicolas Sarkozy, foi detido hoje para ser interrogado pela polícia no âmbito de uma investigação sobre o financiamento da sua campanha eleitoral em 2007, segundo o jornal Le Monde.

Segundo o diário, Sarkozy foi convocado pela polícia judicial de Nanterre, nos arredores de Paris, para explicar os fundos da campanha, tendo adiantado que a sua detenção poderá prolongar-se por 48 horas.

Um dos juízes que dirigiu esta investigação é o mesmo que o acusou no caso dos fundos para a campanha de 2012, em que Sarkozy não foi eleito.

Esta é a primeira vez que Sarkozy é interrogado sobre este caso, depois de em Abril de 2013 ter sido aberto um inquérito judicial para apurar se o regime líbio, então liderado por Muammar Kadhafi, financiou a campanha de Sarkozy, na qual o conservador venceu a socialista Ségolène Royal.

O Governo voltou a proibir a exportação de sucata do país, em 2018, com o objectivo de apoiar a indústria siderúrgica nacional, de acordo com uma determinação da ministra da Indústria, Bernarda Martins.

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Segundo um despacho de 14 de Março do Ministério da Indústria, a que a Lusa teve hoje (19) acesso, a decisão, de fixar uma ‘quota zero’ para a exportação de sucata no ano económico de 2018 justifica-se com o "crescimento da indústria siderúrgica nacional", que "exige cada vez mais [matéria-prima] e em maiores quantidades".

A medida justifica-se também, lê-se no mesmo despacho, "tendo em conta que a exportação da sucata pelos agentes económicos, à margem das normas estabelecidas, constitui ameaça séria ao crescimento que se vem registando" no sector da indústria nacional, "com efeitos nocivos a médio prazo para o país".

A proibição de exportação de sucata, relativa a 2017, foi anunciada pela ministra Bernarda Martins, em julho, num encontro com operadores nacionais, tendo tornado público, na mesma ocasião, a realização de um estudo para o levantamento das quantidades de sucata no país. "Nós tomámos a decisão de estabelecer quota zero para a exportação de sucata no sentido de preservarmos as nossas reservas para alimentarmos as nossas indústrias", disse a ministra.

A governante salientou que o país tem sucata de vários tipos, mas é necessário que se identifique a que existe em maior quantidade.

"Precisamos de conhecê-la de facto, hoje a sucata que mais temos no país, ao que parece, é a sucata marítima", apontou a ministra, adiantando que o estudo que deverá ser feito visa também traçar perspetivas futuras.

As necessidades angolanas de sucata eram reduzidas até 2016, face à produção limitada das três pequenas empresas de transformação que funcionavam no país.

África é o que mais recebeu, no ano passado, investimentos dos dois bancos de desenvolvimento chineses que funcionam como o braço financeiro da diplomacia do ‘gigante asiático’.

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Angola é o país africano que recebeu a maior fatia dos investimentos dos bancos públicos chineses no continente, tendo recebido quase 9 mil milhões de dólares desde 2000, indica um estudo elaborado pela Universidade de Boston, Estados Unidos da América, citado pela Lusa.

De acordo com o Global Development Policy Center, um centro de análise que funciona na universidade, África é o que mais recebeu, no ano passado, investimentos dos dois bancos de desenvolvimento chineses que funcionam como o braço financeiro da diplomacia da China, tendo sido receptor de 6,8 mil milhões de dólares, cerca de 25% do total de 25,6 mil milhões de dólares.

Desde o princípio deste século, África já recebeu quase 35 mil milhões de dólares em investimentos chineses na área da energia, o que, apesar de ser menos que os 69 mil milhões canalizados para a Europa e Ásia Central, os 62 mil milhões para a América Latina e os 60 mil milhões para a Ásia, mostra bem o interesse chinês neste continente.

"A China está a tentar replicar o seu modelo de desenvolvimento em África para mostrar ao mundo que o modelo económico chinês funciona mesmo", comentou ao Financial Times o analista Yu Jie, da London School of Economics.Os números divulgados pelo estudo da universidade norte-americana seguem-se ao compromisso assumido em 2015 pelo Presidente chinês, Xi Jinping, de canalizar anualmente 60 mil milhões de dólares em investimentos em África para sublinhar o "futuro comum".