Agência Lusa

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O Governo prevê captar 6,721 biliões de kwanzas de dívida pública em 2018, totalizando 54.500 milhões de euros de endividamento até ao final do ano, segundo prevê o Plano Anual de Endividamento (PAE).

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De acordo com o documento elaborado pelo Ministério das Finanças, citado pela Lusa, estas necessidades, repartidas por 4,762 biliões de kwanzas a captar em dívida emitida internamente e 1,959 biliões de kwanzas em desembolsos externos, visam "colmatar as necessidades de financiamento" do Orçamento Geral do Estado (OGE) de 2018.

"O 'stock' de dívida governamental deverá permanecer com a tendência de crescimento verificada nos anos anteriores, que se fundamenta numa maior participação da dívida titulada", refere o documento, apontando um crescimento de 18% face a 2017.

A cumprir-se, por outro lado, a previsão governamental de crescimento económico de 4,9% em 2018, o rácio da dívida pública deverá ascender no final do ano a 60% do Produto Interno Bruto (PIB). Desta forma, Angola deverá chegar ao final de 2018 com um volume de dívida pública governamental (excepto empresas públicas) de aproximadamente 14,302 biliões de kwanzas.

O documento destaca ainda a emissão dos 'eurobonds', títulos de dívida pública em moeda estrangeira, "de aproximadamente 437,4 mil milhões de kwanzas", o equivalente a 1.660 milhões de euros, à taxa de câmbio actual.

Além disso, o Ministério das Finanças estima, no PAE 2018, que o serviço da dívida governamental totalizará em 2018 cerca de 5,665 biliões de kwanzas, dos quais cerca de 65% corresponderão aos encargos com a dívida interna e 35% com a divida externa.

Na componente da dívida interna, a emissão de Obrigações de Tesouro deverá liderar, com o Governo a esperar angariar 2,448 biliões de kwanzas em 2018, equivalente a 51,42% do total, seguida de Bilhetes de Tesouro, com uma previsão de 2,219 biliões de kwanzas, representando um peso de 46,61%, entre outros instrumentos.

As Obrigações do Tesouro serão colocadas no mercado por meio de operações de leilão (63,57%), operações para capitalização das instituições públicas (9,39%), operações de regularização de passivos (26,80%) e operações destinadas à potencialização do crédito agrícola (0,24%), lê-se no documento.

O ministro das Finanças alertou esta semana que o peso da dívida pública ameaça "hipotecar as gerações futuras", defendendo por isso que o eventual diferencial entre as receitas do petróleo, com a subida da cotação, seja utilizado na amortização.

Em causa está o preço de referência de 50 dólares por barril utilizado pelo Governo para elaborar o OGE para 2018, quando o valor no mercado internacional tem estado acima dos 60 dólares, tendo mesmo chegado a tocar nos 70 dólares.

"O melhor é continuarmos a pensar no preço de referência definido no Orçamento Geral do Estado para 2018. Logicamente que se ao longo do exercício fomos verificando os aumentos que estamos a verificar até agora, isso significará para nós, em termos de gestão das finanças públicas, menor pressão sobre a dívida pública", admitiu o ministro Archer Mangueira.

O chefe de Estado da África do Sul, Jacob Zuma, afirmou hoje (14) que abandonará a presidência se o Parlamento votar, amanhã (quinta-feira), a favor da moção de censura apresentada pelo próprio Congresso Nacional Africano (ANC), no poder desde 1994.

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Em declarações à cadeia de televisão pública sul-africana SABC, e após várias insistências do jornalista, Zuma, no cargo desde 2009, acabou por indicar que aceitará a decisão do Parlamento, rejeitando, porém, a exigência do ANC para se demitir antes da votação de quinta-feira à tarde.

Zuma, que indicou que fará uma declaração ao país ainda hoje, adiantou que está a ser “vítima” e que discorda dos esforços do ANC para demiti-lo. Por outro lado, assumiu que pensou em apresentar a demissão, mas que decidiu, depois, ficar “mais uns meses” num cargo que, constitucionalmente, vigora até 2019, ano de eleições presidenciais. “Não fiz nada de mal (…).

Estou em desacordo com a decisão (do ANC). Mas se o parlamento disser que não me quer mais, partirei”, sublinhou Zuma. Na entrevista à SABC, Zuma considerou “injusta” a decisão do ANC de exigir a sua demissão, realçando que o partido não apresentou “razões claras” para tal.

O ANC indicou hoje que, caso Zuma não se demita do cargo, está já marcada para a tarde de quinta-feira a apresentação, no parlamento, de uma moção de censura. “É muito injusto que o assunto seja permanentemente levantado. O que poderei fazer? Ninguém é capaz de apresentar razões claras” para a demissão, afirmou Zuma, aludindo ao ANC. “Preciso de ser informado sobre o que fiz. Porquê tanta pressa?”, questionou Zuma, acusado desde 2016 de vários actos de corrupção, que sempre negou.

O poder de Zuma tem vindo a diminuir desde que o seu vice-presidente, Cyril Ramaphosa, lhe sucedeu, em Dezembro, à frente do ANC, ficando bem posicionado para se tornar chefe de Estado da África do Sul nas eleições do próximo ano.

Ramaphosa fez do combate à corrupção governamental uma das prioridades durante a pré-campanha e a campanha para a liderança do ANC.

Nos casos que alegadamente envolvem o Presidente da República, está em causa sobretudo determinar a extensão de eventuais crimes cometidos pelos três irmãos Gupta, família de origem indiana que domina os negócios na África do Sul e que está também a ser investigada pelos serviços secretos do FBI.

Além das acusações de que Zuma esteja a favorecer as actividades empresariais dos irmãos, o FBI investiga fluxos de caixas suspeitos, enviados pelos Gupta directamente da África do Sul para o Dubai e para os Estados Unidos.

A oposição sul-africana considera que Ajay, Atulk e Rajesh Gupta asseguraram junto de Zuma importantes posições na administração sul-africana, pagando somas avultadas em dinheiro e permitindo ganhar concursos públicos no valor de centenas de milhões de dólares.

Angola prevê lançar ainda este mês a segunda emissão de 'eurobonds', ou dívida soberana em moeda estrangeira, que deverá rondar os 2.000 milhões de dólares, contando com o apoio, entre outros, do Goldman Sachs.

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A informação foi confirmada hoje (14), pelo ministro das Finanças, Archer Mangueira, em declarações à imprensa, tendo indicado também que o Deutsche Bank e o ICBC (China) integram o consórcio de bancos que lideram esta operação, tal como a idêntica, realizada em 2015.

"O processo de emissão de ‘eurobonds' está previsto ainda para o mês de Fevereiro. Há um conjunto de bancos que estão a trabalhar com o Ministério das Finanças na preparação dessa emissão", disse o ministro, que falava após a aprovação final, no parlamento, da proposta de lei do Orçamento Geral do Estado para 2018.

Esta emissão surge numa altura em que a dívida pública governamental (que exclui a contraída pelas empresas públicas angolanas), já ultrapassou o equivalente a 67% do Produto Interno Bruto (PIB) do país, segundo dados de Janeiro do Ministério das Finanças.

A despesa do Orçamento Geral do Estado (OGE) para 2018 - aprovado hoje na Assembleia Nacional -, com a dívida pública é uma das maiores preocupações admitidas pelo Governo, que assume o objectivo, segundo o ministro das Finanças, Archer Mangueira, de "alterar a actual trajectória", através de um "exercício de consolidação fiscal".

O Estado estreou-se na emissão de ‘eurobonds' em Novembro de 2015, angariando então, no mercado externo, cerca de 1.500 milhões de dólares, através de um consórcio de bancos liderado pelo norte-americano Goldman Sachs International e que incluiu ainda o alemão Deutsche Bank e os chineses da ICBC International.

A Assembleia Nacional aprovou hoje (14), em votação final, a proposta de lei do Orçamento Geral do Estado para 2018, o primeiro da governação de João Lourenço, mas apenas com os votos favoráveis do MPLA.

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Além dos 136 votos a favor dos deputados do MPLA, o documento recebeu 18 abstenções, da CASA-CE, PRS e FNLA. A UNITA, foi a única formação a votar contra a proposta de lei do Orçamento Geral do Estado OGE) de 2018, somando 50 votos.

O Executivo elogiou na quinta-feira as contribuições dos deputados para melhorar o OGE para este ano, ficando "desfeita" a ideia de que o diploma legal sai do parlamento conforme entrou. A posição foi expressa pelo ministro de Estado para o Desenvolvimento Económico e Social, Manuel Nunes Júnior, na sessão de aprovação do Relatório Parecer Conjunto Final das comissões de trabalho especializadas da Assembleia Nacional da proposta de Lei do OGE para 2018, após mais de um mês de discussão do documento nas comissões de especialidade.

O relatório do parecer conjunto relativo à proposta de Lei do OGE para 2018, com 56 constatações e 202 recomendações, pede que sejam incrementadas as verbas atribuídas ao sector da saúde, educação, ensino superior e construção, pressupondo um valor global de 96.453.183.132,00 kwanzas.

"Este incremento corresponderá à aproximadamente 0,5% de incremento do défice fiscal, elevando-o para 3,5%, sendo que o nível de endividamento seria elevado na mesma proporção", refere o relatório parecer.

No documento é ainda recomendado que o reforço para o sector social seja retirado da dotação orçamental para a concessionária nacional Sonangol, que dos actuais 7% passa a 5%, sendo o diferencial de 2% para a referida área.

A proposta de OGE para o exercício económico de 2018 comportava inicialmente receitas e despesas de 9,658 biliões de kwanzas, representando a despesa com o pessoal 1.647,2 biliões de kwanzas, o correspondente a 17% da despesa total.

As contas do Estado para 2018 previam inicialmente um défice de 697,4 mil milhões de kwanzas, equivalente a 2,9% do Produto Interno Bruto (PIB), traduzindo-se no quinto ano consecutivo de défice nas contas nacionais.

Situação agravou-se face à seca que fustigou o país em 2017.

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O Governo cabo-verdiano voltou a apelar nesta segunda-feira, 12, a população para "comportamentos sustentáveis" e "uso racional" da água, numa altura em que as barragens estão com menos de 3,6% da sua capacidade, devido à falta de chuva este ano.

"Nas cinco albufeiras monitorizadas pela ANAS, o volume de água armazenado é inferior a 3,6% da sua capacidade. Face à seca que fustigou o ano de 2017, com acúmulo dos anos anteriores, a situação agravou-se", avançou em conferência de imprensa, na cidade da Praia, o presidente da Agência Nacional de Água e Saneamento, citado pela Lusa.

Miguel Moura deu como exemplo a barragem de Poilão, no interior da ilha de Santiago e a primeira a ser construída no país, que tem um nível "mínimo e insignificante", enquanto o nível de água nas restantes encontra-se "abaixo da tomada".

"Em consequência disso, o país não consegue satisfazer neste momento metade do seu consumo desejado para as necessidades agrícolas", disse o presidente da ANAS, indicando que a água acumulada vem de anos anteriores e que algumas barragens estão praticamente secas.

A conferência de imprensa da ANAS acontece dois meses após o Governo cabo-verdiano ter declarado a situação de emergência hídrica no país por causa da falta de chuva, com medidas para racionalizar a utilização da água, em que a prioridade é dada ao consumo humano, tal como estipula o Código de Água.

Miguel Moura avançou que enquanto a situação se mantiver, serão tomadas algumas medidas restritivas, como proibição de novas licenças para abertura e exploração de novos furos, emissão de novas licenças para aumento, aumento da área irrigada e ampliação dos calendários de rega.