Agência Lusa

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O uso de cheques no sistema bancário nacional está a cair em desuso, tendo atingido em 2017 um mínimo histórico de menos de 320.000 utilizados para pagamento, indicam dados do Banco Nacional de Angola (BNA), citados pela Lusa.

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De acordo com o relatório do banco central, trata-se de uma quebra de 28,5% no número de cheques transaccionados, face a 2016, caindo para 319.185, praticamente metade dos cheques que em 2014 foram utilizados pelos angolanos para realizar pagamentos (mais de 625.000).

O montante envolvido nas transacções com cheques em Angola também atingiu um mínimo desde pelo menos 2010 (últimos dados disponibilizados pelo BNA), descendo no último ano para 927.935 milhões de kwanzas, igualmente uma quebra superior a 22%, face a 2017.

O pico no montante de transacções no país envolvendo cheques atingiu-se em 2013, antes dos efeitos da crise económica, com um recorde de 2,173 mil milhões de kwanzas. Estas quebras na utilização desta forma de pagamento, que contrasta com o crescimento dos pagamentos electrónicos, também levaram à descida no total e montantes de cheques sem provimento, que descerem em 2017 para um total de 4.742, uma quebra de 30% face a 2016.

Ainda assim, os cheques sem provimento que chegou a banca comercial nacional no último ano representaram um montante superior a 20.741 milhões de kwanzas.

O Presidente da República, João Lourenço, reuniu-se hoje (24), na Suíça com o homólogo brasileiro, Michel Temer, tendo anunciado no final que prevê realizar uma visita oficial ao Brasil em Maio deste ano.

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À margem do Fórum Económico de Davos, na Suíça, o chefe de Estado sublinhou a importância das relações entre os dois países e anunciou a partida para Brasília do ministro das Finanças, Archer Mangueira, para negociar a retoma dos financiamentos a Angola do Banco Nacional de Desenvolvimento Económico e Social (BNDES).

"O ministro das Finanças de Angola deve chegar a Brasília dentro de dois ou três dias para, a esse nível, de ministros, começarem a trabalhar no sentido da retomada da linha de financiamento do Brasil, que é suportada pelo BNDES", disse João Lourenço, questionado pelos jornalistas após o encontro com o Presidente brasileiro e depois de no dia anterior ter delegado o ministro das Relações Exteriores, Manuel Augusto, as declarações oficiais sobre a reunião que manteve com o primeiro-ministro português, António Costa.

O Presidente angolano sublinhou que aproveitou a oportunidade para "agradecer ao Presidente Temer" o convite formulado para visitar o Brasil "ainda este ano, em data que está muito próxima, provavelmente para o mês de Maio". "O encontro foi bastante bom, aliás era de esperar que assim fosse tendo em conta as relações entre Angola e o Brasil serem relações de amizade, de cooperação, que datam de há bastante tempo, praticamente desde que Angola se tornou independente, há cerca de 42 anos", disse João Lourenço, sublinhando que a reunião serviu para abordar aspectos gerais da cooperação económica entre Angola e o Brasil.

"Devo adiantar apenas que a nossa prioridade é financiar as obras públicas de grande envergadura, nomeadamente infra-estruturas nos sectores da construção, da energia e águas, sobretudo em barragens hidroeclétricas", justificou ainda João Lourenço, a propósito das negociações, nos próximos dias, entre os dois governos.

A moeda nacional voltou a sofrer uma depreciação, nesta terça-feira, 23, desta vez de quase 2%, face ao euro, já com o efeito das novas limitações introduzidas esta semana pelo Banco Nacional de Angola (BNA) para travar a especulação cambial.

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Desde que a moeda europeia passou a ser a referência para o mercado de câmbios de Angola no novo regime flutuante cambial, a 09 de Janeiro, a moeda nacional já acumula uma depreciação de quase 26,5% para o euro, que agora vale 253,7 kwanzas na compra (pelos clientes), e praticamente 20% para o dólar, que passa a valer 207,0 kwanzas, de acordo com as novas taxas cambiais divulgadas, terça-feira, pelo BNA.

Estas taxas de câmbio resultam do terceiro leilão de divisas feito pelo banco central em 2018, realizado esta terça-feira em Luanda e no qual participaram 26 bancos, os quais compraram a totalidade do montante colocado à disposição, de 81,8 milhões de euros, anunciou ainda o banco central.

O número de cartões multicaixa emitidos para a rede interbancária nacional aumentou em mais de 1,3 milhões em 2017, face ao ano anterior, atingindo um novo máximo histórico, segundo informação da empresa responsável pelo serviço.

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De acordo com dados da Empresa Interbancária de Serviços (EMIS), citados pela Lusa, o número de cartões multicaixa considerados válidos atingiu no final do ano passado os 5,86 milhões, dos quais 4,16 milhões estão activos, sendo por isso utilizados regularmente.

Em 2010, a rede multicaixa nacional contava com apenas dois milhões de cartões válidos, dos quais 1,3 milhões activos, pelo que no espaço de oito anos foi acumulado um crescimento de 190%. Em Angola, segundo a EMIS, existiam em funcionamento no final de 2017 um total de 3.026 Caixas Automáticas, mais 115 face ao ano anterior.

Estavam ainda registados, em Dezembro do ano passado, 77.244 Terminais de Pagamento Automático (TPA), que podem ser utilizados com os mesmos cartões multicaixa e em todo o tipo de comércios e serviços, emitidos pelos mais de 25 bancos que operam no país, representando neste caso um crescimento de 10.000 terminais no espaço de um ano.

A produção petrolífera voltou a aumentar em Dezembro, em cerca de 44.800 barris diários, mas distanciando-se da líder Nigéria, que fechou 2017 no topo dos produtores africanos, segundo a OPEP.

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De acordo com dados do último relatório mensal da Organização de Países Exportadores de Petróleo (OPEP), divulgado na quinta-feira (18), Angola atingiu em Dezembro uma produção diária média de 1,633 milhões de barris de crude, com dados baseados em fontes secundárias.

Com este registo, em volume produzido, Angola continua atrás da Nigéria, país que viu a sua produção aumentar em Dezembro em 75.700 barris diários, para uma média de 1,861 milhões de barris por dia, de acordo com os mesmos dados da OPEP.

Durante praticamente todo o ano de 2016, e até Maio de 2017, Angola liderou a produção de petróleo em África. A produção na Nigéria foi condicionada entre 2015 e 2016 por ataques terroristas, grupos armados e instabilidade política interna.

O acordo entre os países produtores de petróleo, para reduzir a produção e fazer aumentar o preço do barril, obrigou Angola a cortar 78.000 barris de crude por dia com efeitos desde 01 de Janeiro de 2017, para um limite de 1,673 milhões de barris diários.

O relatório da OPEP refere ainda que em termos de "comunicações directas" à organização, Angola terá produzido 1,548 milhões de barris de petróleo por dia em Dezembro, uma quebra equivalente a 59.000 barris diários face a Novembro, enquanto a Nigéria aumentou para 1,636 milhões de barris por dia.

Em menos de dois anos, o país viu o preço do barril exportado passar de mais de 100 dólares para vendas médias, no primeiro semestre de 2016, de 36 dólares por barril, segundo dados do Ministério das Finanças.

Desde o início de 2017 ano que as vendas de petróleo angolano têm estado, em regra, acima dos 50 dólares por barril no mercado internacional, tendo, entretanto, tocado nos 70 dólares.