E agora pergunto eu...
Seja bem-vindo querido leitor a este seu espaço onde perguntar não ofende depois de uma semana em que o estado da Justiça voltou a marcar a actualidade nacional com o Procurador-Geral da República da República, que está em fim de ciclo e por isso tem tempo suficiente de casa para falar com mais propriedade do que a maioria, a afirmar que ‘a Procuradoria-Geral da República tem estado a cometer erros em vários processos e que alguns procuradores erram propositadamente’.

Antes destas declarações o bastonário da Ordem dos Advogados - instituição que tem alertado repetidamente para o estado andrajoso da Justiça, para a falta de salas, de equipamentos, às vezes de básicos como impressoras com tinteiros para imprimir ordens de soltura e outros documentos vitais e que resultam frequentemente na negação de Justiça aos mais vulneráveis sobretudo aos que mais precisam dela - disse que continuam a observar-se interferências do poder político no poder judicial. Disse também, em entrevista ao Novo Jornal, que o combate à corrupção foi anunciado com vigor, mas que não tem consistência ou imparcialidade e acerca da cobertura da comunicação social dos assuntos jurídicos afirmou que continua a ser “utilizada como palco principal para os julgamentos antecipados em praça pública.” Disse que “há indícios sérios de corrupção no sistema judicial.” O activista e jornalista, Rafael Marques, foi mais gráfico a respeito da corrupção que grassa na justiça e disse numa entrevista que dois juízes lutaram em plena via pública alegadamente por se desentenderem quanto à partilha de um suborno.
E agora pergunto eu, era este o sistema de Justiça que o chefe de Estado - e do estado de coisas - exigia e esperava que fosse respeitado a nível internacional, respeitado o suficiente para que fundos que esse sistema determina terem sido desviados fossem repatriados, tudo com base em processos montados por procuradores que não só erram, como erram propositadamente, como assume o PGR? Será essa expectativa caso de ingenuidade ou de simples falta de noção presidencial? Ou teria sido este um objetivo fictício desde início, um mero foguete de campanha eleitoral sem intenção real de implementação? Mais uma música como a que canta que o patrão é o povo?
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O Cinto do Zé Povinho aperta que dói!