Valdimiro Dias

Valdimiro Dias

HABITAÇÃO. Imogestin apresenta portal para as candidaturas às centralidades do Estado. Canal servirá apenas para a opção de venda livre ao público. Função pública e grandes empresas contactarão directamente a imobiliária.

 

A empresa que gere a construção e venda das centralidades e urbanizações do Estado inicia a comercialização de mais de 26 mil habitações na última semana de Junho, com o início das candidaturas, via internet, anunciou o seu porta-voz , Mário Guerra, na conferência de imprensa que serviu para o lançamento do portal de candidaturas, na última semana. As centralidades de Capari (Bengo), com 3.504 unidades, e Km 44 (Luanda) são as primeiras a serem disponibilizadas ao público, sendo que nas demais, como as do Zango O e Zango 8.000, ambas em Luanda, as casas devem começar a ser comercializadas dentro de três meses, condicionadas à conclusão das infra-estruturas externas (energia eléctrica, água, construção das vias de acesso e saneamento básico). Com a prestação mensal fixada em 27.619 kwanzas, as casas da centralidade do Capari, do tipo T3, estão tabeladas em 4,98 milhões de kwanzas, o que exige do interressado uma remuneração mínima mensal de 69.048 kwanzas.

A estreia da Imogestin, depois de mais de três anos a assumir a gestão do processo em substituição da Sonip, fica marcada pela introdução de algumas novidades. Contrariamente ao processo anterior, não será exigido um capital inicial nem o pagamento de várias prestações à entrada. Apenas será exigida a prestação mensal, de acordo com o director financeiro da imobiliária, Pacilio Lucambani.

Outra novidade reside no facto de o Governo, por via de decretos executivos, ter estabelecido quotas de vendas para três segmentos, distribuidos em 40% para a função pública, 30% para a venda ao público dirigido e 30% para a venda livre.

Nas duas primeiras modalidades, o porta-voz da Imogestin esclareceu que o processo para candidatos da função pública e empresas públicas vai ser conduzido pelas próprias instituições, que farão contacto directo com a imobiliária. Além disso, os funcionários seleccionados terão de estar devidamente identificados e descriminados.

Os documentos serão submetidos à Imogestin ao que se seguirá o processo de validação de acordo com os critérios definidos. A venda ao público dirigido destina-se aos funcionários de grandes empresas públicas e privadas, que possuam até mil trabalhadores, processo semelhante ao da função pública.

Na terceira opção, as candidaturas estão abertas a todas as pessoas interessadas no regime de venda livre, não servindo para a função pública nem para a venda dirigida às grandes empresas públicas e privadas.

A imobiliária informou que está também considerada para todas as províncias, com execpção de Luanda, a opção pelo arrendamento, medida justificada com o limitado poder aquisitivo nas zonas fora da capital.

O candidato a esta modalidade terá de provar que não possui capacidade para comprar e, sobre este regime, estarão disponíveis 20% das habitações para o arrendamento.

Para a Imogentin, o portal de consulta www.imocandidaturas.co.ao vai facilitar o processo de candidaturas aos interessados em adquirir uma residência e conferir maior transparência ao processo, sendo que o mesmo servirá apenas para a modalidade de venda ao público livre.

AVIAÇÃO. Auditoria da Chevron detectou falhas de procedimentos operacionais ?nos voos da Sonair. Como medida de precaução, companhia ‘migrou’ de operadora área, recorrendo aos serviços da TAAG para transporte do pessoal.

 

A petrolífera norte-americana Chevron orientou os trabalhadores da companhia baseados no Soyo, afectos ao projecto Angola LNG e outros campos petrolíferos, localizados naquela zona, a não fazerem uso dos aviões da companhia Sonair, na deslocações para Luanda e vice-versa, em razão de uma auditoria ter detectado falhas nos procedimentos operacionais, revelou uma fonte da companhia ao VE.

A fonte explicou que a medida, imposta desde a semana passada, deve durar até que a Sonair ultrapasse as alegadas falhas, razão pela qual a petrolífera norte-americana optou por migrar a prestação deste serviço para a TAAG, nas deslocações do pessoal afecto à companhia para a rota Soyo – Luanda e vice-versa. Sem avançar detalhes, a fonte explica que estarão em causa falhas relacionadas com a segurança dos voos, situação que, no sector petrolífero, é sempre colocada em primeiro lugar. Contactada, a porta-voz da Chevron, Antónia Freitas, não confirmou nem desmentiu a informação, argumetando, no correio electrónico enviado à redacção, que não é prática da empresa comentar sobre “assuntos operacionais publicamente”.

“Estabelecemos relações de confiança e mutuamente benéficas ao colaborar com as nossas comunidades, Governo, clientes, fornecedores e outros parceiros comerciais”, refere. Em resposta às perguntas do VALOR, a Sonair confirmou, no entanto, que “foram identificadas algumas insuficiências operativas que necessitam de ser melhoradas e corrigidas”, acrescentando que “isso está a acontecer agora com a criação de uma ‘task force’ específica da Sonair, que está a trabalhar activamente em contacto estreito com os técnicos da petrolífera Chevron”.

Confirmando a auditoria realizada pela Chevron, “no âmbito das execelentes relações institucionais e comerciais existentes entre as duas companhias”, a Sonair explica que se trata de “um processo absolutamente normal”, e que o mesmo “não provocou quaisquer alterações na relação comercial” entre as duas companhias. “Trata-se apenas de mais um passo no âmbito do processo de transformação da Sonangol e suas subsidiárias, mantendo o foco na transparência, rentabilidade, rigor e excelência”, argumenta a empresa.

Fonte do INAVIC declarou ao VALOR que a instiuição realiza auditorias regulares à Sonair e não detectou, até ao momento, “quaisquer irregularidades”, acrescentando não perceber a decisão da Chevron. A Sonair é a empresa subsidiária da Sonangol EP, que tem como objecto o apoio com transporte aéreo à actividade de exploração petrolífera. Realiza diariamente voos para o Soyo, com a maioria dos lugares reservada para os trabalhadores das companhias operadoras e prestadoras de serviços. O restante de vagas é canalizado para o público em geral que recorre à companhia.

A fonte explica que o “maior receio” para o caso da Sonair poderá ser a possibilidade de as outras companhias petrolíferas que operam no Soyo seguirem o exemplo da Chevron, situação que poderia agravar os resultados operacionais da compahia aérea. No ano passado, fruto dos ajustamentos operados pelas petrolíferas, a Sonair acabou por ver o fluxo de transporte de passageiros reduzido para metade.

Recentemente, as autoridades norte-americanas dos transportes autorizaram a abertura ao público, a partir de 1 de Maio, dos voos que ligam a cidade de Houston, (Texas-EUA) à capital angolana, também conhecido por Houston Express, operados pela Sonair. Membro da comissão executiva da empresa, Filomeno da Luz Conceição Marlath considerou, na ocasião, o anúncio “uma mais-valia”, uma vez que permitiria maior captação de clientes.

Antes, o voo destinava-se unicamente aos parceiros da comunidade de empresas ligadas ao sector petrolífero. A Sonair é uma subsidiária do grupo Sonangol. Nasceu em 1979 com a criação da divisão aeronáutica, tendo transportado, ao longo dos 38 anos da sua existência, sete milhões de passageiros, com o registo de 500 mil horas de voo.

A Empresa Nacional de Distribuição de Electricidade (ENDE) está a arrecadar, em média, mais de dois milhões de kwanzas por dia com a cobrança da taxa do lixo, na centralidade do Kilamba, revelou, ao VE, fonte da empresa.

 

 

Os actuais resultados, segundo a fonte, são decorrentes de dívidas acumuladas por parte dos moradores, referentes a Fevereiro, Março e Abril, cujos valores passaram a ser cobrados, de uma só vez, desde o mês passado.

A medida, que começou a vigorar em Fevereiro, não tinha sido, até então, extensiva à centralidade do Kilamba, devido a questões técnicas, segundo as informações oficiais. Entretanto, a activação do processo gerou uma série de protestos por parte dos moradores face à exigência de terem de pagar o acumulado de três meses, vetando-se a compra de recargas de electricidade aos ‘incumpridores’.

A ENDE possui, em Luanda, 500 mil clientes cadastrados no sistema da também chamada Taxa de Serviço de Limpeza (TSL). No sistema antigo, a empresa emitia apenas 50 mil facturas por dia, mas o processo de facturação chegava a durar 12 dias.

O VE tentou apurar o valor total da arrecadação da taxa do lixo, em Luanda, no entanto, sem sucesso, face à recusa do governo da província em comentar o assunto. Posicionamento idêntico teve o responsável do gabinete de comunicação institucional e marketing e publicidade da ENDE, Pedro Bila, empresa a qual foi atribuída a responsabilidade de cobrar a taxa de lixo juntamente com a factura de electricidade.

FEIRA. Ministério da Economia escolheu novo promotor e local para acolher a maior “bolsa de negócios de Angola” para edição de 2017.

 

A eventos Arena, empresa especializada em organização e gestão de feiras, vai assumir a realização da edição 2017 da Feira Internacional de Luanda (FILDA), um ano depois de ter sido cancelada por razões financeiras, revelou o presidente do conselho de administração da empresa, Bruno Albernaz, durante uma conferência de imprensa.

Na nova temporada, o evento, que era tradicionalmente organizado no recinto da FILDA, no Cazenga, Luanda, deverá ser transferido para a Baía de Luanda, estando o seu arranque previsto para o próximo dia 26 de Julho para um período de cinco dias.

A Eventos Arena espera reunir, no parque de exposições da Baía de Luanda, cerca de 200 expositores entre nacionais e estrangeiros de 15 países convidados, numa área bruta de 16 mil metros quadrados.

‘Diversificar a economia e potenciar a produção nacional, visando uma Angola auto-suficiente e exportadora’ é o lema do certame, que, por decisão do Ministério da Economia, passa para a Arena Eventos, mas apenas a edição de 2017.

Bruno Alnernaz esclareceu que a organização das próximas edições deverão ser oportunamente decididas pelo Ministério da Economia. Para este ano, os empresários interessados deverão pagar entre 22 a 28 mil kwanzas por cada metro quadrado, sendo que o mínimo exigível, por espaço, deverá ser de nove metros quadrados.

A presidente do conselho de administração do Instituto de Fomento Empresarial (IFE), Dalva Ringote Allen, comenta que o evento deverá proporcionar condições para que as empresas possam estabelecer contactos e identificar oportunidades de negócios.

Em relação à mudança do espaço habitual, considerou que houve uma alteração no paradigma, tendo em conta a preocupaçação de se dar visibilidade diferente à Feira de 2017, “por ser um veículo de promoção” das empresas nacionais e estrangeiras. “Espera-se que as empresas participantes, em função da articulação que possam manter com as outras entidades nacionais, regionais e internacionais, possam estabelecer potenciais parcerias para, no curto espaço, conseguirmos ter estatísticas daquilo que poderão ser os resultados da feira”, referenciou.

A última edição do certame, a 32ª, decorreu entre os dias 21 e 26 de Julho de 2015, tendo atingido um volume de negócios estimado em 11 milhões de dólares. Contou com a participação de mais de 900 expositores, entre nacionais e estrangeiros, numa área de 50 mil metros quadrados.

ELEIÇÕES. Candidato do MPLA junta empresários em Luanda e pede compromisso, face à necessidade do aumento da produção naciomal e serviços. João Lourenço quer economia diversificada.

 

 

Edificar uma economia “forte, diversificada e estável” é o maior desafio que o MPLA assume no próximo ciclo de governação de cinco anos em caso de vitória eleitoral, promessa feita pelo cabeça de lista e vice-presidente do partido, João Manuel Lourenço, no encontro com a classe empresarial nacional, realizado na última quinta-feira em Luanda.

Para o MPLA, o alcance da meta passa pela implementação de políticas económicas mais adequadas para a diversificação da economia, substituindo o petróleo como principal fonte de receitas do país. A estratégia deve incluir também a adopção de medidas “para acelerar o desenvolvimento de sectores que são intensivos em mão de obra, como agricultura, a agroindústria, a industria transformadora, a construção, o turismo, o comércio, entre outros, que criam emprego e garantem o desenvolvimento sustentável”, segundo o candidato do MPLA. Na incursão que fez à economia “doméstica”, o político instou todos os empresários (pequenos, médios e grandes) a enfrentarem o desafio de aumentar de forma “rápida” e “sustentada” a produção interna de bens e serviços, com realce para os da cesta básica. “Com isso, estaremos a distribuir melhor o rendimento nacional, aumentando o emprego, atribuindo salários justos e dignos aos trabalhadores”, observou.

O outro objectivo a alcançar, segundo o vice-presidente do MPLA, passa por reduzir “consideravelmente” a pressão sobre as divisas do país, usadas para a importação de bens de “amplo consumo”. João Lourenço prometeu também prestar atenção “especial” ao fomento das pequenas e médias empresas, “por constituírem a base do tecido empresarial responsável pela prestação de serviços e pela criação de riqueza e do emprego nas localidades e no município”. João Lourenço exortou igualmente a banca comercial a actuar como “credora do empresariado nacional”, alertando para a necessidade de o país ter bancos fortes e “com as melhores práticas e respeito dos padrões internacionais de ‘compliance’”, garantindo o combate ao “branqueamento de capitais”. O cabeça-de-lista do MPLA às eleições gerais de 23 de agosto, João Lourenço, prometeu também uma governação “transparente” e “menos burocrática”, nomeadamente agilizando a concessão de vistos para turistas e investidores.