Dívida calculada em 150 milhões de euros
ATRASADOS. Construtora reivindica metade da dívida do Governo para com as empresas portuguesas. Presidente do grupo, António Mota, garante que vai continuar a investir e a diversificar os negócios.
ATRASADOS. Construtora reivindica metade da dívida do Governo para com as empresas portuguesas. Presidente do grupo, António Mota, garante que vai continuar a investir e a diversificar os negócios.
A empresa BKC-Mineira, que faz exploração de diamantes no projecto Sanza-Pombo, no Uíge, pretende diversificar os negócios, além de entrar na exploração de calcário dolomítico. O administrador da empresa, Lúcio Santos, manifestou a intenção à margem do ‘workshop’ sobre o ‘uso de calcário dolomítico para a recuperação e estabilização dos solos em Angola’, realizado na semana passada, pelo Ministério dos Recursos Minerais e Petróleos. Segundo o gestor, a aposta surge como resposta ao desafio do Governo, “mas pode vir a ter um impacto positivo no negócio da agricultura”, sector em que a empresa pretende investir, num futuro próximo, sobretudo na produção de mandioca em grande escala para o fabrico de fuba. De acordo com Ministério dos Recursos Naturais e dos Petróleos (MIREMP), há uma única empresa registada das 36 envolvidas na comercialização de pó rocha de calcário. As demais, explica o director nacional dos Recursos Minerais do MIREMP, André Buta Neto , são empresas ligadas à construção civil, que, durante anos, utilizavam o produto apenas para a construção de estradas, mas que, de um tempo a esta parte, passaram a fazer o negócio. O Ministério pretende agora incentivar a entrada de outras empresas no negócio, como forma de reduzir os custos com a importação dos fertilizantes. Uma tonelada do produto custa entre 50 e 80 dólares.
RESULTADOS. Apesar da queda do número de navios e de contentores, empresa portuária da capital foi a que mais carga movimentou no país, na primeira metade do ano. O Porto Comercial de Luanda registou, no primeiro semestre do ano, uma queda na produção de 20% ao atingir 3.179.898 de toneladas, menos 783.198 em comparação ao período homólogo. Os dados constam no boletim estatístico da empresa que indica ainda que a carga geral contentorizada diminuiu cerca de 25% (836.233 toneladas) para 2.494.547 toneladas. Na carga geral fraccionada, foram alcançadas cifras de 322.560,79 toneladas, uma redução de 38.733 toneladas, cerca de 11% em relação ao período homólogo. Relativamente a cargas a granel, não foram movimentados granéis líquidos, enquanto, nos sólidos, se registou um avanço de 34% ao movimentarem 362.790 toneladas. No período em análise, escalaram no Porto de Luanda 1.853 navios, 261 dos quais de longo curso e 1.592 de cabotagem. A frequência de chegada para os navios de longo curso foi de aproximadamente 1.45 navios/dia, apresentando assim um decréscimo de 26% em relação ao mesmo período de 2017. Na cabotagem, composta por navios de apoio à actividade petrolífera, houve uma média de chegada 8.84 navios por dia, um recuo de 10%, face ao mesmo período de 2017. A agência de navegação com maior tráfego de navios foi a Niledutch, com 41 navios porta-contentores, isto é, menos 51 navios, o que corresponde a uma descida de 55% relativamente ao período homólogo. Com apenas um navio durante o período em análise foram as agências All Brokerage, Leman e Senamar. O Porto de Luanda é membro fundador da Associação dos Portos de Angola (APANG), uma organização que reúne empresas portuárias e operadores de terminais oficializados em 2014. A entidade surgiu com o objectivo de assegurar a defesa e a promoção dos interesses dos seus associados, além de contribuir para o desenvolvimento e modernização do sistema portuário angolano. De um modo geral, as importações marítimas, no primeiro trimestre do ano, registaram uma redução de 20,73% para 1,2 milhões de toneladas de produtos diversos em relação ao período homólogo. Dados do Conselho Nacional de Carregadores indicam que, dos bens importados, o destaque vai para os alimentares, apesar de registarem significativas quedas. O Porto de Luanda voltou a ser o mais movimentado do primeiro semestre.
PETRÓLEO. De nacionalidade francesa, novo CEO substitui o também francês Laurent Maurel, que liderou a empresa entre 2016 e 2018. A Total Angola tem um novo director-geral desde finais de Agosto. Trata-se do francês Olivier Jouny, de 38 anos, que está em fase de conhecer os responsáveis do sector petrolífero do país, assim como os procedimentos e colaboradores da empresa. Olivier Jouny desempenhava, desde Setembro de 2016, o cargo de CEO da Total Marine Fuels Global Solutions e substitui o também francês Laurent Maurel que liderou a empresa entre Setembro de 2016 e Agosto de 2018. Entre 2013 e 2016, trabalhou na República do Congo como director de desenvolvimento de negócios da filial francesa. A petrolífera e os parceiros do bloco 32 marcaram para Novembro a inauguração oficial do projecto Kaombo que iniciou a produção em Julho com um dos dois FPSO previstos. A entrada em funcionamento da segunda unidade está prevista para 2019 e a produção estimada para cada uma é de 115 mil barris de petróleo por dia. A estimativa de volumes totais a serem recuperados dos campos é de cerca de 650 milhões de barris de petróleo. A Total é o operador do Bloco 32, com uma participação de 30%, numa parceria da Sonangol P&P (30%), Sonangol Sinopec Internacional (20%), Esso Exploration and Production Angola (Overseas) Limited (15%) e a Galp Energia (5%). A história da Total em Angola iniciou-se em 1952?1953, quando recebeu a primeira concessão, nos ‘onshore’ e ‘offshore’– nas bacias do Kwanza e do Baixo Congo. É o maior operador com cerca de um terço da produção global do país. O seu bloco mais produtivo é o 17, que é também o mais prolífico do país.
A alegada falta concertação económica e contratual entre os operadores petrolíferos e a concessionária impede a adopção de soluções técnicas para a revitalização e inversão do declínio de produção em poços já em funcionamento. A opinião é do director comercial e de vendas da Baker Hughes a GE Company (BHGE), Valter Escórcio, garantindo que a empresa tem as soluções técnicas, como o ‘artificial lift’ e o ‘well intervention’ entre outras para o dilema do momento que o sector petrolífero enfrenta. “Os operadores sabem disto e a concessionária também tem conhecimento. Temos tido encontros com vários operadores, não só aqui mas a nível global, participamos nas feiras, como a OTC em Houston em que todas estas tecnologias são demonstradas a todos os operadores”, salientou. Em relação aos negócios da empresa, o gestor salientou que são afectados pela situação económica do país. “O volume de negócios é baixo e há poucos poços a serem perfurados, há pouca exploração e há poucos projectos a serem executados.” A BHGE resulta da fusão em 2017, entre a divisão do petróleo e gás da General Electric e a Baker Hughes, que criou um novo satélite de negócios.
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