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Valor Económico

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A Sonangol, Sociedade Nacional de Combustíveis de Angola, informou, na terça-feira (7), em Luanda, que o atraso no fornecimento de combustível às províncias do interior do país está relacionado com o mau estado de conservação das vias rodoviárias.

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De acordo com uma nota de imprensa da Sonangol o ‘apagão’ registado na Lunda-Norte, por falta de combustível, a concessionária esclarece que não há nenhuma falta de energia generalizada na referida região e em especial na cidade capital, Dundo.

“Tem havido, efectivamente, algum atraso no transporte de combustíveis para as províncias do interior, devido ao mau estado das vias rodoviárias, que se acentuou com as fortes chuvas que se abateram sobre o território angolano nos últimos dias”, refere o comunicado da Sonangol.

Esta situação, de acordo com o documento, provocou alguns problemas no abastecimento aos locais de armazenamento de combustíveis das várias províncias, forçando a uma gestão criteriosa dos grupos de geradores disponíveis nos diversos locais. A cidade do Dundo, lê-se na nota, "de oito grupos geradores, sete dos quais estão desligados, alegando-se a falta de combustível, mas a realidade é que na Prodel, que gere a produção da central termoeléctrica do Dundo, dispõem, neste momento, uma quantidade de 207 mil litros de combustível, o que garante uma autonomia de dois dias e meio com os oito grupos de geradores a funcionar em pleno".

A distribuidora garante que, nas próximas 24 horas, chegarão às províncias do Leste do país 490 mil litros de gasolina e um milhão e 300 mil litros de gasóleo, que estão em trânsito.

Estão a carregar em Luanda mais de 420 mil litros de gasolina e um milhão e 285 mil litros de gasóleo que têm como destino as províncias das Lundas e do Moxico. “Não há, portanto, qualquer razão para se utilizar um tom mais alarmista na abordagem informativa ou técnica desta questão, que teria sido sanada caso fosse aplicado o princípio do contraditório”, descreve o documento.

A Sonangol garante que mantém um permanente diálogo e cooperação com a Prodel, com os agentes locais de distribuição de combustíveis e com as entidades oficiais que supervisionam o mercado, de forma a que os cidadãos destas regiões tenham pleno acesso à combustíveis e ao fornecimento de luz eléctrica.

O Fundo Soberano de Angola (FSDEA) é acusado de estar envolvido em relações opacas com a empresa suíça Quan¬tum Global, especializada na gestão de activos e responsável por boa parte dos investimentos do fundo nas Maurícias.

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De acordo com o jornal ‘Le Matin Dimanche’, que revela denúncias sobre a mega indústria dos paraísos fiscais (‘paradise paper’) divulgadas pelo Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação, dos cerca de 5000 milhões de euros atribuídos inicialmente ao Fundo Soberano de Angola, cerca de 3000 milhões foram investidos em sete fundos de investimento sediados nas Maurícias, através da Quantum Global.

A Quantum Global, revela o jornal suíço, recebe entre dois a 2,5 % do capital por ano, o que desde 2015 corresponde a um valor entre 60 e 70 milhões de dólares anuais. Numa nota enviada ontem (7) ao Jornal de Angola, o Fundo Soberano disse que realiza operações de forma legítima e responsável em todas as jurisdições e possui políticas e procedimentos rigorosos para garantir todas as transacções e investimentos realizados na sua carteira atendam aos mais altos padrões regulatórios.

O FSDEA fundamenta a sua posição com o facto de divulgar resultados auditados de forma independente sobre os seus investimentos em private “equity e valores” mobiliários internacionais. “Os resultados auditados mais recentes mostram ganhos líquidos significativos, que foram derivados principalmente de investimentos em private equity.

Este é um testemunho da implementação bem sucedida da política do FSDEA, apesar do difícil contexto que a economia angolana tem experienciado desde 2014”. Um relatório anual obtido pelo Consórcio Independente de Jornalistas de Investigação mostra que as empresas do grupo conseguiram encaixar em 2014 perto de 120 milhões de dólares por serviços de consultadoria.

Jean-Claude Bastos de Morais defende-se, dizendo ao CIJI que as remunerações da Quantum correspondem aos “padrões” do sector. Mas o fundo garante que todos os investimentos em private equity executados são obrigados a cumprir os requisitos das directrizes de investimento definidas pelo Conselho de Administração do FSDEA e aprovado pela Comissão de Serviços Financeiros da República das Maurícias para cada investimento colectivo.

“Em toda a região da África Subsaariana, com ênfase especial em Angola, os sistemas de investimento colectivo têm seleccionado activos em vários sectores que agregaram mais valor aos investimentos do FSDEA através dos valores mobiliários realizados ao longo dos últimos três anos”, refere a nota que considera os rendimentos de capital alcançados em 2016 como demonstrativo do sucesso da estratégia de investimento do Fundo Soberano de Angola.

Alto risco

O consórcio encontrou centenas de documentos relacionados com Bastos de Morais, empresário que, segundo o Matin Dimanche, a Appleby classifica como “cliente de alto risco”, pelas relações próximas que mantém com o aparelho de Estado angolano.

A Quantum Global tem em África o mercado central. Além dos escritórios na Suíça, no cantão de Zug, está presente em Luanda, nas Maurícias e trabalha ainda na África do Sul, na Mauritânia, no Gana, na Zâmbia e no Quénia.

O Matin Dimanche refere outros investimentos do FSDEA dos quais Bastos de Morais tem vindo a beneficiar. Um dos exemplos citados é o projecto de construção de um arranha-céus na capital angolana (ainda no papel) num terreno de uma empresa detida pelo empresário.

O Fundo Soberano terá assegurado 157 milhões de dólares para a construção; e uma segunda empresa de Bastos de Morais ficou com a direcção de projecto e a concepção de uma parte da torre destinada a escritórios, descreve o mesmo jornal.

Sem revelar a quem cabe a gestão dos activos, o FSDEA refere no seu site que a carteira de investimento está “amplamente diversificada em termos de classes de activos, indústrias e geografias”.

O resultado líquido de 2016, o mais recente que se conhece, foi de 44 milhões de dólares (perto de 37 milhões de euros).

O Presidente da República, João Lourenço, orienta hoje, quarta-feira (8), a 1.ª sessão ordinária da Comissão Económica do Conselho de Ministros, na cidade de Cabinda.

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Espera-se que durante esta sessão sejam analisadas as linhas gerais do Orçamento Geral do Estado (OGE) 2018, documento que deve ser submetido ao Parlamento ainda este mês.

O encontro deverá abordar também sobre o andamento das obras da nova ponte cais em construção na região, o fornecimento de energia eléctrica à província, bem como a revitalização da indústria madeireira.

A Comissão Económica do Conselho de Ministros tem como incumbência tratar da agenda macro-económica do Executivo angolano e assegurar a condução da gestão económica em harmonia com os objectivos e as prioridades do Programa de Governação do Presidente da República. A economia de Cabinda é dominada pela exploração petrolífera, indústria da madeira, agricultura e a pecuária.

FORTUNA. Foi despedido uma única vez na sua vida, mas aquilo que, em princípio, viria a ser a sua maior desgraça tornou-se, na verdade, no trampolim para definir os seus objectivos e tornar-se num dos empresários de maior sucesso do mundo.

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A imprensa especializada em matéria de gestão apelidou-o o ‘Senhor Maravilha’, justificando a distinção com o facto de Kevin O’Leary ter sucesso em quase todo o negócio em que se envolve.

O multimilionário canadiano, de 63 anos, é dono de várias empresas e tem participações em outras tantas firmas. A sua carreira e nome afirmaram-se no mundo do empreendedorismo quando vendeu à gigante Mattel, em 1999, a sua empresa software juvenil por quase quatro mil milhões de dólares.

Kevin O’Leary conta que tudo começou quando foi despedido do seu primeiro emprego. Aliás, quando foi despedido pela primeira e única vez na vida. Em recentes declarações à CNBC, O’Leary explicou o que aconteceu quando foi contratado para a Magoo’s Ice Cream Parlour, uma loja de gelados.

“Estava muito entusiasmado, era o meu primeiro trabalho”, começou por dizer, acrescentando que uma das razões que o levaram a aceitar a proposta tinha que ver com o facto de a rapariga em que estava interessado trabalhar do outro lado da rua. Tudo corria bem, até ao dia em que a patroa de O’Leary o obrigou a limpar o chão antes de sair. E limpar o chão implicava remover as pastilhas que eram deixadas no chão ou coladas nas mesas e cadeiras do estabelecimento. Apavorado com a ideia que a rapariga pela qual estava apaixonado pudesse ter dele quando o visse curvado e a descolar pastilhas, o ‘Senhor Maravilha’ desafiou a chefia.

“Fui contratado para servir gelados, não para limpar o chão”, disse na altura. A patroa despediu-o na hora. “Fui para casa e contei à minha mãe. Ela só me disse que tinha feito uma grande asneira, mas depois deu-me um conselho. Disse-me que havia duas pessoas no mundo: ‘aquelas que mandam na loja e aquelas que limpam o chão da loja, tens de escolher qual delas queres ser.’”

“Foi aí que tomei a decisão de nunca mais obedecer a ninguém, que queria ser o chefe e não o empregado. E nunca mais trabalhei para ninguém. Foi nesse dia que a minha vida mudou”, contou.

“Gostaria de voltar a encontrar a minha antiga patroa para lhe agradecer por ter mudado a minha vida”, disse. Do primeiro negócio à política, em 1983, aos 29 anos, Kevin O’Leary fundou, na cave da sua casa, em Toronto, a empresa de software juvenil Softkey.

Já nesta altura, o empresário denotava um perfil de investidor de risco, o que o fez adquirir participações em diversas outras empresas de software. Entretanto, esta sua primeira empresa viria a receber o nome da The Learning Company (TLC), que ele próprio comprou e, no final dos anos 1990, vendeu-a à Mattel por quase quatro mil milhões de dólares.

Depois de muitos anos a investir no mercado de capital de risco, O’Leary criou um fundo que, segundo a imprensa especializada, chegou a gerar mais de mil milhões de dólares. Entretanto, acabou por passar o fundo para outro empresário.

Mantendo sempre um perfil de investidor, o seu lado mais visível passou na televisão, após 2006, quando a ABC lançou o programa ‘Shark Tank’. Já este ano, empenhado na política, Kevin O’Leary acabou por desistir da corrida à liderança do Partido Conservador canadiano.

INOVAÇÃO. Ciclomotor C1 nunca se desequilibra, nem mesmo a empurrões. Inventores garantem que é um veículo ágil, divertido e ideal para o trânsito e “uma maravilha da tecnologia”.

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Em 2010, e sem que ninguém o conseguisse prever, Daniel Kim fundou a Lit Motors, em São Francisco, Estados Unidos. O objectivo da nova empresa era criar um veículo de duas rodas suportado por sofisticadas tecnologias, destinadas a torná-lo mais seguro e fácil de utilizar, mesmo por condutores que não tenham o necessário equilíbrio.

Denominada AEV (auto-balancing electric vehicle), mas conhecida apenas por C1, a mota criada por Kim é eléctrica, como a sua designação indica, mas está equipada com dois giroscópios, que garantem que não cai e se tenta equilibrar, mesmo que a empurrem, ou durante um embate.

Com a capacidade de transportar duas pessoas, condutor e passageiro, a C1 possui dois motores eléctricos, um por roda, não só para serem mais pequenos, como para ultrapassar perdas de tracção e poder contribuir para equilibrar a mota em determinadas situações. O veículo da Lit Motors é alimentado por uma bateria de 13 kWh (que carrega em quatro a seis horas, consoante a potência da rede a que está ligada) e assegura uma velocidade máxima de 160 km/h e uma autonomia de 270 km, a uma velocidade média de 90 km/h.

Daniel Kim afirma ter mais de 1.000 encomendas para a C1, mas a verdade é que, apesar de ter como financiadores indivíduos como Larry Page, fundador da Google e CEO da Alphabet, e Mark Pincus, fundador e CEO da Zynga (criador de jogos online e para telemóvel, como FarmVille), o projecto ainda está em fase de desenvolvimento e aperfeiçoamento dos protótipos, antes de passar à produção em série. Quando tal acontecer, Kim espera que, inicialmente, o preço ronde os 24 mil dólares, com o valor a cair rapidamente, à medida que a produção aumente, para cerca de metade. E, caso seja produzida na China ou na Índia, onde os veículos de duas rodas são mais populares, o menor custo de mão-de-obra (e uma maior produção) pode baixar o preço para apenas 5.000 dólares, nesses mercados.

Mas Kim e a Lit Motors podem ter de se preparar, em breve, para uma surpresa desagradável.

De acordo com o Observador, os chineses, que copiam tudo e mais alguma coisa, com um descaramento total, apresentaram no último Salão Automóvel de Pequim um veículo similar, ou seja eléctrico, com duas rodas e dois giroscópios para se equilibrar. E, num acesso de criatividade, a startup chinesa registou como nome da companhia ‘Lit’ (de Lingyun Intelligent Technology). Curiosamente, o nome da empresa originalmente criadora do conceito.