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Valor Económico

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POLUIÇÃO. Em Setembro, um estudo identificava que o excesso de emissões do cancerígeno óxido de nitrogénio dos motores a gasóleo era responsável por 10 mil mortes prematuras por ano na União Europeia, Noruega e Suíça.

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O fim de carros a gasóleo trará benefícios para a saúde das cidades, mas só haverá ganhos em termos de alterações climáticas se o mundo se virar para as energias renováveis de vez.

Em declarações à Lusa, o investigador Filipe Duarte Santos, da Universidade de Lisboa, disse que o fim do diesel trará melhorias na qualidade do ar, mas só haverá efeito se “diminuir a tendência para a utilização de combustíveis fósseis”.

O ‘carbono negro’, ou a fuligem provocada pela combustão de diesel, também contribui para o aquecimento global, quando, por força dos ventos, vai parar aos picos gélidos “dos Himalaias ou dos Alpes, por hipótese”, escurecendo-os e fazendo aumentar a radiação e a temperatura.

Especialistas acreditam que passar do diesel para as energias limpas, como os carros eléctricos, vai diminuir a presença no ar de “partículas sólidas que se acumulam nos pulmões”, mas o impacto do fim do diesel a nível global “vai depender da velocidade a que se muda da produção de energia a partir de fontes fósseis para fontes renováveis”.

E explicam que a combustão do diesel liberta “partículas finíssimas” para a atmosfera e que, quando estas se depositam em zonas de glaciares, ficam a absorver radiação e a gerar calor que os derrete.

Em Setembro deste ano, investigadores noruegueses, austríacos e suíços publicaram um estudo em que identificavam o excesso de emissões do cancerígeno óxido de nitrogénio dos motores de veículos a gasóleo como responsável por 10 mil mortes prematuras por ano na União Europeia, Noruega e Suíça.

Metade dessas mortes, de doenças respiratórias e cardiovasculares, decorria do desrespeito das marcas pelos limites do óxido de nitrogénio permitidos.

Com 100 milhões de carros a gasóleo em circulação só na Europa, a proporção é o dobro do resto do mundo, concluíram os investigadores, que recordam que 80% das fontes de energia primária vêm do carvão, petróleo e gás natural”, a mais poluente das quais é o carvão.

MERCADO AUTOMÓVEL. Representantes de automóveis perspectivam pagar 50% de uma dívida de 180 milhões de dólares até ao fim do ano para garantir crescimento nas vendas em 2018.

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O conjunto de concessionárias de automóveis conseguiu amortizar, recentemente, cerca de 11% de uma dívida avaliada em cerca de 180 milhões de dólares com os fornecedores externos, valores acumulados devido à dificuldade de acesso a divisas.

A informação foi avançada, ao VALOR, pelo presidente da Associação dos Concessionários de Equipamentos de Transportes Rodoviários (ACETRO), Nuno Borges, explicando que a operação só foi possível devido a uma melhoria verificada na “capacidade de os bancos comerciais executarem algumas operações, apesar de não serem suficientes. “No que se refere a atribuições do BNA para o nosso sector, a situação está exactamente igual [não são contemplados]”, referiu.

A dívida era resultado de um acumulado de 14 meses (até Agosto último) e Nuno Borges acreditava no pagamento da mesma até ao final do ano em curso, o que representaria um crescimento das vendas do sector em cerca de 18% no próximo ano, segundo estimativas do gestor.

“Somos de opinião que, em termos de mercado automóvel, 2018 será um ano de alguma recuperação da procura, correspondendo à expectativa de alguma recuperação económica de Angola. Consideramos ser possível um crescimento de 18,5 %. Esta previsão dependerá significativamente de pagamento de parte da dívida a fornecedores externos de acordo com a disponibilidade de divisas na segunda metade de 2017. Sem amortização de alguma parte desta dívida, não será possível repor os stocks de viaturas e assim irá afectar o volume de vendas previsto para 2018”, estimou, em outra ocasião, ao VALOR.

Apesar de reconhecer que as dificuldades para o acesso às divisas continuarão, Nuno Borges mantém a esperança para o próximo ano. “A nossa perspectiva até ao fim do ano é de que se irão manter enormes dificuldades para pagamentos a fornecedores externos, mas estamos moderadamente optimistas para 2018.”

Enquanto isso, as empresas deparam-se com a quebra das vendas, iniciada em 2015 quando se registou uma redução de 53,8% face às 44 mil e 536 viaturas vendidas em 2014. Seguiram-se quebras anuais de 55,4%, e 42,5%. A tendência mantém-se para o ano em curso, considerando os números do primeiro semestre, que registam uma redução de cerca de 56%, comparativamente às vendas de 5.698 unidades no período homólogo. Para os últimos seis meses, a associação perspectiva vender 2.785 unidades, o que representaria uma quebra de cerca de 20% face ao mesmo período do ano passado. Nos 12 meses de 2016, as concessionárias venderam 9.178 unidades e projectam para 2018 a venda de 6.253 unidades.

A Comissão Nacional de Eleições de Moçambique (CNE) adiou o recenseamento eleitoral piloto, inicialmente marcado para começar segunda-feira (06), devido a razões técnicas e logísticas, anunciou sexta-feira em comunicado. O recenseamento visava um ensaio para as eleições autárquicas de 10 de Outubro de 2018.

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Em comunicado, a CNE informa que será agendada uma nova data para a sua realização. A nota de imprensa acrescenta que a província de Nampula vai ser retirada da lista dos círculos eleitorais que vão acolher o recenseamento piloto, devido à morte, no dia 04 de Outubro, do presidente do município, Mahamudo Amurane.

Nampula será substituída pela província de Cabo Delgado, também no norte do país. As outras províncias onde se vai realizar o ensaio são Maputo (sul) e Sofala (centro). O processo está avaliado em 18 milhões de meticais (253 mil euros). Com o recenseamento autárquico piloto, a CNE pretende aferir o grau de operacionalidade dos equipamentos e das aplicações ('software') a usar pelas brigadas de recenseamento

A empresa de auditoria e consultoria PwC passa a auditar as demonstrações financeiras individuais e consolidadas da Sonangol e suas subsidiárias, referentes aos exercícios de 2017, 2018 e 2019, na sequência do concurso público promovido pela empresa, a partir do dia 30 de Agosto.

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Em comunicado, a concessionária do petróleo nacional refere que, para a contratação, a Sonangol não só salvaguardou o cumprimento de todos os trâmites legalmente previstos como lhe compete, mas optou por incluir algumas etapas adicionais de interacção directa entre as partes, no sentido de reforçar a transparência, equidade e aplicação dos princípios éticos, adequados aos padrões internacionais que, presentemente, regem a actividade da empresa.

O processo implicou a criação de uma Comissão de Avaliação Independente Multidisciplinar, constituída por elementos de áreas especialistas relevantes nomeadamente a financeira, “procurement”, jurídica, ética e técnicos especializados no objecto do concurso.

A comissão geriu de forma autónoma todas as fases do processo, desde a pré-qualificação incluindo ainda o envio de carta-convite; sessão de esclarecimento aos concorrentes com apresentação do caderno de encargos e partilha de expectativas da Sonangol, sessão de realinhamento dos trabalhos em curso com instruções prévias e abertura das propostas em sessão pública; apresentações individuais e presenciais dos termos de cada proposta por parte dos concorrentes.

“Só após o cumprimento rigoroso destas etapas, a Comissão de Avaliação ficou em condições de decidir sobre as entidades que passaram à fase de negociação”, ressalta a nota. Da fase de pré-qualificação resultou o convite para apresentação de propostas a cinco empresas, BDO, KPMG, GB- Consultores Reunidos, PwC e E&Y, das quais, apenas quatro submeteram propostas para avaliação, passando à fase de negociação, a PwC e a E&Y. De acordo com a carta-convite apenas seriam elegíveis para a fase de negociação as duas empresas que apresentassem a melhor pontuação mediante a matriz definida pela área contratante.

Na fase de negociação, que durou aproximadamente duas semanas, e em que tanto a PwC como a E&Y tiveram oportunidade de melhorar as suas propostas, a Sonangol foi informada pela Ernst & Young sobre a existência de uma potencial incompatibilidade de projectos, identificada pela sua estrutura internacional, que motivou a sua retirada do processo de negociação neste concurso.

Em face disto, a Comissão de Avaliação acabou por indicar como vencedora a proposta da empresa PwC. Esta recomendação foi submetida ao Conselho de Administração que decidiu de acordo com a proposta elaborada pelo órgão gestor, optando pela adjudicação dos serviços de Auditoria Independente às Demonstrações Financeiras Individuais e Consolidadas da Sonangol à consultota PwC.

Findo este procedimento, o resultado do concurso foi comunicado a todas as partes envolvidas. A Sonangol regista o facto de todo o processo ter decorrido num clima de confiança e parceria, com total cooperação por parte de todas as entidades envolvidas, encontrando-se disponíveis para consulta todas as peças de suporte à tomada de decisão e respectivos fundamentos sobre a mesma.

A Sonangol lançou, a 30 de Agosto de 2017, o Concurso Público Limitado por Prévia Qualificação para contratação de uma Entidade que vai prestar serviços de Auditoria Independente às Demonstrações Financeiras Individuais e Consolidadas da Sonangol EP e suas subsidiárias, referentes aos exercícios de 2017, 2018 e 2019.

A Sonangol está com dificuldades de honrar com as suas obrigações económicas e financeiras relacionadas com o pagamento da quota-parte dos custos incorridos pelos grupos empreiteiros nas operações petrolíferas. Petrolífera garante trabalhar para honrar as obrigações.

Várias pessoas continuam desaparecidas apesar do resgate de, pelo menos, 600 imigrantes que tentavam a travessia no Mediterrâneo central, a partir da Líbia para a Itália, informaram ontem (03) fontes das ONG Médicos Sem Fronteiras (MSF) e SOS Mediterrâneo.

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O resgate aconteceu no passado dia 1, depois do naufrágio de uma embarcação com dezenas de imigrantes, incluindo mulheres e crianças, informou o médico da MSF, Seif Khirfan, que estava a bordo do navio de resgate Aquarius.

Embora até ontem a MSF não tenha recuperado corpos sem vida dos imigrantes que caíram na água, Khirfan garantiu: “Vimos pessoas a se afogarem.” A equipa da MSF lançou coletes salva-vidas para a água e ainda conseguiu reanimar um homem que tinha entrado em paragem cardio-respiratória, posteriormente levado de helicóptero a um hospital na Itália.

Além disso, houve vários casos de hipotermia ligeira e moderada e os médicos da MSF trataram também ferimentos prévios que os imigrantes tinham sofrido na Líbia, um país onde os refugiados e os migrantes estão expostos a “níveis alarmantes de violência e exploração.”

A grande maioria dos imigrantes resgatados no Mediterrâneo tinha transitado pela Líbia e relataram às equipas da MSF os abusos que tinham sofrido às mãos de traficantes, grupos armados e milícias.

Os abusos incluem violência, inclusive sexual, assim como detenção arbitrária em condições desumanas, tortura e outras formas de maus tratos, exploração económica e trabalho forçado. Por outro lado, os serviços de salvamento marítimos espanhóis resgataram nos últimos dois meses mais de 3.200 migrantes, como resultado do aumento de embarcações na costa do Estreito de Gibraltar e do mar de Alborán, noticiou a Reuters.

Em relação aos mesmos meses do ano de 2016, o aumento é relevante, uma vez que se registou o resgate de 100 embarcações, com 1.638 pessoas a bordo.

O bom tempo e as incursões da Polícia marroquina nas fronteiras de Ceuta e Melilla, levam a que os imigrantes tentem chegar a costas peninsulares nos últimos meses. As autoridades acrescentam que registam um aumento do número de imigrantes magrebinos a bordo das embarcações, em especial marroquinos.

A Organização Internacional das Migrações revelou recentemente um balanço que mostra a dimensão da tragédia, que envolve numerosos africanos.

Missão da ONU

As hostilidades em curso na Líbia causaram um total de 38 vítimas humanas, em Outubro passado, das quais 23 mortos e 15 feridos, anunciou ontem a Missão de Apoio das Nações Unidas na Líbia (UNSMIL).

No seu relatório mensal sobre a violência contra os civis, a UNSMIL refere que entre as vítimas se conta 11 homens mortos e sete feridos, três mulheres mortas e três feridas, bem como nove crianças mortas (seis rapazes e três meninas) e cinco feridos (três meninas e dois rapazes).

A maioria das vítimas civis foi causada por ataques aéreos (12 mortos e sete feridos) e o restante por restos de explosivos de guerra (seis mortos e sete feridos) e tiros (cinco mortos e um ferido), segundo o comunicado da missão da ONU. A UNSMIL assinala que as vítimas civis estão distribuídas pelas cidades de Benghazi (sete mortos e sete feridos), Derna (sete mortos, sete feridos), Kouffra (um ferido), Misrata (dois mortos), Tarhouna (um ferido ) e Tripoli (um morto).

A Líbia está confrontada, desde 2011, após o colapso do Governo do Presidente Muammar Kadhafi, com o caos de segurança, alimentado pela proliferação de armas e pela existência de milícias e grupos armados que impedem a reconstrução do Estado e dos órgãos de segurança capazes de manter a ordem.