Valor Económico

Valor Económico

O relatório económico do Centro de Estudos e Investigação Cientifica (CEIC) da Universidade Católica de Angola antevê um incremento médio anual, até 2021, de apenas 240 dólares no Produto Interno Bruto (PIB) por habitante e “dificuldades para a maioria da população angolana”.

O estudo, com referência ao ano 2016, lançado na semana passada, justifica o atraso na melhoria das condições das populações com a redistribuição do rendimento nacional por pessoa, de “240 dólares”, que considerou “nada”.

Os autores do relatório consideram que, “nem uma modificação dos esquemas políticos e partidários”, de acesso desigual ao rendimento nacional, “iria provocar um impacto significativo” sobre o modo de vida médio da população.

O relatório do CEIC, que questiona ainda a alteração do modelo de redistribuição do valor do crescimento económico “face a cenários prospectivos fracos sobre a dinâmica de crescimento da economia”, enfatiza que o que haverá para distribuir até 2021 “é irrisório”.

“Só um safanão na estrutura económica do país - diversificação das importações, salários condignos e capazes de gerarem poupanças, abertura da economia, valorização do capital humano, incremento da competitividade, melhoria do ambiente de negócios - será capaz de provocar alterações significativas neste cenário de degradação sistémica do viver dos cidadãos”, refere o relatório do CEIC, uma das mais prestigiadas instituições científicas angolanas, liderada pelo economista Manuel Alves da Rocha.

Para fazer face ao actual quadro económico, o organismo sugere ao Governo “reformas estruturais”, meios encontrados por aquela destacada instituição de estudos científicos para fazer o país “voltar a crescer”, como apontou o responsável.

O estudo, o 14.º relatório anual do género realizado pelo CEIC, aponta igualmente a “redução anual da capacidade de crescimento da economia angolana” como “preocupante”. Uma economia caracterizada, na visão de Alves da Rocha, por “dificuldades de financiamento da própria economia e das empresas” e deve “merecer reformas estruturais” para permitir recuperar o ritmo de crescimento que teve no passado, mas só a partir de 2020.

“Há reformas estruturais que têm de ser feitas, há matérias que têm de ser atacadas que, se não forem minimizadas ou dirimidas, não haverá capacidade de se reverter essa tendência de desaceleração da economia”, concluiu.

O vice-presidente da República, Manuel Vicente, está a ser acusado de ter pago 760 mil euros a um procurador português para a troca de decisões favoráveis.

Manuel Vicente vai a tribunal como arguido no processo Operação Fizz, em Portugal, por decisão do juiz do Tribunal de Instrução Criminal de Lisboa. A decisão, segundo a VOA, foi tomada esta semana, pelo juiz que também processou o procurador do Ministério Público Orlando Figueira.

Manuel Vicente é suspeito de ter corrompido o procurador português para que o mesmo arquivasse dois inquéritos contra si, sendo um relacionado com a alegada aquisição de um imóvel luxuoso em Estoril. A acusação diz que Manuel Vicente terá pago 760 mil euros a Orlando Figueira.

Quando a acusação foi feita no ano passado, em comunicado divulgado a 2 de Março de 2017, o vice-presidente afirmou ser “completamente alheio à contratação” do procurador Orlando Figueira, para o sector privado, assim como a “qualquer pagamento” que aquele magistrado tenha eventualmente beneficiado.

Angola vai ter um Sistema Integrado de Gestão de Segurança Pública, para responder, em tempo útil, às solicitações dos cidadãos em casos de alteração da ordem pública, catástrofes e outras de natureza securitária.

O anúncio foi feito hoje (22) pelo ministro do Interior, Ângelo da Veiga Tavares, quando discursava por ocasião do 38.º aniversário do Ministério do Interior (Minint), avançando igualmente que está em curso a construção de mais de 70 estabelecimentos ligados ao sector.

Ângelo da Veiga Tavares informou que a aplicação do Sistema Integrado de Gestão de Segurança Pública, já em curso, com a criação dos respectivos centros nacionais, municipais e unidades de resposta, vai introduzir, no país, um novo modelo de intervenção dos distintos órgãos de segurança e ordem internas. Segundo o ministro, o objectivo é "corresponder às solicitações dos cidadãos em casos de alteração da ordem pública, catástrofes e outras de natureza securitária".

Fazendo um balanço dos 38 anos de actividades daquele ministério, o governante disse que, apesar das dificuldades, foi possível "manter a integridade territorial do país, a paz, a segurança, a ordem e a tranquilidade públicas", assinalando que foi igualmente garantido o clima adequado para o normal funcionamento das instituições do Estado.

A aprovação do novo Estatuto Orgânico do Ministério do Interior foi ainda sublinhada como um ganho para o sector, que permitiu dar "maior enfoque à gestão colectiva e repor a justiça" em relação aos quadros, "profundamente afectados pelas insuficiências" no processo de fusão entre o Ministério do Interior e da Segurança do Estado.

Ângelo da Veiga Tavares fez saber igualmente que, a nível do país, estão em curso mais de 70 obras entre comandos, esquadras e postos policiais, estabelecimentos prisionais, entre outras instituições, algumas das quais com elevado grau de execução física e que serão retomadas e concluídas "num futuro próximo".

A partir do próximo mês, o banco BIC Português passará a chamar-se EuroBic, anunciou ontem (21) a instituição, depois de uma decisão do tribunal ter forçado o banco a mudar a marca.

O presidente do banco, Teixeira dos Santos, em conferência de imprensa, em Lisboa, fez saber que a mudança do nome do banco surge na sequência de uma acção judicial metida em 2013 pelo Banco BIG queixando-se da similitude entre imagem e marca entre BIC e BIG, tendo o tribunal decidido pela obrigação de mudança de marca pelo BIC, sentença que transitou em julgamento em Janeiro.

Teixeira dos Santos admitiu que “não será simples” a mudança de imagem das cerca de 200 agências, que terá de ficar concluída até 27 de Julho, mas afirmou que o processo de "fornecimento de materiais físicos e digitais" já está em curso. O ex-ministro das Finanças de José Sócrates disse ainda que o banco aproveitará esta mudança de marca para lançar uma nova estratégia de negócio para captar mais clientes particulares, sobretudo com mais rendimentos (gama média-alta), e empresas, neste caso, pequenas e médias empresas (PME) e pequenos negócios.

"A mudança da marca resulta, neste caso, de uma obrigação legal e foi, desde o início, encarada por nós como uma oportunidade para poder lançar, de forma mais activa, a imagem do banco. Queremos que a nova marca reforce a perceção que há do banco, sem alienar, de forma nenhuma, o seu passado, que é algo que nos orgulha", afirmou Teixeira dos Santos. Segundo o gestor, a marca EuroBic preserva a imagem do BIC, não se confunde com outras marcas e ainda "evidencia o carácter europeu do banco".

Questionado sobre se há a vontade de distanciar o banco da influência angolana, Teixeira dos Santos garantiu que "não se está a distanciar de nada", mas a reforçar o BIC como banco que opera em todo o espaço europeu. O gestor afirmou ainda que os bancos BIC Angola e BIC Português são entidades completamente independentes e que não há financiamentos cruzados entre os dois.

Angola deve registar um incremento médio anual, até 2021, de apenas 240 dólares no Produto Interno Bruto (PIB) por habitante, estima o Relatório Económico de 2016, do Centro de Estudos e Investigação Científica (CEIC) da Universidade Católica de Angola, apresentado ontem (21) e que antevê ainda "dificuldades para a maioria da população angolana".

De acordo com o estudo, citado pela Lusa, "nem uma modificação dos esquemas políticos e partidários", de acesso desigual ao rendimento nacional, "iria provocar um impacto significativo" sobre o modo de vida médio da população.

O PIB é a riqueza total produzida num ano pelo país, que, no caso de Angola, na previsão do Governo, deverá ascender em 2017, globalmente, a cerca de 19,7 biliões de kwanzas. Assim, refere o documento, "240 dólares de rendimento incremental para redistribuir é nada".

O relatório do CEIC, que questiona ainda a alteração do modelo de redistribuição do valor do crescimento económico "face a cenários prospectivos fracos sobre a dinâmica de crescimento da economia", enfatiza que o que haverá para distribuir até 2021 "é irrisório".

"Só um safanão na estrutura económica do país – diversificação das importações, salários condignos e capazes de gerarem poupanças, abertura da economia, valorização do capital humano, incremento da competitividade, melhoria do ambiente de negócios – será capaz de provocar alterações significativas neste cenário de degradação sistémica do viver dos cidadãos", refere o relatório do CEIC.

O estudo reforça que o crescimento do PIB é “fundamental”, mas, neste caso, será “insuficiente”, sublinhando que “o modelo de acumulação primitiva do capital, doutrina oficial do MPLA, deve cessar nos seus contornos actuais" e ser substituído por "outro mais socialmente inclusivo e economicamente gerador de externalidades".

Acrescenta que o crescimento do PIB a uma taxa inferior a 1,5% ao ano “não é bastante” para se alterarem as actuais condições de reprodução do sistema económico. "Tender-se-á por um modelo de reprodução simples", aponta. A grande probabilidade de se distribuírem melhor os resultados do crescimento económico, segundo o relatório, ocorreu entre 2003 e 2008, mas "perdeu-se a favor da doutrina oficial de, através do ‘rent-seeking’, se concentrar em grupos económicos do regime do MPLA".