ANGOLA GROWING
Geralda Embaló

Geralda Embaló

Directora-geral adjunta do Valor Económico

Seja bem-vindo querido leitor a este seu espaço onde perguntar não ofende, depois de uma semana em que a actualidade foi marcada pelo escândalo do futebol que ficou conhecido por ‘Tramalgate’ e pelas discussões em torno da decisão da Federação Angolana de Futebol (que penderam também de acordo com o viés das emoções clubísticas que têm sempre tanta influência quando toca ao desporto rei).

 

Seja bem-vindo querido leitor a este seu espaço onde perguntar não ofende depois de mais uma semana, com direito a mais um golpe de Estado em África. Depois do Níger, há pouco mais de um mês, agora o Gabão, e fica a pergunta no ar: quem será o próximo desta série de golpes... E fica a música... muita música feita com o som das palavras do presidente deposto Ali Bongo num apelo que se tornou viral e que deu azo a centenas de memes intitulados “Make noise”- façam baruuulhoooo... 

Seja bem-vindo querido leitor a este seu espaço onde perguntar não ofende depois de uma semana em que a actualidade mundial foi marcada pelo anúncio da morte do conhecido líder do grupo militar privado Wagner, o famoso Yevgeny Prigozhin, (que de tão perigoso não faltam teorias da conspiração a duvidar da morte e a lançar boatos), pela breve detenção do ex-presidente americano Donald Trump que é acusado de conspiração para alterar o resultado das eleições presidenciais de 2020 e, marcada, mais de leve, pela reunião dos Brics na África-do-Sul.  

Seja bem-vindo querido leitor a este seu espaço onde perguntar não ofende depois de uma semana em que correram mais imagens de corpos africanos a boiarem numa praia, fazendo referência aos 63 mortos em alto mar que, numa piroga um com 101 pessoas, tentava fugir de África rumo à Europa. A embarcação foi resgatada em Cabo Verde, o que levou a ministra cabo-verdiana da saúde na semana que passou a apelar a uma maior concertação internacional para travar as mortes de migrantes no mar, isto sendo que o presidente de Cabo Verde já tinha pedido ajuda internacional depois de outra piroga ter dado à costa do arquipélago com 90 migrantes, dois dos quais já mortos no início do ano. 

Seja bem-vindo querido leitor a este seu espaço onde perguntar não ofende depois de uma semana em que, a Human Rights Watch (HRW) outra organização internacional dos direitos humanos afirmou que desde janeiro deste ano as forças de segurança cometeram mais de uma dúzia de execuções, bem como vários outros abusos graves como detenções arbitrárias de manifestantes e activistas políticos. A HRW lembra do conhecimento do governo dos casos e de como os ignora ostensivamente sem que existam investigações credíveis, uma atitude que naturalmente incentiva a violência contra cidadãos por parte do Estado. Vale lembrar também a propósito que a UNITA fala em mais de 170 assassinatos de cidadãos pelas mãos das forças de segurança entre 2017 e 2023.