Geralda Embaló

Geralda Embaló

Directora-geral adjunta do Valor Económico

Seja bem-vindo querido leitor a este seu espaço onde perguntar não ofende, depois de uma semana em que a actualidade mundial e nacional andou marcada pelo tema das eleições, que, por sua vez, também marcou a actualidade entre nós.

Seja bem-vindo querido leitor a este seu espaço onde perguntar não ofende no final de uma semana em que a actualidade internacional europeia foi marcada pelo atentado contra a vida do primeiro-ministro da Eslováquia um atentado perpetrado por um poeta septuagenário, que já escreveu três livros de poesia e seria o fundador do partido político Movimento Contra a Violência – pasme-se... é por estas e por outras que é tão difícil confiar no que dizem os políticos. Dois políticos, não de confiar, mas certamente de respeitar encontraram-se na semana que passou, Xi Jinping recebeu Vladimir Putin com honras de Estado e disse ao homólogo que a China e a Rússia “vão preservar a justiça no mundo” e que as duas nações são um “exemplo para outras potências em termos de respeito e abertura” recados claros para os EUA. Putin foi recebido com sorriso e braços abertos, guarda de honra, salvas de canhão e o hino dos dois países tocado por uma banda militar. Os dois líderes passaram em revista a guarda de honra antes de iniciarem o encontro à porta fechada, e desse encontro Putin saiu sorridente, bem diferente do que, disseram fontes chinesas e da delegação angolana que acompanhou o nosso chefe de Estado (e do estado de coisas) à China, ter acontecido à saída do encontro com o homólogo chinês. O chefe terá saído “cabisbaixo e amarrotado” da reunião com o número um chinês segundo essas fontes. E o que é facto é que o alívio económico que o chefe terá ido procurar e que o seu ministro de Estado para a coordenação económica anunciou para abril parece cada vez mais obra de ficção... e agora pergunto eu, o que aconteceu ao alívio que os angolanos iam sentir a partir de abril? Já vamos a meio de maio e nada! Antes pelo contrário, a nossa actualidade está a ser marcada por um aumento das tarifas dos transportes públicos que estão a piorar o caos que já existia da vida dos luandenses mais vulneráveis e que o Estado devia proteger mais. O caos deplorável nas paragens de autocarro conseguiu piorar porque muitos deixaram de poder pagar candongueiros, que também aumentaram os preços e encurtaram corridas, e os dependentes desse serviço público vêem-se agora confrontados com filas ainda mais intermináveis e com o dia a dia ainda mais dificultado e mais caro. Muitos passam a gastar em transportes mais de metade do ordenado porque o aumento de 200 por cento não foi pensado com as suas carteiras em mente.

 

Seja bem-vindo querido leitor a este seu espaço onde, já sabe, perguntar não ofende, numa semana em que a nível internacional a actualidade andou marcada nos EUA pela saga judicial do caso Trump contra a antiga atriz porno que em 2006 terá tido uma reunião de negócios com Trump e que depois de uma ida ao wc voltou e o terá encontrado de cuecas, segundo afirmou em tribunal... Uma acção judicial relativa a acontecimentos de 2006, à boca de uma eleição presidencial em 2024 em que Trump é candidato (e em que vai à frente nas sondagens) vão alimentando a vitimização do candidato e os argumentos que apontam para a carga política por detrás do julgamento. Estas alegacões já tinham vindo para os jornais em 2016 e a actriz recebeu na altura um valor em dinheiro para não falar do caso durante as eleições, mas evidentemente o negócio cobria as eleições de 2016 e não as deste ano.

 

Seja bem-vindo querido leitor a este seu espaço onde perguntar não ofende no final de uma semana a nível internacional marcada pelo Dia Internacional da Imprensa e pela possibilidade da emissão de um mandato de captura internacional por crimes de guerra contra os líderes militares e políticos de Israel. Uma novidade sendo que o tribunal de Haia é conhecido pela emissão de mandatos contra africanos, Putin e demais fora da graça do ocidente.

 

Seja bem-vindo querido leitor a este seu espaço onde perguntar não ofende, depois de uma semana em que o aniversário do 25 de Abril, a revolução portuguesa que teve raíz em África e que pôs fim à ditadura e ao colonialismo português, proporcionou uma rara - muito rara mesmo - oportunidade de o Chefe de Estado falar em público sem nos envergonhar completamente a todos... Aqui vai um obrigada - que só não é maior porque se trata de uma função remunerada – mas, ainda assim um singelo obrigada a quem escreveu o discurso que o Chefe leu sem os desvios e devaneios que são rotineiramente embaraçosos.