‘Fazenda Maxi’ perde metade dos agricultores
PRODUÇÃO. Crise financeira afasta aderentes de um programa de incentivo à produção nacional e venda de produtos agrícolas à rede de hipermercados Maxi, mas o promotor garante que a iniciativa continua activa. Quase metade dos agricultores desistiu de um programa lançado em 2012 pelo grupo Maxi que visa o aumento da produção e fornecimento de produtos à rede de supermercados, soube o VALOR de fontes da empresa. Em causa, estão problemas cambiais que forçaram a que 13 agricultores, de um total de 31 registados até 2014, desistissem do programa ‘Fazenda Maxi’. Ao VALOR, o responsável da Maxi, José Ribeiro Nunes, reconhece dificuldades, mas nega que o ‘ Fazenda Maxi’ tenha falido, garantindo que o mesmo continua em funcionamento. O gestor esclarece que o número de fazendas aderentes diminuiu devido à escassez de divisas que dificulta aos agricultores a importação de matérias-primas, como fertilizantes, para manter ou aumentar a produção. Manuel Lopes, ex-director-geral da Maxi e actual representante da Teixeira Duarte Angola (TDA), o grupo português detentor da Maxi, reforça a ideia de que o programa funciona. “Houve quem desistisse também devido ao mau estado das estradas, mas alguns têm aumentado a produção e estão a ser reintegrados”, realçou. A iniciativa, garante, está em expansão e decorrem, neste momento, contactos com potenciais novos clientes no Waco Kungo, Kwanza-Sul. “A ideia é alargar o leque de fazendeiros de diferentes províncias”, sublinha. Para Lopes, rumores nas redes sociais e rádios sobre a falência do programa partem de pessoas de “má-fé que pretendem manchar a imagem do grupo”. Criado há 20 anos, o grupo Maxi dedica-se ao comércio alimentar. Possui 15 lojas e supermercados em sete províncias, construídas de raiz num investimento global à volta dos 300 milhões de dólares. A rede emprega 1.500 pessoas. Assume-se como o único grupo do género que, desde 2012, tem investido no desenvolvimento de fazendas, com contratos extensivos às províncias do Bengo, Benguela, Bié, Luanda, Uíge, Zaire, Kwanza-Sul e Malanje. Só em 2014, o volume de produto resultante da produção das fazendas aderente rondou as 130 toneladas por mês, representando um terço das hortícolas e frutícolas de produção nacional nas prateleiras das suas lojas. Apesar de contar actualmente com 18 fazendas a fornecer produtos, uma ronda do VALOR pelas unidades do grupo no Cazenga, Cacuaco e Sambizanga verificou reduções significativas desses produtos em relação a 2014.
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