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Nelson Rodrigues

Nelson Rodrigues

TRANSACÇÕES. Relatório de Janeiro da Bolsa de Luanda inscreve negociações de 51,6 mil milhões de kwanzas, o valor mais baixo em três meses, se comparado com 71 mil milhões e 77,4 mil milhões, respectivamente, de Dezembro e Novembro. BFA foi quem negociou o maior valor entre Dezembro e Janeiro. Standard Bank liderou negociações em Novembro.

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A Bolsa de Dívida e Valores de Angola (Bodiva) fechou janeiro com um total de 51,6 mil milhões de kwanzas negociados, o valor mais baixo dos últimos três meses, quando comparado com as estatísticas de Dezembro e Novembro, que registaram, respectivamente, 71 mil milhões e 77,4 mil milhões, de acordo com o último relatório da entidade referente a Janeiro.

Os 51,6 mil milhões de kwanzas negociados em Janeiro estão 27,32% abaixo das margens registadas em Dezembro, e são ainda mais baixo face a Novembro, com uma diferença de 33,33%.

Dos 18 membros de negociação e liquidação registados na entidade, apenas 10 participaram dos 51,6 mil milhões de kwanzas de Janeiro. Um membro de negociação e liquidação e outro só de negociação, nomeadamente o Banco Prestígio e a MadzGlobal, embora descritos no relatório, foram os únicos não incluídos nas contas.

Aliás, desde Novembro que essas duas entidades não são contadas nos cáculos de negociação. Também o Banco Keve, Económico e o Banco Sol não aparecem em todas as estatísticas dos últimos três meses. O Keve, por exemplo, não negociou entre Novembro e Dezembro, mas aparece em Janeiro. Já o Económico e o Sol ‘folgam’ em Novembro.

Dos membros que contribuíram para o total negociado em Janeiro, o BFA aparece, entre Dezembro e Janeiro, na liderança no que toca aos montantes negociados, já que em Novembro foi a filial angolana do Standard Bank Group que mcomandou, com um total de 51,9 mil milhões de kwanzas.

Não é a primeira vez que o BFA aparece a liderar o volume de transacções na Bodiva. O banco sempre ocupou posição de destaque nas operações da bolsa. Só nos primeiros três meses do ano passado, o BFA englobou o grupo de bancos que contribuíram com cerca de 79,5% de um total de 394 negócios realizados.

Nesse período, as operações realizadas fizeram correr um montante de 143,20 mil milhões de kwanzas, com origens nos vários bancos admitidos na intermediação bolsista.

O banco “campeão dos lucros” na banca comercial nacional, o BFA, chegou a ser distinguido pela Bodiva com um certificado de mérito. “A Bodiva atribuiu, na primeira reunião de membros de 2018, realizada durante o primeiro trimestre, um certificado de mérito ao BFA, por ter tido o maior volume negociado em 2017, atestando assim o seu envolvimento e dinamismo no mercado secundário de títulos do tesouro”, atestara uma nota da BODIVA.

Membros registados

Actualmente, estão registados como membros da Bodiva 18 entidades, 16 das quais são bancos comerciais e duas são entidade de intermediação. Da lista dos registados constam os nomes dos bancos Angolano de Investimento (BAI); Banco Bic, Banco Caixa Angola; Banco Comercial do Huambo; o BCI, o Banco de Crédito do Sul, o Banco de Negócios Internacional, o BPC e o Banco Económico.

Também figuram os nomes do Banco de Fomento Angola, Millennium Atlântico (BMA), o Banco Prestígio; o Banco Regional do Keve; o Banco Sol, o Banco Yetu, o Standard Bank e as sociedades de negociação Growth SCVM e Madz Global SCVM.

TRANSFERÊNCIA. Banco central angolano não certificou o ‘bordereaux’ do congénere nigeriano com uma transferência de 35 milhões de dólares alegadamente mandados para Luanda no processo de repatriamento. Fonte do conselho de administração atribui talão às ‘fakenews’, apesar da alegada chancela das autoridades nigerianas. Dinheiro terá sido depositado no Standard Bank Angola.

 

MALPARADO. Banco central deve fazer sair regulamentação que vai permitir que mais entidades possam agir na recuperação de crédito irregular. Medida consta das soluções do regulador para o relançamento do crédito à economia. Recredit só vai servir o BPC.

 

REGULAÇÃO. BNA vai autorizar, a partir deste mês, bancos comerciais a negociarem indexação dos créditos à moeda estrangeira. Quem pedir dinheiro emprestado terá de assumir também efeitos das flutuações cambiais.

Uma nova norma do Banco Nacional de Angola (BNA) vai permitir que, doravante, os bancos discutam com clientes a possibilidade de indexação dos empréstimos à moeda estrangeira, medida que deve entrar em vigor em Fevereiro.

A elaboração do instrutivo que vai regulamentar a indexação está já numa fase avançada e pretende proteger os bancos das constantes oscilações cambiais decorrente da crise financeira, conforme deu a entender recentemente o governador do BNA. “Quanto às regras de indexação do crédito, estamos já numa fase adiantada.Trata-se de conselhos úteis. No fundo, é não termos aqui o direito de proibir a indexação, se essa for a vontade das partes”, revelou José Massano.

Para o BNA, os bancos têm de informar o cliente sobre determinados riscos corram quando se lançam num contrato de crédito bancário indexado. “O que estamos a dizer é que, do lado das instituições financeiras, há um conjunto de alertas que têm de passar para quem tomar crédito indexado. Quem toma um crédito indexado tem de conhecer todos os riscos associados. Os bancos comerciais têm de ter essa responsabilidade de passar a comunicar e assegurar que quem recebe aquele crédito tem noção dos riscos”, reforçou o governador.

A medida é uma das várias soluções que o BNA tem vindo a ensaiar com vista a relançar o crédito e, com isso, influenciar os bancos a libertar recursos para financiar a economia. Com a norma que regulamenta a indexação, quem pedir um crédito poderá pagar mais ou menos caro no acto de reembolso, considerando a variação cambial do momento.

Ou seja, quem pedir hoje 100 mil kwanzas de crédito, por exemplo, ao câmbio de 311 kwanzas (taxa de câmbio de 01/02), arrisca-se a pagar mais se, por qualquer circunstância, a moeda passar a custar acima desse montante.

Esta medida surge quase três meses depois de o banco central já ter aprovado, em finais de 2018, um regulamento que orienta os bancos a negociar com clientes, possibilidade de conversão dos empréstimos contratados em moeda estrangeira para moeda nacional.

Segundo o banco central, a iniciativa foi justificada como tendo partido do “interesse de clientes particulares e de bancos comerciais” e estabelece os mecanismos de como se deverá realizar a operação. “Os bancos podem converter os créditos, dos seus clientes particulares, concedidos em moeda estrangeira para moeda nacional”, determina o banco central, no ponto 2.1 do instrutivo.

Receio da desvalorização

Assinado em finais de Novembro por José de Lima Massano, o documento deixa a entender que prevenir perdas ou custos com a desvalorização cambial é uma das finalidades da medida, já que permitirá aos clientes reembolsarem empréstimos contratados em moeda estrangeira, com taxas diferentes das praticadas hoje, na moeda nacional.

Os bancos vão passar assim a estar obrigados, “após negociação consensual, a informar aos clientes interessados da possibilidade de conversão dos seus créditos contratados em moeda estrangeira para moeda nacional”. “Nas operações de conversão de crédito, os bancos devem apresentar aos interessados, por escrito, no mínimo, a seguinte informação: a) os termos e condições aplicáveis aos créditos em moeda nacional resultantes da conversão; b) o valor da prestação de capital, a taxa de juro e o prazo, respeitando o preçário em vigor na instituição”, refere o instrutivo.

O BNA chama ainda atenção aos operadores para o facto de, na convertibilidade dos créditos, “agirem de forma justa e transparente nas negociações com os clientes, abstendo-se de praticarem actos que configurem abusos financeiros”.

BANCO. Direcção do banco surpreendida com decisão de Sobrinho e ainda não recebeu qualquer notificação do banqueiro a clarificar renúncia. Na última reunião, via teleconferência, Sobrinho não ‘abriu o jogo’. Empresário deve chegar esta semana a Luanda para reunir com administração. Generoso de Almeida mantém-se como PCA.