Angola tem défice na contabilidade
O presidente do conselho directivo da Ordem dos Contabilistas e Peritos Contabilistas de Angola (OCPCA), Fernando Hermes, lamentou o facto de Angola ser o único país na região da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) que ainda não adoptou as normas internacionais de contabilidade. “Quando Angola adoptar as normas internacionais de contabilidade, estará alinhada com as normas de todo o mundo, o que lhe vai permitir comparar uma determinada função de uma empresa com uma outra de qualquer país”, disse. Em declarações ao Jornal de Angola, a propósito da assembleia-geral, realizada em Luanda, Fernando Hermes destacou cinco grandes pilares para o plano de actividades para 2018 da Ordem dos Contabilistas e Peritos Contabilistas de Angola. Uns ligados à plataforma institucional regulatória da profissão em Angola e outros às leis evolventes, como a Lei do Plano Geral de Contabilidade, que já leva cerca de 16 anos desde a entrada em vigor, mas que precisa ser reajustada com as normas internacionais. "A Lei da Auditoria também precisa de reforço em alguns aspectos, já que a mesma sugere que todas as empresas devem apresentar auditoria externa, mas que não apresenta sanções para as empresas que não o fizerem, nem sequer diz para as supervisionar", adiantou Fernando Hermes. A Ordem dos Contabilistas e Peritos Contabilistas de Angola é nova e Fernando Hermes diz que a OCPCA quer profissionais e mais membros a servir os interesses da instituição. Até finais de 2017, a OCPCA tinha um total de 4.514 membros contabilistas, entre nacionais e estrangeiros, e 382 peritos contabilistas. A OCPCA elegeu recentemente, numa lista única de concorrentes, os membros dos órgãos sociais liderados por Fernando Hermes e Tomás Faria (vice-presidente). Entre os principais desafios dos órgãos sociais eleitos para um mandato de três anos, está o reforço da capacitação e formação dos contabilistas e peritos contabilistas, a colaboração com os parceiros para acelerar o processo de adopção das normas internacionais de Contabilidade e Relato Financeiro (IAS e IFRS) e a organização da contabilidade das empresas que operam no país.
“A Sonangol competia só com as empresas estrangeiras. Agora está a competir...