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Mesmo antes do fim do conflito armado, o Governo angolano, em 1998, no âmbito do Plano Director de Industrialização do país, aprovou a criação do Pólo de Desenvolvimento Industrial de Viana (Luanda) e de Catumbela (Benguela) por meio da Resolução nº 4/98 de 27 de Março. Com esta resolução, deu-se início à política de desenvolvimento industrial através da criação de pólos industriais. Os dados disponíveis dão conta que, como se pode ver na tabela acima, os pólos de Viana e da Catumbela albergam 850 empresas que criaram mais de 8.500 postos de trabalho. No polo de Catumbela encontra-se indústrias de cimento e betão, metalúrgica, mobiliário, alimentar e de bebidas.

O pólo de Viana está situado na capital do país, Luanda, com uma área de 2.800 hectares que está dividido em três zonas: A, B e C. As três zonas agregam 809 lotes, dos quais só 45%, isto é, 337 lotes estão em funcionamentos. Mais de metade os lotes não estão em funcionamento, o que mostra que o pólo não está a ser utilizado plenamente e há espaços para empresários que queiram instalar a sua actividade industrial neste zona.

Mas, no que diz respeito aos lotes que estão em funcionamento, a zona A tem 110, o que representa 61% do total de lotes existentes nesta zona; a zona B tem 197 lotes, isto é, 40% do total disponível e a zona C, 30 lotes representado 24% da sua capacidade.

O pólo de Viana agrega indústrias nos seguintes ramos: • Materiais de Construção – Acessórios de Construção Civil;

• Metálicos – Varões de Aço, Tubos e perfis;

• Cimento – Artefactos de Betão;

• Químicos – Tintas e Vernizes;

• Madeira e Mobiliário – Serração, Carpintaria e Móveis;

• Plásticos – Recipientes e Acessórios;

• Papel e Cartão - Cartão e Fraldas Descartáveis;

• Alimentar e Bebidas – Água Mineral e Outros. Para além do sector industrial, o pólo alberga também empresas com actividades meramente comerciais (armazéns de mercadorias importadas), de logística e prestação de serviços. Dentro do pólo, há ainda espaço reservado para residências.

As empresas que estão no pólo de Viana, para além da produção, muita delas realizam, no mesmo espaço, as actividades de armazenamento e venda. Das empresas inqueridas, a média de anos de actividade no pólo é acima dos sete anos. Mais de 90% das empresas têm a maior parte do seu capital detido por cidadãos nacionais; encontrámos apenas duas empresas que têm 100% dos seus capitais detidos por estrangeiros.

Mais de metade das empresas visitadas, em termos de geração de emprego, são pequenas empresas, visto empregarem até 70 trabalhadores. Estes dados vão de acordo com a experiencia de muitos países, pois, hoje, na maioria das economias, as micro e pequenas empresas são as principais geradoras de emprego no mundo. A criação de médias e grandes empresas exige maior esforço financeiro por parte dos empreendedores.

O sector industrial tem a característica de beneficiar de economia de escala, o que requer empresas de dimensões médias. Logo, há todo uma necessidade de se acompanharem as mais bem-sucedidas pequenas empresas para que sejam transformadas em médias empresas, podendo assim aumentar a produção e o número de emprego. Até ao momento, 90% dos trabalhadores que estão no pólo são nacionais e os estrangeiros representam 10%.

No que diz respeito à capacidade instalada de produção, quase todas as empresas não estão a utilizar completamente a capacidade instalada, produzindo assim abaixo do potencial. O que mais tem contribuído para este factor é o acesso à matéria-prima, visto que mais de 95% dos insumos usados na produção por praticamente todas as empresas industriais são importados. Com a dificuldade de obtenção da moeda estrangeira para a importação, a capacidade de produção das empresas diminui drasticamente, chegando, muitas, a produzir abaixo dos 60% da capacidade instalada.

A questão da matéria-prima é muito séria e deveria merecer a atenção dos empresários e do Governo. O facto de se importar toda a matéria-prima faz com que não haja interligações entre as empresas na cadeia de produção de muitos bens industriais, o que provoca uma baixíssima malha de adensamento entre as empresas. Não Há empresas que, a montante, produzam os insumos que são necessários para indústrias a jusante e, por sua vez, estes iriam fornecer às empresas comerciais.

O que se verifica nos pólos é a falta de coneção entre as empresas, pois cada uma tem como fornecedores empresas estrangeiras que lhes oferecem as matérias-primas, para as empresas industriais, e produtos acabados para as empresas comerciais. É digno de nota que, mesmo as empresas comerciais, ao invés de adquirirem os produtos que comercializam dos produtores internos, preferem sempre importar. É verdade que o custo de produção dos produtores nacionais é extremamente elevado comparados aos produtos importados. Isso faz com que os comerciantes prefiram importar a comprar aos produtores nacionais.

As importações são mais baratas, em parte, devido à política cambial que o Banco Nacional de Angola tem vindo a implementar, o que torna ‘ceteris paribus’, os produtos importados mais baratos do que os produzidos internamente. A taxa de câmbio fixa que vigorou ou vigora desde 2002 torna mais fácil importar do que exportar, pois a sobrevalorização da moeda nacional (dar menos kwanzas por cada unidade de moeda estrangeira), apesar de reduzir a taxa de inflação, penaliza os produtores nacionais que já enfrentam custos de produção muito elevados provocados pela falta de infra-estruturas adequadas como o caso do fornecimento regular de água e electricidade.

 

Economista e investigador do CEIC

O MPLA aprovou hoje (27) a realização de um congresso extraordinário na primeira quinzena de setembro deste ano e a candidatura de João Lourenço ao cargo de presidente do partido, ocupado desde 1979 por José Eduardo dos Santos.

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A informação consta de uma nota do MPLA, a propósito da reunião de hoje do bureau político, orientada por José Eduardo dos Santos.

"O bureau político aprovou a proposta de resolução e o cronograma de preparação e realização do 6.º Congresso Extraordinário do partido, a ter lugar na primeira quinzena de Setembro próximo e, consequentemente, aprovou a candidatura do camarada João Lourenço, actual vice-presidente, ao cargo de presidente do MPLA", lê-se.

A Sociedade Mineira de Catoca não tem planos e necessidades de reduzir o número de trabalhador, tendo em conta os níveis de produção que tem alcançado nos últimos tempos, assegurou nesta quinta-feira (26), em Saurimo, Lunda-Sul, o director-geral da empresa, Sergei Amelin.

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O gestor deu esta garantia durante uma conferência de imprensa, promovida pelo sector de Comunicação e Imagem da SMC, por ocasião do 27 de Abril, Dia do Mineiro, realçando que fruto do empenho dos trabalhadores, Catoca tem registado alguns avanços no que toca à exploração, produção e facturação.

“Não pretendemos reduzir o pessoal, o volume de produção até ao momento são satisfatórios, temos estado a cumprir com os objectivos que é o de reduzir os custos e aumentar a produtividade”, disse.

Realçou que a melhoria dos indicadores económicos e financeiros que a empresa tem estado a registar, também tem tido reflexos directos na vida dos dois mil e 200 trabalhadores. “Graças ao empenho dos trabalhadores conseguimos cumprir com o plano de redução de custos e aumentar a nossa produção”, reconheceu.

Informou que a empresa fez um incremento de 10 milhões de dólares no sistema salarial, o que permitiu o aumento de cerca de 7% nos ordenados de todos trabalhadores nacionais. Revelou que actualmente os funcionários da Catoca têm um dos salários mais alto no país, que pode comparar-se apenas com o da Sonangol.

A Sociedade Mineira de Catoca é uma Empresa angolana de prospecção, exploração, recuperação e comercialização de diamantes, constituída pela Endiama (Angola), Alrosa (Rússia) LLV (China) e Odebrecht (Brasil). Catoca é a maior empresa no subsector diamantífero em Angola, sendo responsável pela extracção de mais de 75% dos diamantes angolanos.

Os ministros das Relações Exteriores e do Ambiente, Manuel Augusto e Paula Coelho respectivamente, deslocaram-se na manhã de hoje (27), à República do Congo, para participar na reunião ministerial de preparação da primeira Cimeira dos Chefes de Estado e de Governo da Comissão do Clima da Bacia do Congo, prevista para sábado (28), em Brazzaville.

Manuel Domingos

A cimeira de âmbito internacional, vai fazer o balanço das actividades da Comissão e do Fundo Azul, fruto de uma iniciativa para a protecção da fauna e da flora dos países que partilham a bacia do rio Congo. O rio Congo, também conhecido por rio Zaire, é o segundo maior de África, com uma extensão de 4.700 quilómetros.

Em termos de vida aquática, tem 700 espécies de peixes, vários répteis e uma vasta fauna e flora. O fundo destina-se a recolha de verbas destinadas ao financiamento de programas e projectos no domínio económico e na luta contra as mudanças climáticas, e no combate à pobreza.

Os reitores das universidades públicas vão passar a ser eleitos a partir de 2019, deixando de ser nomeados directamente pelo Presidente da República, de acordo com determinação do chefe de Estado.

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Segundo informação disponibilizada pela Casa Civil do Presidente da República, João Lourenço assinou um despacho a orientar o Ministério do Ensino Superior, Ciência, Tecnologia e Inovação "a criar as condições para a realização de eleições em todas as universidades públicas e suas unidades orgânicas a partir do ano letivo 2019".

"De modo a compaginá-las com os princípios democráticos que devem caracterizar as instituições do ensino superior público", refere a mesma informação, recordando a "importância para a vida académica da retoma dos processos de eleição" nas universidades.

Distribuídas por regiões académicas, cobrindo as 18 províncias, o país conta com cerca de 25 universidades públicas. Juntamente com a oferta do sector privado, frequentam o ensino superior em Angola à volta de 250.000 estudantes.

Na quinta-feira, o Presidente da República exonerou Pedro Magalhães do cargo de vice-reitor para a Área Científica e Pós-Graduação da Universidade Agostinho Neto, de Luanda.

Na sequência, o chefe de Estado nomeou Pedro Magalhães para exercer, interinamente, o cargo de Reitor da Universidade Agostinho Neto. Noutro despacho, João Lourenço nomeou Maria Antonieta Josefina Sabina Baptista para, também interinamente, exercer o cargo de vice-reitora para a Área Científica e Pós-Graduação da mesma universidade.