Máscaras em exposição individual
ARTES PLÁSTICAS. Apesar dos 15 anos de carreira, tem apenas uma exposição individual em que a mulher é o foco. Prevê inaugurar, em Maio, outra individual ‘Mungongo Wala maka’. Faz parte do leque de artistas da exposição ‘Untitled 01’, que fica patente até 20 de Abril, na galeria do Banco Económico, em Luanda. Trabalha essencialmente com material reciclável. Que apreciação faz das artes plásticas em Angola? Já esteve melhor, havia mais espaço e encontros com outros artistas! Hoje há muitos jovens nesta área e há pouca divulgação. Estamos a tentar resgatar, espero que, no futuro, possamos avançar. Há pouca facilidade e oportunidade de interacção entre nós. Nascem salas, mas não são para todos os artistas. Em que circunstâncias recebeu o convite? Recebi o convite a partir de Lisboa, através do meu irmão Lino Damião, que também é artista plástico e que vive lá, depois de terem observado algumas máscaras num dos hotéis em Portugal. Abracei o convite por ser mais um desafio. As máscaras são o seu cartão-de-visita. Quem mais compra? Até agora, tenho mais clientes nacionais. Os clientes acorrem mais ao meu atelier. Sinto mais prazer em fazer máscaras soltas, estas que ficam em caixas. Estão expostas pela primeira vez em público, na exposição ‘Untitled 01’. Em quanto estão avaliadas as suas obras? O valor mínimo para cada uma das máscaras expostas é de 60 mil kwanzas. A mais cara depende da galeria… Tem preferências por material reciclável. Como seria se tivesse de trabalhar fora de Angola? Uso normalmente material reciclável. As praias e ruas são os meus fornecedores. Se tiver de ir trabalhar para fora de Angola, provavelmente perco o emprego, porque lá fora não se encontra lixo na escala em que se encontra aqui. Sou o defensor do ambiente. Em que disciplina das artes plásticas se enquadram as máscaras? A maneira de modelar as minhas máscaras, ainda não sei dizer se estão na classe da escultura ou não. Carece de mais censura. Tem de haver uma crítica de um especialista. Temos bons críticos de arte? Já ouvi dizer que sim, mas nunca vi. Mas, se temos historiadores de arte e júris, acredito que já se tenha bons críticos. Com 15 anos de carreira, já dá para viver da arte? Ainda não vivo só da arte, preciso de trabalhar mais. Além das máscaras, também faço fotografia e a minha primeira exposição fotográfica foi sobre ‘Mulheres do dia-a-dia’. PERFIL Luís Damião, artista plástico de 39 anos, natural de Luanda e descendente de Nambuangongo, faz arte desde os oito anos, mas profissionalmente desde os 24. Está prevista a segunda exposição individual em Maio com o tema ‘Mungongo Wala maka’ em português ‘O mundo tem problemas’. A paixão pela fotografia começou desde muito cedo, influenciado pelo pai, Paulino Damião (Cinquenta), fotojornalista das Edições Novembro. Realizou a primeira exposição individual ‘Mulher do dia-a-dia’, em 2013, em que o tema fulcral foi a mulher. Participou da exposição colectiva ‘Artes Mirabilis’ com artistas plásticos angolanos, em Fevereiro, na galeria da sede da União das Cidades Capitais de Língua Portuguesa (UCCLA), em Lisboa.
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