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César Silveira

César Silveira

Editor Executivo do Valor Económico

COMÉRCIO. Importações cresceram 11,3%, superando as projecções de 8,7%, enquanto as importações cresceram 13%. As exportações chinesas, referentes ao mês de Junho, cresceram 11,3% para 196,6 mil milhões de dólares, quando comparado ao mês de Junho de 2016, superando as projecções de 8,7% das autoridades governamentais.

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Foi o quarto mês consecutivo de aumento nas vendas chinesas e o valor de Junho passa a ser o maior do ano em curso, enquanto o mês de Fevereiro continua com o menor valor: 1198.22 biliões de dólares.

No mesmo período, as principais exportações chinesas repartiram-se em produtos mecânicos e eléctricos (41%), produtos tecnológicos (20%), indústrias com uso intensivo de mão-de-obra, como roupas, têxteis, calçados, móveis, produtos plásticos e cerâmica (16%), motores e geradores (5%) e circuitos integrados (5%).

Já os principais destinos de exportação foram os Estados Unidos (18%), Hong Kong (15%), União Europeia (16%, dos qual a Alemanha, o Reino Unido e os Países Baixos representam 3% cada um), os países da ASEAN (12%, dos quais o Vietname representa 3%), Japão (6%), Coreia do Sul (4%) e Índia (3%).

Os produtos mecânicos e eléctricos também lideram as importações chinesas com 34%, seguindo-se os bens de alta tecnologia com 23%. Entre as commodities, o petróleo bruto lidera as compras chinesas com 6%, seguindo-se, minério de ferro 2%, cobre e alumínio. Os produtos agrícolas representaram 5%.

Os dados foram divulgados pela Administração Geral de Alfândega da China que dão conta ainda de que, no mesmo período, as importações chinesas aumentaram cerca de 17,2% para 153,8 mil milhões de dólares, níveis que também superaram as perspectivas de crescimento das compras em cerca de 13%. O mês de Junho regista o segundo valor de importação, superado pelos 156,6 mil milhões de dólares de Março.

O maior parceiro de importação da China é a União Europeia com 12% das importações totais (das quais a Alemanha responde por 5%), seguem-se os países da ASEAN (12%, dos quais a Malásia representa 3%), Coreia do Sul (10%), Japão e Taiwan. Os EUA e a Austrália encerram a lista de principais vendedores com, respectivamente, 9% e 4%.

Sequencialmente, as trocas comercias chinesas fixaram-se em 427,77 mil milhões de dólares, registando um crescimento de cerca de 5%, comparativamente aos anteriores 407,90 mil milhões de dólares.

SECTOR DIAMANTÍFERO. Lucapa Diamond Company regista, em termos de quantidade, crescimento de quase 100%. Diamante mais caro do país provoca, entretanto, recuo nas receitas.

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O número de diamantes especiais recuperados, na Sociedade Mineira do Lulo, aumentou cerca 97% para 57 unidades, enquanto o peso cresceu 76% para 1.199 caracteres, no segundo trimestre de 2017, revela um comunicado da Lucapa Diamond Company (operadora e detentora de 40% da sociedade), a que o VALOR teve acesso.

Os resultados, que reforçam as possibilidades de se estar perante a maior mina do país e uma das maiores do mundo, em termos de valores, mantêm a tendência crescente de quilates resultantes de diamantes especiais, depois dos 96 quilates recuperados no segundo trimestre de 2015 e dos 683 no mesmo período de 2016.

No que diz respeito ao semestre, o volume dos diamantes especiais cresceu cerca de 18% para 2.328 quilates, face aos 1.967 quilates produzidos no mesmo período de 2016.

Comparativamente ao volume global, o dos diamantes especiais representou cerca de 29%, face à produção do segundo trimestre (4.203 quilates) e cerca de 28%, face à produção do primeiro semestre (8.301 quilates).

Entre os destaques do primeiro semestre consta a produção do segundo maior diamante produzido no país, no caso, com 227 quilates que superou o de 172,67 quilates, descoberto em Setembro de 2016. O diamante mais valioso do país tem 404 quilates e foi encontrado em Fevereiro de 2016 na mesma mina. Está entre as trinta maiores descobertas do mundo e foi comercializada por 16 milhões de dólares.

Os sinais de se estar perante uma mina valiosa começaram a ser dados ainda em fase de prospecção. No primeiro semestre de 2014, por exemplo, 50% dos diamantes descobertos até então tinham sido classificados como de qualidade rara. “Dos 12 diamantes do kimberlito recuperados até à data, seis foram confirmados como pedras de Tipo 2A.Os diamantes tipo 2A estão entre os mais raros do mundo, representando menos de 1% da produção do diamante global”, lê-se no relatório apresentado, na altura, pela Lucapa Diamond Company.

Na ocasião, a empresa informava ainda que os geólogos internos acreditavam que estavam em presença de “uma fonte provável de diamantes aluviais de tipo 2A grandes e valiosos de até 131,4 quilates”.

Com o objectivo de confirmar a existência de mais pedras raras e melhorar a produção dos mesmos, a empresa realizou um estudo especializado, cujo resultado partilhará brevemente com os outros accionistas (Endiama32% e Rosas e Pétalas 8%), segundo informa no documento. “A Lucapa espera actualizar os accionistas, em breve, sobre os resultados e a interpretação da pesquisa do Time DomainElectromagnetic (TDEM), transmitida por helicóptero sobre a área do Vale de Cacuilo em Lulo, uma vez que o trabalho está concluído”, esclarece a empresa, acrescentando que os resultados do inquérito “ajudarão o programa de perfuração do Kimberlite do Lulo, que visa localizar a principal fonte ou fontes de diamantes aluviais excepcionais que estão a ser recuperados dentro da concessão”. A perfuração, diz a companhia, também será auxiliada pelos resultados da análise laboratorial do núcleo de kimberlite na África do Sul.

Em 2016, os diamantes produzidos na mina do Lulo foram os mais valiosos do mundo com um preço médio de 2.983 dólares por quilate, segundo comunicado divulgado no princípio deste pela Lucapa Diamond Company.

Diamante raro compromete receitas semestrais

Quanto às vendas, a empresa registou recuo no primeiro semestre, apesar do aumento de 58% para 4,8 milhões de dólares no segundo trimestre. Ao longo dos seis meses, o valor das vendas recuou cerca de 41% comparativamente ao período homólogo. Contribuiu para a quebra o facto de os números do primeiro semestre de 2016 contarem com os cerca de 16 milhões de dólares resultantes da venda do diamante mais valioso descoberto no país.

Em relação à produção, a empresa registou crescimento de 63% para 4.203 quilates. Os volumes de mineração cresceram 55% para 57.283 metros cúbicos, o que, segundo a empresa, mantém a operação no “caminho certo” para atingir o objectivo de 240 mil metros cúbicos para o ano.

O projecto Lulo cobre uma área de 3.000 km2 e está localizado na bacia do rio Cuango, na Lunda Norte. Situado a 150 quilómetros a oeste do projecto diamantífero de Catoca, conta com um importante campo de kimberlite identificado dentro da concessão e aluviais extensivos de diamantes. Depois de cerca de quatro anos de exploração e amostragem, a Lucapa Diamond Company iniciou, em finais de 2012, a exploração mais crítica. Desde esta altura foram sendo encontrados diamantes raros.