Isabel Dinis

Isabel Dinis

COMÉRCIO. Grande superfície abriu, em Viana, serviço em que os caixas também funcionam como multicaixa, mediante compras de até mil kwanzas. Inspecção do Comércio fala em infracção e avisa que alvarás não servem para vender dinheiro. BNA contesta e garante que o novo regulamento “prevê esse tipo de actividade”.

EMIGRAÇÃO. Muitos angolanos aventuram-se em terras lusas à procura de outro rumo na vida. Com visto de turista, procuram empregos para obter o atestado de residência. Aproveitam as facilidades dadas pelas autoridades portuguesas. Há famílias inteiras a emigrar.

 

PRODUÇÃO. Companhia prevê atingir, este ano, 100 mil toneladas de produção de açúcar e aumentar a facturação em 15%, face ao ano passado.

Biocom

A Companhia de Bioenergia de Angola (Biocom) paga de impostos, por ano, 13 milhões de dólares. A empresa, a primeira a produzir em Angola e a comercializar açúcar, etanol e energia eléctrica a partir da biomassa, é também a líder de mercado. Segundo o director comercial e de comunicação da empresa, Fernando Koch, com a produção de açúcar nacional, a companhia permitiu que o país economizasse 116 milhões de dólares e com o etanol 111 milhões de dólares.

A empresa é detida pela brasileira Odebrecht (40%) e pelo grupo do general Leopoldino do Nascimento, Cochan (40%) das acções. As restantes acções pertencem à Sonangol.

Num fórum económico sobre ‘Desenvolvimento do Agro-negócio, Desafios e Perspectivas’, organizado pela Associação de Empresários e Executivos Brasileiros em Angola (AEBRAN), Fernando Koch referiu que a Biocom, a cada ano, vem aumentando e dinamizando a produção. No primeiro ano, em 2015, a empresa produziu 25 mil toneladas de açúcar. Este ano, já alcançou as 55 mil toneladas prevendo chegar, até ao final do ano, às 100 mil. Apesar disso, a produção, de 2018, deverá corresponder apenas entre os 30% e 40% das necessidades do mercado, que também está em retracção de consumo devido às dificuldades de importação que o país vem registando desde o início da crise.

A Biocom também já produziu 13 mil metros cúbicos de etanol hidratado, mas a previsão é chegar aos mais de 20 mil metros cúbicos e mais de 17 mil megawatts de energia eléctrica. Para o próximo ano, está prevista uma produção de mais de 120 toneladas de açúcar e 25 mil metros cúbicos de etanol.

Facturação acima dos 220 milhões

A Biocom quer subir a fasquia na facturação este ano e prevê chegar aos 220 milhões de dólares, registando um crescimento de 15%, comparativamente a 2017, em que totalizou cerca de 190 milhões de dólares.

A companhia abastece empresas e comerciantes nacionais que utilizam o açúcar como matéria-prima, como a Cuca e a Refriango. A dificuldade de acesso às divisas tem sido dos grandes constrangimentos da empresa, para a compra de peças sobresselentes e insumos agrícolas.

Instalada em Cacuso, Malanje, a Biocom é um dos maiores projetos agro-industriais do país.