Valor Económico

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O Presidente da República, João Lourenço, exonerou hoje, em Luanda, nove embaixadores de Angola e o governador provincial do Bengo.

João Lourenço

Trata-se dos embaixadores de Angola junto da Organização das Nações Unidas, no Botsuana, Japão, Quénia, Bélgica, França, China, Áustria e junto do Escritório das Nações Unidas em Genebra e Organizações Internacionais, de acordo com uma nota da Casa Civil do Presidente da República, citada pela Angop.

Eis o teor do comunicado:

O Presidente da República, João Manuel Gonçalves Lourenço, exonerou hoje – nos termos da alínea d) do artigo 121º e do número 3 do artigo 125º da Constituição da República de Angola – as seguintes entidades: 1. ISMAEL GASPAR MARTINS, do cargo de Embaixador Extraordinário e Plenipotenciário da República de Angola junto da Organização das Nações Unidas;

2. JOSÉ AGOSTINHO NETO, do cargo de Embaixador Extraordinário e Plenipotenciário da República de Angola na República do Botsuana;

3. JOÃO VAHEKENI, do cargo de Embaixador Extraordinário e Plenipotenciário da República de Angola no Japão;

4. VIRGÍLIO MARQUES DE FARIA, do cargo de Embaixador Extraordinário e Plenipotenciário da República de Angola acreditado na República do Quénia;

5. MARIA ELIZABETH SIMBRÃO DE CARVALHO, do cargo de Embaixadora Extraordinária e Plenipotenciária da República de Angola no Reino da Bélgica.

6. MIGUEL COSTA, do cargo de Embaixador Extraordinário e Plenipotenciário da República de Angola na República Francesa;

7. JOÃO GARCIA BIRES, do cargo de Embaixador Extraordinário e Plenipotenciário da República de Angola na República Popular da China;

8. MARIA DE JESUS DOS REIS FERREIRA, do cargo de Embaixadora Extraordinária e Plenipotenciária da República de Angola acreditada na República da Áustria;

9. APOLINÁRIO JORGE CORREIA, do cargo de Embaixador Extraordinário e Plenipotenciário da República de Angola acreditado junto do Escritório das Nações Unidas em Genebra e Organizações Internacionais.

Em despacho também hoje assinado, o Presidente da República de Angola exonerou do cargo de Governador da Província do Bengo, JOÃO BERNARDO DE MIRANDA. Nomeações Foram entretanto nomeados pelo Presidente João Lourenço as seguintes entidades para os cargos que passamos a indicar:

- JOÃO BERNARDO DE MIRANDA, para o cargo de Embaixador Extraordinário e Plenipotenciário da República de Angola acreditado na República Francesa;

- GEORGES REBELO PINTO CHICOTI, para o cargo de Embaixador Extraordinário e Plenipotenciário da República de Angola acreditado no Reino da Bélgica, Grão Ducado do Luxemburgo e Representante Permanente Junto da União Europeia;

- JOÃO SALVADOR DOS SANTOS NETO, para o cargo de Embaixador Extraordinário e Plenipotenciário da República de Angola acreditado na República Popular da China;

- JOAQUIM DUARTE POMBO, para o cargo de Embaixador Extraordinário e Plenipotenciário da República de Angola acreditado na República de São Tomé e Príncipe;

- MARGARIDA ROSA DA SILVA IZATA, para o cargo de Embaixadora Extraordinária e Plenipotenciária da República de Angola acreditada junto dos Escritórios das Nações Unidas e demais organismos internacionais em Genebra;

- MARIA FILOMENA LOBÃO TELO DELGADO, para o cargo de Embaixadora Extraordinária e Plenipotenciária da República de Angola acreditada na República da África do Sul;

- MARIA DE JESUS DOS REIS FERREIRA, para o cargo de Embaixadora Extraordinária e Plenipotenciária da República de Angola acreditada na Representação Permanente junto da Organização das Nações Unidas em Nova Iorque;

- JOSÉ LUÍS DE MATOS AGOSTINHO, para o cargo de Embaixador Extraordinário e Plenipotenciário da República de Angola acreditado no Reino de Espanha; - BEATRIZ ANTÓNIA MANUEL DE MORAIS, para o cargo de Embaixadora Extraordinária e Plenipotenciária da República de Angola acreditada na República do Botsuana;

- SYANGA KIVUILA SAMUEL ABÍLIO, para os cargos de Embaixador Extraordinário e Plenipotenciário da República de Angola acreditado na República do Quénia e Representante Permanente junto dos Escritórios das Nações Unidas em Nairobi.

Por último, o Presidente da República assinou um despacho a nomear interinamente DOMINGOS GUILHERME para responder pelos assuntos da competência do Governador da Província do Bengo enquanto não for nomeado um Governador. Domingos Guilherme é Vice-Governador da província do Bengo para os Serviços Técnicos e Infra-estruturas.

Encontro com o Presidente da República, João Lourenço, marcou o ponto alto da visita do governante cabo-verdiano a Angola.

O ministro dos Negócios Estrangeiros, Comunidades e da Defesa de Cabo Verde, Luís Filipe Tavares, deixou hoje (7) Luanda, após ter terminado uma visita de trabalho de 48 horas a Angola, tendo sido recebido pelo Presidente da República, João Lourenço, a quem fez a entrega de uma mensagem do Presidente Jorge Carlos Fonseca.

negócios estrangeiro Cabo Verde

 

A mensagem do estadista cabo-verdiano serviu para convidar o homólogo angolano a participar na Cimeira da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) a realizar-se, em Julho, na Cidade da Praia, e para visitar oficialmente Cabo Verde, ainda este ano.

Em Luanda, Luís Filipe Tavares participou igualmente nas conversações oficiais entre delegações dos dois países, que abordou o incremento dos laços bilaterais existentes, com destaque para o sector económico e empresarial, sobretudo, nos subsectores das pescas, turismo, transportes marítimos e aéreos.

Cabo Verde pretende a retomada das ligações aéreas entre as duas capitais e quer que Angola seja um parceiro estratégico em África, mantendo a cooperação no domínio da defesa e segurança, onde se pretende que Angola continue a formar oficiais cabo-verdianos em instituições de ensino militar das Forças Armadas Angolanas (FAA).

Os dois países mantêm laços históricos, de amizade e de cooperação no plano bilateral, dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP) e da CPLP, bem como no quadro multilateral.

A Economist Intelligence Unit (EIU) reviu em baixa a previsão de crescimento da economia de Angola, antecipando para este ano uma expansão de 1,8%, menos 0,6 pontos do que os 2,4% previstos, noticia a Lusa com base no mais recente relatório mensal da entidade em causa sobre a economia nacional.

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De acordo com os peritos da unidade de análise económica da revista britânica ‘The Economist, “o PIB deve crescer, em média, 2,4% até 2020 devido ao ajustamento aos preços mais baixos do petróleo, a uma expansão ligeiramente maior no consumo privado e na despesa pública”.

A partir daí, acrescentam, “o crescimento deve acelerar ligeiramente, para uma média de 2,9% em 2021 e 2022, já que os preços internacionais do petróleo devem subir cerca de 6,7% ao ano”. No entanto, sublinham, “o investimento fora da área dos hidrocarbonetos vai continuar a ser constrangido pelo difícil ambiente de operações”.

Assim, concluem, “o crescimento médio de 2,4% em 2018 é menos de um quarto da taxa registada na década até 2014, e o PIB real per capita deve contrair a uma média anual de 0,8% neste período”.

O Governo prevê, no orçamento para este ano, um crescimento de 4,9%. Para os analistas da Economist, um reequilíbrio da economia que afaste a dependência do petróleo é fundamental, “mas um processo deste género deve ser demorado, mesmo que as autoridades estejam completamente focadas numa reforma em larga escala”.

Ainda que o Presidente da República, João Lourenço, tenha “um apetite reformador maior do que o esperado, continua por esclarecer se tem vontade de adoptar as reformas duras e a transparência que é necessária para um envolvimento genuíno com o Fundo Monetário Internacional”, concluem.

PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS. Mais de sete mil técnicos e oito mil médias e pequenas empresas foram reunidos numa associação que trata dos problemas do dia-a-dia. Projecto nasceu após a desistência da empresa, principal responsável pela construção das centralidades.

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Tudo começou quando a empresa ‘Citic Group Corporation’, responsável pela construção da centralidade, deixou de se ocupar da gestão e manutenção do Kilamba. Três jovens viram como uma “grande oportunidade” a dificuldade que os moradores passaram a ter para resolver não apenas os problemas dos respectivos apartamentos, mas também da comunidade, como, por exemplo, as avarias nos semáforos e nos postes de transformação (PT), ou ainda o tratamento dos jardins.

Francisco Chaves, Sebastião Kiala e Arlete Ngola fundaram a Associação Nacional das Empresas de Manutenção Predial (ANEMP), em Agosto de 2015, com o objectivo de dar seminários e formação sobre manutenção e gestão predial em todas as centralidades do país.

Em seguida, criaram, dentro da associação, a Cooperativa Angolana de Gestão e Manutenção Predial (CAGEMP), no Kilamba, “para dar resposta aos serviços pretendidos pelos moradores”.

A CAGEMP, sob a alçada da ANEMP, foi resolvendo os problemas de iluminação pública do Kilamba. A cooperativa empreendeu campanhas de desinfestação por toda a centralidade, reparou ‘PT’, programou semáforos, sem ter recebido o pagamento imediato da parte da administração. Hoje 84% dos semáforos funcionam com normalidade, segundo cálculos da cooperativa. As avenidas que estavam às escuras foram também requalificadas de 2015 a 2017.

Francisco Chaves, especialista em manutenção predial e presidente da ANEMP, explica que “a associação promove a cultura da manutenção predial, porque constatou que os edifícios antigos da capital e do país inteiro foram construídos, mas não obedecem a regras da manutenção predial”.

Em relação à articulação dos trabalhos entre a cooperativa e a associação, Chaves explica: “quando o morador apresenta um problema de reparação ou manutenção de algum meio, a ANEMP indica a cooperativa, porque a ela cabe a prestação do serviço técnico, sendo que a associação funciona como moderadora entre moradores e técnicos”.Ou seja, “a ANEMP exerce o papel da moralização e a cooperativa executa os trabalhos”. É essa divisão de tarefas que determinou que a cooperativa ficasse com a responsabilidade da facturação.

“A ANEMP não cobra dinheiro para fazer os serviços, mas os moradores pagam à cooperativa uma taxa bonificada que varia de acordo com os serviços prestados”, explica o seu presidente. A coordenação do trabalho facilitou o aumento da solicitação dos serviços. E, para dar resposta à demanda, a associação já trabalha na criação de um ‘call center’ “para dar suporte aos moradores de modo a evitar que estes se desloquem só para apresentarem os seus problemas”. ‘

MAIS BARATO’

Uma das razões do sucesso da cooperativa está na competitividade dos preços, como indicam os seus responsáveis que recorrem a comparações, face ao mercado. Pelos cálculos da ANEMP, qualquer operador profissional cobrará, em termos médios, entre dois mil e quatro mil kwanzas para trocar uma lâmpada. “Na cooperativa, o morador gasta apenas entre 25 e 30% desse valor, porque a ANEMP, que dá o suporte à cooperativa, recebe materiais de construção da parte de fornecedores associados, a um preço acessível”, detalha Chaves.

As comparações sucedem-se. Para a manutenção de ar condicionado no mercado formal e informal, o morador do Kilamba gastará entre sete mil e oito mil kwanzas; na cooperativa, esse custo baixa para os 2.700 kwanzas. “A vantagem da cooperativa é que ela já comporta todos os serviços”, insiste Francisco Chaves, que menciona a refrigeração, a electricidade predial, a manutenção de ar condicionado, a jardinagem e a serralharia entre os vários serviços que podem oferecer a clientes, além da pintura, canalização, caixilharia, limpeza e manutenção de elevadores.

MAIS OPORTUNIDADE

Para os jardineiros que faziam trabalhos individuais no Kilamba,a cooperativa “passou a ser uma mais-valia”. “Antes trabalhavam para patrões, mas, quando ficassem doentes, perdiam o emprego porque o chefe o substituía por outro técnico”, conta Francisco Chaves.

Em relação a salários, o jardineiro, com 35 mil kwanzas por mês, recebe menos 10 mil do que o técnico de frio. Para os demais técnicos, os rendimentos variam consoante a categoria, que é definida mediante um teste de aferição da qualificação profissional. Para já, a cooperativa actua também nas centralidades do Sequele e da Vida Pacífica, além prestar serviços a condomínios e a clínicas. A ANEMP tem 7.440 técnicos, 770 médias empresas e 1.430 micro empresas que, por conselho da associação, acabaram por constituir pequenos negócios e pagam uma taxa anual de 1.240 kwanzas. Os associados individuais e as médias empresas contribuem anualmente com 2.240 kwanzas.

O director de operações do banco brasileiro BRDE (Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul), João Luiz Regiani, está a aproveitar o período de férias para conhecer as potencialidades agricolas de Angola na sequência do convite que lhe foi feito pelo ministro da Agricultura, Marcos Nhunga, em Dezembro de 2017, quando presidiu a uma comitiva empresarial que se deslocou ao Brasil com o objectivo de avaliar potencialidade de negócio.

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“Estou a visitar algumas regiões da Angola e cumprindo agenda em diversos sectores do governo na capital Luanda”, escreveu, sublinhando estar a “conhecer alguns aspectos relacionados com oportunidades para os brasileiros investirem na agricultura, bem como aspectos interessantes da economia do país.”

O também presidente da Comissão de Assuntos Operacionais de Crédito da Associação Brasileira de Desenvolvimento (ABDE) manteve encontros com o governador do BNA, com a liderança do BDA e de outras instituições financeiras, “a fim de compreender o sistema de fomento angolano e as possibilidades de auto-financiamento existentes no país”.

No encontro de Dezembro, no Brasil, as partes concordaram em constituir um grupo de trabalho com o objectivo de definir as prioridades, podendo o banco actuar como prestador de serviços na estruturação de linhas de crédito para financiamento de empreendedores rurais brasileiros que tenham interesse de investir em Angola.

O BRDE foi criado em Junho de 1961 pelos Estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, com o objectivo de fazer o Sul do Brasil prosperar. É uma instituição financeira pública de fomento que conta com uma autonomia financeira e administrativa. Encerrou o primeiro semestre de 2017 com um resultado líquido, equivalente em reais, a 20,1 milhões de dólares e um activo total equivalente a 5,3 mil milhões de dólares.