Valor Económico

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AERONÁUTICA. Problemas operacionais da operadora aérea verificam-se desde 2 de Julho, com atrasos na reposição da frota. Itália, um dos principais ‘fornecedores’ de turistas, cansou-se dos constantes atrasos da companhia.

Air Cabo Verde

A Cabo Verde Airlines, transportadora aérea cabo-verdiana, está proibida, desde 20 de Julho, de voar para a Itália. A interdição tem que ver com transtornos causados pela operadora, nos últimos dias, com a suspensão de voos, deixando vários passageiros em terra.

A Agência Nacional de Aviação Civil (ENAC) da Itália explica que solicitou uma lista de passageiros afectados por esta decisão, notificando-a para suspender a venda de bilhetes com destino à Itália a partir da data da suspensão das licenças.

De acordo com a Panapress, salvaguardando os direitos dos passageiros afectados, a ENAC manteve contactos com o consulado brasileiro para “acompanhar o redireccionamento de passageiros, tendo em vista o facto de que muitas pessoas tinham passagens compradas em voos cancelados provavelmente com o Brasil como destino final”.

O regulador italiano de aviação civil acrescenta ainda que vai continuar a acompanhar a situação e assegurar o cumprimento do Regulamento da Comunidade Europeia não apenas no que diz respeito ao reencaminhamento de passageiros que já possuam bilhetes, mas também fornecendo, de um modo mais geral, todas as informações necessárias aos utilizadores e ainda ao eventual reembolso do custo do bilhete e o pagamento da compensação financeira.

Desde o início de Julho, a Cabo Verde Airlines enfrenta sérias dificuldades para garantir ligações aéreas entre os aeroportos onde opera por dispor de uma ‘frota reduzida’. A administração da companhia aérea cabo-verdiana (ex-TACV) já reconheceu o problema, lamentando que mais de sete mil passageiros tenham sido afectados.

A operadora avança ainda que “há um esforço para a reposição da frota de aviões, reconhecendo, no entanto, “dificuldades inerentes ao processo”. A falta de aviões levou ao cancelamento de 55 voos, deixando em terra cerca de 7.550 passageiros, desde 2 de Julho.

A operação mantém-se suspensa, com voos cancelados e não há previsão exacta do regresso à normalidade. Segundo uma nota da transportadora, foi assegurada a protecção de 90% dos passageiros. “Estamos a trabalhar incansavelmente para remarcar todos os nossos passageiros em voos alternativos e garantir que cheguem ao seu destino da forma mais rápida e mais confortável possível”, lê-se num comunicado da companhia.

A gestão da transportadora aérea cabo-verdiana está, desde Agosto de 2017 e pelo período de um ano, sob contrato de gestão da empresa islandesa, a Icelandair, que tem como objectivo a reestruturação da Cabo Verde Airlines para ser privatizada ainda antes do final de 2018. Cerca de 200 funcionários foram dispensados.

Desde então, esta é a segunda vez que a transportadora fica sem voar por falta de aviões. O primeiro caso aconteceu em Setembro de 2017, por avaria do único aparelho que a companhia tinha. A companhia começou a operar com dois aviões da Icelandair em Novembro e, aquando da assinatura do acordo de gestão, o governo cabo-verdiano anunciou que a frota da empresa iria receber até Dezembro de 2018 mais três aviões. Na altura, o ministro do Turismo e Transportes, José Gonçalves, avançou que toda a tripulação dos aviões alugados à Icelandair passaria a ser cabo-verdiana.

A Cabo Verde Airlines tem estado a operar num regime em que tripulantes e aviões são alugados. Em Março, uma delegação da aviação civil nigeriana esteve em Cabo Verde para analisar e acelerar o processo de certificação da Cabo Verde Airlines, para que a companhia aérea pudesse realizar operações na Nigéria, o que deverá acontecer a partir de Outubro, conforme previsão de José Gonçalves.

Com um passivo acumulado de mais de 100 milhões de euros, a companhia, que mudou a sua base operacional da capital cabo-verdiana para a Ilha do Sal, assegura apenas as ligações internacionais, depois de ter sido cedido à Binter Cabo Verde o mercado doméstico. No entanto, vê-se novamente numa situação complicada com a proibição de voar para a Itália.

BANCA. Coleccionador de vinhos raros e DJ, o futuro CEO do banco tem como um dos principais desafios conduzir um plano para aumentar a receita do banco em cinco mil milhões de dólares.

DAVID SOLOMON

O banco norte-americano de investimento, centenário Goldman Sachs, terá novo CEO a partir de Outubro. A confirmação foi feita na semana passada e David Solomon foi o escolhido para substituir Lloyd Blankfein que está há 12 anos a desempenhar essa função.

A nomeação, no entanto, confirma as cogitações feitas em Março, quando Solom, de 56 anos, foi nomeado para presidente e director das operações da instituição e, simultaneamente, o banco informava que o outro potencial candidato ao cargo, o então vice-presidente, Harvey Schwartz, se aposentaria em Abril. Entre 2006 e 2016, Solomon desempenhou o cargo de chefe da divisão de investimentos do banco onde chegou em 1999, influenciado pela relação que mantinha com vários gerentes do Goldman Sachs, enquanto quadro sénior de uma instituição concorrente, a Bear Stearns, onde liderou a divisão de ‘junk bonds’ e vendas de títulos de alto risco.

Formado em arte e ciências politicas pela Hamilton College, em Nova Iorque, começou o seu percurso bancário nos anos 1980 no já inexistente Irving Trust para, em 1986, ingressar no Drexel Burnham, seguindo para o Bear Stearns. Chegou ao Goldman Sachs em 1999.

Ao contrário de muitos dos colegas, que cresceram dentro do Goldman, Solomon foi contratado como resultado de um rápido crescimento na Bear Stearns. Em 2006, foi nomeado para liderar a divisão da banca de investimento que ocupou por dez anos e depois transferido para a direcção de operações.

David Solomon assume a presidência executiva em Outubro e um dos desafios imediatos é um plano para aumentar a receita do banco em cinco mil milhões de dólares ao longo de três anos. Outro desafio será a necessidade de inverter a tendência negativa do negócios de valores imobiliários, há muito considerados uma força central. No último semestre, tiveram desempenho pior do que outros grandes bancos nos últimos anos por margens amplas.

Tem, por outro lado, o pesado fardo de manter a tendência positiva das acções do banco Dyrante, em que, no mandato de Blankfein, subiram 57%, um desempenho melhor do que todos os principais bancos dos EUA, JPMorgan Chase e Wells Fargo. Enquanto presidente e director das operações, Solomon já pressionou algumas mudanças.

Introduziu uma tecnologia mais inteligente na negociação de acções e na gestão de investimentos. Transferiu vendedores de mesas de operações corporativas para a divisão de banco de investimentos para ajudar a agilizar as interacções com os clientes. Está empenhado na expansão da banca de consumo.

O DJ e o colecionar de vinhos

Apesar dos desafios, rigor e formalismo imposto pela banca, David Solomon inúmeras vezes, deixou transparecer o seu lado menos formal. Aliás, é conhecido como um contraste com o típico executivo de Wall Street. Em Julho de 2007, quando garantiu a oferta pública inicial da Lu Lulemon Athletica, o informalismo nas roupas não passou despercebido.

Houve quem pensasse que aquela forma de vestir se deveu apenas ao facto de a Lu Lulemon ser uma empresa de roupas desportivas. Reduziu o rigor no ‘dress code’ do banco. É defensor da redução do número máximo de horas trabalhadas durante os dias normais de trabalho de cerca de 90 horas para algo próximo de 70 a 75 horas por semana, excepção apenas quando os negócios justificarem.

Em diversas entrevistas no ano passado, destacou que um dos conselhos que dá a estudantes e futuros trabalhadores do banco é que não devem perder de vista as coisas pelas quais estão apaixonados. Um conselho que, certamente, não lhe tem sido difícil explicar, considerando a forma quase profissional como se entrega a uma das suas paixões: a música. É DJ.

Sob o nome de ‘DJ D-Sol’, Solomon toca em clubes de elite em todo o mundo. Em Janeiro, gravou discos no badalado centro de Nova Iorque, Up & Down. O ‘remix Fleetwood Mac’ foi apresentado no Sirius XM .

De acordo com sua conta no Instagram , o ‘show’ mais recente foi em Abril. Entre as últimas actuações, destaca-se ainda a festa de ano novo nas Bahamas.

Em Setembro, fez parte do grupo de DJ que actuou no MTV Europe Music Awards, em Londres. Face ao salário como bancário, é quase consensual que DJ D-Sol apenas actua por ‘hobby’.

Segundo a Fortune, o bancário tem um salário anual, variável, de cerca de 1,85 milhões de dólares e em Janeiro recebeu 10 milhões de dólares em acções restritas. Mas David Solomon tem outra paixão que pode usar como exemplo. É um coleccionador de vinhos raros. Em Janeiro, a sua colecção de vinhos Manhattan de mil garrafas foi assaltada por um dos seus ex-assistentes que acabou indiciado pelo roubo de cerca de 1,2 milhões de dólares.

A situação está a ser acautelada pelo Ministério das Finanças, o Banco Nacional de Angola (BNA) e o Banco de Poupança e Crédito (BPC), segundo o Governo.

estudantes angolanos

O Ministério do Ensino Superior, Ciência, Tecnologia e Inovação (MESCTI) informou, em comunicado, divulgado, nesta sexta-feira, 20, que o Instituto Nacional de Gestão de Bolsas de Estudo (INAGBE) está a trabalhar para a regularização imediata do pagamento dos subsídios de bolsas de estudo aos estudantes no exterior do país.

A informação surge em reacção a notícias divulgadas em alguns órgãos de imprensa e nas redes sociais relativamente às dificuldades financeiras enfrentadas pelos estudantes bolseiros angolanos no exterior.

O MESCTI avança que a actual situação decorre da crise económica e financeira que o país atravessa e escassez de divisa, razão pela qual o INAGBE está a envidar esforços, em articulação com os parceiros directos em matéria de transferências de valores.

O órgão avança, por outro lado, que a situação está a ser acautelada pelo Ministério das Finanças, o Banco Nacional de Angola (BNA) e o Banco de Poupança e Crédito (BPC), reafirmando o seu empenho em solucionar rapidamente este problema.

Relativamente aos estudantes bolseiros na Universidade da Beira Interior, na Covihã, o sector de Apoio aos Estudantes em Portugal, tem mantido um contacto directo no sentido de honrar os compromissos no âmbito das bolsas de estudo, detalha o comunicado da entidade.

O INAGBE tem programada uma vídeo conferência via Web com os estudantes para ouvir as suas inquietações e elucidá-los sobre a crise financeira que o país enfrenta e sobretudo o que o MESCTI tem feito para cumprir com as suas obrigações.

Em Maio último, a ministra Maria do Rosário Sambo havia anunciado a suspensão temporária da atribuição de novas bolsas de estudos externas no ano lectivo 2018 devido às dificuldades financeiras resultantes da crise económica do país.

O INAGBE tem estudantes em 29 países, estando sob controlo 5.598 bolseiros externos, dos 30.308 estudantes angolanos que beneficiam de bolsas. O país com maior número de bolseiros é Cuba, com 2.556 estudantes, seguido da Rússia e depois a Argélia

A medida estipula que o crédito adicional em causa "deve ser atribuído faseadamente, em função das necessidades de pagamento".

investimento público

O Presidente da República, João Lourenço, aprovou, através de um decreto de 13 de Julho, um crédito adicional ao Orçamento Geral de Estado (OGE) de 123.576 milhões de kwanzas, para reforço das despesas inscritas no Programa de Investimento Público (PIP).

A medida, segundo o diploma, visa "suportar as despesas relacionadas com a conclusão e inscrição" no PIP de obras dos ministérios da Construção e Obras Públicas, da Energia e Águas, do Ensino Superior, Ciência, Tecnologia e Inovação, da Educação, do Ordenamento do Território e Habitação, e da Saúde.

O documento, que não adianta que obras serão incluídas no PIP deste ano, estipula, no entanto, que o crédito adicional em causa "deve ser atribuído faseadamente, em função das necessidades de pagamento e após esgotadas todas as verbas atribuídas inicialmente". No OGE em vigor, aprovado em Fevereiro, o Governo inscreveu uma dotação global de 179.055 milhões de kwanzas com os projectos PIP, nomeadamente a reabilitação de dezenas de quilómetros de estrada.

Entre Janeiro e Junho de 2018 os bancos comerciais compraram ao banco central praticamente 5.750 milhões de euros em leilões semanais de divisas, contrastando com os 6.837 milhões de euros do primeiro semestre de 2017.

Euros1

O Banco Nacional de Angola (BNA) vendeu aos bancos comerciais 31,5 milhões de euros por dia nos seis primeiros meses deste ano, resultando uma quebra homóloga de 16%.

De acordo com dados do BNA, citados pela Lusa, entre Janeiro e Junho de 2018 os bancos comerciais compraram ao banco central praticamente 5.750 milhões de euros em leilões semanais de divisas, contrastando com os 6.837 milhões de euros do primeiro semestre de 2017.

Em 2018, o pico das vendas de divisas pelo BNA atingiu-se em Maio, com 1.537 milhões de euros, e em Junho, com 1.389 milhões de euros.

Entre 09 de Janeiro e 04 de Julho, o kwanza acumulou uma depreciação de praticamente 37% face ao euro, decorrendo da aplicação do regime flutuante cambial, em que as taxas de câmbio passaram a ser formadas em função das licitações feitas pelos bancos comerciais em leilões.