Valor Económico

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O antigo presidente de Moçambique Joaquim Chissano é o principal orador de uma conferência que acontece em Luanda no próximo dia 6 de Junho, organizada pela Cátedra Professor Carlos Maria da Silva e a Faculdade de Direito da Universidade Católica de Angola.

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Sob o tema ‘A Experiência Moçambicana de Institucionalização Gradual das Autarquias Locais’, a conferência acontece numa altura em que Angola debate o modelo a seguir na implementação do poder local e terá, ainda como oradores, o antigo ministro moçambicano da Administração do Estado, Alfredo Gamito, e o jurista angolano Virgílio de Fontes Pereira, que também já ocupou a pasta de ministro da Administração do Território nos governos de José Eduardo dos Santos.

Segundo a organização, na oportunidade será apresentada também a obra ‘A Autonomia das Autarquias Locais e a Tutela do Estado em Angola: da Autonomia Perdida nos Períodos Colonial e Revolucionário (1482-1992) à Autonomia Frustrada no Período Democrático Actual’. Com a apresentação do jurista angolano Raúl Araújo, a obra científico-académica é a mais recente do jurista Carlos Feijó.

A conferência conta com as parcerias do VALOR ECONÓMICO e do hotel Epic Sana.

O Presidente da República, João Lourenço, começa a sua primeira deslocação oficial a França com uma visita à sede da UNESCO, em Paris, onde vai encontrar-se com a directora-geral daquela organização das Nações Unidas, Audrey Azoulay.

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A visita à UNESCO assume um significado particular, por ser a primeira que um Chefe de Estado efectua à sede da organização, desde a proclamação da Independência, em 1975. João Lourenço chegou ontem (27) a França para uma visita oficial de três dias em companhia da Primeira-Dama, Ana Dias Lourenço, tendo sido recebido pelo embaixador francês em Angola, Sylvain Itté. Na sede da UNESCO, o Presidente da República vai visitar uma exposição sobre as realizações, em Angola daquela organização das Nações Unidas.

A UNESCO aceitou os processos de candidatura da cidade do Kuíto Cuanavale (símbolo e referência para a paz na África Austral), do Corredor do Rio Kwanza e das Gravuras de Tchitundu-Hulu a património da humanidade.

 Programa de visita

A visita do Presidente a França merece espaço privilegiado na revista francesa “que estampa uma fotografia a toda a largura da capa com o título “Angola a promessa da mudança.” Por ocasião da visita, João Lourenço concedeu uma entrevista à revista francesa ‘Valeures Actuelles’, publicada em três páginas, em que o Chefe de Estado fala das mudanças que ocorrem no país, do combate à corrupção, da diversificação da economia e da cooperação entre Angola e França. A entrevista é publicada na edição referente à semana de 24 a 30 de Maio. Amanhã (29), o Presidente da República desloca-se a Toulouse, a 680 quilómetros a sul de Paris, onde vai visitar as instalações da gigante europeia de aviação Airbus e manterá um encontro com a comunidade angolana, durante a qual vai transmitir uma mensagem de esperança aos angolanos que lá vivem. Os serviços consulares da Embaixada de Angola em França garantem que em Toulouse vive uma grande comunidade angolana. Estima-se que mais de 20 mil estejam dispersos em várias regiões do território francês. O número é significativo nas regiões de Paris e Lyon, segundo dados do embaixador de Angola em França, João Miranda.

AUTOMAÇÃO MÉDICA. Sistemas vão poder realizar alguns trabalhos na tentativa de melhorar serviços e aumentar tempo dos profissionais com os pacientes.

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Um dos maiores hospitais do Reino Unido vai usar sistemas de inteligência artificial (IA) para substituir médicos e enfermeiros em algumas funções, que incluem desde o diagnóstico de cancro em exames de tomografia à triagem de pacientes de emergência, informou, na passada semana, o jornal britânico ‘The Guardian’.

O projecto experimental, com duração prevista de três anos, entre o hospital do University College London (UCL) e o Instituto Ala Turing, visa principalmente melhorar os serviços da instituição enquanto dispensa os profissionais de saúde para passarem mais tempo com os pacientes. Mas a iniciativa também já está a levantar preocupações com relação à privacidade e à segurança das suas informações e da instituição, assim como o papel destes mesmos profissionais dentro dela.

Segundo Bryan Williams, director de pesquisas da fundação responsável pela administração dos hospitais do UCL, a ideia é transformar o atendimento, e os resultados, dos pacientes de forma similar ao que empresas como Google e Amazon mudaram as relações de consumo.

“Isso deverá mudar o jogo”, disse Williams ao ‘Guardian’. “Você pode pegar o seu telefone e comprar uma passagem de avião, decidir que filme vai ver ou pedir uma pizza, e tudo isso envolve IA. No NHS (sigla em inglês para o Serviço Nacional de Saúde do Reino Unido), no entanto, não estamos nem perto de sermos tão sofisticados. Ainda enviamos cartas (aos pacientes), o que é incrível.”

A parceria, na qual o UCL está a investir uma soma “considerável” não informada, tem como motivação a crença de que os sistemas de IA podem ser ensinados a diagnosticar doenças, identificar pessoas sob risco de ficar doentes ou melhor alocar recursos via processos de aprendizagem de máquina. Desta forma, por exemplo, médicos e enfermeiros poderiam ser colocados em algumas enfermarias da mesma forma que o Uber direcciona motoristas para áreas com maior procura em determinadas horas do dia.

Assim, o primeiro projecto dentro da parceria tem como objectivo agilizar o atendimento no pronto-socorro do hospital, que assim como muitos no país não consegue cumprir a meta de tempo de espera máximo fixada pelo governo, de até quatro horas. Em Março, apenas 76,4% dos pacientes que precisaram de atendimento de emergência nos pronto-socorros ingleses foram atendidos em até quatro horas, a menor proporção desde que a espera começou a ser registada, em 2010.

“O nosso desempenho este ano não atingiu a espera de quatro horas, o que, de forma alguma, é reflexo da dedicação e compromisso dos nossos profissionais”, destacou Marcel Levi, chefe executivo do hospital.

Assim, usando dados de milhares de atendimentos, um algoritmo de aprendizagem de máquina poderia indicar, por exemplo, se um determinado paciente com sintomas em torno de uma dor abdominal, na verdade, tem um problema grave como uma perfuração intestinal ou uma infecção sistémica, apressando o seu atendimento antes que a sua condição se deteriore ao ponto de se tornar crítica.

“As máquinas nunca vão substituir os médicos, mas o uso dos dados, da experiência e da tecnologia podem mudar radicalmente a maneira como administramos os nossos serviços, e para melhor”, reconheceu Levi.

Outro projecto, já em curso, tem como objectivo identificar pacientes com maior probabilidade de faltarem às consultas. O neurologista no hospital do UCL, Parashkev Nachev usa dados como idade, endereço e condições do tempo para prever com um nível de acerto de 85% se um paciente vai comparecer às consultas ou exames agendados. Numa próxima fase, o hospital planeia realizar intervenções como enviar mensagens de texto para os pacientes para minimizar as faltas.

Um terceiro projecto, por sua vez, pretende usar a IA na análise de tomografias de 25 mil ex-fumantes recrutados como parte de uma pesquisa sobre cancro para saber se a avaliação dos exames pode ser automatizada.

CONSERVAÇÃO. Zona abriga espécies de aves migratórias como flamingos, pelicanos, grous, cegonhas, garças e águias. Depósito de lixo, desflorestação e as barreiras de migrações apontados como perigo para várias espécies migratórias.

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O Saco dos Flamingos, na comuna dos Ramiros, em Luanda, é, desde a semana passada, a primeira zona húmida do país a contar com placas que a identificam como Sítios Ramsar, considerados importantes para a diversidade biológica de uma região específica.

De acordo com o secretário de Estado para o Ambiente, Joaquim Manuel, é “relevante a identificação destes locais, uma vez que representa uma forma de atingir maior eficiência económica de sustentabilidade ambiental, para o bem-estar da população em relação à vida animal e vegetal”.

A recuperação das zonas húmidas, esclarece, implica também a migração de diversas aves, vindas até da Ásia, com um habitat em Angola, onde o local deve estar sadio para a recepção das mesmas e avistamento por parte dos populares e turistas.

“A conservação do habitat das zonas húmidas contribui para o equilíbrio do ecossistema e a construção de infra-estruturas sociais que agregam para o ecoturismo”, frisou.

Na zona dos Flamingos, foram avistadas espécies de aves migratórias como flamingos, pelicanos, grous, cegonhas, garças e águias.

Apesar de ser deficiente, a protecção das áreas de alimentação e paradas de aves migratórias em Angola, o responsável admite que já se sente maior atenção na limpeza destes locais pela passagem de aves nos locais, como são os casos do Saco dos Flamingos, em Luanda, e da Baia de Lobito, em Benguela.

O depósito de lixo, a desflorestação e as barreiras de migrações colocam em perigo várias espécies de aves migratórias.

Em Angola, estão identificadas 11 zonas húmidas, nomeadamente Lagoa do Carumbo (Lunda-Norte), do Arco (Namibe), Saco dos Flamingos (Luanda), Mangais da Foz do Rio Chiloango (Cabinda), complexo Lagunário de Saurico (Bengo), Lagoa do Calumbo (Luanda) e Baia do Lobito (Benguela).

O Complexo de Zonas Húmidas de Kumbilo (Kuando-Kubango), o troço do rio Kwanza da Muxima/Barra do Kwanza/Luanda, a lagoa da Quilunda (Luanda) e as Chanas do Parque Nacional da Cameia/Moxico são outras zonas húmidas eleitas.

Adoptada HÁ 47 anos

A Lista de Zonas Húmidas de Importância Internacional (ou, Lista de Ramsar) é o instrumento adoptado a 2 de Fevereiro de 1971, na cidade de Ramsar, no Irão, para promover a cooperação entre países na conservação e no uso racional das zonas húmidas no mundo. Ao aderir à convenção, os países signatários devem designar, pelo menos, uma zona húmida dos seus territórios para ser integrada à lista que, uma vez aprovada por um corpo técnico especializado, receberá o título de Sítio Ramsar.

As zonas húmidas reconhecidas como sítios Ramsar beneficiam de prioridade no acesso à cooperação técnica internacional e apoio financeiro para promover projectos que visem a sua protecção e a utilização sustentável dos seus recursos naturais, favorecendo a implantação, em tais áreas, de um modelo de desenvolvimento que proporcione qualidade de vida aos seus habitantes.

Fonte de biodiversidade

É considerada zona húmida toda a extensão de pântanos, charcos e turfas, ou superfícies cobertas de água, de regime natural ou artificial, permanentes ou temporárias, contendo água parada ou corrente, doce, salobra ou salgada. Abrange, inclusive, represas, lagos e açudes e áreas marinhas com profundidade de até seis metros, em situação de maré baixa. Elas fornecem serviços ecológicos fundamentais para as espécies de fauna e flora e para o bem-estar de populações humanas, rurais e urbanas, além de regular o regime hídrico de vastas regiões e funcionar como fonte de biodiversidade em todos os níveis. Também cumprem um papel vital no processo de adaptação e mitigação das mudanças climáticas, já que muitos desses ambientes são grandes reservatórios de carbono.

CRISE DIPLOMÁTICA. Companhia aérea que transporta Hassan Rousani está na lista renovada de sanções dos Estados Unidos que apresentam, como razão, medidas contra o financiamento ao terrorismo.

Presidente do Irao sem aviao

Os EUA impuseram novas sanções contra uma companhia aérea, coincidentemente, a que transporta o presidente iraniano Hassan Rouhani.

Em comunicado, tornado público no dia 24, o Departamento do Tesouro dos EUA adianta que a Dena Airways está designada para sanções com base numa ordem presidencial de 2001 destinada “a impedir o financiamento ao terrorismo”.

Segundo o comunicado, em Novembro de 2017, uma companhia aérea, previamente sancionada pelos EUA, a Meraj Air, transferiu as “operações de voo VIP” para a Dena Airways.

De acordo com Trita Parsi, directora executiva do National Iranian American Council (NIAC), a Dena Airways opera apenas com uma aeronave, que é usada para transportar o presidente Rouhani.

As novas sanções podem impedir o uso da aeronave Dena Airways para viagens oficiais, visto que as empresas de manutenção e gestão de aeroportos em todo o mundo podem recusar reabastecer e fazer manutenção da aeronave.

A Dena Airways é descrita como a versão do Air Force One do Irão, que transporta o presidente dos EUA. O governo iraniano, até ao dia 25, ainda não tinha reagido.

Dois iranianos ligados à Dena Airways e uma empresária turca também foram abrangidos pelas sanções, assim como três empresas ligadas à aviação.

São considerados “terroristas globais”, de acordo com o secretário do Tesouro dos EUA, Steven Mnuchin.