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Valor Económico

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BANCA. Coleccionador de vinhos raros e DJ, o futuro CEO do banco tem como um dos principais desafios conduzir um plano para aumentar a receita do banco em cinco mil milhões de dólares.

DAVID SOLOMON

O banco norte-americano de investimento, centenário Goldman Sachs, terá novo CEO a partir de Outubro. A confirmação foi feita na semana passada e David Solomon foi o escolhido para substituir Lloyd Blankfein que está há 12 anos a desempenhar essa função.

A nomeação, no entanto, confirma as cogitações feitas em Março, quando Solom, de 56 anos, foi nomeado para presidente e director das operações da instituição e, simultaneamente, o banco informava que o outro potencial candidato ao cargo, o então vice-presidente, Harvey Schwartz, se aposentaria em Abril. Entre 2006 e 2016, Solomon desempenhou o cargo de chefe da divisão de investimentos do banco onde chegou em 1999, influenciado pela relação que mantinha com vários gerentes do Goldman Sachs, enquanto quadro sénior de uma instituição concorrente, a Bear Stearns, onde liderou a divisão de ‘junk bonds’ e vendas de títulos de alto risco.

Formado em arte e ciências politicas pela Hamilton College, em Nova Iorque, começou o seu percurso bancário nos anos 1980 no já inexistente Irving Trust para, em 1986, ingressar no Drexel Burnham, seguindo para o Bear Stearns. Chegou ao Goldman Sachs em 1999.

Ao contrário de muitos dos colegas, que cresceram dentro do Goldman, Solomon foi contratado como resultado de um rápido crescimento na Bear Stearns. Em 2006, foi nomeado para liderar a divisão da banca de investimento que ocupou por dez anos e depois transferido para a direcção de operações.

David Solomon assume a presidência executiva em Outubro e um dos desafios imediatos é um plano para aumentar a receita do banco em cinco mil milhões de dólares ao longo de três anos. Outro desafio será a necessidade de inverter a tendência negativa do negócios de valores imobiliários, há muito considerados uma força central. No último semestre, tiveram desempenho pior do que outros grandes bancos nos últimos anos por margens amplas.

Tem, por outro lado, o pesado fardo de manter a tendência positiva das acções do banco Dyrante, em que, no mandato de Blankfein, subiram 57%, um desempenho melhor do que todos os principais bancos dos EUA, JPMorgan Chase e Wells Fargo. Enquanto presidente e director das operações, Solomon já pressionou algumas mudanças.

Introduziu uma tecnologia mais inteligente na negociação de acções e na gestão de investimentos. Transferiu vendedores de mesas de operações corporativas para a divisão de banco de investimentos para ajudar a agilizar as interacções com os clientes. Está empenhado na expansão da banca de consumo.

O DJ e o colecionar de vinhos

Apesar dos desafios, rigor e formalismo imposto pela banca, David Solomon inúmeras vezes, deixou transparecer o seu lado menos formal. Aliás, é conhecido como um contraste com o típico executivo de Wall Street. Em Julho de 2007, quando garantiu a oferta pública inicial da Lu Lulemon Athletica, o informalismo nas roupas não passou despercebido.

Houve quem pensasse que aquela forma de vestir se deveu apenas ao facto de a Lu Lulemon ser uma empresa de roupas desportivas. Reduziu o rigor no ‘dress code’ do banco. É defensor da redução do número máximo de horas trabalhadas durante os dias normais de trabalho de cerca de 90 horas para algo próximo de 70 a 75 horas por semana, excepção apenas quando os negócios justificarem.

Em diversas entrevistas no ano passado, destacou que um dos conselhos que dá a estudantes e futuros trabalhadores do banco é que não devem perder de vista as coisas pelas quais estão apaixonados. Um conselho que, certamente, não lhe tem sido difícil explicar, considerando a forma quase profissional como se entrega a uma das suas paixões: a música. É DJ.

Sob o nome de ‘DJ D-Sol’, Solomon toca em clubes de elite em todo o mundo. Em Janeiro, gravou discos no badalado centro de Nova Iorque, Up & Down. O ‘remix Fleetwood Mac’ foi apresentado no Sirius XM .

De acordo com sua conta no Instagram , o ‘show’ mais recente foi em Abril. Entre as últimas actuações, destaca-se ainda a festa de ano novo nas Bahamas.

Em Setembro, fez parte do grupo de DJ que actuou no MTV Europe Music Awards, em Londres. Face ao salário como bancário, é quase consensual que DJ D-Sol apenas actua por ‘hobby’.

Segundo a Fortune, o bancário tem um salário anual, variável, de cerca de 1,85 milhões de dólares e em Janeiro recebeu 10 milhões de dólares em acções restritas. Mas David Solomon tem outra paixão que pode usar como exemplo. É um coleccionador de vinhos raros. Em Janeiro, a sua colecção de vinhos Manhattan de mil garrafas foi assaltada por um dos seus ex-assistentes que acabou indiciado pelo roubo de cerca de 1,2 milhões de dólares.

A situação está a ser acautelada pelo Ministério das Finanças, o Banco Nacional de Angola (BNA) e o Banco de Poupança e Crédito (BPC), segundo o Governo.

estudantes angolanos

O Ministério do Ensino Superior, Ciência, Tecnologia e Inovação (MESCTI) informou, em comunicado, divulgado, nesta sexta-feira, 20, que o Instituto Nacional de Gestão de Bolsas de Estudo (INAGBE) está a trabalhar para a regularização imediata do pagamento dos subsídios de bolsas de estudo aos estudantes no exterior do país.

A informação surge em reacção a notícias divulgadas em alguns órgãos de imprensa e nas redes sociais relativamente às dificuldades financeiras enfrentadas pelos estudantes bolseiros angolanos no exterior.

O MESCTI avança que a actual situação decorre da crise económica e financeira que o país atravessa e escassez de divisa, razão pela qual o INAGBE está a envidar esforços, em articulação com os parceiros directos em matéria de transferências de valores.

O órgão avança, por outro lado, que a situação está a ser acautelada pelo Ministério das Finanças, o Banco Nacional de Angola (BNA) e o Banco de Poupança e Crédito (BPC), reafirmando o seu empenho em solucionar rapidamente este problema.

Relativamente aos estudantes bolseiros na Universidade da Beira Interior, na Covihã, o sector de Apoio aos Estudantes em Portugal, tem mantido um contacto directo no sentido de honrar os compromissos no âmbito das bolsas de estudo, detalha o comunicado da entidade.

O INAGBE tem programada uma vídeo conferência via Web com os estudantes para ouvir as suas inquietações e elucidá-los sobre a crise financeira que o país enfrenta e sobretudo o que o MESCTI tem feito para cumprir com as suas obrigações.

Em Maio último, a ministra Maria do Rosário Sambo havia anunciado a suspensão temporária da atribuição de novas bolsas de estudos externas no ano lectivo 2018 devido às dificuldades financeiras resultantes da crise económica do país.

O INAGBE tem estudantes em 29 países, estando sob controlo 5.598 bolseiros externos, dos 30.308 estudantes angolanos que beneficiam de bolsas. O país com maior número de bolseiros é Cuba, com 2.556 estudantes, seguido da Rússia e depois a Argélia

A medida estipula que o crédito adicional em causa "deve ser atribuído faseadamente, em função das necessidades de pagamento".

investimento público

O Presidente da República, João Lourenço, aprovou, através de um decreto de 13 de Julho, um crédito adicional ao Orçamento Geral de Estado (OGE) de 123.576 milhões de kwanzas, para reforço das despesas inscritas no Programa de Investimento Público (PIP).

A medida, segundo o diploma, visa "suportar as despesas relacionadas com a conclusão e inscrição" no PIP de obras dos ministérios da Construção e Obras Públicas, da Energia e Águas, do Ensino Superior, Ciência, Tecnologia e Inovação, da Educação, do Ordenamento do Território e Habitação, e da Saúde.

O documento, que não adianta que obras serão incluídas no PIP deste ano, estipula, no entanto, que o crédito adicional em causa "deve ser atribuído faseadamente, em função das necessidades de pagamento e após esgotadas todas as verbas atribuídas inicialmente". No OGE em vigor, aprovado em Fevereiro, o Governo inscreveu uma dotação global de 179.055 milhões de kwanzas com os projectos PIP, nomeadamente a reabilitação de dezenas de quilómetros de estrada.

Entre Janeiro e Junho de 2018 os bancos comerciais compraram ao banco central praticamente 5.750 milhões de euros em leilões semanais de divisas, contrastando com os 6.837 milhões de euros do primeiro semestre de 2017.

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O Banco Nacional de Angola (BNA) vendeu aos bancos comerciais 31,5 milhões de euros por dia nos seis primeiros meses deste ano, resultando uma quebra homóloga de 16%.

De acordo com dados do BNA, citados pela Lusa, entre Janeiro e Junho de 2018 os bancos comerciais compraram ao banco central praticamente 5.750 milhões de euros em leilões semanais de divisas, contrastando com os 6.837 milhões de euros do primeiro semestre de 2017.

Em 2018, o pico das vendas de divisas pelo BNA atingiu-se em Maio, com 1.537 milhões de euros, e em Junho, com 1.389 milhões de euros.

Entre 09 de Janeiro e 04 de Julho, o kwanza acumulou uma depreciação de praticamente 37% face ao euro, decorrendo da aplicação do regime flutuante cambial, em que as taxas de câmbio passaram a ser formadas em função das licitações feitas pelos bancos comerciais em leilões.

O Governo angolano rubricou, esta quinta-feira, em Luanda, um acordo financeiro com o Banco Mundial (BM), avaliado em 280 milhões de dólares, montante adicional para apoiar a segunda parte do Projecto de Desenvolvimento Institucional do Sector da Água (PDISA2) e do Projecto de Desenvolvimento da Agricultura Comercial.

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Assinado pelo ministro das Finanças, Archer Mangueira, pela parte angolana, e pelo representante do Banco Mundial em Angola e São Tomé e Príncipe, Oliver Lambertor, os dois acordos de financiamento, segundo o Governo, “vão dar um contributo importante à economia angolana, no momento em que existem grandes desafios para a diversificação da economia, estando enquadrados no Plano de Desenvolvimento Nacional (PDN)/2018-2022”.

O projecto da Agricultura comercial faz parte de um programa amplo que também tem financiamento da Agência Francesa de Desenvolvimento na ordem de 100 milhões de dólares, segundo as explicações do ministro Archer Mangueira.

Para o representante do BM o financiamento adicional, no valor de 150 milhões de dólares, do PDISA2 irá contribuir no aumento da cobertura do serviço de abastecimento de água em nove cidades do país, nomeadamente Lubango, Ndalatando, Dundo, Luena, Moçamedes, Kuito, Huambo, Malange e Uíge.

O valor, acrescentou, permitirá igualmente reforçar a capacidade institucional das empresas provinciais de Água e Saneamento, Direcção Nacional de Água, Instituto Regulador dos Serviços de Electricidade e de Água e do Instituto Nacional de Recursos Hídricos de Angola.

Em relação ao PDISA2, fez saber que irá beneficiar cerca de 1,2 milhões de pessoas nessas nove cidades, com serviços públicos de ligação de água domiciliária.

O Projecto de Desenvolvimento da Agricultura Comercial, no valor de 130 milhões de dólares, irá contribuir para o aumento da produtividade e o acesso ao mercado dos beneficiários elegíveis ao longo de dois corredores rodoviários criados.

Os dois corredores integram nomeadamente as províncias de Luanda, Bengo, Kwanza Norte e Malange, por um lado e, por outro, Luanda, Bengo, Kwanza-Sul, Huambo, Norte da Huila, que ligam a principal área agrícola do planalto central aos mais importantes mercados urbanos de Luanda.