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Valor Económico

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O Governo vai lançar um concurso público internacional para um quarto operador de telecomunicações, incluindo a rede fixa, móvel e de televisão por subscrição, integrando o Estado a estrutura accionista com 45% do capital.

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O anúncio foi feito hoje (26), em Luanda, pelo ministro das Telecomunicações e Tecnologias de Informação, José Carvalho da Rocha, garantindo que até final deste ano o regulador do sector terá disponíveis os cadernos de encargos para os investidores interessados.

"Vamos aumentar a concorrência. Vai melhorar o serviço e vamos actuar sobre os preços e a qualidade do serviço", afirmou o governante, acrescentando que o Ministério das Telecomunicações e Tecnologias de Informação já recebeu "várias" manifestações de interesse por parte de investidores nacionais e estrangeiros, mas que o processo, até à escolha final do operador, "não será concluído em menos de três meses".

José Carvalho da Rocha acrescentou que o Estado vai privatizar 45% do capital social da empresa pública Angola Telecom que, actualmente, se dedica apenas à rede fixa. Estas medidas inserem-se na reestruturação do sector das telecomunicações em Angola e para "dinamizar o mercado".

Passam a existir apenas dois títulos para operadores, multiserviço e global, este designado como título unificado e que permite prestar todo o tipo de comunicações, móveis e fixas.

O mesmo acontecerá com a quarta licença que agora seguirá para concurso público, permitindo, além de telecomunicações móveis e fixas, também dados e televisão por subscrição.

De acordo com os números hoje revelados pelo ministro José Carvalho da Rocha, Angola tem actualmente mais de 11 milhões de cartões da rede móvel registados.

As empresas petrolíferas angolanas (Sonangol) e italiana (ENI) rubricaram nesta segunda-feira (27), dois acordos de cooperação, entre os quais um de exploração de um bloco onshore (em terra) em Cabinda.

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Na presença do Chefe de Estado angolano, João Lourenço, e do primeiro-ministro da Itália, Paolo Gentiloni, os instrumentos jurídicos foram assinados pelo presidente do conselho da administração da Sonangol, Carlos Saturnino, e pelo administrador delegado da petrolífera italiana, Claudio Descalzi. Segundo o gestor da Sonangol, o acordo está ligado à transferência de operações do bloco em terra designado Cabinda Norte, tendo referido ainda que este bloco, operado há alguns anos, tem um potencial que deve ser relançado, a par de actividades sociais como a construção e o apetrechamento de uma escola no município de Cacongo, em Cabinda.

Os acordos contemplam a formação de pessoal angolano para a área de refinação e exploração de gás natural para o desenvolvimento socioeconómico da região, devendo o acordo estender-se para a refinaria do Lobito, exploração de petróleo bruto e gás em áreas existentes e em novas.

Carlos Saturnino acredita que deverão ser realizados investimentos importantes na refinaria de Luanda. Sobre o acordo, Carlos Saturnino disse que se trata de um memorando que dará lugar a ajustes específicos, considerando prematuros determinar o valor a investir.

O gestor particularizou, no entanto, o caso da refinaria de Luanda, projecto onde deverão ser realizados importantes investimentos no quadro dos acordos ora firmados.

Carlos Saturnino valorizou, por outro lado, o potencial da ENI, por se tratar de um investidor importante e de uma companhia que detém a maior parte das descobertas de petróleo no mundo, quando Angola não lança nenhum bloco para exploração desde Dezembro de 2011.

LITERATURA. Projecto pretende recolher e promover obras inéditas de escritores consagrados angolanos. A primeira fase reúne trabalhos de José Luís Mendonça, António Gonçalves, Cristóvão Neto e Luís Kandjimbo. O primeiro lançamento acontece hoje (27), em Luanda.

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Com o objectivo de valorizar o trabalho dos escritores angolanos, proporcionar encontros intelectuais entre os fazedores de literatura e promover maior competência linguística, o Movimento Lev’Arte, a Editoria Acácias, o Centro Cultural Português Camões e o Ministério da Cultura, lançaram na passada quarta-feira, em Luanda, o projecto ‘Troncos da Literatura Angolana’, tendo já seleccionado quatro escritores que vão participar com trabalhos inéditos.

Com um orçamento de mais de 14 milhões de kwanzas, o projecto pretende recolher obras inéditas de autores angolanos consagrados e divulgar a literatura característica do país.

De acordo com o coordenador do Movimento Lev’Arte, Kardo Bestilo, a iniciativa terá a duração de dois anos e prevê lançamentos de obras bimensais, em categorias como poesia, romance, conto, ensaio literário, literatura infantil e prosa.

Nesta primeira fase, a organização já reuniu obras inéditas de José Luís Mendonça, António Gonçalves, Cristóvão Neto e Luís Kandjimbo, que deverão constituir os primeiros dez livros da colecção ‘Troncos da Literatura Angolana’.

O orçamento vai ser dividido em dez subprojectos, que se traduzem em dez livros para a colecção, nesta fase inicial”, explicou Kardo Bestilo.

A directora do Centro Cultural Português, Teresa Mateus, valorizou a iniciativa e destacou a pertinência da colecção. “É um grande desafio para todos os parceiros que a agregam para massificar a literatura e também divulgar obras inéditas e de qualidade de autores de referência angolanos já consagrados e é um orgulho estar associado ao projecto”, afirmou.

Sobre os critérios de selecção dos autores para a colecção, o escritor e membro do projecto José Luís Mendonça apontou a “qualidade das obras, a inovação, a colagem à realidade sociocultural angolana e o domínio profundo da língua”.

“Como membro da mesa de leitura deste projecto, é possível que consideremos também um jovem que venha com uma obra muito relevante e este será também um tronco”, explicou.

Segundo José Luís Mendonça, os grandes nomes da literatura angolana, como o prémio Camões Artur Pestana Pepetela, Luandino Vieira e outros, vão igualmente fazer parte dessa colecção.

Obras inéditas, escritas em língua portuguesa e com até 50 páginas são outros requisitos da colecção ‘Troncos da Literatura Angolana’.

A colecção ‘Troncos da Literatura Angolana’ tem como público-alvo escritores, docentes, discentes, pesquisadores da cultura angolana, agentes culturais, associações literárias e amantes da leitura.

No âmbito deste projecto está marcado para hoje, 27 de Novembro, o lançamento do livro ‘Angola, Me diz Ainda’, de José Luís Mendonça, no Centro Cultural Português, em Luanda, a partir das 18h30.

EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA. Falta de financiamento para projectos de investigação científica, problemas de corrente eléctrica e de reabilitação, e asfaltagem e iluminação pública do troço que liga a futura escola são apontados como entraves.

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A abertura das Faculdades de Direito e de Economia no Kuando-Kubango, bem como dos cursos de Química, Física e Geografia na Escola Superior Pedagógica, foi defendida quinta-feira pelo reitor em exercício da instituição de ensino superior, Augusto Chipombela.

O académico, que apresentava à vice-governadora da província, Sara Luísa Mateus, o memorando sobre o estado funcional da Universidade Cuito Cuanavale, com a sede em Menongue, apontou como entraves à concretização dos objectivos traçados “a falta de financiamento para o projecto de investigação científica, de corrente eléctrica na reitoria, de reabilitação e asfaltagem do troço que liga a estrada da futura escola, bem como da iluminação pública”.

A falta de recursos financeiros condiciona a construção e apetrechamento dos laboratórios, a aquisição de reagentes e nódulos para manter o normal funcionamento dos laboratórios da instituição.

Entre as metas, para a afirmação da universidade no contexto nacional, está a transferência de duas unidades orgânicas localizadas no Kuando-Kubango para novas instalações situadas no bairro Tucuve, em Menongue, que apresentam melhores condições de acomodação.

O responsável adiantou que a falta de docentes nacionais remete a Universidade Cuito Cuanavale a uma situação de dependência da cooperação estrangeira e o reduzido número de funcionários não docentes diminui a capacidade de resposta e dificulta a realização dos serviços em tempo célere.

A realização de mais actividades de carácter científicas nas unidades orgânicas da universidade, incentivos de investigação científica, aquisição de bibliografia diversa, assim como a formação de especialistas em biblioteconomia e a criação de uma revista digital consta entre as metas da instituição.

A universidade pretende ainda desenvolver as principais linhas de investigação científicas, aplicar os resultados das pesquisas realizadas com relevância científicas, dinamizar a fazenda experimental localizada em Xangongo, no Cunene.

Apesar dos constrangimentos registados, de acordo com Augusto Chipombela, melhoraram-se as condições de trabalho, a aquisição de material e equipamento para acomodação dos gestores e responsável da universidade, bem como a aquisição bibliografia diversa.

A vice-governadora Sara Luísa Mateus, que reconheceu certas limitações da universidade, anunciou que, brevemente, será aberta uma instituição superior privada com cursos de Direito, Economia, entre outros técnicos, e vai proceder-se à extensão de alguns cursos para o interior da província.

Desde a sua criação, a universidade já formou 1.026 licenciados. Neste ano lectivo, foram matriculados 3.671 estudantes, 166 dos quais beneficiam de bolsas de estudo.

ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS. Duas das maiores geleiras da Antárctica podem derreter ainda este século. O rápido degelo dos glaciares Pine Island e Thwaites podem fazer milhões de desalojados.

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A 4.023 quilómetros da América do Sul, dois glaciares seguram o destino do planeta Terra tal qual o conhecemos. Numa remota região da Antárctica, conhecida como Pine Island Bay, os glaciares Pine Island e Thwaites estendem-se por 241 quilómetros. Vão derreter. Só não se sabe quando.

Os dois glaciares são dos maiores – e dos que estão a derreter mais rápido – em toda a Antárctica. Num artigo do princípio do ano, a Rolling Stone chamava-lhes “os glaciares do Apocalipse”. Juntos, funcionam como uma tampa que segura gelo suficiente para subir o nível médio das águas em três metros: uma quantidade que iria afundar qualquer cidade costeira no planeta. Por este motivo, descobrir o quão rápido vão derreter é uma das questões científicas mais importantes do mundo neste momento.

Para chegar a essa resposta, os cientistas têm analisado o fim da última Idade do Gelo, há mais ou menos 11 mil anos, quando as temperaturas globais subiram até aos níveis em que se encontram actualmente. As más notícias é que todas as provas dizem que, nessa altura, Pine Island e Thwaites derreteram rapidamente e inundaram todas as linhas costeiras mundiais. Os especialistas concluíram que o veloz colapso aconteceu devido a algo chamado “instabilidade marinha de penhascos de gelo”.

Nesta zona da Antárctica, o oceano é mais profundo, por isso, cada vez que um iceberg se separa cria penhascos cada vez maiores. O gelo, cada vez mais pesado, faz pressão nestes penhascos – que acabam por não aguentar o seu próprio peso e colapsam. Quando começarem a cair, será impossível pará-los.

Nos últimos anos, os glaciólogos da NASA têm chegado à conclusão de que esta instabilidade causada pelos penhascos de gelo vai desintegrar toda a zona oeste da Antárctica ainda este século, numa janela de 20 a 50 anos, muito mais rápido do que alguma vez se pensou. A cada minuto, penhascos do tamanho de arranha-céus vão colapsar e entrar dentro de água. O resultado é simples: uma catástrofe global de proporções que nunca vimos.

Um colapso integral de Pine Island e Thwaites irá provocar a subida das marés, a inundação das linhas costeiras, o desaparecimento de cidades em todo o mundo e milhões de refugiados climáticos.

Grande parte destas novas descobertas pertence a dois climatólogos, Rob DeConto e David Pollard. Um estudo publicado pela dupla de cientistas na revista Nature foi o primeiro a ter em conta a instabilidade dos penhascos de gelo e a ameaça que significam para o mundo. DeConto e Pollard recusaram a hipótese de o nível médio das águas do mar subir 90 centímetros em caso de degelo rápido e garantiram que o mais provável é que suba 1,80 metros. O pior cenário possível, os três metros, acontece se as emissões de dióxido de carbono se mantiverem nos níveis actuais.

Se subir 90 centímetros, as cidades de Nova Orleans, Houston, Nova Iorque e Miami ficarão completamente inundadas. Países do Pacífico, como as ilhas Marshall, perderiam grande parte do seu território. No caso mais provável, o dos 1,80 metros, 12 milhões de norte-americanos ficavam desalojados e Xangai, Bombaim ou Ho Chi Minh deixam de existir. Com três metros, o território onde vivem centenas de milhões de pessoas em todo o mundo ficaria debaixo de água. A Florida seria inabitável, Nova Iorque e Nova Jersey ficariam totalmente inundadas duas vezes por mês e a simples mudança da lua seria suficiente para agitar as marés em direcção a casas e edifícios.