José Filomeno dos Santos diz, em comunicado, ter se deslocado hoje (27 de Março) à PGR onde “assinou o termo de identidade e residência e procedeu a entrega dos passaportes”. O antigo presidente de conselho de administração do Fundo Soberano de Angola (FSDA), José Filomeno dos Santos afirma que está disponível para cooperar com a Procuradoria Geral da República (PGR), no caso sobre a alegada transferência irregular de 500 milhões de dólares para o exterior do país. Em comunicado, dirigido esta terça-feira, 27, aos órgãos de comunicação social, José Filomeno dos Santos destaca que “mantém total disponibilidade para continuar a cooperar com a Procuradoria Geral da República para a resolução plena e satisfatória desse processo”, o que, como refere, tem vindo a suceder desde o passado dia 27 de Fevereiro. José Filomeno dos Santos sublinha que desde a data atrás descrita até ao passado dia 05 de Março mostrou-se sempre disponível para colaborar no caso, por iniciativa própria, sendo que foi somente constituído arguido no passado dia 06 de Março. Mesmo já na condição de arguido e após interrogatório, o antigo PCA do FSDA afirma nunca lhe ter sido aplicado ou tão-pouco notificado, desde então, nenhuma medida de coação, conforme anunciado ontem pela PGR, em conferência de imprensa. Na sequência destas declarações, Zenu dos Santos – como também é conhecido – diz ainda, no comunicado que vimos referindo, que deslocou-se hoje (27 de Março) à PGR onde “assinou o termo de identidade e residência e procedeu a entrega dos passaportes”.
Valor Económico
Governo quer travar abate indiscriminado da floresta
EXPLORAÇÃO FLORESTAL. Autoridades acreditam que o cenário da última época florestal, do abate indiscriminado de madeira, não se vai repetir este ano. E garantem que as regras vão ser mais apertadas. Na última época florestal, suspensa pelo Governo angolano a 31 de Janeiro de 2017, foram constantes os relatos de dezenas de camiões a circularem diariamente na província, carregados com toros de madeira para a exportação, sem qualquer transformação local. O vice-governador do Moxico, Carlos Alberto Masseca, admitiu a preocupação com o cenário vivido no último ano e garantiu que a definição de “melhor modelo” de exploração de madeira está a ser preparado, com o Governo central, para a próxima época, que deverá arrancar em Maio. “Em relação à madeira, reza a história que sempre foi um elemento importantíssimo na economia do Moxico. Não há uma oposição à exploração da madeira. A grande questão é o modelo que temos de aplicar”, sublinhou. A prioridade, diz Carlos Alberto Masseca, passa por apostar nas indústrias de transformação que já existem na província e captar outros investimentos, para garantir que a madeira seja tratada localmente. “No nosso entendimento, o melhor modelo passa pela transformação da madeira cá na província. Nós temos de, a partir da madeira, criar indústrias, criar empregos, por esta via, e gostaríamos, pelo potencial que temos, que o Moxico, nos próximos tempos, fosse a capital do móvel em Angola”, apontou o vice-governador. Apesar da intenção, de apertar as regras da exploração florestal, já anunciada pelo Governo, o bispo da diocese do Moxico, Tirso Blanco, que, nos últimos meses, denunciou publicamente o “abate indiscriminado e selvagem” da floresta da província, confessa preocupação com o que aconteceu e a necessidade de “todos estarem muito atentos”. “Quem conhece o Moxico sabe que o nosso chão é areia, basicamente. Tirando a madeira e a floresta que cá está, isto virará um deserto”, critica, falando numa “desflorestação selvagem” no último ano, algo sem precedentes. “Nunca, mesmo na história passada, houve uma desflorestação desta forma”, criticou, garantindo ter chegado a contar 200 camiões por dia, carregados com madeira retirada das florestas do Moxico, circulando por uma rede rodoviária que, naquela província, já é débil, com apenas 5% de estradas asfaltadas. “A população não beneficiou em nada e até o pouco que tínhamos, de estradas que comunicavam com o resto do país, ficou destruído pelo peso e frequência destes camiões. Pontes e caminhos”, exemplifica o bispo. Com nove municípios, o Moxico tem uma superfície superior a 223 mil quilómetros quadrados, mais do dobro da área de Portugal, mas enfrenta, desde logo, a falta de vigilantes para os vários polígonos florestais. “O número de empresas vai reduzir porque há muitas que não têm capacidade efectiva e passam para estrangeiros, a exploração dos nossos recursos. Mas, a partir deste ano, o quadro vai mudar”, começou por apontar, em declarações à Lusa, o director provincial de Agricultura do Moxico, Tomás Manuel Inácio. “Actualmente, já funcionam cinco indústrias locais de tratamento primário da madeira em toros e mais duas de carteiras e cadeiras. Aposta que será reforçada este ano, garante o responsável, acrescentando que “vai dar empregos e permitir que a província se desenvolva mais e tenha mais recursos”. Garante que já há contactos com investidores privados, para a instalação no Moxico, garantido o tratamento local da madeira, daí a confiança que o cenário do último ano, de abate indiscriminado de madeira e sem retorno para a província, não se volte a repetir.
Bill Gates critica “pouco investimento” no homem
DESENVOLVIMENTO. Segundo homem mais rico do mundo participou da reunião ampliada do Conselho Económico Nacional da Nigéria, país que acolhe a maior sede da Fundação Bill/Melinda Gates em África. O multimilionário Bill Gates defendeu a necessidade de o governo nigeriano “colocar o homem no centro das suas decisões para melhor tirar proveito do potencial económico do país”. “A escolha mais importante que pode fazer é maximizar o seu maior recurso, o povo nigeriano. A Nigéria vai prosperar quando todo o nigeriano for capaz de prosperar. Se investir em saúde, educação e oportunidades – o ‘capital humano’ de que falamos hoje – então eles estabelecerão as bases para a prosperidade sustentada. Senão o fizer, é muito importante reconhecer que será um limite agudo para o quanto o país pode crescer”. Bill Gates participou numa reunião ampliada do Conselho Económico Nacional (NEC) que se realizou com o tema ‘Investimento de capital humano no apoio à agenda de crescimento económico e em prol dos pobres’. O segundo homem mais rico do mundo disse que o Plano de Recuperação e Crescimento Económico (ERGP) da Nigéria é um documento que “identifica investimento nas pessoas, mas não se reflecte na sua implementação”. “Para ancorar a economia a longo prazo, os investimentos em infra-estruturas e competitividade devem andar de mãos dadas com investimentos em pessoas. Pessoas sem estradas, portos e fábricas não podem desenvolver-se. E estradas, portos e fábricas sem trabalhadores qualificados para construir e gerir não podem sustentar uma economia”. Para sustentar a tese da necessidade de o governo nigeriano apostar mais no desenvolvimento humano, lembrou que é o quarto pior país em mortalidade materna do mundo. Bill Gates contou com o apoio do homem mais rico da Nigéria. Na ocasião, Aligo Dangote apelou os governantes a serem “verdadeiros líderes” o que, no seu entender, passa por “investir no homem”. “Meus amigos no governo devem liderar. Quando fizerem isso, ter-se-ão comprometido com nigerianos como eu. Na Nigéria, temos conseguido crescer através da extracção de recursos naturais e agora estamos a construir sobre isso através de nossa infra-estrutura física. Mas devemos também lembrar que são os nossos jovens que impulsionarão o nosso sucesso futuro”, defendeu. O vice-presidente nigeriano, Yemi Osinbajo, que presidiu ao encontro, reconheceu a necessidade de mais investimento no homem, sublinhando que o governo aceita os desafios lançados pelos dois empresários. “Não temos outra escolha, porque o problema, literalmente, cresce diariamente”, acrescentando que o país só pode alcançar as metas do Plano de Recuperação e Crescimento Económico com investimento nos recursos humanos. O maior escritório de África da Fundação Gates está na Nigéria onde já terá investido cerca de 1,6 mil milhões de dólares. “A nossa fundação investiu mais de mil milhões de dólares na Nigéria, principalmente em saúde, e estamos muito comprometidos com o desenvolvimento global. Queremos discutir o financiamento de vacinas e como podemos ser eficazes como parceiros para que os recursos de saúde cresçam com o tempo”, adiantou Bill Gates, num encontro que manteve com a ministra das Finanças da Nigéria, Kemi Adeosun. Na Nigéria, o homem da Microsoft também se reuniu com o presidente Muhammadu Buhari. O ERGP é um documento de médio prazo lançado pelo governo de Muhammadu Buhari, em 2017, para restaurar o ‘status’ económico do país após ser atingido pela pior recessão em 29 anos.
Luaxe, a esperança da Alrosa nos diamantes
MINÉRIO. Início da produção na mina que está localizada a 20 quilómetros de Catoca está prevista para dentro de cinco anos. Condições geológicas menos difíceis, face a outros activos mundiais, justifica aposta da líder mundial. A mina de Luaxe, situada nas proximidades de Catoca, é a principal esperança da Alrosa para fazer face à tendência decrescente da produção mundial de diamantes, segundo o CEO da maior diamantífera do mundo, Sergey Ivanov. “A produção mundial de diamantes ficará em torno de 130 milhões de quilates nos próximos anos. Não houve grandes descobertas de depósitos de diamantes, mas a Luaxe, em Angola, tem reservas interessantes e está perto das nossas instalações em Catoca. Entrará em produção dentro de quatro a cinco anos”, explicou o gestor numa entrevista publicada, recentemente, na página da empresa. Sergey Ivanov garante que a empresa investe, anualmente, cem milhões de dólares na exploração em minas russas, sobretudo na Yakutia, que apresenta condições geológicas mais difíceis que Luaxe. “O potencial para novas explorações em Angola é também bastante significativo. Talvez até mais que Yakutia. No Luaxe, só precisamos de remover 10 a 20 metros de massa rochosa e começar a produzir, tem uma geologia totalmente diferente. Em Yakutia, operamos em condições de permafrost (rochas constituídas por terra, gelo e permanentemente congelado)”, comparou. “Temos mais alguns projectos de exploração interessantes em África, mas, mesmo que tenhamos a sorte de descobrir alguma amanhã, ainda levaria de cinco a sete anos para se desenvolver”, acrescentou. Sergey Ivanov não se mostra preocupado com um eventual insucesso destes projectos visto que é o líder mundial em reservas. “Temos mil milhões de quilates na reserva, o que contribui para uma base de recursos de 25 a 30 anos, mesmo se não encontrarmos novos campos. No ano passado, produzimos 39,6 milhões de quilates - o recorde de produção pós-soviética, desde 1990. Este ano, a produção diminuirá um pouco.” A mina de Luaxe foi descoberta em 2013 como resultado de um estudo que serviu para identificar o potencial diamantífero do país realizado pela Endiama e a Alrosa. A pesquisa geológica aponta para reservas avaliadas em 350 milhões de quilates e uma vida útil de mineração de 30 anos, com potencial para produzir mais de 10 milhões de quilates por ano, com um valor estimado de 35 mil milhões de dólares. A Alrosa e a Endiama fazem parte da sociedade, por um lado, através da Sociedade Mineira de Catoca, que detém 50,5% do projecto, e, por outro, singularmente com 8% cada uma. São ainda parte da sociedade a Artcon com 23,3%, a Makakuima com 5,2% e a Kollur com 5%. Com 41% cada uma, a Endiama e a Alrosa são os maiores accionistas da Sociedade Mineira de Catoca, detentora da maior mina do país, responsável pela extracção de mais de 70% dos diamantes do país.
Rolex, a empresa mais reputada do mundo em 2018
RANKING. Marca de relógios possui receitas anuais avaliadas em 4,7 mil milhões de dólares, mas, no ano passado, chegou a atingir o valor de 8,05 mil milhões de dólares. Este ano, a Rolex assume a liderança do ‘ranking’ pelo terceiro ano consecutivo. A Rolex, uma empresa suíça fabricante de relógios de pulso e acessórios, com sede em Genebra, foi considerada, pelo terceiro ano consecutivo, como a companhia mais respeitável do mundo em 2018, indica o mais recente ‘ranking’ do Reputation Institute (RI), uma firma de serviços de medição e gestão de reputações. A marca já tinha sido distinguida como a mais valiosa, em 2017, pela BrandZ Top 100, um relatório elaborado pelo consultor de pesquisa Kantar Millward Brown, que classifica as principais marcas do mundo pelo seu valor estimado de mercado. Fundada em 1905 pelo alemão Hans Wilsdorf, a Rolex possui, em média, receitas anuais avaliadas em 4,7 mil milhões de dólares, mas, no ano passado, a marca chegou a atingir o valor de 8,05 mil milhões de dólares. É uma companhia que dedicou todos os seus esforços para redefinir o que é vencer”, afirma o director de pesquisa do RI, Hahn-Griffiths, sobre a campanha da marca de relógios de luxo. Ainda assim, ao longo dos anos, a nota da marca diminuiu para 79,3 no ‘ranking’, muito próximo de 80, que é a marca de excelência da RI. Desde 2006, o RI publica o ‘Global RepTrak 100’, um estudo anual da reputação corporativa. O ‘ranking’ deste ano revelou um declínio de, em média, 1,4 na pontuação do Top 100, a primeira regressão significativa desde o fim da Grande Recessão. Para determinar as companhias mais reputadas do mundo, o RI, segundo a revista Forbes, entrevistou mais de 230 mil pessoas em 15 países entre Janeiro e Fevereiro de 2018. Segundo os critérios do ‘ranking’, todas as empresas devem ter receita superior a cinco mil milhões de dólares, presença em todos os países pesquisados e 40% da população geral dessas nações devem estar familiarizadas com a marca. Comportamento ético, justiça, valor do produto e transparência são, entre outros, os factores mais importantes para determinar a reputação de uma empresa. Terá sido por essa razão, segundo a Forbes, que a Apple caiu 38 posições no ‘ranking’, estando agora posicionada em 58.º lugar. O declínio, que não representou qualquer surpresa para os analistas, é explicado por incidentes como o conflito de criptografia com o FBI, as acusações de evasão fiscal, número decepcionante de vendas do iPhone X e as controvérsias sobre a adulteração de baterias. LEGO PERSISTE NOS LUGARES CIMEIROS Outros destaques incluem a Lego, a fábrica de brinquedos dinamarquesa, que surge em segundo lugar pela segunda vez consecutiva com uma nota de 77,9, graças à transparência e iniciativas sustentáveis como a produção de peças com materiais naturais. Apesar de o grupo dinamarquês ter reportado, em Março, uma quebra de 8% nas receitas do ano passado, para 34.995 milhões de coroas dinamarquesas (5.792 milhões de dólares), a companhia conseguiu conservar o segundo lugar em 2018. Segundo a empresa dinamarquesa, “enquanto as receitas nos mercados estáveis da América do Norte e da Europa desceram em 2017, o total de vendas ao consumidor em alguns destes mercados cresceu, particularmente nos últimos meses do ano”, sendo que o grupo “vê oportunidades de voltar a crescer nestas regiões e vai trabalhar de perto com os retalhistas”. “O grupo vê também um grande potencial no mercado chinês, onde as receitas cresceram aos dois dígitos percentuais em 2017”, refere a Lego, recordando ter recentemente assinado um acordo de parceria “com uma das maiores companhias de Internet do país, a Tencent”, com o objectivo de “expandir ainda mais a presença neste mercado estratégico”. Também prevista para o final de 2018 está a abertura de um escritório da Lego no Dubai “para apoiar o crescimento das operações no Médio Oriente e em África”.
Zénu dos Santos renuncia ao indulto de João Lourenço e aponta “equívoco...