Valor Económico

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Orgão deverá contar numa primeira fase com uma comissão directiva provisória, que dirigirá a instituição até a realização da primeira assembleia eleitoral em que serão eleitos os órgãos sociais.

Fausto Simões

A Ordem dos Economistas de Angola (OEA) deverá ser proclamada nesta quinta-feira (01 de Março), em Luanda, durante uma reunião da sua Assembleia Constituinte que é até ao momento dirigida por uma comissão instaladora.

De acordo com uma nota de imprensa da comissão instaladora, a Assembleia Constituinte é o resultado do trabalho efectuado pela comissão instaladora que em um ano e meio produziu os instrumentos legais necessários, como projecto de estatutos, projecto de regulamento eleitoral, projecto de regulamento disciplinar.

“A Assembleia deverá contar com mais de 250 profissionais, que por direito adquirem o estatuto de membros fundadores e irá aproveitar a ocasião para eleger a comissão directiva provisória, que dirigirá a instituição até a realização da primeira assembleia eleitoral em que serão eleitos os órgãos sociais da ordem”, lê-se no documento.

A criação da OEA enquadra-se na Lei de Bases das Associações Públicas e vem dar resposta à necessidade de valorização da profissão de economista, a qual adquiriu nos últimos dias, uma importância económica e social acentuada, daí exigir-se uma entidade que discipline, salvaguarde valores e crie condições de enquadramento e valorização técnico-profissional da classe e se assume como parceiro social do Estado.

Numa recente entrevista ao VE, o coordenador da comissão instaladora da Ordem dos Economistas, Fausto Simões, falou sobre os critérios de acesso de candidatos a membros, tendo lembrado que estes deveráo possuir, em primeira instância, a licenciatura, mestrado ou doutoramento em Economia ou num dos ramos de gestão.

“No futuro, com a criação de um regulamento de estágios, obviamente que os critérios serão mais apertados. Estamos a admitir que no futuro os economistas juniores deverão, a exemplo do que acontece nas outras Ordens aqui no país e no estrangeiro, passar por um estágio que os capacite afim de eles, depois de um certo período, na condição de membros estagiários, passem a membros efectivos depois avaliados e recomendados por uma equipa de dois ou três economistas seniores que acompanharão estes jovens economistas e gestores”, conclui o economista.

A liderança e as características que um grande líder deve possuir acompanhando a evolução da actualidade são temáticas que se encontram no centro das preocupações das organizações.

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O líder do futuro será alguém capaz de desenvolver uma cultura ou um sistema baseado em princípios, mostrando a coragem e a humildade de aprender e crescer continuamente com a sua equipa, alguém capaz de mobilizar e inspirar, construindo um caminho partilhado.

O gosto pelo desafio, a curiosidade pelo desconhecido, a procura de inovação e a vontade de arriscar e experimentar caracterizam os futuros líderes.

A liderança não é uma característica inata nem exclusiva de uma determinada cultura. Ela existe e desenvolve-se em todos os patamares sociais, em todas as culturas e até em todas as profissões, e por isso é importante considerar duas perspectivas: a existência das pessoas na relação com os seus líderes e o que as organizações realmente necessitam.

Assim, indo ao encontro das características dos líderes do futuro, ressalvamos o modelo de cinco práticas de Kouzes & Posner (2008) assente em cinco práticas capazes de dar resposta às necessidades de um ‘innovative leader:’

1) “Modelam o Caminho”: situam os princípios e as regras do jogo e dão o exemplo;

2) “Inspiram uma Visão Comum”: visionam o futuro, comunicam, informam e motivam;

3) “Desafiam o Processo”: procuram oportunidades, experimentam e correm riscos e aprendem com os erros;

4) “Dão suporte à Acção”: promovem a colaboração e desenvolvem e fortalecem os outros; e 5) “encorajam o coração”: reconhecem as contribuições e celebram as vitórias.

De modo a compreender e a identificar as práticas que os líderes utilizam no seu dia-a-dia e com base numa liderança transformacional, os mesmos autores desenvolveram o ‘Leadership Practice Inventory’ (LPI®), um instrumento desenhado para obter ‘feedback’ acerca de comportamentos de liderança que pode ser utilizado como instrumento de 360º para que o líder obtenha informação acerca do seu comportamento, como está no presente e como pode evoluir e também fornecer ‘feedback’ baseado nos dados de diferentes perspectivas. O estudo revelou (ver exemplo imagem 1) que a produtividade e o ‘empowerment’ têm uma correlação significativa com os resultados do LPI®, bem como os líderes que adoptam as cinco práticas, são vistos como indivíduos que: são mais eficazes em alcançar resultados; têm mais sucesso a defender os seus departamentos; criam equipas de elevado desempenho; promovem lealdade e o compromisso. Revelou também que as cinco Práticas de Liderança de Excelência estão significativamente correlacionadas com a satisfação no trabalho, a produtividade e o comprometimento organizacional. O estudo foi realizado em líderes de todo o mundo, tem uma fidelidade acima dos .90 e o índice de desejabilidade social não foi significativo. As correlações foram encontradas em organizações do sector público, privado, sem fins lucrativos, e os resultados são consistentes em organizações em todo o mundo. Após a aplicação do estudo, foi possível obter depoimentos de alguns dos líderes que participaram no mesmo, vejamos o caso de Ron Crossland, vice-presidente,Tom Peters Company que afirma:

“Utilizo o LPI® nos meus clientes há mais de 15 anos, em mais de 20 países em todo o mundo. Nunca falhou em ajudar os gestores a ganharem consciência acerca do que realmente põem em prática. Recomendo fortemente este instrumento universal e acessível a qualquer pessoa que queira melhorar a sua capacidade de liderança.”

Steve Coats, Sócio Gerente, International Leadership Associates diz: “Utilizo o LPI® com os meus clientes há mais de uma década. É elegantemente simples, no entanto, profundamente poderoso. Mas, mais importante, as pessoas que o adoptam no seu desenvolvimento como líderes tornam-se efectivamente melhores líderes. Conclusão: o LPI® funciona.”

Assim, partindo da aplicação do LPI® e dos resultados obtidos, ressalvamos a importância da aplicação do modelo das cinco práticas de liderança aos líderes actuais e que serão também em simultâneo os líderes do futuro e que, por isso, devem formar uma visão impulsionadora do alcance de objectivos, desafios e sucessos.

O ‘workshop’ “As cinco práticas de liderança de excelência”, que iremos dinamizar em Luanda, em parceria com a Human Skills, será um dia de partilha e prática deste modelo, que tem como objectivo uma liderança transformacional e inspiradora, pois é através das cinco práticas e dos seus comportamentos que o líder transforma a realidade e consegue mobilizar e inspirar a sua equipa.

DIFICULDADES. Escassez de recursos materiais e financeiros compromete igualmente trabalhos de extensão universitária em unidades orgânicas no Huambo, Bié e Moxico. A crise já forçou a redução de vagas no presente ano académico.

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O reitor da Universidade José Eduardo dos Santos (UJES), Cristóvão Simões, admitiu, na semana passada, no Huambo, que a instituição que dirige desde 2009 está com “dificuldades” para realizar trabalhos de investigação científica, devido à “falta de quadros suficientemente qualificados”.

Na base do problema, segundo o académico que falava em conferência de imprensa, está igualmente a “escassez de recursos materiais e financeiros”, o que tem limitado a UJES a desenvolver apenas actividades ligadas ao ensino. É por este motivo, justifica Cristóvão Simões, que também “não estão a ser realizados trabalhos de extensão universitária” naquela instituição do ensino superior pública que conta, para além da sede no Huambo, com unidades orgânicas no Bié e no Moxico.

“É difícil falar em termos de pesquisa, investigação e extensão universitária, já que temos mais dificuldades, porque envolvem meios materiais e humanos mais sofisticados que nem sempre possuímos”, justificou.

O médico avançou ainda que a publicação de artigos e obras literárias e científicas é bastante escassa na UJES, apesar dos esforços contínuos que têm sido feitos para se ultrapassar o quadro actual.

Apesar das dificuldades, o reitor esclareceu que, para garantir a extensão universitária, têm sido realizadas algumas acções, essencialmente nos cursos de saúde, em que são desenvolvidos actos positivos junto dos hospitais e das comunidades.

Para o presente ano académico, a UJES disponibilizou 2.200, contra as 2.745 do ano passado, uma redução de 545 lugares, que, segundo o reitor em declarações à Angop em Dezembro, se deveu à “insuficiência de infra-estruturas”.

Localizada na V Região Académica, a UJES tem nove unidades orgânicas, nomeadamente as Faculdades de Ciências Agrárias, Medicina Humana, Medicina Veterinária, Economia, de Direito, o Instituto Superior Politécnico (ISP), todas localizadas no Huambo, e as Escolas Superiores Politécnicas (ESP) no Bié e no Moxico.

ESP Bié quer formar mestres

O chefe de departamento para os assuntos académicos da Escola Superior Pedagógica do Bié, afecta à UJES, Aristides Jaime Yandelela Cambuta, garantiu que estão criadas as condições para a abertura do Instituto de Formação de Mestrado. Para já, segundo o responsável, a instituição está a negociar, desde o mês passado, junto do Ministério do Ensino Superior para a materialização do projecto.

A ESP conta com nove professores doutores, formados nos últimos três anos, estando 10 em formação, além dos 14 mestres e 30 em formação no país e no estrangeiro, tendo como foco incentivar licenciados que queiram dar continuidade à formação.

CONSERVAÇÃO AMBIENTAL. Implementação inicial do plano de protecção deverá durar dez anos. Até 2022, pretende-se, em todo o país, que haja um aumento de 12% para 17% de áreas protegidas.

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O Huambo, Kwanza-Sul, Malanje e Uíge poderão, ainda este ano, contar com novas áreas de conservação, a serem criadas no âmbito do Plano Estratégico para o Sistema de Áreas Protegidas de Angola (PESAP), noticiou a Angop.

O referido plano, apresentado na passada semana às instituições do Estado e da sociedade civil para auscultação, orienta a expansão, a longo prazo, dos sistemas de áreas de conservação em Angola, de forma a materializar uma rede nacional de conservação da biodiversidade, que conduza à estabilidade ecológica, à resiliência às alterações climáticas e ao bem-estar das comunidades.

A iniciativa visa clarificar o papel das áreas de conservação na protecção das espécies e diversificação da economia, promovendo uma gestão eficiente e sustentável dos recursos humanos, bem como assegurar a existência de condições que permitam que as áreas de conservação sejam geridas de maneira eficaz de modo a que possam dar resposta aos objectivos da sua criação.

De acordo com o director-geral do Instituto Nacional da Biodiversidade e Áreas de Conservação (INBAC), Aristófanes Pontes, o plano terá inicialmente duração de 10 anos (2018 e 2028), sendo que se prevê, até 2022, o aumento de cerca de 12,98% para 17% de áreas protegidas em todo o território nacional.

Além das novas áreas terrestres, em coordenação com o Ministério das Pescas e do Mar, pretende-se criar 10% de áreas marinhas protegidas ao longo da costa com aproximadamente 1.650 quilómetros, actualmente sem nenhuma protecção.

Numa primeira fase, o PESAP sugere a criação de zonas protegidas nos parques nacionais da Quiçama (Luanda) e do Iona (Namibe), com vista a garantir a protecção e a gestão eficaz da linha de costa da Baía dos Trigres, estuário do Cunene, entre outras zonas.

Constam do plano o estuário do rio Chiloango (Cabinda), a península Sereia, no Soyo (Zaire), a zona costeira da foz do rio Longa e a área do Ombaca (Kwanza-Sul) e Bentiaba (Namibe).

De acordo com Vladmir Russo, director executivo da Fundação Kissama para a Área Ambiental e Administração que também participou da apresentação do projecto, um dos objectivos é “fomentar a criação de áreas marinhas protegidas com o intuito de permitir a sustentabilidade aos recursos”.

“E esta sustentabilidade deve estar assente numa gestão que privilegie as opções naturalizadas e adaptativas para salvaguardar os recursos e valores naturais patrimoniais e paisagísticos”, defendeu o ambientalista. Angola dispõe de nove parques nacionais, um parque natural regional e quatro reservas naturais integrais, que compõem os 12,98% do território nacional.

O processo de inspecção da madeira apreendida pelas autoridades em vários municípios do país, no âmbito da cessação da campanha florestal/2017, que foi prorrogada até o dia 31 de Janeiro de 2018, começa nenesta segunda-feira.

Madeira

A acção, a ser conduzida pela Comissão Ministerial, criada na última sexta-feira pelo Ministério da Agricultura e Florestas, visa aferir a legalidade de exploração da madeira retida e fazer o balanço do grau de cumprimento do Decreto Presidencial n.º 274/17, de 10 de Novembro, que prorrogou a campanha florestal/2017 até 31 de Janeiro de 2018, em vez de Novembro ou Dezembro, época que habitualmente termina o ano florestal que começa no mês de Maio de cada ano.

A comissão, composta pelos ministérios da Agricultura e Florestas, Defesa, Indústria, do Interior, Comércio, bem como pelo Banco Nacional de Angola (BNA) e a Administração Geral Tributária (AGT), tem trinta dias, a contar desta segunda-feira, para apresentar um relatório ao ministro da Agricultura.

Após a inspecção desta comissão, a madeira que estiver legal poderá ser transaccionada pelos proprietários no mês de Maio próximo, período em que começa a campanha florestal anual, enquanto a madeira explorada ilegalmente será confiscada pelo Estado, segundo o director nacional de Florestas, Nazaré Veloso.

Em declarações à Angop, a fonte explicou que a comissão vai procurar, essencialmente, saber as razões que levaram os madeireiros a transaccionar o produto depois do término da campanha florestal/2017, aferir o estado técnico dos caminhões, assim como o licenciamento das empresas exploradoras.