E agora pergunto eu...

08 May. 2025 Geralda Embaló Opinião

Seja bem-vindo querido leitor a este seu espaço onde perguntar não ofende, depois de uma semana de Dia Mundial do Trabalhador, uma data assinalada um pouco por todo o mundo e que celebra o espírito do trabalho, dos direitos do trabalhador, direitos promotores da segurança da igualdade e da dignidade no trabalho - realidades bonitas que tão poucos trabalhadores angolanos se podem gabar de ter.

E agora pergunto eu...

Há aliás tantas particularidades do trabalhador angolano e do seu ambiente de trabalho que - e agora pergunto eu - será que temos motivos bastantes de celebração?

O Valor Económico, jornal onde de resto este seu espaço de perguntas tem lugar cativo todas as terças-feiras, publicou recentemente uma peça sobre dados estatísticos do Instituto Nacional de Estatística, que são muito reveladores do panorama do trabalho em Angola.

O trabalho, o ambiente de trabalho, a tal dignidade, a segurança, o espírito de trabalho celebrados pela efeméride têm já de si imenso que lhe diga na nossa realidade. As situações que quem cria emprego é muitas vezes obrigado a gerir por causa do espírito de trabalho particular do trabalhador angolano já foi motivo de estudo e de vários livros que tentam avisar à navegação. Livros que incluem particularidades não cobertas pela Lei Geral do Trabalho, como o facto de o agregado familiar ser genericamente alargado - o que significa que o potencial de indisponibilidade dos recursos humanos aumenta substancialmente. Há mais filhos, que adoecem com mais frequência por exemplo porque as estruturas de apoio de saúde e de educação também são altamente duvidosas. Há questões culturais como a ausência de uma cultura generalizada de trabalho intensivo, como têm os países asiáticos e que é chave para tornar os países em máquinas de produtividade. E depois há as lacunas sérias de formação e capacitação técnica que concorrem com outras questões como ausências para óbitos que acontecem com uma frequência perturbadora porque estão em falta os tais sistemas sociais de saúde e educação que deviam prevenir tais óbitos e falham.

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Geralda Embaló

Geralda Embaló

Directora-geral adjunta do Valor Económico