E agora pergunto eu...
Seja bem-vindo querido leitor a este seu espaço onde perguntar não ofende, depois de uma semana em que a actualidade internacional foi marcada pelas comemorações do Dia da Vitória, que assinala o fim da segunda grande guerra há 80 anos, em Beijing, na China, que só não receberam mais cobertura mediática por causa das caras nas fotografias... ao lado de Xi Jinping, um sorridente Vladimir Putin, e outro sorridente Kim Jong Um - muita aversão à democracia junta num click. Segundo alguma media o presidente chinês e o russo discutiram animadamente os avanços tecnológicos na área do transplante de órgãos que, segundo a conversa, são de tal ordem que permitem a imortalidade. Líderes eternos, só a sugestão já entra na esfera do terrorismo, imagina-se que o ditador que se quer tornar eterno tem a competência do nosso, em vez da de um Xi Jinping?

A mortalidade também marcou a actualidade mundial com Portugal como protagonista devido ao acidente mortal no Elevador da Glória em Lisboa que afecta a memória de milhares de angolanos que passaram pela antiga metrópole e que visitaram a atracção turística centenária. 17 mortos, um preço alto a pagar pela falta de manutenção adequada ao aumento substancial do uso nos últimos anos com o boom do turismo que Portugal vive. Ainda se está a estudar o acidente, certamente o Estado terá de assumir responsabilidades, pagar indemnizações, poderá por arrasto haver responsáveis políticos, o presidente da empresa pública já pôs o cargo à disposição, enfim: a diferença entre países com sociedades maduras e democráticas está também em como gerem o day after de qualquer tragédia.
Entre nós, manifestações que degeneraram em oportunidades para que as autoridades espalhassem o medo com o abate de cidadãos de forma indiscriminada nas ruas e que contabilizaram pelo menos 22 mortos, incluindo mães à frente de crianças, até agora não tem qualquer responsável, ficando apenas os avisos de que a polícia pode matar impunemente se cheirar a manifestação por mais que não nos faltem motivos para protesto. E agora pergunto eu, vai haver responsáveis depois do inquérito?
A marcar a nossa actualidade, e, a propósito de motivos para protesto, para além da abertura do esgoto a céu aberto em que o demissionário, o seu padrinho e demais séquito, transformaram o sector da Justiça, esteve o sector da Educação com a ministra Luísa Grilo a ter mais um dos seus momentos em que parece esquecer-se do perfil público do cargo que ocupa. Desta feita recusou-se a responder a perguntas de jornalistas sobre manuais com erros (que segundo o movimento de estudantes angolanos nem sequer estão a chegar aos alunos). Para além da sujeira que grassa na Justiça e na Educação, que segue com as escolas com falta de vagas e a iniciarem o ano lectivo com falta de água e casas de banho, algumas com falta de paredes e a maioria com falta de carteiras, também o sector da media pública foi abalado depois de aplaudir efusivamente a decisão de convocatória de greve, a primeira da História do sector público, sempre tão obrigado a fingir que está tudo bem e que "estamos no país da Alice". Tudo para vir o sector da Justiça a passar por cima desse direito que os trabalhadores pensavam que tinham e suspender a greve. E agora pergunto eu, estas decisões, o cancelamento desta greve do sector público (que evidentemente iria macular a imagem que o governo tenta passar de que está tudo bem) e outras como o cancelamento da actividade da Ordem dos Advogados que estava a promover um debate académico sobre a lei eleitoral e que também foi prontamente impedido, estas decisões gozam de tanta celeridade da Justiça, que se arrasta para quase tudo o resto, porquê?
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A China é sempre uma força fundamental na defesa da paz...