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Tensões internacionais e a perspectiva dos novos desafios globais contemporâneos sobre a governança global na visão estratégica da República Popular da China-2025

27 Sep. 2025 Opinião

Partindo do pressuposto de que é imperioso construir uma visão estratégica e conjunta sobre o desenvolvimento global e promover, exaustivamente, a modernização mundial tendo em conta os desafios globais contemporâneos, é necessário a cooperação internacional para o desenvolvimento para facilitar o cumprimento desejável da Agenda 2030 da ONU para o Desenvolvimento Sustentável das Nações. 

Tensões internacionais e a perspectiva dos novos desafios globais contemporâneos sobre a governança global na visão estratégica da República Popular da China-2025

A interdependência entre a segurança e o desenvolvimento é actualmente uma das principais temáticas abordadas no contexto das Relações Internacionais, observando os cenários políticos do mundo, como se a chave para encontrar as soluções para os problemas mundiais consistisse na relação equidistante entre a ausência de conflitos e aposta no desenvolvimento sustentável. (Bernardino, 2013, p. 164)

Esta relação dicotómica em epígrafe e necessária aparece quase sempre associada a factores geoestratégicos e geopolíticos conjunturais específicos que são atualmente os principais responsáveis por si assistir a uma complexidade crescente nas relações entre os múltiplos atores no xadrez internacional.


1. Governança Global da Cooperação para o Desenvolvimento

Até ao momento actual, não existe uma ordem internacional abrangente, global e funcional de cooperação para o desenvolvimento. Isso é surpreendente do ponto de vista da literatura acadêmica no campo das Relações Internacionais. Afinal, o desenvolvimento, amplamente concebido, constitui tema de negociação entre países em que, talvez, mais do que em qualquer outro, os ganhos absolutos prevalecem sobre os relativos. (Sousa, 2019, p. 8). 

Tendo em conta as ideias supracitadas, é pertinente avaliar e notar o grau de exequibilidade e os resultados que os acordos proporcionam aos Estados no sentido de fomentar o crescimento e desenvolvimento. 


COOPERAÇÃO SUL-SUL

 

Quando se aborda sobre a cooperação Sul-Sul, refere-se a:


1- Cooperação económica: favorecimento do comércio entre países em desenvolvimento, com o objectivo de reduzir as desigualdades entre países do Norte e do Sul;


2-  Cooperação política: movimento de solidariedade e coesão na tomada de decisão em fóruns multilaterais, como a Assembleia Geral da ONU, por grupos como o G-77 e o Movimento dos Países Não Alinhados (MNOAL);


3- Cooperação técnica: compartilhamento de conhecimento, experiências, progresso técnico, tecnologias apropriadas, contribuições financeiras entre países em desenvolvimento. (Tomazini, 2017)


Todavia, os argumentos em epígrafe transmitem a ideia de que a Cooperação Sul-Sul  (CSS), para o desenvolvimento, centrada principalmente na Cooperação Técnica entre Países em Desenvolvimento (CTPD), surgiu como uma forma independente de promover o desenvolvimento entre os países do Sul. Daí, considero esta cooperação do tipo não deixe ninguém para atrás, para conseguirmos Alcançar o Consenso sobre o Desenvolvimento Global, Unir Esforços para a Modernização Mundial, portanto, a toda uma necessidade de coexistência por dos países em vantagens comparativas investir em Empreendedorismo Corporativos.    


2. Visão Estratégica da China no actual contexto da Geopolítica Mundial

Visando implementar de forma aprofundada o espírito das importantes directrizes do Presidente Xi Jinping respeitante à promoção de uma Governança Global caracterizada pelo desenvolvimento pacífico, pela cooperação mutuamente vantajosa e pela prosperidade comum, assim como à fomentação de uma cooperação abrangente e concomitantemente benéfica com os países a nível do globo na defesa do multilateralismo como ponte da cooperação para o desenvolvimento internacional. 

Tendo em atenção que a República Popular da China é a segunda maior economia do mundo e o segundo maior mercado de consumidor de bens, a China tem estado abrir mais as suas portas para o mundo exterior, não importa como a situação internacional alter, o Gigante asiático continua se abrir para o mundo em alto nível, a expandir constantemente a sua abertura institucional em regras, regulamentos, gestão e padrões, a implementar políticas de liberalização e facilitação de comércio e investimento de alta escala e a promover um ambiente de negócio de consumo constante orientado ao mercado, baseado na lei do comércio livre, a fim de compartilhar suas oportunidades de desenvolvimento com o mundo e alcançar benefícios mútuos e resultados do tipo ganha-ganha (win-win).    

 

3. China e a estratégia da Governança Global

Partindo do prisma que o mundo encontra-se actualmente diante de transformações sem precedentes em um século com muito antagonismo da geopolítica mundial. A Instabilidade regional e global multiplica-se, o desenvolvimento socioecónomico enfrenta várias peripécias, o anti globalismo volta a ganhar corpo e força, observa-se a ausência de normas e do primado da lei, e o deficit de governança agrava-se exponencialmente. Desta feita, existe um grande paradoxo sobre a estabilidade mundial, então, é necessário a redefinição sobre o tipo de sistema de governança global a ser construído, bem como as formas mais premente da sua reforma e aperfeiçoamento, este dilema converteu-se em questão central que suscita crescente atenção da comunidade internacional. Neste âmbito, no dia 1 de Setembro de 2025, o Presidente Chinês XI Jinping apresentou, solenemente, a Iniciativa de Governança Global (IGG) na reunião da Organização de Cooperação de Shanghai Plus. Esta é a mais importante iniciativa proposta pela China, após a Iniciativa de Desenvolvimento Global, a Iniciativa de Segurança Global e a Iniciativa de Civilização Global. Os princípios fundamentais sobre a governança global deve ser ancorada na igualdade soberana, no estado de direito internacional, no  multilateralismo, em uma abordagem centrada no povo, e em resultados reais, visando a apoiar com robustez os países, com base na ONU e em outros mecanismos multilaterais, participem na reforma e no aperfeiçoamento do sistema de governança global, de modo a mantê-lo actualizado para responder de forma mais eficaz aos desafios globais contemporâneos.

Para Ben Buckler (2023) apesar das nossas perspectivas ocidentais sobre os desafios geopolíticos da China, devemos reconhecer que a República Popular da China não está num caminho que termine no nosso tipo de política ou economia. Isto significa que, para os governos de África, da Ásia Central, da América Latina e do Médio Oriente, a ascensão da China lhes dá uma alternativa à assimilação ao Ocidente ou ao isolamento autárquico.

Os países que necessitam de investimento, tecnologia e acesso ao mercado nem sempre querem absorver os valores ocidentais. As próximas décadas verão, portanto, uma China mais autoconfiante, a expandir-se e a moldar o mundo. Quer se trate das tentativas de mediação no Médio Oriente e do aumento do pagamento do petróleo em renminbi, da visita do Presidente Lula à China e do discurso positivo sobre a relação entre os dois países, ou do tom assertivo na conferência dos BRICS na África do Sul que foi realizada no período de 22 a 24 de Agosto de 2023 em Joanesburgo, com o tema central foco na paz, cooperação e desenvolvimento, precisamos de compreender o papel mutável da China no mundo. 

Embora muitos comentadores estejam ansiosos por descrever estas novas dinâmicas globais em termos de preto e branco, esta simplificação excessiva corre o risco de distrair os investidores da avaliação de oportunidades com base nos seus próprios méritos no mundo quotidiano, complexo e cheio de nuances em que as empresas chinesas — e os gestores de investimento — fazem negócios.


4. Considerações finais

A china está disposta a compartilhar do ponto de vista estratégico as oportunidades do seu vasto mercado, e continuará implementando o plano de acção para a cooperação económica e comercial do desenvolvimento de alta qualidade para dentro da família da OCS. O gigante Asiático estabelecerá três grandes plataformas para cooperação global em energia, indústria verde e a economia digital.

Para concluir é relevante que se mantenha a cooperação global para o desenvolvimento entre os países para mitigar as desigualdades do ponto de vista económico e social, uma vez, que ela poderá se traduzir em união de esforço da modernização mundial tendo em conta a visão estratégica e junta da China sobre a governança global baseada nos princípios do multilateralismo.