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Valor Económico

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Um tremor de terra de 6,3 na escala de Richter, sentido nos países vizinhos, China, Japão e Coreia do Sul, foi o primeiro indício de que o regime de Kim Jong-un tinha conseguido aquilo que o mundo mais temia: juntar ao seu arsenal nuclear a ‘bomba H’, um engenho termonuclear que pode ser 30 vezes mais poderoso que as armas nucleares já testadas pela Coreia do Norte e é quatro mil vezes mais poderosa que a bomba que destruiu as cidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki em 1945, colocando um ponto final na II Guerra Mundial.

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Mas a densidade do problema não se fica por aqui. Se se confirmar sem margem para dúvidas de que é da ‘bomba H’ que se trata, então a questão ganha maior peso ainda porque os engenhos deste tipo permitem uma tecnologia de miniaturização que dá cabimento pleno à possibilidade já assumida por Pyongyang de que pode lançar misseis balísticos com ogivas nucleares para território norte-americano.

Na verdade, o que a Coreia do Norte está a dizer ao mundo é que já não restam dúvidas de que tem no seu arsenal a capacidade de lançar em projécteis intercontinentais o mesmo fenómeno natural que ocorre no interior das estrelas, como o Sol, para lhes fornecer a energia produzida a partir de temperaturas e pressões radicais.

Ou seja, enquanto uma arma nuclear "convencional" a sua explosão pode ser, no máximo, a 20 mil toneladas de TNT, uma bomba de hidrogénio, ou ‘bomba H’, chega facilmente às centenas de milhões de toneladas de TNT, embora seja quase impossível medir com rigor a sua força explosiva.

Recorde-se, todavia, que a Coreia do Norte já tinha afirmado que testara com sucesso uma bomba deste género, embora não tenha sido possível confirmar sem margem para dúvidas o que, desta vez, ficou claro.

A resposta

Perante este cenário de resposta e contra-resposta entre a Coreia do Norte e os seus inimigos, com os EUA na linha da frente, o Presidente norte-americano ameaçou, ao mesmo tempo, a Coreia do Norte com uma acção militar de grande escala e cortar relações com todos os países que mantenham relações comerciais com Pyongyang, que é o mesmo que dizer que está a ameaçar directamente a China e a Rússia.

Donald Trump, entre outros, lideres, já acusou a China de não estar a fazer tudo o que pode para estancar a ameaça norte-coreana, com Pequim a prometer mais medidas mas também bom senso na forma como se lida com Kim Jong-un, porque nem a subida do tom das ameaças nem uma guerra são soluções admitidas pela China.

Como tem sido costume, Trump veio à janela no Twitter para dizer que os EUA estão na disposição de suspender as relações com a China por causa da Coreia do Norte, numa altura em que também as relações coma Rússia se abeiram perigosamente do conflito diplomático aberto, depois de ter mandado encerrar o consulado russo em São Francisco como retaliação pela alegada ingerência de Moscovo nas questões de política interna norte-americanas.

Mas há mais: Trump mandou chamar todos os chefes militares do Pentágono para, mais uma vez, analisar as possibilidades em cima da mesa, partindo do princípio de que as palavras já não surtem efeito sobre Pyongyang. "O diálogo já não serve porque eles só compreendem uma coisa", disse Trump, deixando claro que se referia a uma intervenção mais musculada sobre a Coreia do Norte.

Face a mais esta escalada na tensão com epicentro na Península Coreana, os presidentes da China, Xi Jinping, e Russo, Vladimir Putin, estiveram reunidos para falar deste assunto, tendo publicado a seguir uma nota informando que Moscovo e Pequim vão manter uma linha permanente de comunicação para lidar comeste problema.

E deixaram ainda saber, à margem da reunião dos BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), que decorre na China, que defendem a desnuclearização da Península Coreana.

O resto do mundo, como já vem sendo costume, vai estar sentado de urgência no Conselho de Segurança da ONU, em Nova Iorque, para, mais uma vez, analisar a situação, tendo o Secretário-Geral das Nações Unidas, António Guterres, numa das poucas vezes que se referiu a este problema, afirmado que a Coreia do Norte está a "violar as suas obrigações internacionais" no âmbito dos esforços do mundo para o desarmamento e desnuclearização do planeta.

A posição de Kim

No entanto, e apesar de parecer que a maior parte do mundo tem Kim Jong-un como o mau da fita, este tem repetido que o seu esforço armamentista resulta das permanentes ameaças que os EUA e os seus aliados, Japão e Coreia do Sul, fazem ao seu país. É para dissuadir a materialização dessas ameaças que o Presidente norte-coreano diz que se está a armar com armas nucleares ao ponto de se saber agora - nas últimas horas - que já tem no seu "paiol" uma "bomba H", arma que foi testada pela última vez pela então União Soviética no início da década de 1960, tendo causado um tremendo impacto psicológico no mundo devido ao poder demonstrado e os efeitos devastadores potenciais na humanidade. O que Kim Jong-un pretende, com este "show off" do seu poder nuclear é dizer aos EUA e aliados que não o podem atacar porque a resposta seria intolerável para o mundo. Na verdade, a garantia de destruição mutuamente garantida foi o que, durante as décadas em que durou a Guerra Fria, manteve os EUA e a União Soviética em "paz", sem que tenha ocorrido um conflito entre as duas superpotências.

A Comissão Nacional Eleitoral (CNE) deu ontem (2) início ao apuramento definitivo dos votos a nível nacional, o que vai permitir até quarta-feira publicar os resultados definitivos das eleições gerais de 23 de Agosto.

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Na reunião plenária de ontem, orientada pelo presidente da Comissão Nacional Eleitoral, André da Silva Neto, os comissários presenciaram a abertura dos sacos invioláveis onde constam os votos reclamados de Cabinda, Huambo, Moxico, Uíge e Luanda, num total de 1.718 votos. O apuramento definitivo nacional é o que vai também permitir à CNE converter os votos em mandatos na Assembleia Nacional.

André da Silva Neto adiantou que com o apuramento definitivo nacional, o processo eleitoral entra na fase derradeira. Após o apuramento nacional, os resultados definitivos vão ser divulgados e afixados à porta da Comissão Nacional Eleitoral e lavrada uma acta onde vão constar os resultados apurados, sendo que um exemplar vai ser enviado, até quinta-feira, ao Presidente da República e outra ao presidente do Tribunal Constitucional e cópias para as formações políticas concorrentes.

A Comissão Nacional Eleitoral vai também elaborar o mapa oficial das eleições, a ser publicado no Diário da República, no prazo de 72 horas (até domingo), no qual deve constar o número total de eleitores inscritos, número total dos votantes, números de votos brancos e os votos nulos. A tomada de posse do Presidente da República e do Vice-Presidente decorre até ao dia 25 de Setembro.

As eleições de 23 de Agosto contaram com a participação do MPLA, UNITA, CASA-CE, FNLA, PRS e APN e os resultados provisórios nacionais actualizados, disponibilizados pela Comissão Nacional Eleitoral colocam o MPLA em primeiro lugar, com 61,05 % dos votos.

Com maioria qualificada, o MPLA elege os candidatos a Presidente e Vice-Presidente da República, João Lourenço e Bornito de Sousa, respectivamente, bem como 150 dos 220 deputados à Assembleia Nacional. Na segunda posição, surge o partido liderado por Isaías Samakuva, a UNITA, com 26,72 % dos votos escrutinados, o que lhe confere 51 deputados. A CASA-CE, de Abel Chivukuvuku, ficou com 9,5 % dos votos, o que o permite eleger 16 deputados.

A Comissão Nacional Eleitoral (CNE) anunciou hoje (29), terça-feira, ter já em posse os resultados definitivos de 11 das 18 províncias.

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Segundo a porta-voz da CNE, Júlia Ferreira, que falava à imprensa no final de uma planária do órgão em causa, Kuando-Kubango, Luanda, Kwanza-Norte, Kwanza-Sul, Cunene, Cabinda, Moxico, Benguela, Bengo, Huíla e Zaire têm já os dados definitivos das eleições gerais. Estes dados, de acordo com a responsável, perfazem mais de 50% do total das províncias.

Durante a plenária, foi analisado o ponto de situação do apuramento dos resultados provinciais, a apreciação do comportamento de membros da CNE e as reclamações da UNITA e da CASA-CE.

Júlia Ferreira aconselhou os mandatários dos partidos políticos a estarem presentes no processo de apuramento dos resultados.

Dados provisórios divulgados pela CNE apontam o MPLA à frente da contagem de votos, com 61,10%, seguido da UNITA, 26,71%, CASA-CE, 9,46%, PRS, 1,33%, FNLA, 0,90%, e APN, 0,49%.

O Tribunal Federal de Lagos ordenou o confisco de várias contas bancárias ligadas a Diezani Alison-Madueke, ex-ministra dos Petróleos da Nigéria e primeira mulher a liderar os destinos da OPEP (2014-15), no âmbito de uma investigação por corrupção.Os depósitos em causa ascendem a 7,6 milhões de nairas, correspondentes a 21 milhões de dólares.

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O combate à corrupção na Nigéria, que foi uma das bandeiras do Presidente Muhammadu Buhari para vencer as eleições de 2015, exibe um novo "troféu": a investigação contra a ex-ministra dos Petróleos, Diezani Alison-Madueke.

A antiga governante, que recentemente viu várias propriedades serem confiscadas pela Justiça - incluindo uma moradia avaliada em 37,5 milhões de dólares, num dos bairros mais nobres da cidade de Lagos -, tem agora o seu património subtraído em 7,6 milhões de nairas, correspondentes a 21 milhões de dólares.

De acordo com a acusação, o dinheiro está depositado em várias contas bancárias na Nigéria, que foram abertas por representantes da NNPC - a companhia petrolífera estatal da Nigéria - durante o seu mandato, cumprido de 2010 a 2015.

Para além da investigação nigeriana - conduzida pela Comissão de Crimes Económicos e Financeiros - a antiga ministra, que foi uma das peças-chave da presidência de Goodluck Jonathan, está a ser alvo de um inquérito em Inglaterra, onde chegou a ser detida - tendo sido entretanto libertada sob caução - no âmbito de um escândalo de corrupção e branqueamento de capitais.

O seu nome surge ainda associado em investigações nos EUA e em Itália, mas é na Nigéria que o caso ganha especial destaque, como exemplo da luta anti-corrupção aberta pelo Presidente.

As autoridades congolesas proibiram a importação de vários bens de consumo por um período de seis meses na região ocidental da República Democrática do Congo (RDC) para combater o contrabando e proteger a indústria local, noticiou ontem (28) a ‘AFP’.

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Autoridades congolesas mudaram as regras na fronteira A agência cita o ministro do Comércio da RDC, Jean-Lucien Busa, a afirmar, ontem, que a decisão recai sobre o cimento, açúcar, cerveja e refrigerantes, para “pôr fim à fraude e contrabando.”

Esta medida também visa proteger a indústria local do risco de ser absorvida por comerciantes que cobram preços abaixo dos custos de produção, acrescentou o ministro, rejeitando a tese de o país estar a “adoptar o proteccionismo.”

A AFP nota que, na região do sudoeste da RDC, na fronteira com Angola, um mercado próspero atrai pequenos comerciantes que compram a preços “extremamente baixos”, os quais o ministro do Comércio acredita que “não pagam direitos, nem impostos” e constituem uma ameaça à economia congolesa.

Uma cervejeira foi forçada a encerrar duas fábricas nas províncias do Equador (noroeste) e Kongo Central (sudoeste, fronteira de Angola)”, justificou o ministro, sublinhando que a RDC permanece “aberta ao comércio internacional.” Jean-Lucien Busa anunciou também a proibição da exportação de casca de quinquina ou “chinchona officinalis, para privilegiar a sua transformação” pela indústria farmacêutica local.

A cortiça da quinquina contém alcalóides, entre os quais o quinino, utilizado no tratamento do paludismo.