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Valor Económico

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INOVAÇÃO. Criação da plataforma durou mais de uma década e contou com a colaboração do Instituto Nacional de Investigação e Desenvolvimento Educacional (INIDE) e da Sistec.

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O Ministério da Educação (MED), em parceria com o Sistema Nacional de Informações da Educação Profissional e Tecnológica (Sistec), lançou, na semana passada, em Luanda, a Escola Virtual Angolana ‘EVA’, que vai permitir aos alunos do ensino primário ao universitário acederem a conteúdos a partir de uma plataforma digital, computadores ou smartphone ligados à internet, sem sair do lugar.

Segundo o ministro da Educação, Pinda Simão, a Escola Virtual não veio para substituir o ensino convencional, mas complementá-lo, dando aos seus utilizadores um local para tirar dúvidas, fazer ‘cursos sem mestre’, a fim de permitir o acesso aos meios de informações não disponíveis nos meios convencionais. Para Pinda Simão, a Escola Virtual Angolana é “mais um contributo” para continuar a reforçar e consolidar o sistema educativo, para que possa ser um “instrumento fundamental para o desenvolvimento”, pois “vai permitir que mais pessoas tenham acesso a saberes e a um aprendizado de forma autónoma”.

O presidente do concelho administrativo da Sistec, Rui Manuel dos Santos, disse que a ‘EVA’ é uma oportunidade de levar conhecimento académico a todo o território nacional onde existe uma escassez de escolas convencionais”, sendo necessário, por isso, criar mais parcerias que permitam aos alunos ter acesso a conteúdos de escolas, com pontos de acesso gratuito.

Rui Santos anunciou que, para a consolidação do projecto, foram feitos testes em três províncias nomeadamente Luanda, Benguela e Huíla.

Com os links ‘http://escola, intelnet.co.ao’, a página contará com mais de oito mil conteúdos diversos, entre informação e conhecimento para os professores melhorarem o seu desempenho.

O processo da criação da EVA durou 12 anos e contou com a colaboração do Instituto Nacional de Investigação e Desenvolvimento Educacional (Inide), que forneceu os conteúdos e professores reformados.

RESERVA. Ministro da Economia e Finanças daquele país lusófono garante que o fundo vai “financiar boas iniciativas”. As reservas da exploração dos recursos serão geridas por uma entidade autónoma.

Mocambique cria fundo soberano com recursos naturais

O Governo moçambicano vai criar um fundo soberano com as receitas da exploração dos recursos naturais, afirmou, na passada semana, o ministro da Economia e Finanças de Moçambique, Adriano Maleiane.

“Nós temos de criar o Fundo Nacional de Desenvolvimento. É o que nós estamos a pensar.O Fundo Nacional de Desenvolvimento é para financiar boas iniciativas, mas que precisa de um capital suficiente para começar”, afirmou o ministro da Economia e Finanças.

Segundo Adriano Maleiane, a referida conta será alimentada pelas mais-valias provenientes dos recursos naturais, nomeadamente carvão e gás natural.

“Este fundo será alimentado da mesma forma que os outros países alimentam um fundo soberano. O que estamos a defender, como Governo, é que, quando a gente receber as mais-valias, não é para aumentar a despesa e gastar para depois termos problemas de ajustamento”, declarou o ministro.

Adriano Maleiane acrescentou que as reservas serão geridas por uma entidade autónoma, havendo a possibilidade de vir a ser o Banco Nacional de Investimentos (BNI). Adriano Maleiane adiantou que o capital inicial do fundo será 350 milhões de dólares que a multinacional italiana ENI pagou pelo valor que encaixou com a venda de uma parcela da sua participação na concessão de gás natural na bacia do Rovuma à norte-americana Exxon Mobil.

Um grupo privado que investiu 100 milhões de dólares numa fábrica de moagem de trigo na área do porto de Luanda prevê realizar um segundo investimento do género no porto do Lobito, tendo já luz verde do Governo.

DEBULHAJEF

A primeira unidade da Grandes Moagens de Angola (GMA) foi lançada em 2015 e começou a laborar no final de Maio, numa área de 35.000 metros quadrados concessionada pelo porto de Luanda, permitindo, segundo os promotores, cortar 60% da importação de farinha de trigo, de mais de 500.000 toneladas anuais.

Um investimento que, de acordo com um decreto presidencial de 16 de Agosto, deverá repetir-se no porto do Lobito, no centro do país. No documento, assinado pelo chefe de Estado, José Eduardo dos Santos, refere-se que a GMA pretende instalar uma fábrica de moagem de trigo para a produção de farinha, exploração de silos e infraestruturas de apoio e a descarga de navios com trigo a granel no porto do Lobito.

"Vai contribuir para o aumento das operações portuárias, promovendo e potenciando desta forma o investimento efectuado neste porto", justifica o mesmo decreto, que autoriza a empresa pública que gere o porto do Lobito a entregar à GMA, por um período de 30 anos, renováveis, a concessão de uma área de 30.000 metros quadrados sob sua jurisdição.

O decreto presidencial explica que "a concessão dominial é um instrumento legal e adequado para atrair a iniciativa privada para a exploração de actividades de interesse público em áreas de jurisdição portuária e ao mesmo tempo mantê-las sob controlo do poder público, dada a sua importância para o desenvolvimento do país".

A primeira unidade da GMA, no porto de Luanda, que envolveu a portuguesa Afaplan na gestão do projecto de construção, representa um investimento privado superior a 100 milhões de dólares, conforme contrato com o Estado prevendo processar diariamente quase 1.200 toneladas de trigo.

O objectivo dos promotores passa por implantar em Luanda uma moageira capaz de produzir 930 toneladas diárias de trigo para consumo humano e 260 toneladas de farelo para ração animal, para reduzir as importações.

Trata-se da primeira fábrica do género em Angola e terá capacidade para processar o trigo que chegará por via marítima desde países como França, Alemanha, Canadá, Estados Unidos, Cazaquistão e Austrália.

Dada a falta de produção nacional, a aquisição do trigo ainda será feita no exterior. Números oficiais indicam que, só em 2015, Angola gastou 320 milhões de dólares para importar 510 mil toneladas de farinha trigo, número que poderá ser cortado em 60% com o início da laboração da fábrica, sustentam os investidores, angolanos e estrangeiros.

O projecto de investimento aprovado pelo Governo previa a criação, em Luanda, de 173 postos de trabalho, ocupando uma antiga unidade industrial no porto da capital e um terminal de carga, com direitos de concessão por 20 anos.

Os independentistas da Frente de Libertação do Estado de Cabinda - Forças Armadas Cabindenses (FLEC-FAC) reivindicaram hoje (28) a autoria de ataques às Forças Armadas Angolanas (FAA) em Cabinda, que desde 23 de Agosto já terão provocado a morte a cinco militares de Angola.

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A informação consta de um "comunicado de guerra" da FLEC-FAC, reclamando que "ataca os ocupantes angolanos no território de Cabinda" e que a região de Massabi "está debaixo de fogo" desde 23 de Agosto, precisamente dia das eleições gerais.

Num primeiro ataque, segundo as FAC, foi visada uma posição do exército angolano em Manenga, na região de Massabi, tendo resultado na morte de três militares das FAA, nos combates, além de sete feridos. Já na madrugada de domingo, um soldado das FAC e dois das FAA "foram mortos em violentos enfrentamentos" entre as duas forças, também próximo de Massabi, na povoação de Bitcheque.

Desde 2016, com o recrudescimento da actividade guerrilheira, as FAC já reivindicaram ataques que provocaram a morte, naquele território, a dezenas de militares das FAA, informação cuja veracidade é desmentida pelas autoridades angolanas, que garantem que a situação no enclave é estável. "As FAC, braço armado da FLEC, prometem multiplicar os ataques contra os invasores angolanos em toda a extensão do território de Cabinda.

Apelamos particularmente aos elementos das FAA, originários de Cabinda, para que não se enganem no inimigo e virem as armas contra os seus agressores angolanos", lê-se no comunicado de guerra emitido hoje.

Os independentistas da FLEC-FAC apelaram a 7 de Agosto à "paralisação total" no enclave de Cabinda nas eleições gerais de 23 de Agosto, afirmando que "cada Cabinda que colocar um voto" assume "que é angolano".

O apelo consta de um comunicado assinado pelo seu porta-voz, Jean Claude Nzita, no qual a direcção político-militar FLEC-FAC afirmava que as eleições eram do "país ocupante". "Votar em Cabinda nas eleições é abdicar da identidade Cabinda, aceitar a inaceitável integração belicista de Cabinda, é conspurcar a memória de todos os nossos antepassados e mártires que combateram o colonialismo português e o neocolonialismo angolano", referia o comunicado.

A FLEC-FAC recorda que a 1 de Fevereiro de 1885 foi assinado o Tratado de Simulambuco, que tornou aquele enclave num "protetorado português", o que está na base da luta pela independência do território.

O enclave de Cabinda, no 'onshore' e 'offshore', garante uma parte substancial da produção total de petróleo por Angola, actualmente superior a 1,6 milhões de barris por dia.

O MPLA venceu as eleições de 23 de Agosto com 64,57% dos votos, depois de escrutinados 5,9 milhões de eleitores (cerca de 63,74%).

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A meio desta tarde de 24 de Agosto, a Comissão Nacional Eleitoral (CNE), através da sua porta-voz, Júlia Ferreira, anunciou os primeiros resultados provisórios, que colocam a UNITA em segundo lugar com 24,4% dos votos e a CASA-CE em terceiro, com 8,56%. Com 1,37% segue o PRS, ladeado pela FNLA, com 0,95% e o partido APN com 0,52.

Os resultados divulgados pela CNE confirmam a maioria qualificada, declarada horas antes pelo porta-voz do MPLA, Ju Martins que assegurava o candidato João Lourenço como o próximo Presidente da República.