ANGOLA GROWING
Valor Económico

Valor Económico

INOVAÇÃO. Receita, cujos ingredientes são apenas electricidade, água, dióxido de carbono e micróbios, promete combater a fome mundial. A nova fórmula foi criada por pesquisadores da Finlândia.

20668269 791250087666810 617329963 n

O projecto ‘Food From Electricity’ recebeu recentemente uma nova contribuição que pode vir a revolucionar a forma como encaramos a produção de alimentos. Isto porque uma equipa de investigadores finlandeses conseguiu produzir proteína a partir de electricidade.

O estudo resultou da parceria entre a Universidade de Tecnologia de Lapeenranta (LUT) e o Centro de Investigação Técnica VTT da Finlândia.

A proteína pode ser produzida em qualquer lugar onde exista energia renovável como, por exemplo, a energia solar. Esta fase inicial de investigação pode marcar o caminho para uma futura solução de alimentar populações de países pobres. A mesma técnica poderá vir a aplicar-se na indústria de produção animal.

Na prática, todas as matérias-primas estão disponíveis no ar. No futuro, a tecnologia pode ser transportada, por exemplo, para desertos e outras áreas que são fortemente afectadas pela fome. Uma alternativa possível é utilizar um reactor doméstico que permita ao consumidor produzir a proteína necessária”, explicou Juha-Pekka Pitkänen, investigador do VTT.

Para que o processo ocorra, é necessário água, electricidade, dióxido de carbono e micróbios. Depois de expor estas matérias-primas à electrólise – técnica de decomposição por meio de corrente eléctrica – num biorreactor, forma-se um pó que consiste em mais de 50% de proteína e 25% de carboidratos. Para além disso, em comparação à agricultura tradicional, “o método não exige uma temperatura certa, humidade, controlo de pragas ou um tipo específico de solo”, como refere Jero Ahola da LUT.

O próximo passo, segundo o investigador Juha-Pekka Pitkänen, é optimizar o sistema, já que o biorreactor demora cerca de duas semanas a produzir um grama de proteína. “Actualmente, estamos a concentrar-nos no desenvolvimento da tecnologia: conceitos do reactor, melhoria de eficiência e controlo do processo”, explica.

ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS. Pesquisadores norte-americanos têm como meta impedir que o aquecimento global ultrapasse os dois graus no final do século. E alertam que são necessárias medidas urgentes para evitar que esta previsão duplique.

20668138 791250051000147 522192230 n

O aquecimento do planeta em dois graus até ao final do século, uma meta que é referida como passível de evitar, pode mais do que duplicar, de acordo com uma investigação da Universidade de Washington divulgada recentemente. A comunidade internacional concordou, no chamado Acordo de Paris, combater o aquecimento global (limitando a emissão de gases com efeito de estufa) para que esse aumento de temperatura não ultrapasse os 1,5 graus celsius (e não os dois graus, que era a meta anterior).

No entanto, a investigação agora divulgada considera como muito provável que o planeta exceda essa meta. O estudo usa ferramentas estatísticas as quais indicam que há apenas 5% de probabilidades de a Terra aquecer apenas dois graus ou menos até ao final do século. E a possibilidade de aquecer 1,5 graus ou menos é de 1%.

“A nossa análise mostra que o objectivo dos dois graus é o melhor cenário”, disse o autor principal do trabalho, Adrian Raftery, acrescentando que, para isso, era necessário um grande e sustentado esforço, em todas as frentes, nos próximos 80 anos. Ao contrário, as projecções indicam 90% de hipóteses de que as temperaturas aumentem, neste século, entre dois e 4,9 graus celsius.

“A nossa análise é compatível com estimativas anteriores, mas conclui que as projecções mais optimistas são improváveis de acontecer”, disse Raftery, acrescentando que o planeta está mais perto “da margem” do que as pessoas pensam. Os responsáveis pela investigação trabalharam sobre três cenários de emissões de gases com efeito de estufa e usaram projecções estatísticas sustentadas em 50 anos de dados de países de todo o mundo. E encontraram um valor médio de aquecimento de 3,2 graus até 2100, com 90% de hipóteses de que o aquecimento global seja neste século entre dois e 4,9 graus.

Em vigor desde 2016

Depois de anos de negociações, o acordo para conter o aquecimento global foi aprovado a 12 de Dezembro de 2015 na cimeira climática da ONU em Paris, cidade que lhe deu nome. Entrou em vigor a 4 de Novembro de 2016, 30 dias depois de ter sido ratificado por 55 países que representam, pelo menos, 55% das emissões globais de gases com efeito de estufa. O acordo foi aprovado por representantes de 195 países e, até ao momento, ratificado por 147.

Os Estados Unidos (ainda com a Administração Obama) e a China – dois dos maiores produtores de gases com efeito de estufa – ratificaram o Acordo de Paris em Setembro de 2016.

Acordo de Paris

O Acordo de Paris é um compromisso considerado “histórico” que foi negociado por 195 países com o principal objectivo de conter o aquecimento global do planeta, ao reduzir as emissões de gases com efeito de estufa. A comunidade internacional comprometeu-se a limitar a subida da temperatura bem “abaixo dos dois graus Celsius” e a prosseguir esforços para “limitar o aumento da temperatura a 1,5 graus Celsius” em relação aos níveis pré-industriais.

Todos os países deverão atingir o pico das suas emissões “o mais cedo possível” para que, idealmente, algures na segunda metade deste século, os gases com efeito de estufa e os combustíveis fósseis tenham sido abandonados quase por completo.

Em vez de estabelecer para cada país o que teria de fazer, o acordo determina que cada país deva apresentar, de cinco em cinco anos, planos nacionais com os objectivos a que se propõe cumprir para mitigar as alterações climáticas.

O Banco Sol vai disponibilizar, este ano, dois milhões de dólares norte-americanos a cooperativas agro-pecuárias da província de Cabinda, no quadro do programa de micro-crédito Bumetchia, que visa contribuir para o fomento da agricultura e da aquicultura pelos camponeses da região.

00c1cc98a 64b8 4b0e bb01 f6ef8f87e7f1

O projecto de micro-crédito do Banco Sol enquadra-se numa parceria com a empresa portuária de Cabinda, no quadro do seu plano de sustentabilidade e cooperativa para incentivar as comunidades rurais dos quatro municípios de Cabinda a apostarem na actividade agrícola.

A cerimónia de lançamento do programa de crédito Bumetchia realizou-se na semana passada, na aldeia do Mbuela, da regedoria do Tando Palo, município do Cacongo e contou com a presença da ministra da Promoção da Mulher, do secretário de Estado da Agricultura, do presidente do Conselho de Administração do Banco Sol, da embaixadora Cuandina Rodrigues, representantes dos Ministérios das Pescas e do Ambiente, membros do Governo, funcionários do Porto de Cabinda, do Banco Sol e convidados.

A cooperativa agrícola do Tchimanha, da aldeia do Mbuela, composta por 35 famílias, foi a primeira a beneficiar do crédito do Banco Sol, no montante de 52 milhões de kwanzas.

A cooperativa, que ocupa uma área de 53 hectares, vai reembolsar o dinheiro recebido no prazo de 15 meses, por forma a permitir que a instituição bancária continue a financiar projectos agrícolas em Cabinda.

A cooperativa do Tchimanha recebeu moto-bombas, regadores, mangueiras, carrinhos de mão, tubos PVC para os tanques de aquicultura, moto-serras para a limpeza dos campos e pás.

O presidente do Conselho de Administração do Banco Sol, Coutinho Nobre Miguel, disse que a instituição bancária foi criada com o objectivo de contribuir para o combate à fome e à pobreza.

O gestor garantiu que o banco vai continuar a apostar no sector agrícola.

Angola tornou-se na passada sexta-feira (4) no décimo nono país da Amchams do Mundo (Câmara de Comércio dos Estados Unidos), com a tomada de posse dos órgãos sociais da organização em Luanda.

20170805071630angolacomercio

Com a entrada do país nessa plataforma mundial, constituída por mais de três milhões de empresas norte-americanas de todos os sectores e regiões, ficam facilitadas as parcerias comerciais entre os dois mercados.

A partir de agora, a instituição pode capacitar a comunidade de negócios, dando voz ao empresariado, incluindo interacção com o Estado angolano, para que as suas preocupações e desafios sejam ultrapassados em conjunto.

A embaixadora dos EUA, Helen La Line, disse que Angola junta-se à “grande família” de Amchams espalhadas pelo Mundo e reconhecidas por terem bases de comércio sólidas e um historial de sucesso.

A diplomata afirmou que a Amcham-Angola pode tirar vantagens das experiências de outras 18 filiais no continente africano, criando sinergias, partilhar soluções e boas normas e práticas de governação.

Representantes das Amchamas do Ghana e da África do Sul já visitaram o mercado angolano e demonstraram o entusiasmo de partilhar as suas experiências.

Aposta no mercado O vice-presidente sénior da Câmara do Comércio dos Estados Unidos vai visitar a organização em Angola ainda este ano. “Todos sabem desta Amcham, o que demonstra o apoio da instituição”, afirmou a embaixadora Helen La Line.

A diplomata qualifica ainda a organização como o porto de acolhimento para novos investidores em Angola, na medida em que permite orientar novas companhias a navegar no mercado com sucesso.

A representante da organização em África, Maria Luísa Abrantes, que procedeu à cerimónia de proclamação da Amcham-Angola, assegurou que a filial vai contribuir para uma melhor percepção do papel que o empresariado norte-americano pode desempenhar em Angola e dos produtos que os empresários angolanos podem exportar para os EUA, através do AGOA.

“Isto vai criar novos postos de trabalho, alicerçados em ambos os países, pela diversificação da economia angolana que em muito beneficiaria com a tecnologia moderna, com o conhecimento e com potencial financiamento americano”, referiu Maria Abrantes.

A partir da criação da Amcham-Angola, a organização está directamente ligada à Câmara de Comércio dos Estados Unidos e pode contar com a colaboração desta organização, a maior de negócios do Mundo.

O secretário de Estado da Indústria, Kiala Gabriel, disse que a adesão é uma boa iniciativa, porque facilita e reforça o desenvolvimento e a cooperação entre as empresas dos dois mercados.

A Gneral Electric construiu novas locomotivas cuja entrega ao Governo de Angola começou em Dezembro de 2016. São unidades que vão impulsionar o desenvolvimento, melhorar a circulação de mercadorias e pessoas em todo o país e para os mercados vizinhos, como a República Democrática do Congo e a Zâmbia.

O representante da GE, David Vilela, também membro fundador da Amcham em Angola, disse estar empenhado em apoiar o desenvolvimento sustentável do país com soluções avançadas de tecnologia, de infra-estrutura e de opções de financiamento de projectos.

A Amcham-Angola contou na génese com empresas como a BP, Exxon Mobil, Chevron, General Electric, Wood Group, Pipeline Induction Feat, John Deere, Test Angola, Prodiam Oil Services e Angola Counsel.

Pedro Godinho é o presidente da Amcham-Angola, David Vilela ocupa a vice-presidência, a BP ficou com a área da tesouraria e a Exxon Mobil ocupa o secretariado.

Observadores nacionais e estrangeiros às eleições gerais de 23 de Agosto começam a ser acreditados na segunda-feira (7) pela Comissão Nacional Eleitoral (CNE), anunciou a porta-voz do órgão, Júlia Ferreira.

19427496 1630024503675317 362328717 n

Júlia Ferreira, indicou que a CNE recebeu pedidos das Embaixadas dos Estados Unidos, Noruega e África do Sul, que manifestaram o interesse em participar como observadores internacionais, no processo eleitoral angolano. Além dessas missões diplomáticas, entidades individuais internacionais solicitaram à CNE autorização para participar no pleito eleitoral como observadores.

A CNE recebeu também propostas de duas associações nacionais, nomeadamente, o Fórum Nacional da Juventude e o Instituto Nacional de Sistemas Eleitorais e Democracia (IASED). A responsável acrescentou que a CNE ponderou esses pedidos, tendo atribuído 500 candidatos para cada uma dessas associações, de modo a não ultrapassar a quota de três mil observadores nacionais, fixada por esse órgão.

Sobre os observadores, Júlia Ferreira disse haver duas vertentes, a primeira relacionada com os convites endereçados pelos órgãos de soberania, como o Presidente da República, José Eduardo dos Santos, e a Assembleia Nacional, e a segunda, com os partidos e coligações de partidos concorrentes às eleições gerais.

Em termos da lei, esclareceu, os órgãos de soberania e as formações políticas concorrentes têm a prerrogativa de endereçar convites personalizados a entidades, com quotas definidas pela CNE, à excepção ao Presidente da República, que goza de quota indeterminada.

A porta-voz da CNE disse que os convites foram feitos e se aguarda apenas pelas respostas, com vista a saber se essas entidades estão interessadas em vir fazer a observação eleitoral.

Informou que a CNE recebeu uma recusa da Fundação Carter (do antigo presidente dos Estados Unidos, Jimmy Carter), que, a princípio, manifestou a sua disponibilidade, após ter recebido as informações e formulado o convite, mas, no fim, alegou impedimento por ”questões de logística".

Acrescentou que, no leque dos convidados do Presidente da República, a União Europeia (UE) manifestou ‘muito interesse’ e assumiu declarações públicas em participar na observação eleitoral, mas, no fim, alegou que não era possível por ‘razões internas’ de funcionamento da organização, mas poderá enviar cinco peritos.

A propósito, Júlia Ferreira lembrou que, nas eleições de 2012, a UE enviou também peritos para a observação, o que também acontecerá no pleito desse ano.

A CNE definiu quotas de observadores de até 24 convidados para o Tribunal Constitucional (TC), 50 para Assembleia Nacional, as formações políticas concorrentes 18, e três mil, o número de observadores nacionais.

A plenária da CNE determinou que os interessados em observar as eleições deverão solicitar-lhe, até 30 dias antes do sufrágio, a sua autorização, devendo o presidente deste órgão responder aos pedidos no prazo de 10 dias para nacionais e 15 para estrangeiros.