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Valor Económico

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A petrolífera Total assinou ontem (4), acordos que lhe permitem entrar na distribuição de produtos refinados. Os acordos rubricados com a Sonangol, vão permitir também que a Total passe a desencadear a exploração no bloco 48 e alargar as operações no 17 das concessões petrolíferas angolanas, assim como a participação numa ‘joint venture’ de distribuição de produtos refinados.

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Em declarações à imprensa, os presidentes do conselho de administração da Sonangol e da comissão executiva da Total, Carlos Saturnino e Patrick Pouyanné afirmam que os acordos abarcam os domínios da exploração, distribuição, importação de produtos refinados e formação tecnológica.

O líder da Total revelou que os acordos dão um novo impulso à exploração do Bloco 48 em águas profundas em parceria com a Sonangol e novas condições para avançar nos projectos Acácia e Zinha, do bloco 17. Os documentos também lançam uma parceira na distribuição de produtos petrolíferos, afirmou Patrick Pouyanné, no que foi secundado pelo presidente do conselho de administração da Sonangol.

Carlos Saturnino considera importante o novo impulso à exploração em Angola, através do bloco 48, porque passaram-se seis anos desde que, em 2011, Angola lançou os últimos blocos, não havendo novas explorações.

“Estamos há seis anos a trabalhar com os mesmos blocos e, nos últimos anos, não tivemos exploração. De maneira que, lançar a exploração em Angola, é extremamente importante, porque é a partir daí que a Sonangol vai assegurar o futuro enquanto companhia petrolífera”, declarou.

Patrick Pouyanné indicou que a parceria permite encontrar maneiras de fornecer produtos petrolíferos de forma eficiente em Angola, com uma empresa de capitais mistos participada em partes iguais de 50% pela Sonangol e a Total.

A companhia também está projectada para a importação de produtos refinados, quando o mercado tiver a regulamentação em termos de liberalização, acrescentou Carlos Saturnino. O presidente do conselho de administração disse que enquanto a capacidade de refinação não aumentar para satisfazer o mercado, Angola tem de ir buscar o produto de algum lado. “Quando tivermos a capacidade de refinação para satisfazer o mercado, a importação vai desaparecer”, referiu.

O presidente do conselho de administração da Sonangol também lembrou que a orientação do Governo angolano é a de não trabalhar com monopólios, inserindo, de preferência actores na actividade, de maneira a haver mais concorrência e a assegurar a qualidade dos produtos e preços competitivos para os produtos refinados.

“É um dossier importante, porque, a nível da Sonangol Distribuidora e de Logística, poderá impactar no redesenhar das estruturas organizacionais e, ainda, no posicionamento estratégico para as duas subsidiárias. Vamos acompanhar o comportamento, com a introdução do novo ‘player’, da maneira como vai ajudar nas delineações estratégicas que serão feitas nestas duas empresas”, afirmou.

Uma fábrica com capacidade para produzir dois milhões de toneladas de fertilizantes, por ano, será construída no município do Soyo, no Zaire, anunciou segunda-feira (4), em Luanda, o presidente do Grupo empresarial Haldor Topsoe da Dinamarca.

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O projecto está avaliado em dois milhões de dólares, totalmente privado e será erguido em três anos, informou a imprensa o presidente do grupo, Bjerne Clausen, à saída de uma audiência com o Chefe de Estado, João Lourenço.

A fábrica vai criar quatro mil postos de trabalho directos e quarenta mil indirectos.

O grupo empresarial dinamarquês já efectuou uma prospecção no local, onde será construído o empreendimento. Entre 2016 e 2017 as necessidades de importação de fertilizantes para país apontavam 70 mil toneladas.

O Ministério do Comércio garantiu hoje (5), em Luanda, estarem disponíveis 75% dos produtos da cesta básica para quadra festiva, sendo que os restantes 25% estão em fase de embarque, revelou Jofre Van-Duném Júnior.

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O titular da pasta disse estarem criadas condições de ‘stock’ para esta quadra festiva e primeiro trimestre de 2018, para satisfazer as necessidades alimentar em todo o território nacional.

O governante, que falava em conferência de imprensa, considerou haver estabilidade na rede comercial e os mais de 300 estabelecimentos grossistas de grande dimensão e 500 estabelecimentos retalhistas urbanos, muitos destes organizados e associados em redes, como a Ecodima que farão chegar os alimentos essenciais à mesa dos angolanos.

Afirmou estar em curso diversas medidas de prevenção, combate à especulação de preços, entre outros actos reprováveis, que serão sancionados de acordo com a lei das actividades comerciais e evitar que estes produtos sejam comercializados nos países vizinhos.

Disse igualmente estar em campo uma equipa multisectorial de inspecção, com vista a prevenção e correcção de actos ilícitos, com uma postura pedagógica de comportamentos a serem transmitidos aos agentes comerciais.

Na ocasião, o novo inspector geral do comércio, Francisco Félix, que tomou posse hoje (5) disse que nesta fase vai procurar fazer uma actuação, calma, pedagógica e sancionatório, com vista a garantir uma tranquilidade ao operador económico e que se reflicta no consumidor final.

CONFERÊNCIA. Em discussão estiveram ‘Os Desafios da Gestão do Ensino Superior nos Países e Regiões de Língua Portuguesa em tempos de austeridade, Experiências e Lições’, ‘Os desafios do Desenvolvimento’ e ‘O Papel das Instituições de Ensino Superior’.

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Uma delegação chefiada pelo secretário de Estado para o Ensino Superior, Eugénio da Silva, participou, na passada semana, na VII edição do Fórum de Gestão do Ensino Superior nos Países e Regiões de Língua Portuguesa (Forges), que decorreu em Maputo, Moçambique.

O encontro decorreu sob o lema ‘O papel do Ensino Superior para o Desenvolvimento dos Países de Língua Portuguesa’ e foi co-organizado pelo Forges e a Universidade Eduardo Mondlane.

A reunião contou com o apoio de instituições de ensino superior de Moçambique, entre públicas e privadas, designadamente, a Universidade Zambeze (UniZambeze), o Instituto Superior de Relações Internacionais (ISRI), Universidade Politécnica e a Universidade Pedagógica.

A comitiva angolana aproveitou a ocasião para assinar um protocolo de cooperação entre a Universidade Agostinho Neto (UAN) e a UniZambeze, uma instituição pública de ensino superior, criada pelo governo de Moçambique a 18 de Dezembro de 2007.

O encontro proporcionou aos auditores a oportunidade de reflectirem sobre a missão da educação superior para o desenvolvimento dos países e regiões de língua portuguesa.

A conferência reuniu personalidades com responsabilidades na gestão universitária, formuladores, avaliadores de políticas públicas do ensino superior, pensadores e pesquisadores da área, que fizeram um exercício de educação comparada e de articulação entre instituições, responsáveis e estudiosos do sector, através de partilha de experiências.

Outro dos propósitos da conferência é estreitar os laços de cooperação universitária dos países de língua portuguesa.

Ao longo do evento, os conferencistas distribuídos por painéis e sessões paralelas, discutiram ‘Os Desafios da Gestão do Ensino Superior nos Países e Regiões de Língua Portuguesa em tempos de austeridade: Experiências e Lições’, ‘Os desafios do Desenvolvimento’ e ‘Qual o Papel das Instituições de Ensino Superior?’.

A comitiva angolana foi ainda integrada pelo reitor em exercício da Universidade Agostinho Neto (UAN), Pedro Magalhães, o vice-reitor para a Extensão e Cooperação da UAN, Agatângelo Eduardo, e o director do Centro de Pesquisa em Políticas Públicas e Governação Local da UAN, Carlos Teixeira.

REFLORESTAÇÃO. Instituto de Desenvolvimento Florestal (IDF) acredita que a iniciativa vai recuperar os perímetros florestais e trará “benefícios” ambientais e sociais com a criação de postos de trabalho.

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Pelo menos, 275 mil espécies de eucaliptos devem ser plantadas no Huambo e Benguela no âmbito de um projecto que foi recentemente relançado no Alto Catumbela, em Benguela.

Numa primeira fase, entre 2017 e 2018, o projecto, que é uma iniciativa da empresa ‘Estrela da Floresta’, vai colocar 50 mil plantas de eucaliptos no Alto Catumbela numa área já preparada de 230 hectares.

Só na altura do relançamento do projecto, na passada semana, no Alto Catumbela, foram colocados no solo 11 mil eucaliptos, cujo período de florestação para a sua utilização e aproveitamento de exploração de madeira, industrialização de celulose e papel ou produção de laminados, é de entre oito e 15 anos.

No primeiro trimestre deste ano, foi criado um viveiro, no recinto fabril do Alto Catumbela, onde existem, actualmente, 90 mil mudas, das 500 mil de capacidade prevista de espécies de eucaliptos, que devem ser colocadas em 500 hectares, até 2019.

Projecto “benéfico”

Para o consultor Simão Jau, afecto ao Instituto de Desenvolvimento Florestal (IDF), a recuperação de perímetros florestais trará “benefícios” quer florestais, ambientais, quer sociais.

Simão Jau considerou “importante” o trabalho que a empresa Estrela da Floresta pretende com a sua actividade, uma vez que, para além do repovoamento florestal, está igualmente a proporcionar o primeiro emprego a muitas famílias locais.

Referiu que, com a instalação da empresa, muitos jovens encontraram o seu primeiro emprego e o seu crescimento dará mais postos de trabalho e fortificará a base de produção florestal.

O responsável afirmou que o IDF, como órgão gestor da política florestal no país, está satisfeito com o desenvolvimento do referido projecto e, sobretudo, com as primeiras replantações da espécie, “uma iniciativa que deve ser incentivada para se continuar nesta senda do progresso”.

Para Simão Jau, com esse engajamento, será possível fazer a recuperação dos perímetros florestais, dada a necessidade de substituir as antigas plantações, que há muito atingiram a sua fase de maturidade, pelas novas espécies de eucaliptos.

Já o docente da faculdade de Ciências Agrárias do Huambo Lino Manuel Sangumba considerou que a empresa Estela da Floresta surge para “revolucionar a actividade no sector florestal”, cuja presença de estudantes do curso de engenharia florestal no evento, decorrido recentemente no Alto Catumbela, constituiu um incentivo para o emprego.

Acrescentou que o actual momento exige a diversificação da economia, cujas apostas para o sector florestal são a formação dos seus técnicos, com conhecimentos teóricos e práticos, para o ingresso nas possíveis empresas que podem proporcionar o emprego.