Valor Económico

Valor Económico

O Fundo Monetário Internacional (FMI) congratulou-se com as medidas do Governo em continuar com o processo de consolidação fiscal, de adequar o nível de gasto às receitas e de adoptar um regime de taxa de câmbio mais flexível, medidas importantes para o processo de diversificação da economia.

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Segundo chefe da Missão do FMI em África, Ricardo Velloso, que falava no final de um encontro com a 5.ª comissão de Economia e Finanças da Assembleia Nacional, a delegação tomou boa nota do plano intercalar do Governo, que contém uma série de medidas, para estabilidade macroeconómica.

“O Governo angolano tem um plano intercalar, com uma série de medidas. Olhamos para este plano e tomamos muito boa nota do desejo e intenção do novo Governo, de continuar com o processo de consolidação fiscal, de ter o nível de gasto mais adequado a nível de receitas, de adoptar em algum momento um regime de taxa de câmbio mais flexível, que na nossa maneira de ver é muito importante para o processo de diversificação da economia”, afirmou.

Acrescentou ser um bom indicador as iniciativas que visam melhorar a gestão do país, pois a boa governação gera frutos, faz o melhor uso dos recursos que existe e gera mais crescimento económico. Recomendou, por isso, ao Governo para continuar na direcção de melhorar e reforçar as instituições do país, tendo, entretanto, lembrado que Angola é um país membro do FMI e, como qualquer outro país, se fizer um pedido de assistência financeira será analisado com muito cuidado. O responsável reiterou que até ao momento não foi feito um pedido de assistência financeira pelo governo angolano.

“O importante é que o FMI tem uma relação muito estreita com Angola, do ponto de vista de aconselhamento de políticas”, disse o chefe da missão na presença do presidente da 5ª comissão de Economia e Finanças da Assembleia Nacional, Diógenes de Oliveira.

Ricardo Velloso referiu que Angola ainda passa por um período difícil em que o ajuste aos preços mais baixos do petróleo continua e o crescimento económico não é o que o país almeja e merece, para gerar emprego para a sua população mais jovem. Segundo o chefe da missão do FMI, a taxa de inflação ainda está alta e ser reduzida.

DESTINÇÃO. Pelo quinto ano consecutivo, os melhores estudantes de Angola viram o seu esforço reconhecido através de uma bolsa de estudo atribuída pelo jornal ‘Nova Gazeta’ que, desde 2013, já premiou mais de 50 universitários.

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Mais uma vez com o objectivo de reconhecer a excelência e o mérito estudantis, o jornal ‘Nova Gazeta’ premiou, na passada semana, os melhores estudantes do ensino superior espalhados por todo o país, através do Prémio Estudante Nova Gazeta (PENG).

Trata-se do primeiro concurso académico de âmbito nacional que, pela quinta vez ininterrupta, distinguiu os melhores estudantes do país nas categorias ‘Estudante Exemplo’ e ‘Finalista do Ano, assim como o ‘Estudante do Ano’ nas subcategorias de ‘Educação e Letras’, ‘Agrárias e Ambientais’, ‘Jurídico-Políticas’, ‘Saúde’, ‘Médicas’, ‘Económicas e Gestão’, ‘Sociais e Humanas’ e ‘Engenharias’, em que receberam, cada um, um cheque no valor de um milhão e 100 mil kwanzas.

O evento, que decorreu no hotel Royal Plaza, em Luanda, contou com a presença do secretário de Estado do Ensino Superior, Eugénio da Silva, do presidente do conselho de administração da Agência de Regulação e Supervisão de Seguros (Arseg), Aguinaldo Jaime, que também foi o júri para esta edição, reitores e gestores de diversas instituições de ensino superior públicas e privadas, estudantes entre outros convidados.

O concurso contou também com a presença de responsáveis e representantes da Bromangol, Delta Café, Concera, Bonws Seguros, Transcoop, Banco Mais e da Zap, empresas que apoiam e patrocinam a iniciativa.

CONSERVAÇÃO DA NATUREZA. Acção humana é apontada, cada vez mais, como a origem da destruição do habitat de animais, como a iguana da Jamaica e o rinoceronte de Java.

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Esta é a ‘Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas’ da União Internacional para a Conservação na Natureza, que junta mais de 25 mil animais e plantas que estão em máximo perigo de extinção. A maioria das espécies vê os seus habitats serem destruídos pela acção humana. O jornal ‘El País’ juntou alguns dos animais que, se nada for feito, vão desaparecer antes de 2050.

Eis os 13 animais que já não vão existir em 2050: Tartaruga angonoka. Existem 400 no noroeste de Madagáscar. Esta espécie está a ser ameaçada pelo comércio ilegal, assim como o valor dos seus ovos e da sua carne.

Rinoceronte de Java. A União Internacional para a Conservação da Natureza diz que só existem 50, todos na Indonésia. Estes rinocerontes são vítimas de caça furtiva com o objectivo de vender os chifres.

Pangolim. Esta espécie é a maior vítima do tráfico de vida selvagem. A armadura dos pangolins é utilizada na medicina oriental como tratamento para várias doenças.

Vaquita. É uma espécie rara de golfinho. Vive no Golfo da Califórnia, Estados Unidos. Há um ano, existiam 60; agora, apenas metade.

Axolotle. Este pequeno anfíbio vive no México e está a ser ameaçado pela contaminação das águas em que se movimenta. Existem menos de 100 exemplares.

Visão europeu. É, em conjunto com o lince ibérico, o animal carnívoro mais ameaçado da Europa. Em dez anos, a população diminuiu para metade.

Atum vermelho do sul. Nada pelos oceanos Atlântico, Índico e Pacífico. É ameaçado pela pesca excessiva e a reprodução caiu 85% em menos de 40 anos.

Lémure do bambu. Já foi dado como extinto, mas uma pequena população foi descoberta em 1986. A destruição do habitat é o principal ataque a esta espécie.

Iguana da Jamaica. Não se sabe ao certo quantos exemplares restam, mas acredita-se que são menos de 200. A população foi diminuindo devido à destruição do habitat.

Abutre de bico estreito. Habitam nas zonas montanhosas da Índia. Desde 1990 que estão envenenados pelos medicamentos usados para tratar o gado, a sua principal fonte de alimento.

Eurynorhynchus pygmeus. No verão, vive na Rússia. No inverno, no sudeste asiático. A população está abaixo dos 200 exemplares.

Gafanhotos de Crau. Os cerca de cinco mil resistentes vivem em França e são o alimento preferido de muitas aves.

Gorilas ocidentais. São símios que vivem nas margens do rio Cross, na Nigéria. São capturados vivos para criar em cativeiro, mas muitos acabam por morrer ao serem transportados.

CRISE. Rússia afirma estar a ser alvo de acusações, por parte dos EUA, de apoio à dopagem de desportistas, relacionando o facto com a realização das eleições presidenciais, previstas para Março do próximo ano.

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O presidente da Rússia, Vladimir Putin, denunciou, na passada quinta-feira, as intenções dos Estados Unidos da América (EUA) em influenciar as eleições presidenciais na Rússia, marcadas para Março de 2018, ao relacionar o tema com o que disse ser a “imaginária ingerência” russa no acto eleitoral que elegeu Donald Trump, em 2016.

“Em resposta à nossa imaginária ingerência nas eleições [norte-americanas], querem criar problemas nas eleições presidenciais”, afirmou Putin, numa reunião com trabalhadores de uma fábrica em Cheliabinsk, nos Urais.

Vladmir Putin fez escala naquela cidade do nordeste russo a caminho do Vietname, onde participou, na sexta-feira, na cimeira de líderes dos países do Fórum de Cooperação Económica Ásia-Pacífico (APEC), em Danang. Durante a cimeira, chegou a estar previsto um encontro entre Vladmir Putin e Donald Trump, o que, no entanto, não chegou a efectivar-se.

Os dois estadistas encontram-se, pela primeira vez, em Julho, para discutir alegações de interferência russa na última eleição presidencial dos Estados Unidos. Putin afirmou, por outro lado, que existem denúncias contra a Rússia de apoio à dopagem de desportistas e estabeleceu uma relação com a realização das eleições presidenciais, previstas para 18 de Março do próximo ano. “Há algo que me preocupa: as Olimpíadas devem começar em Fevereiro e, quando são as eleições presidenciais? Em Março. São grandes as suspeitas de que isso é feito para criar descontentamento entre fãs e desportistas, partindo do pressuposto de que o Estado é responsável pelas irregularidades”, disse.

O presidente russo observou que as organizações desportivas internacionais, incluído o Comité Olímpico Internacional, são altamente dependentes, em particular, dos patrocinadores, dos proprietários de direitos de televisão e de publicidade.

Putin notou que os Estados Unidos têm “as principais empresas que pagam pelos direitos de televisão, os principais patrocinadores e os principais compradores de espaços publicitários”.

Em Novembro de 2015, a Agência Mundial Antidoping denunciou que atletas russos tinham ingerido substâncias dopantes, além de ter declarado a existência de um programa estatal russo de ‘doping’, que foi negado pelo Kremlin.

PETRÓLEO. Empresários denunciam o fracasso do conteúdo local e consideram que empresas estrangeiras estão tomar conta do mercado, com a ‘protecção’ das operadoras e a concessionaria nacional.

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As empresas prestadoras de serviço do sector petrolífero manifestam-se preocupadas com o recuo que se regista no processo de angolanização do sector e ponderam, nos próximos dias, solicitar um encontro com o ministro dos Recursos Minerais e Petróleos, Diamantino de Azevedo, para abordar o assunto.

O VALOR apurou a informação junto de diversos operadores, entre os quais o presidente da comissão executiva da empresa EWS, Leonardo Teca Nganga. “As empresas estrangeiras de assistência petrolíferas estão a tomar conta do mercado com uma certa protecção das operadoras e da empresa concessionaria, sob alegada justificação de que as empresas nacionais não possuem dólares para atender as necessidades do mercado”, refere.

No entanto, grande parte das empresas prestadoras de serviços culpa as petrolíferas, sobretudo as nacionais, pelas dificuldades financeiras que atravessam. E apresentam, como argumento, o incumprimento dos prazos dos pagamentos. “Se a lei diz que se deve pagar 80 dias depois, deve cumprir-se. Mas isso não acontece, sobretudo com as operadoras nacionais e, como houve a situação da desvalorização, muitas empresas foram afectadas”, lamentou uma das empresárias do ramo que, no entanto, não quis ser identificada.

A mesma acrescentou que o facto de as petrolíferas estrangeiras serem muito rígidas nas contratações, devido às normas internacionais sobre branqueamento de capitais, poucas são as prestadoras nacionais que conseguem trabalhar com estas, pelo que ficam quase todas à mercê da boa gestão das petrolíferas nacionais.

As preocupações dão conta de que as poucas prestadoras que têm conseguido passar pela avaliação das petrolíferas estrangeiras se encontram com dificuldades financeiras e, para assegurarem os contratos, fazem recurso a parcerias de prestadoras estrangeiras. Quase sempre aceitam estar em posição minoritária. “Basicamente é o que está a acontecer.”

O referido cenário já tinha sido denunciado, em entrevista ao VALOR, em outra ocasião, pelo presidente da Associação das Empresas Contratadas da Indústria Petrolífera de Angola (AECIPA), Bráulio de Brito.

“O que temos é muitas empresas que são parceiras de multinacionais. A angolana dá a cara, como se diz na gíria, mas ainda não somos nós, empresas angolnas, a desenvolver a 100% esses serviços.”

Nganga acrescenta que muitas destas multinacionais têm estado a actuar na condição de ilegais, já que não estão certificadas pelo Centro de Apoio Empresarial. As críticas foram também extensivas à Sonangol, enquanto concessionária, que, no seu entender, não está a supervisionar os contratos adjudicados juntos dos operadores onde as empresas nacionais prestam serviço.

Outra situação que preocupa o empresário é aquilo que designou “empresas de gaveta”, ou seja, as que não reúnem as competências técnicas, mas garante que são as que mais ganham contratos, sem o cumprimento de pressupostos como propostas técnicas financeiras e outras avaliações, “razão pela qual passam a vida a subcontratar outras para realizar o trabalho”.

“As empresas nacionais nunca vão conseguir espaço junto das operadoras sem o apoio do Ministério de tutela e da empresa concessionária, a Sonangol”, acrescentou. Defende a necessidade de se replicarem as experiências de países como a Nigéria e o Brasil.

O empresário defende a aplicação de políticas rigorosas, a avaliação da situação legal e as competências das empresas, “visto que há muitas que ninguém sabe onde ficam, as reuniões deles são feitas nos hotéis que conseguem os contratos, nem sequer têm efectivos”. Além disso, entende que a maior fiscalização vai permitir conhecer “as reais capacidades das empresas nacionais”, ao mesmo tempo que vai ajudar a “esbater os argumentos das operadoras que alegam que as empresas angolanas não possuem valências técnicas para operar nas suas plataformas. Segundo dados da AECIPA, existem 30 empresas prestadoras de serviço do sector petrolífero.