Valor Económico

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FORTUNA. Foi despedido uma única vez na sua vida, mas aquilo que, em princípio, viria a ser a sua maior desgraça tornou-se, na verdade, no trampolim para definir os seus objectivos e tornar-se num dos empresários de maior sucesso do mundo.

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A imprensa especializada em matéria de gestão apelidou-o o ‘Senhor Maravilha’, justificando a distinção com o facto de Kevin O’Leary ter sucesso em quase todo o negócio em que se envolve.

O multimilionário canadiano, de 63 anos, é dono de várias empresas e tem participações em outras tantas firmas. A sua carreira e nome afirmaram-se no mundo do empreendedorismo quando vendeu à gigante Mattel, em 1999, a sua empresa software juvenil por quase quatro mil milhões de dólares.

Kevin O’Leary conta que tudo começou quando foi despedido do seu primeiro emprego. Aliás, quando foi despedido pela primeira e única vez na vida. Em recentes declarações à CNBC, O’Leary explicou o que aconteceu quando foi contratado para a Magoo’s Ice Cream Parlour, uma loja de gelados.

“Estava muito entusiasmado, era o meu primeiro trabalho”, começou por dizer, acrescentando que uma das razões que o levaram a aceitar a proposta tinha que ver com o facto de a rapariga em que estava interessado trabalhar do outro lado da rua. Tudo corria bem, até ao dia em que a patroa de O’Leary o obrigou a limpar o chão antes de sair. E limpar o chão implicava remover as pastilhas que eram deixadas no chão ou coladas nas mesas e cadeiras do estabelecimento. Apavorado com a ideia que a rapariga pela qual estava apaixonado pudesse ter dele quando o visse curvado e a descolar pastilhas, o ‘Senhor Maravilha’ desafiou a chefia.

“Fui contratado para servir gelados, não para limpar o chão”, disse na altura. A patroa despediu-o na hora. “Fui para casa e contei à minha mãe. Ela só me disse que tinha feito uma grande asneira, mas depois deu-me um conselho. Disse-me que havia duas pessoas no mundo: ‘aquelas que mandam na loja e aquelas que limpam o chão da loja, tens de escolher qual delas queres ser.’”

“Foi aí que tomei a decisão de nunca mais obedecer a ninguém, que queria ser o chefe e não o empregado. E nunca mais trabalhei para ninguém. Foi nesse dia que a minha vida mudou”, contou.

“Gostaria de voltar a encontrar a minha antiga patroa para lhe agradecer por ter mudado a minha vida”, disse. Do primeiro negócio à política, em 1983, aos 29 anos, Kevin O’Leary fundou, na cave da sua casa, em Toronto, a empresa de software juvenil Softkey.

Já nesta altura, o empresário denotava um perfil de investidor de risco, o que o fez adquirir participações em diversas outras empresas de software. Entretanto, esta sua primeira empresa viria a receber o nome da The Learning Company (TLC), que ele próprio comprou e, no final dos anos 1990, vendeu-a à Mattel por quase quatro mil milhões de dólares.

Depois de muitos anos a investir no mercado de capital de risco, O’Leary criou um fundo que, segundo a imprensa especializada, chegou a gerar mais de mil milhões de dólares. Entretanto, acabou por passar o fundo para outro empresário.

Mantendo sempre um perfil de investidor, o seu lado mais visível passou na televisão, após 2006, quando a ABC lançou o programa ‘Shark Tank’. Já este ano, empenhado na política, Kevin O’Leary acabou por desistir da corrida à liderança do Partido Conservador canadiano.

INOVAÇÃO. Ciclomotor C1 nunca se desequilibra, nem mesmo a empurrões. Inventores garantem que é um veículo ágil, divertido e ideal para o trânsito e “uma maravilha da tecnologia”.

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Em 2010, e sem que ninguém o conseguisse prever, Daniel Kim fundou a Lit Motors, em São Francisco, Estados Unidos. O objectivo da nova empresa era criar um veículo de duas rodas suportado por sofisticadas tecnologias, destinadas a torná-lo mais seguro e fácil de utilizar, mesmo por condutores que não tenham o necessário equilíbrio.

Denominada AEV (auto-balancing electric vehicle), mas conhecida apenas por C1, a mota criada por Kim é eléctrica, como a sua designação indica, mas está equipada com dois giroscópios, que garantem que não cai e se tenta equilibrar, mesmo que a empurrem, ou durante um embate.

Com a capacidade de transportar duas pessoas, condutor e passageiro, a C1 possui dois motores eléctricos, um por roda, não só para serem mais pequenos, como para ultrapassar perdas de tracção e poder contribuir para equilibrar a mota em determinadas situações. O veículo da Lit Motors é alimentado por uma bateria de 13 kWh (que carrega em quatro a seis horas, consoante a potência da rede a que está ligada) e assegura uma velocidade máxima de 160 km/h e uma autonomia de 270 km, a uma velocidade média de 90 km/h.

Daniel Kim afirma ter mais de 1.000 encomendas para a C1, mas a verdade é que, apesar de ter como financiadores indivíduos como Larry Page, fundador da Google e CEO da Alphabet, e Mark Pincus, fundador e CEO da Zynga (criador de jogos online e para telemóvel, como FarmVille), o projecto ainda está em fase de desenvolvimento e aperfeiçoamento dos protótipos, antes de passar à produção em série. Quando tal acontecer, Kim espera que, inicialmente, o preço ronde os 24 mil dólares, com o valor a cair rapidamente, à medida que a produção aumente, para cerca de metade. E, caso seja produzida na China ou na Índia, onde os veículos de duas rodas são mais populares, o menor custo de mão-de-obra (e uma maior produção) pode baixar o preço para apenas 5.000 dólares, nesses mercados.

Mas Kim e a Lit Motors podem ter de se preparar, em breve, para uma surpresa desagradável.

De acordo com o Observador, os chineses, que copiam tudo e mais alguma coisa, com um descaramento total, apresentaram no último Salão Automóvel de Pequim um veículo similar, ou seja eléctrico, com duas rodas e dois giroscópios para se equilibrar. E, num acesso de criatividade, a startup chinesa registou como nome da companhia ‘Lit’ (de Lingyun Intelligent Technology). Curiosamente, o nome da empresa originalmente criadora do conceito.

POLUIÇÃO. Em Setembro, um estudo identificava que o excesso de emissões do cancerígeno óxido de nitrogénio dos motores a gasóleo era responsável por 10 mil mortes prematuras por ano na União Europeia, Noruega e Suíça.

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O fim de carros a gasóleo trará benefícios para a saúde das cidades, mas só haverá ganhos em termos de alterações climáticas se o mundo se virar para as energias renováveis de vez.

Em declarações à Lusa, o investigador Filipe Duarte Santos, da Universidade de Lisboa, disse que o fim do diesel trará melhorias na qualidade do ar, mas só haverá efeito se “diminuir a tendência para a utilização de combustíveis fósseis”.

O ‘carbono negro’, ou a fuligem provocada pela combustão de diesel, também contribui para o aquecimento global, quando, por força dos ventos, vai parar aos picos gélidos “dos Himalaias ou dos Alpes, por hipótese”, escurecendo-os e fazendo aumentar a radiação e a temperatura.

Especialistas acreditam que passar do diesel para as energias limpas, como os carros eléctricos, vai diminuir a presença no ar de “partículas sólidas que se acumulam nos pulmões”, mas o impacto do fim do diesel a nível global “vai depender da velocidade a que se muda da produção de energia a partir de fontes fósseis para fontes renováveis”.

E explicam que a combustão do diesel liberta “partículas finíssimas” para a atmosfera e que, quando estas se depositam em zonas de glaciares, ficam a absorver radiação e a gerar calor que os derrete.

Em Setembro deste ano, investigadores noruegueses, austríacos e suíços publicaram um estudo em que identificavam o excesso de emissões do cancerígeno óxido de nitrogénio dos motores de veículos a gasóleo como responsável por 10 mil mortes prematuras por ano na União Europeia, Noruega e Suíça.

Metade dessas mortes, de doenças respiratórias e cardiovasculares, decorria do desrespeito das marcas pelos limites do óxido de nitrogénio permitidos.

Com 100 milhões de carros a gasóleo em circulação só na Europa, a proporção é o dobro do resto do mundo, concluíram os investigadores, que recordam que 80% das fontes de energia primária vêm do carvão, petróleo e gás natural”, a mais poluente das quais é o carvão.

MERCADO AUTOMÓVEL. Representantes de automóveis perspectivam pagar 50% de uma dívida de 180 milhões de dólares até ao fim do ano para garantir crescimento nas vendas em 2018.

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O conjunto de concessionárias de automóveis conseguiu amortizar, recentemente, cerca de 11% de uma dívida avaliada em cerca de 180 milhões de dólares com os fornecedores externos, valores acumulados devido à dificuldade de acesso a divisas.

A informação foi avançada, ao VALOR, pelo presidente da Associação dos Concessionários de Equipamentos de Transportes Rodoviários (ACETRO), Nuno Borges, explicando que a operação só foi possível devido a uma melhoria verificada na “capacidade de os bancos comerciais executarem algumas operações, apesar de não serem suficientes. “No que se refere a atribuições do BNA para o nosso sector, a situação está exactamente igual [não são contemplados]”, referiu.

A dívida era resultado de um acumulado de 14 meses (até Agosto último) e Nuno Borges acreditava no pagamento da mesma até ao final do ano em curso, o que representaria um crescimento das vendas do sector em cerca de 18% no próximo ano, segundo estimativas do gestor.

“Somos de opinião que, em termos de mercado automóvel, 2018 será um ano de alguma recuperação da procura, correspondendo à expectativa de alguma recuperação económica de Angola. Consideramos ser possível um crescimento de 18,5 %. Esta previsão dependerá significativamente de pagamento de parte da dívida a fornecedores externos de acordo com a disponibilidade de divisas na segunda metade de 2017. Sem amortização de alguma parte desta dívida, não será possível repor os stocks de viaturas e assim irá afectar o volume de vendas previsto para 2018”, estimou, em outra ocasião, ao VALOR.

Apesar de reconhecer que as dificuldades para o acesso às divisas continuarão, Nuno Borges mantém a esperança para o próximo ano. “A nossa perspectiva até ao fim do ano é de que se irão manter enormes dificuldades para pagamentos a fornecedores externos, mas estamos moderadamente optimistas para 2018.”

Enquanto isso, as empresas deparam-se com a quebra das vendas, iniciada em 2015 quando se registou uma redução de 53,8% face às 44 mil e 536 viaturas vendidas em 2014. Seguiram-se quebras anuais de 55,4%, e 42,5%. A tendência mantém-se para o ano em curso, considerando os números do primeiro semestre, que registam uma redução de cerca de 56%, comparativamente às vendas de 5.698 unidades no período homólogo. Para os últimos seis meses, a associação perspectiva vender 2.785 unidades, o que representaria uma quebra de cerca de 20% face ao mesmo período do ano passado. Nos 12 meses de 2016, as concessionárias venderam 9.178 unidades e projectam para 2018 a venda de 6.253 unidades.

A Comissão Nacional de Eleições de Moçambique (CNE) adiou o recenseamento eleitoral piloto, inicialmente marcado para começar segunda-feira (06), devido a razões técnicas e logísticas, anunciou sexta-feira em comunicado. O recenseamento visava um ensaio para as eleições autárquicas de 10 de Outubro de 2018.

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Em comunicado, a CNE informa que será agendada uma nova data para a sua realização. A nota de imprensa acrescenta que a província de Nampula vai ser retirada da lista dos círculos eleitorais que vão acolher o recenseamento piloto, devido à morte, no dia 04 de Outubro, do presidente do município, Mahamudo Amurane.

Nampula será substituída pela província de Cabo Delgado, também no norte do país. As outras províncias onde se vai realizar o ensaio são Maputo (sul) e Sofala (centro). O processo está avaliado em 18 milhões de meticais (253 mil euros). Com o recenseamento autárquico piloto, a CNE pretende aferir o grau de operacionalidade dos equipamentos e das aplicações ('software') a usar pelas brigadas de recenseamento